![]() |
| O gênio do pincel Olivar Cunha e Santa Rita de Cássia no ateliê do pintor, em Conduru, Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo. Falta Roberto Carlos |
RAY CUNHA
BRASÍLIA, 12 DE SETEMBRO DE 2022 – A tarde morre, suave como a noite. Acabei de ouvir Trini Lopez, Amira Willighagen e Angelina Jordan; Mozart também. Aquele período de transição entre a tarde e a noite é bom para um bate-papo, mas não há ninguém com quem conversar. Meus amigos se foram. Depois que me declarei conservador, houve até quem me demitisse por e-mail. Às vezes, visito Jorge Bessa, ex- espião em Moscou, chefe da contraespionagem brasileira durante a Guerra Fria, agora, escritor. E também acupunturista. Preciso devolver-lhe o Imperador Amarelo.
Comecei a ler, novamente, a série Millennium. Os três primeiros volumes – Os homens que não amavam as mulheres, A menina que brincava com fogo e A rainha do castelo de ar – são de Stieg Larsson e os três últimos – A garota na teia de aranha, O homem que buscava sua sombra e A garota marcada para morrer –, de David Lagercrantz, também sueco. Já venderam mais de 150 milhões de exemplares.
Considero o trabalho de Larsson o protótipo do romance hodierno. Larsson entregou os originais dos três primeiros volumes, de mais de 500 páginas cada um, ao editor, logo depois da virada do século, e morreu a seguir, bastante jovem ainda. O sucesso foi imediato. Aí, convidaram Lagercrantz, muito conhecido na Suécia, a escrever mais alguns volumes com as personagens criadas por Larsson. Lagercrantz topou e no terceiro volume deu por encerrada a série.
Comprei, hoje, Catástrofe – 1914: A Europa vai à Guerra, de Max Hastings. Creio que irá me esclarecer mais sobre o nascedouro do comunismo, pois a dinastia Romanov começou a cair no início da Primeira Guerra Mundial. Meu romance O CLUBE DOS ONIPOTENTES se debruça um pouco sobre esse episódio. Estou lendo amplamente, também, sobre a história do Brasil, leitura a que me dedico desde que comecei a pesquisar para escrever um romance que tem como pano de fundo a construção da personalidade do nosso país, A IDENTIDADE CARIOCA.
Enquanto isso, sonho com dois grafites sobre tela de Olivar Cunha: uma cafuza ruiva, de olhos verdes e lábios grandes e vermelhos, tomando tacacá, que seria a capa do meu romance JAMBU; e Santa Rita de Cássia abençoando Roberto Carlos nos anos 1960, em Cachoeiro/ES. Enviei para Roberto Carlos meu livro de poemas DE TÃO AZUL SANGRA, mas, até agora, ele não me respondeu.
Minha rotina tem sido levantar-me às 4 horas (disse isso a uma paciente e ela ficou horrorizada. Sou acupunturista). Preparo um blend de arábica e tapioquinha; depois de tomar café, escrevo até às 8 horas. Então vou caminhar no Parque da Cidade, dou uma parada no shopping Venâncio para ir ao banheiro e outra parada no sebo do Ed, que tem sempre novidade. Dei para o Ed o encalhe do meu livro TRÓPICO ÚMIDO – TRÊS CONTOS AMAZÔNICOS e ele vendeu tudo.
À tarde, leio, durmo e rezo. À noite, leio. Às vezes, vejo um filme na Netflix. Ou vou a cinema. Ontem, fui ver Predestinado, sobre Zé Arigó, que foi um médium extraordinário. Fui com minha gata e milha filha.
Outro dia encontrei um amigo, jornalista, na sala de espera de uma clínica. Conversamos sobre as mudanças no jornalismo. Lembro-me que até os anos 1990, os jornais tinham a paginação, um departamento com dezenas de paginadores, indispensáveis para o jornal seguir para a impressora. Da noite para o dia essa etapa desapareceu, com a informática. Os paginadores tiveram que fazer alguma outra coisa para sobreviver.
Com as redes sociais todos, agora, somos jornalistas, no sentido de transmitirmos informações em tempo real. O leitor tem apenas, como sempre, que ter senso crítico. E é esse tipo de jornalismo que arrasou com a máfia comunista, cada vez mais acuada por Donald Trump, que comanda a Pax Americana.
Isso me fez lembrar, lá atrás, uma colega lamentando que o Supremo Tribunal Federal (STF) houvesse cassado o diploma de jornalista. Eu procurei fazê-la ver que, em qualquer profissão, o diploma é tão-somente um credenciamento. Não quer dizer que a pessoa seja, de fato, um profissional preparado. Vejam o caso de uma âncora da CNN brasileira, que afirmou, no ar, que na Bandeira Brasileira está escrito “independência ou morte” e que o Chile fica na Europa. O Jornal Nacional, ou jornal oficial do governo Lula da Silva, dá engulho.
Assim, a internet promoveu a
maior revolução moderna. A próximo grande revolução não será política nem
tecnológica, mas espiritual. Os ETs já estão entre nós. Aliás, sempre
estiveram. São espíritos. Materializam-se a hora que querem. Não é mágica, é
tecnologia. Domínio do átomo.

Nenhum comentário:
Postar um comentário