quarta-feira, 30 de outubro de 2024

A última ceia de Olivar Cunha e Fernando Canto. Uma sede para a Academia Amapaense de Letras

Última Ceia de Olivar Cunha, que aparece na extremidade
esquerda do painel, bem como Fernando Canto, no lado
direito de Jesus Cristo. Olivar Cunha se inspirou em Masip

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 30 DE OUTUBRO DE 2024 – Os mais icônicos artistas amapaenses são o pintor Olivar Cunha e o escritor Fernando Canto. Em 2006, em Vitória/ES, onde Olivar Cunha reside, ele recriou, a pedido do Fernando Canto, a Última Ceia, de Vicente Juan Masip, mais conhecido como Juan de Juanes, óleo sobre madeira medindo 1,16 metro de altura por 1,91 metro de largura, pintado em 1523, na Espanha. 

A técnica empregada por Olivar Cunha foi acrílico sobre tela, trabalhado com espátula, no tamanho de um metro de altura por 1,5 metro de largura. No lugar do apóstolo Tiago, Olivar Cunha pintou seu autorretrato, e, no lugar de Pedro, ao lado de Jesus Cristo, Fernando Canto. A tela faz parte do acervo do Fernando Canto. 

Olivar Cunha é um dos grandes expressionistas brasileiros e Fernando Canto é poeta, compositor, cronista, contista e ensaísta. A obra de ambos retrata a cultura Tucuju na sua essência. 

Masip nasceu em La Font de la Figuera, na Província de Valência, Espanha, em 1507, e morreu em Bocairent, também Província de Valência, em 1579. 

Última Ceia retrata a passagem em que Jesus institui a Eucaristia, rodeado por seus discípulos, identificados pelos nomes nas respectivas auréolas. Encontra-se em Madri, no Museu do Prado, o mais importante da Espanha e um dos mais importantes do mundo. 

A Última Ceia foi a última refeição que, de acordo com a Igreja, Jesus dividiu com os doze apóstolos, em Jerusalém, antes de sua crucificação. É com base na Última Ceia que a Igreja instituiu a Eucaristia, ou Comunhão, relatada pelos quatro evangelhos canônicos e comemorada na Quinta-Feira Santa. 

A Última Ceia de Masip é uma recriação de A Última Ceia, de Leonardo da Vinci, nascido em Anchiano, Itália, em 15 de abril de 1452, e morto em Amboise, França, em 2 de maio de 1519. Da Vinci era pintor, escultor, cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, arquiteto, botânico, poeta e músico. 

A Última Ceia é um afresco que Leonardo da Vinci fez para a igreja de Santa Maria delle Grazie, em Milão, Itália, encomendado por Ludovico Sforza, duque de Milão. Presume-se que o trabalho tenha sido iniciado por volta de 1495-1996. Tornou-se ícone da cultura cristã e das artes. 

Jesus Cristo aparece no centro do afresco, ladeado, à direita dele, a partir da extremidade da mesa, por Bartolomeu, Tiago Menor e André, e Judas Iscariotes, São Pedro (cabelo branco) e João (imberbe). À esquerda de Jesus Cristo, a partir dele, estão Tomé, Tiago Maior e Filipe (imberbe), e Mateus (barba rala), Judas Tadeu e Simão Cananeu, também chamado de Simão, o Zelote. Essas identificações foram encontradas em um manuscrito de Leonardo da Vinci, encontrado no século XIX. 

A novidade na última ceia de Olivar Cunha é seu autorretrato e o retrato de Fernando Canto, um dos mais fecundos escritores amapaenses, contista, ensaísta e compositor. Como presidente da Academia Amapaense de Letras (AAL), ele se empenhou, junto aos atuais governador do Amapá, Clécio Luís, e prefeito de Macapá, Antônio Furlan, em conseguir um prédio, ou um terreno, no centro de Macapá, para sediar a AAL. 

Com o desencarne de Fernando Canto, ontem, assume a presidência da AAL o vice, professor e ex-senador Paulo Guerra, que deverá continuar o trabalho de Fernando Canto no sentido de conseguir um prédio próprio para a academia e até, como é o caso da Academia Brasileira de Letras (ABL), alugar parte do prédio-sede, para não depender do poder público. 

A Academia Amapaense de Letras é o órgão máximo da cultura amapaense, a guardiã da nossa identidade, razão pela qual deve receber a devida atenção por parte do poder público, a fim de realizar seu trabalho de promover a cultura tucuju. Um povo sem cultura, sem identidade, não tem rumo.

Com uma Academia de Letras fortalecida, a exploração cuidadosa da Margem Equatorial e a defesa incondicional da democracia, não a “relativa”, mas a sem mordaça e sem corrupção, o Amapá será um dos estados mais prósperos do país.

