sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

O azul do acme

Viver não é preciso; viver hoje é preciso, porque os dias são feitos de azul

RAY CUNHA

O momento do dia que mais me causa prazer ocorre às 5 horas, quando os sons do amanhecer pulsam como música de Mozart, até o sol iluminar as rosas. Levanto-me antes das 5 e preparo café Três Corações, gourmet, e bebo duas xícaras médias com tapioquinha amanteigada. Então vou ao encontro das personagens de ficção com quem eu convivo.

Hoje, minha rotina foi mais azul, pois, entre os sons do acme, arranquei da madrugada, com minhas mãos de poeta, gemidos. Os sons do acme são combustível poderoso, que nos remete à dimensão dos abismos de rosas, em voos inacreditáveis como o da luz, como gigantesco jato pousando. O acme é tão redentor quanto o sorriso misterioso da mulher amada, na entrega total, naquele momento em que ela se torna a princesa que nunca deixou de ser.

Hoje, o jardim do apartamento é um cataclismo de rosas. Há tantas que inundam a madrugada. Ouço Pérez Prado e leio sobre leões na praia, ao amanhecer. Tudo isso, hoje. Sinto sabor de tacacá e sensações de Macapá e do Caribe. E assim avança o último dia do ano, um rio azul como os poemas da Alcinéa Maria Cavalcante, filha do poeta Alcyr Araújo e afilhada do mago prestidigitador de palavras Isnard Brandão Lima Filho.

Deus é o próprio azul. Também o Pai criou os jardins prenhes de rosas vermelhas colombianas, ao som do riso de crianças e perfume de Chanel número 5.

Todos os dias, como hoje, são pedras preciosas que nascem no meu coração, e que presenteio a todos que eu amo. Peço a Deus que o azul dos dias invada os corações dos que precisam me perdoar, para que se livrem de qualquer resíduo de mágoa que respinguei na luz das primaveras e lhes devolva a liberdade. Viver não é preciso; viver hoje é preciso, porque os dias são feitos de azul. Hoje, são todos os dias, é a própria vida.

Os sons do acme, misturados aos sons da madrugada, que ouvi hoje, são feitos de uma substância que só encontramos no primeiro beijo, no nascimento dos nossos filhos, na criação de personagens de ficção, na oração, no riso da mulher amada, na luz. São sons que só ouvimos com os tímpanos dos nervos, às 5 horas, que é a hora em que Deus, que nunca dorme, acorda.

Amanhã, começa novo ano. Mas não existe amanhã. Só existe hoje. O ano novo já começou, em nuanças do azul. O azul é um estado de consciência, uma viagem sem começo e que não acaba nunca.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Romance A CASA AMARELA, do amapaense Ray Cunha, vai além do realismo fantástico

BRASÍLIA, 20 DE DEZEMBRO DE 2021 – O romance A CASA AMARELA, de Ray Cunha, é da mesma linha do realismo fantástico de Pedro Páramo, de Ruan Rulfo, e Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez, mas vai além, pois ambienta em um mesmo lugar personagens que vivem no mundo material, tal qual o conhecemos, e pessoas que já morreram fisicamente e vivem no plano espiritual, que a ciência desconhece.

No romance, que se passa em Macapá, cidade localizada na margem esquerda do estuário do maior rio do mundo, o Amazonas, e seccionada pela Linha Imaginária do Equador, a Casa Amarela é viva, e uma seringueira sente emoções humanas e pode mover seus galhos sem vento algum.

Um dos quartos da casa é um portal para um mundo povoado de espíritos, e frequentado por nada menos que Ernest Hamingway e Antoine de Saint-Exupéry.

Ray Cunha, o autor, nasceu em Macapá e trabalhou nos principais jornais da Amazônia.

