Tu és meu exército; basta evocar teu riso. Quando nasceste,
ganhei asas, e minha mente quebrou todos os grilhões que me acorrentavam ao
átomo, e o mundo rebentou em jardins se derramando no espaço sideral. Tu és
forte como os olhos dos bebês felizes, como pétalas ao sol, como o amor, porque
nada temes. Assim que te vi recém-nascida, dei-te para sempre a firmeza das minhas
mãos, a fortaleza dos meus músculos e pedras preciosas que escavo na minha alma.
Ouço, desde então, a música de Wolfgang Amadeus Mozart e Ludwig van Beethoven,
e sinto o cheiro do mar, mesmo em Brasília. Tua beleza,
suprema, que vai muito além do teu sorriso, nasceu da minha conjunção com a
mulher amada, sob explosões lá para os lados do Grande Atrator. Nasceste sob o
signo do amor, no Lar do Progredir Infinito. Meu Pai me tocou com Seu hálito, e
então criei a flor definitiva, como o azul, que, de tão intenso, esparge
quantum em tal plenitude que nos permite ver Deus. Desde que nasceste, há 23 anos,
flutuo num voo perene, ao lado dos condores, dos Boeing, dos foguetes que
partem de Cabo Canaveral, na Flórida, e de Kourou, na colônia francesa da Guiana.
Quando menino, voava nos Douglas DC-3, conduzidos, com segurança, em terra, por
meu pai, teu avô, no Aeroporto Internacional de Macapá, e nunca mais parei,
principalmente agora, que me dás o combustível para eu cavalgar a luz. Nesta vigésima
terceira primavera, dou-te minha fé, que é muito, muito mais forte do que
titânio e mais valiosa do que qualquer diamante, tão imensa quanto o rubi, angelical
como leão alado, que pulsa no meu peito. Iasmim, teu é o meu coração, e é toda tua a
minha vida!