Agora

Fernando Canto apóstolo. Este grafite sobre tela, Última Ceia,
é uma recriação do grande pintor amapaense Olivar Cunha, do
óleo sobre madeira do pintor renascentista espanhol 
Vicente
Juan Masip, mais conhecido como Juan de Juanes. Trata-se
da passagem em que Jesus institui a Eucaristia, no Novo
Testamento. Nela, Cristo aparece rodeado por seus discípulos, 
Na recriação de Olivar Cunha, o pintor coloca Fernando Canto
pronto para receber a hóstia de Jesus Cristo (aqui, em detalhe)  

RAY CUNHA

Sinto, agora, mais intenso ainda, perfume de jasmineiros

Chorando nas tórridas madrugadas de Macapá

Chanel 5, o mar, azul sangrando.

A eternidade se aproxima

Vertiginosa como a Terra girando

Profunda como o mistério de mulher nua

Como galgar o Pico da Neblina

Morar no Hilton Internacional Belém

Viver em Copacabana.

Agora compreendo, claramente,

Só há éter, energia, vibração, sintonia,

Nem matéria, nem tempo, existe 

A vida é abismo interminável, e ascendente,

É como cair para cima

Cheiro de púbis de virgem ruiva, sabor de gozo,

Como se eu engravidasse de rosas vermelhas.

É permanente, agora, a sensação de autografar livros

De bater papo com Fernando Canto

Sobre telas de Olivar Cunha

Flutuando numa garrafa de Dom Pérignon, safra de 1954,

Neste 7 de agosto, como em todos os anos


Do livro DE TÃO AZUL SANGRA

terça-feira, 29 de outubro de 2024

Por que existimos, Fernando Canto, senão para amar? Deixaste os jasmineiros chorando

Ray Cunha e Fernando Canto no Aeroporto de Brasília
Juscelino Kubitschek (Foto de Sônia Canto - 2024)

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 29 DE OUTUBRO DE 2024 – Fernando Canto e eu nascemos em 1954. Ele, em 29 de maio; eu, em 7 de agosto. Ele sempre esteve à minha frente. Nossas famílias são oriundas do Baixo Amazonas, no Pará, a dele, de Óbidos, onde nasceu, e a minha, de Belterra. Ele foi criança para Macapá e eu nasci lá. Conhecemo-nos aos 14 anos, quando minha família foi morar no Morro do Sapo, sub-bairro do Laguinho, em uma casa a alguns metros da casa do Fernando. 

Na época, 1968, por aí, o Fernando, guitarrista e bastante afinado, já frequentava o meio musical, e eu frequentava a casa do poeta Isnard Brandão Lima Filho e me infiltrava nas rodas do pintor Olivar Cunha, dois anos mais velho do que nós, e pelejava em alguns poemas e crônicas. Acho que o Fernando também. 

Em 1971, publiquei, juntamente com os poetas Joy Edson (José Edson dos Santos) e José Montoril, o livro de poemas XARDA MISTURADA. O livro, exceto pelos poemas do Joy Edson, é apenas uma coletânea de poemas adolescentes, de descobertas, mas tínhamos, todos, 17 anos, e isso foi uma coisa histórica em Macapá. 

No começo do ano seguinte, ainda com 17 anos, peguei o rio e a estrada, e minha cota de XARDA MISTURADA, e fui parar no Rio de Janeiro. O Fernando Canto foi para Belo Horizonte e frequentou os meios musicais de lá, o pessoal que estava fazendo música. 

Em 1975, fui conhecer a família do meu pai, em Manaus, e lá comecei a trabalhar como jornalista, até 1977/1978, quando fui para Belém e comecei a trabalhar em O Liberal. O Olivar Cunha estava morando em Belém, assim como o Isnard e o Fernando, que cursava Ciências Sociais na Universidade Federal do Pará. 

Nessa época, o Fernando e eu bebemos bastante e batemos muito papo. Acho que o melhor conto do Fernando é ambientado nessa época, Os Tempos Insanos, que eu chamo de My Friend Mundico. 

Voltei para a estrada. Andei para lá e para cá, até 1982, quando minha inquietação baixou, acho que devido ao cansaço. Tinha interrompido meus estudos no quarto ano ginasial, o equivalente ao oitavo ano do ensino fundamental. Fiz o supletivo do então primeiro grau e passei, o supletivo do segundo grau, passei, o vestibular para Jornalismo na Universidade Federal do Pará e passei. 

O Fernando tinha se formado e ido para Macapá. Quanto a mim, graduei-me em 1987 e caí fora de Belém. Ia para o Rio, mas parei em Brasília para um papo com o jornalista Walmir Botelho, que me convenceu a ficar em Brasília, onde me encontro até hoje. 

Só que em 1996, a convite do Walmir, que era, então, diretor de redação de O Liberal, fui para Belém, trabalhar como repórter no jornal, e encontrei com o Fernando, que assumira o Núcleo de Arte da Universidade Federal do Pará e se tornara contista premiado. 