Adquira A CASA AMARELA no Clube de Autores ou na amazon.com.br

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Eu, velho

Ray Cunha por ele mesmo, da janela do seu quarto no Sudoeste (2021)

RAY CUNHA 

Aos 21 anos, eu não era nenhum Brad Pitt em Lendas da Paixão, aos 30 anos, mas tinha meu charme. Já publicara um livro de poemas, Xarda Misturada, juntamente com Joy Edson (José Edson dos Santos) e José Montoril, em Macapá, minha cidade natal; assinava uma coluna semanal, No Mundo da Arte, no jornal A Notícia, e frequentava o Clube da Madrugada, em Manaus.

Media 1,64 metro e pesava em torno de 60 quilos. Como rachei lenha quando criança, eu era seco e musculoso. Mais tarde, joguei boxe, o que desenvolveu ainda mais o tônus; testa larga, olhar atento e entusiasmo pela vida são traços que se acentuaram ao passar dos anos.

Naquela época, confesso que até mulher casada se ajoelhou aos meus pés; mulheres lindas entregaram-se, inteiras, a mim, deixando-me voar nos seus labirintos de mistérios. Eu podia ingerir comida estragada, beber sozinho uma garrafa de Pitú ao longo de um bate-papo, caçava, pescava, mergulhava noites inteiras nos insondáveis abismos das ninfas, e nada disso me abalava. Era o império do corpo. Hoje, já começo a vislumbrar a chave com a qual abrirei, finalmente, a porta mágica da luz.

Leio desde os cinco anos de idade, quando os gibis e a biblioteca do meu irmão mais velho, Paulo Cunha, me seduziram para sempre. Aos 14 anos, já lera Ernest Hemingway, Francis Scott Fitzgerald, Graciliano Ramos, Fiódor Dostoiévski, Jorge Luís Borges, livros de história e de geografia, enciclopédias, dicionários, bulas de remédio e tudo o que me caísse às mãos. E frequentava a casa do poeta Isnard Brandão Lima Filho.

Lia da mesma forma que comia, bebia e amava, como um leão, que tudo podia rasgar com as garras. Maduro, ao reler alguns livros da minha juventude, fiquei atônito. Descobri, neles, cheiros insuspeitos, ruas ainda não percorridas, personagens que, agora, puseram-se a contar coisas para mim.

Quanto fui iniciado nos segredos das criaturas mais deliciosas e enigmáticas do Universo, as mulheres, eu as tinha como quem mastigasse feijão com arroz. Hoje, depois que comecei a descer o morro da vida, navego a mulher amada com a sensação de um cataclismo de rosas colombianas vermelhas.

Atingi a sofisticação de capturar a dança delirante de mulheres caminhando em vestido justo, de seda, e fazer uma mulher sorrir, produzindo, nela, o mesmo efeito do sol da primavera, sua feminilidade explodindo em estrelas e ela se sentindo, e se tornando, a mulher mais bonita do mundo. 

Descobri que tempo e espaço são uma ilusão, que só há o agora e o agora, o momento mesmo da vida, que eu existo desde antes do princípio e existirei até depois do fim. A vida é uma eterna caminhada rumo ao Éter, à Luz, a Deus. Nesse trilhar, já quase não sou mais arrogante, procuro ser gentil e atencioso com todos, e cuido para que a mulher amada se sinta como a mais bela flor de um jardim esplendoroso.

Já não faço questão de receber presentes, mas de distribuir as pedras preciosas que garimpei nos momentos mais perigosos da trilha, como os rubis azuis que depositei no relicário do meu coração. Não ambiciono nada além de uma rosa bem vermelha e o riso de uma criança.

Também peço que o Universo me perdoe pelas ofensas que cometi, porque sei, na minha esperança, que basta um raio de luz para extinguir a treva. E não há nada que eu queira mais do que ouvir o riso da mulher amada.

Sinto a velhice como um mergulho infindável no abismo da poesia, uma caminhada permanente na primavera que se espraia no telhado da casa da minha infância, as zínias, as rosas, o jasmineiro embriagando o ar nas noites tórridas, a mangueira, o cajueiro, a seringueira, as paredes de tijolos deitados da Casa Amarela, sólida como um navio.

Ouço os sabiás com redobrada atenção. Amam intensamente, de agosto até o início do ano seguinte. São os imperadores do verão, quando os galhos das mangueiras se curvam ao peso de mangas inchadas e doces como seios de mulher grávida.

Levanto antes que os sabiás comecem o seu canto, às 3 horas, faço a ablução e preparo café, Três Corações, gourmet, que bebo com tapioquinha amanteigada, cuscuz ou pão integral com passas. Curto a alvorada certo de que Brasília está sempre à minha disposição, oferecendo-me mil possibilidades.

Às vezes, sou favorecido com a sorte de atravessar o Setor Comercial Sul no momento mais redentor, em torno das 7 horas, ao meio de mulheres perfumadas, algumas com os cabelos ainda molhados, e há sempre uma com o perfume das virgens ruivas, cheiro de mar.

Então, Aquele “que se revela na harmonia de tudo o que existe” (filósofo holandês Baruch Spinoza) inunda a alma. E quando ouço o Concerto para Piano e Orquestra, em Ré Menor (número 20, K 466), de Wolfgang Amadeus Mozart, sinto a Terra roçar o espaço, da mesma forma quando me desfaço ao acme e me transformo em leão de asas.

Hoje, não sinto mais a gana de quando tinha 21 anos. Naquela época, eu amava como leão e bebia como Hemingway, e me internava na noite, esta grande amante, armado apenas da beleza suprema da juventude. Agora, desarmado, arranco gemidos ainda mais altos da mulher amada, porque nas minhas mãos há luz.

Também não mais dilacero a carne, embora minhas mãos tenham se transformado em tenazes de nióbio, que, porém, roçam a pele da mulher amada com a leveza de uma pétala. Não sinto mais o fluir da vida no tempo, mas como o grande rio, que escorre, ininterruptamente, para o Atlântico.

Ouço murmúrios na tarde, ao encontro da noite, imensa como um navio todo iluminado. Uma negra em vestido de seda passa por mim e deixa um rastro de Chanel 5, o perfume embriagador das lágrimas dos jasmineiros imersos na canícula, sabor de Don Pérignon, safra de 1954, leite da mulher amada, e o cheiro redentor do mar. Algumas mulheres são o próprio mar, e, por isso, são inacessíveis.

Guardo, na memória do meu coração, um combustível eterno. Cada uma das mulheres que amei, e que, às vezes, fiz chorar (perdão!), cada jasmineiro que perfumou as ruas noturnas por onde vaguei, com seu choro ao calor das madrugadas, cada verso que escrevi, cada cidade que descobri, todos os voos que alcei, disso é minha têmpera.

Hoje, levo uma vida estranhamente social, pois reúno-me também com meus antepassados, especialmente meu pai, João Raimundo Cunha, belo, majestoso, destemido, amado, e minha mãe, Marina Pereira Silva Cunha, a mais bonita, forte, corajosa e querida entre as mulheres. Às vezes, simplesmente os ouço, na prece.

Meus cabelos começaram a ficar grisalhos, cada vez mais ralos; a pele, aos poucos, exibe o resultado das intempéries, e as pessoas já me olham desconfiadas. Não bebo mais, depois de 43 anos mergulhado no álcool, como uma poça que se avolumou e começa a secar.

Ouço, agora, o silêncio da madrugada, emociono-me ao ver crianças, rosas, uma estrela. Não sinto apego a mais nada. Minha riqueza é imensa, pois à minha passagem os jardins florescem, as crianças riem e a luz triunfa.

Câmara votará a legalização dos cassinos em fevereiro de 2022. A regulamentação do jogo é inadiável. Maioria absoluta é favorável

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 17 DE DEZEMBRO DE 2021 – O Marco Regulatório dos Jogos no Brasil, Projeto de Lei 442/91, será votado na primeira semana de fevereiro de 2022, garantiu o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL), após aprovação em plenário, ontem à noite, do requerimento de urgência para a votação do projeto, por 293 votos favoráveis, 138 contrários e 11 abstenções. Com a aprovação do requerimento a tramitação queima algumas etapas e exige apenas maioria simples. 

“Eu fui eleito com um compromisso único de ouvir e pautar interesses diversos da Casa. Essa questão da legalização dos jogos no Brasil tem de ser feita às claras, com muito debate, com todas as convergências e divergências” – disse Lira. 

A legalização de cassinos, jogo do bicho, bingo e caça-níqueis gerará uma arrecadação em torno de 50 bilhões de reais por ano para os cofres públicos, dinheiro suficiente para bancar, por exemplo, o Auxílio Emergencial e o Bolsa Família. O senador Angelo Coronel (PSD/BA) declarou à Agência Senado que “a geração de recursos da tributação de jogos poderia ampliar o alcance do Bolsa Família de 14 milhões de famílias para 22 milhões”. 

A clandestinidade do jogo no Brasil é uma idiotice que já passou dos limites. Joga-se no planeta desde o início da História, há cerca de cinco mil anos, entre povos como os sumérios e os egípcios. No Império Romano, os dados rolavam o tempo todo; foram os romanos que introduziram os jogos de azar na Europa toda, via Terceira Cruzada. Na China, já havia carteado no século 9 e na Europa cinco séculos depois. 

Quanto às loterias, também os primeiros registros são da China, na Dinastia Han, entre 205 e 187 aC. Na Europa, as primeiras loterias começaram no Império Romano. Pôquer e roleta são mais recentes, do século 19. 

O jogo de azar é praticado em todos os países civilizados do planeta, como, por exemplo, Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Alemanha, França, Bélgica, Espanha, Itália, Suíça, Grécia, Portugal, Áustria, Holanda, Mônaco, Uruguai etc. A Região Administrativa Especial de Macau, na China, é hoje o principal centro de jogos do mundo, desbancando Las Vegas, nos Estados Unidos, como capital mundial dos cassinos e faturando, com apenas 35 cassinos, 38 bilhões de dólares por ano. Os mais de 100 cassinos de Las Vegas faturam 8 bilhões de dólares por ano e só uma de suas maiores redes conta com 50 mil empregados. 

No Brasil, os cassinos surgiram após a independência, em 1822, até 1917, no governo Venceslau Brás. Getúlio Vargas voltou a legalizá-los em 1934, até 1946, então proibidos pelo presidente Eurico Gaspar Dutra, até hoje. 

Dona Santinha, Carmela Leite Dutra, esposa do presidente Gaspar Dutra, era beata e exercia forte influência sobre o marido. Para ela, jogo era coisa do capeta. Dutra cedeu e de um momento para o outro arrasou uma das indústrias que mais faziam o país prosperar, jogando no desemprego mais de 40 mil trabalhadores, incluindo artistas como Carmen Miranda e Orlando Silva, em 70 cassinos espalhados pelo país. 

“Ninguém acredita em mim quando eu digo que cassinos são proibidos no Brasil ou pensam que estou brincando! Investidores em todo o mundo acompanham ansiosamente a legalização e regulamentação dos jogos no Brasil – disse, em entrevista à Tribuna da Imprensa Livre, a executiva da Clarion Events, Liliana Costa. “Com exceção dos países muçulmanos, praticamente todos os países do mundo possuem os jogos de sorte e azar presenciais legalizados.” 

Mas o Brasil é um dos países onde mais se joga no mundo, dia e noite, funcionando como uma gigantesca lavanderia, porque o jogo é clandestino. Quando o jogo foi criminalizado, as máfias riram para as paredes. Calcula-se que o jogo clandestino no Brasil movimente atualmente cerca de 5 bilhões de dólares por ano. Só o jogo do bicho movimenta 10 bilhões de reais por ano, sem pagar nenhum centavo de imposto e sem gerar empregos formais. 

Estudo do IJL/BNLData indica que o mercado de jogos no Brasil tem potencial de arrecadar 15 bilhões de dólares por ano, deixando para o erário 4,2 bilhões de dólares, além de 1,7 bilhão de dólares em outorgas, licenças e autorizações, isso, sem somar investimentos e geração de empregos na implementação das casas de apostas. Calcula-se que a legalização do jogo gerará mais de 658 mil empregos diretos e mais de 619 mil indiretos. 

O argumento da oposição ao jogo é inacreditável. Os donos da moralidade acham que a liberação dos jogos de azar pode agravar problemas na saúde, com alto custo de tratamento dos apostadores contumazes, além de aumentar a exploração sexual e a prostituição, piorar a segurança pública, prejudicar ações de combate à corrupção e ampliar a lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e evasão de receitas.

Seria cômico se não fosse sério. Tudo isso está acontecendo com o jogo na clandestinidade! É a clandestinidade do jogo que alimenta a corrupção, propina e chantagem política. Por isso é que a legalização do jogo é inadiável e irreversível.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Com apoio de Bolsonaro, Mourão será imbatível para o governo do Rio de Janeiro. Legalização dos cassinos impulsionará o turismo no Brasil

O Rio quer Mourão no comando (Foto: Marcos Corrêa/PR)

RAY CUNHA

BRASÍLIA, 1 DE DEZEMBRO DE 2021 – Em política tudo pode mudar de uma hora para outra, e tudo é possível, mas, neste 1 de dezembro de 2021, o cenário parece estável. Desde a Constituição de 1988, os fabianos, comunistas camuflados, começaram a assediar o poder com ferocidade. Em 1990, Fidel Castro, Fernando Henrique Cardoso (FHC) e Luiz Inácio Lula da Silva criaram o Foro de São Paulo, reunindo esquerdistas de toda a Ibero-América, com a missão de transformarem o Brasil em uma União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) tropical. 

Em 2003, FHC elege Lula presidente da República, e o Partido dos Trabalhadores (PT), de Lula, permanece no poder até 2016, aparelhando tudo. Em 2018, surge um candidato conservador, o capitão do Exército e deputado federal Jair Messias Bolsonaro, ficha limpa e que promete estancar a roubalheira no país, já então histórica. Nunca se roubou tanto. 

Bolsonaro caiu nas graças do eleitor. Ainda candidato, aonde ia formava-se logo uma multidão para ouvi-lo e aplaudi-lo. A esquerda ficou apavorada. Não se sabe ainda quem, mandaram matá-lo a facada. O ex-Psol Adélio Bispo de Oliveira foi o encarregado de assassinar Bolsonaro. Aplicou-lhe uma peixeirada no baixo ventre que quase o transfixa. Quando conseguiram chegar com um moribundo Bolsonaro à Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora/MG, ele já tinha perdido metade do seu sangue, mas sobreviveu, e ganhou as eleições. 

Desde que assumiu, em 1 de janeiro de 2019, a esquerda vem tentando acabar com ele. Se não conseguiram matá-lo, teria que ser apeado do Palácio do Planalto a qualquer custo, pois Bolsonaro não rouba e não deixa roubar. Resultado disso: com o dinheiro que não é roubado ele vem construindo uma infraestrutura básica e de transportes com velocidade e qualidade nunca vistas no país, apesar da pandemia do vírus chinês. 

Mesmo assim o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Senado se uniram para acabar politicamente com Bolsonaro. Só que dezenas de milhões de pessoas vão às ruas sempre que o golpe fica escancarado demais. E depois Bolsonaro tem um trunfo: a Constituição de 1988, que o protege. 

No último 7 de Setembro, a esquerda quebrou a cara. Dezenas de milhões de pessoas foram às ruas pedindo a Bolsonaro intervenção das Forças Armadas para frear a ditadura da toga. A esquerda aguardava ansiosa que Bolsonaro fizesse isso e caísse em desgraça no cenário internacional, abrindo as portas para uma guerra civil, que é o que os fabianos querem, pois sabem que no cenário de hoje teriam ajuda da China, o que poderia dar início até a uma terceira guerra mundial. 

Porém o Brasil está destinado a ser o coração do mundo e pátria do Evangelho, pelos seus recursos naturais e seu povo ecumênico. 

Os fabianos estão desesperados devido aos seguintes fatores: jejum de grana e impossibilidade de desviarem verbas públicas e de porem as mãos em centenas de bilhões de reais escondidos em paraísos fiscais; apoio popular a Bolsonaro; a sagacidade do presidente; a assessoria que recebe da inteligência da Agência Brasileira de Informação (Abin) e das Forças Armadas; e a Constituição. 

Como eu disse, em política tudo pode mudar de uma hora para outra, mas a leitura que se pode fazer agora é a de que Bolsonaro será reeleito presidente em 2022, conduzindo nosso país na reta final de se tornar uma potência mundial. 

Com essa configuração política, o vice-presidente, Hamilton Mourão, pode se tornar governador do Rio de Janeiro, o mais importante estado brasileiro do ponto de vista geopolítico. Mesmo afirmando que não concorrerá ao governo do Rio pesquisas apontam o vice-presidente como favorito, pois os cariocas sabem do profundo conhecimento que Mourão tem do Rio de Janeiro, sua competência administrativa e sua honestidade. E se Bolsonaro apoiar Mourão dificilmente ele não será eleito governador. 

O estado do Rio de Janeiro vem sendo governado por máfias comandadas até por ex-governadores, década após década. Em termos de corrupção e má gestão o estado é o pior do país. Se os cariocas, que estão cansados de gangsters montados na burra, elegerem um governador honesto e competente (e tem que ser muito, muito competente), capaz de organizar, e limpar, a polícia, e implementar tolerância zero com o crime, especialmente o crime organizado, o Rio de Janeiro, com os recursos que tem, do turismo ao petróleo, se transformará também em vitrine econômica para o Brasil. 

Pesquisa do Instituto Gerp para governador do Rio em 2022 aponta o general Hamilton Mourão (PRTB) liderando a corrida. Mourão disse que é “pura especulação”. Contudo, foram entrevistadas 1.200 pessoas entre 10 e 17 de agosto, dando Mourão com 18% das intenções de voto, seguido pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), com 15%; o deputado federal Marcelo Freixo (PSB), com 12%; o ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), com 7%; e o atual governador, Cláudio Castro (PL), com 6%. 

No cenário sem Mourão na corrida um dos arqui-inimigos de Bolsonaro, Freixo, passa à liderança, o que pode fazer com que Bolsonaro apoie Mourão, pois sabe que não se pode dar um passo sequer em falso, pois poderá ser fatal. 

Todos os governadores eleitos do Rio de Janeiro nos últimos 20 anos foram presos. Sérgio Cabral foi o que mais mamou. Preso em novembro de 2016, sua pena já ultrapassa 170 anos de cadeia. Ele era o próprio crime organizado. A lista de políticos presos no Rio é quilométrica. Além dos governadores, todos os presidentes da Assembleia Legislativa do estado (Alerj), de 1995 a 2017, foram presos. Há até conselheiros do Tribunal de Contas do Estado enjaulados. 

Mourão nasceu em Porto Alegre/RS, em 15 de agosto de 1953, mas foi morar no Rio, no bairro da Urca, aos 9 anos. Conhece o estado e a cidade do Rio tão bem como a Amazônia, pois serviu amplamente em ambas as regiões, e é um dos oficiais mais brilhantes do Exército. 

Em entrevista na rádio carioca AM 710, ao radialista Antônio Carlos, presidente do PRTB/RJ, Mourão disse que o Rio ainda tem um grande espaço para continuar sendo uma cidade maravilhosa. 

 – O Rio de Janeiro é um retrato 3 por 4 do que ocorre no Brasil como um todo. Ele não foge daquilo que nós viemos enfrentando no País, além da crise política que vive, não é? Lamentavelmente, no nosso Estado, os últimos governos foram extremamente controvertidos por praticamente todos eles estarem envolvidos em atos de corrupção, em desvios de recursos públicos que deveriam ser utilizados para atender às necessidades da população e na realidade foram desviados para os bolsos – disse Mourão. 

– A primeira coisa que a gente precisa, vamos dizer assim, é de uma classe política realmente comprometida com a moralidade, a legalidade, a impessoalidade e com transparência, ou seja, com os bons princípios da administração pública. Nós precisamos, na questão econômica, resolver os dois problemas que são iguais aos do Brasil. Um é o equilíbrio fiscal no Rio de Janeiro. Ele tem que entrar dentro do orçamento que é capaz de arrecadar e esse orçamento ser utilizado sem desperdícios e sem corrupção – analisa. 

– E, para isso, reformas que vêm sendo feitas como a questão previdenciária, a questão administrativa, um enxugamento do estado, é necessário para que ele realmente seja mais moderno, mais ágil e tenha a capacidade de atender as necessidades da população e também a questão da produtividade e tributos, que são muito elevados – observa. 

E arremata: 

– Há cem anos o mundo estava emergindo da Segunda Guerra Mundial, enfrentando a pandemia da gripe espanhola. Matou muito mais gente do que essa pandemia da covid-19. Logo depois entrou na grande depressão, em ascensão do nazi fascismo e do comunismo, esses totalitarismos que a gente quer ver para sempre banidos da história política do mundo, e só depois o mundo passou a viver um momento de tranquilidade. Os nossos avós e bisavós enfrentaram isso aí e agora nos tocou a vez de enfrentar essa pandemia. Vamos superar. Precisamos estar unidos. 

O estado do Rio de Janeiro situa-se na Região Sudeste, limitando-se com Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo, além do Oceano Atlântico. Com mais de 17 milhões de habitantes e 43.780,172 quilômetros quadrados, seu litoral, com 635 quilômetros de extensão, é o terceiro mais extenso do país, atrás da Bahia e do Maranhão.                       

A cidade do Rio de Janeiro, ou simplesmente Rio, ou Cidade Maravilhosa, é o maior destino turístico internacional no Brasil, da Ibero-América e de todo o Hemisfério Sul, constituindo-se na cidade brasileira mais conhecida no exterior, a grande vitrine internacional do Brasil. 

Com mais de 6 milhões de habitantes, é um dos principais centros econômicos, culturais e financeiros do país, identificada por ícones como o Pão de Açúcar, a estátua do Cristo Redentor, as praias de Copacabana e Ipanema, o Estádio do Maracanã, a floresta da Tijuca, o réveillon de Copacabana; o carnaval carioca; o samba etc. etc. A cidade em si é a história viva do Brasil. 

Com a legalização do jogo de azar, o que deverá ocorrer até o próximo ano, e um governador com tolerância zero com a corrupção, o Rio de Janeiro se tornará uma das cidades com maior fluxo turístico do mundo. O jogo de azar é uma das principais indústrias na maior parte das democracias do planeta, principalmente nos países do Primeiro Mundo, e, em alguns deles, é a principal fonte de recursos. 

A clandestinidade do jogo de azar leva a potencialização do crime organizado, já que essa atividade corre à margem do Estado, sem fiscalização, sem deveres legais e sem contribuir com sequer um centavo para com o orçamento do país. 

Um dos países onde mais se joga no mundo é o Brasil, movimentando cerca de 5 bilhões de dólares por ano, sem fiscalização e sem pagar nenhum centavo de imposto, nem gerar emprego formal. Só o jogo do bicho movimenta 10 bilhões de reais por ano, segundo estudo do Instituto Brasileiro Jogo Legal (IJL)/BNLData. 

Também de acordo com o IJL/BNLData, o mercado de jogos no Brasil tem potencial de faturar 15 bilhões de dólares por ano, deixando para o erário 4,2 bilhões de dólares, além de 1,7 bilhão de dólares em outorgas, licenças e autorizações, isso, sem somar investimentos e geração de empregos na implementação das casas de apostas. E geraria mais de 658 mil empregos diretos e 619 mil empregos indiretos. 

O jogo de azar é praticado em muitos países, como, por exemplo, Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Alemanha, França, Bélgica, Espanha, Itália, Suíça, Grécia, Portugal, Áustria, Holanda, Mônaco, Uruguai etc. A Região Administrativa Especial de Macau, na China, é hoje o principal centro de jogos do mundo, desbancando Las Vegas, nos Estados Unidos, como capital mundial dos cassinos, e faturando, com apenas 35 cassinos, 38 bilhões de dólares por ano. Os mais de 100 cassinos de Las Vegas faturam 8 bilhões de dólares por ano e só uma de suas maiores redes conta com 50 mil empregados.

Quando o jogo foi proibido no Brasil, em 1946, havia 70 cassinos espalhados pelo país empregando mais de 40 mil trabalhadores, incluindo artistas como Carmen Miranda e Orlando Silva; era, então, a indústria que mais fazia o país prosperar. 

Para o presidente do Instituto Brasileiro Jogo Legal (IJL), o jornalista especializado em loterias e apostas Magno José Santos de Sousa, professor do curso de pós-graduação em Comunicação Empresarial da Universidade Candido Mendes (Ucam/RJ) e editor do BNLData, o Brasil se submete a uma das legislações mais atrasadas do mundo para o setor, e adverte: “A clandestinidade não anula a prática”. 

Contratada pelo portal BNLData/Instituto Brasileiro Jogo Legal, a Paraná Pesquisas consultou 238 deputados federais, em maio de 2019, com a pergunta: “O Sr. (a) é a favor ou contra a legalização de todos os jogos de azar no Brasil, ou seja, a legalização de cassinos, jogo do bicho, casas de bingo, vídeo-jogo e jogo online?” Resultado: 52,1% dos deputados federais manifestaram-se favoráveis à legalização dos cassinos, jogo do bicho, bingos, vídeo-jogo e jogo online; 40,8% foram contrários; e 7,1% não responderam. 

Pesquisa realizada pela Global Views on Vices, em 2019, estima que no mundo 70% da população são favoráveis aos jogos de azar e 25% não. Aqui, 66% dos brasileiros são favoráveis ao jogo, contra 25%. 

A oposição acha que a legalização dos jogos de azar pode agravar problemas na saúde, com alto custo de tratamento dos apostadores contumazes, além de aumentar a exploração sexual e a prostituição, piorar a segurança pública e prejudicar ações de combate à corrupção, aumentando lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e evasão de receitas. Ora, tudo isso ocorre agora, precisamente por causa da clandestinidade do jogo de azar, alimentando a corrupção, propina e chantagem. 

Somente no Senado há quatro propostas de legalização do jogo, a mais adiantada delas pronta para ser votada em Plenário, o Projeto de Lei do Senado (PLS) 186/2014, do senador Ciro Nogueira (PP/PI), que autoriza a exploração de “jogos de fortuna” on-line ou presenciais em todo o território nacional, incluindo o jogo do bicho, videobingo e videojogo, bingos, cassinos em complexos integrados de lazer, cassinos on-line e apostas esportivas e não esportivas. Os demais são o PLS 2.648/2019 do senador Roberto Rocha (PSDB/MA); PLS 4.495/2020, do senador Irajá (PSD/TO); e o PLS 595/2015, do ex-senador Donizetti Nogueira, que seguem na mesma linha do PLS do senador Ciro Nogueira.

Por todas essas razões, a clandestinidade do jogo de azar é um equívoco que já dura 79 anos, urgindo legalização inadiável e irreversível.