Em 1998, retornei para Brasília. O Fernando foi para Macapá, para ajudar na instalação da Universidade Federal do Amapá. Já era, então, o mais conhecido escritor amapaense. Compositor talentoso, fundara, em 1975, a mais famosa banda do Amapá, o Grupo Pilão, e foi presidente da Universidade de Samba Boêmios do Laguinho. Ainda nos anos 1980, começou a publicar livros de poemas, crônicas e artigos. A academia coroou seu trabalho. 

Escreveu, como tese de mestrado e de doutorado, as duas obras de maior fôlego sobre o Amapá: Fortaleza de São José de Macapá – Vertentes discursivas e as cartas dos construtores e Literatura das pedras – A Fortaleza de São José de Macapá como locus das identidades amapaenses. Em 2022, assumiu a presidência da Academia Amapaense de Letras (AAL). 

Aqui e ali vou a Macapá, onde sempre tive encontro marcado com Fernando Canto. Não consigo imaginar Macapá sem ele. Uma das vezes que estive lá, de 11 a 16 de janeiro de 2022, foi uma grande farra. O Fernando e eu estivemos juntos quase o tempo todo, vagabundando por toda a orla, até o Curiaú, e parando em restaurantes e bares da cidade. Na companhia do Fernando sinto a velha sensação de aventura, de novas possibilidades, de coisa nova. 

A realidade é infinita como a própria vida. Cada qual tem a sua própria realidade, assim como cada circunstância e cada local e horário têm realidade específica, de modo que a realidade é um labirinto infinito em sucessão e variação. A sensação de que só há uma realidade é que só nos encontramos em um determinado ponto desse labirinto e em determinado momento, de modo que aquele ponto e aquele momento criam a ilusão de que só há aquela realidade. 

De certa forma, isso se parece com a observação do filósofo espanhol José Ortega y Gasset (1883-1955), de que só é possível chegar ao entendimento ao superar as próprias circunstâncias, que estão, por sua vez, em permanente processo de mudança: “O homem é o homem e a sua circunstância”. Acho que, em suma, esta foi a conversa que tive com Fernando Canto, durante os quatro dias em que estive em Macapá, ora a bordo do carrão tipo James Bond do Fernando, ora em bares, ora ao telefone. 

Fui à Macapá para ver minha irmã Linda, mas, confesso, fiquei mais com o Fernando Canto. É que sempre tivemos muita coisa para conversar. Coisas que nunca terminam. O Fernando é meu amigo com quem viajo mais fundo, pois conversamos sobre tudo. Batemos muito papo durante esses poucos dias, aproveitando bastante o tempo. 

O Fernando me disse, então, que estava às voltas com seu romance. Vinha tentando escrever esse romance já há algum tempo. O problema é que ele ainda não havia encontrado a técnica certa para avançar. Estava escrevendo o livro linearmente. Aconselhei-o a não se preocupar com a linearidade, ir escrevendo os capítulos sempre que surgisse um gancho e só depois que sentisse que havia escrito tudo o que precisava escrever é que ordenaria os capítulos. Ele respirou aliviado. Os originais do que ele escreveu deve estar na biblioteca dele. Assim como sua pinacoteca. Na sua casa, há o maior acervo de trabalhos de Olivar Cunha. 

Eu me sinto personagem de ficção do Fernando, o Mundico dos Tempos Insanos, conto publicado inicialmente no livro O Bálsamo e Outros Contos Insanos, pela Editora da Universidade Federal do Pará, em 1995. 

My friend Mundico 

“Como vai, seu puto? Espero encontrar você como sempre, lúcido e saudável. Eu estou indo, me arrastando neste vale de adrenalina, sempre pensando na morte, nas coisas que deixei de fazer e querendo-e-não-querendo me matar. É que os acontecimentos às vezes me induzem a esse desatino. 

“Mesmo sem tempo para escrever e meio surdo pelo barulho vindo lá de fora, hoje, enfim, resolvi iniciar esta e lhe contar o que está acontecendo, talvez como registro deste tempo insano. Olha, é difícil para mim falar de tantas agruras num lugar onde tudo é inopinado, como lâmina a se movimentar no escuro e a cortar meu coração cheio de saudade. Uma coisa, entretanto, posso garantir: o velho coração é duro para com as coisas duras. Eu aprendi a domá-lo e a dosar seu líquido nas circunstâncias mais terríveis, graças aquilo de que sempre debochavas. O coração ganha forças misteriosas quando é tempo da Grande Reverência, do ajoelhar contrito do nosso sofrido povo. É que por aqui os dias passam como se andássemos de mãos atadas em uma estrada cheia de buracos, sob os olhares vigilantes de rottweilers. 

“Lembra-se do Círio, my friend? Da procissão que sacaneavas imitando o barulho de foguetes subindo e explodindo? Ah, vê-lo e participar do seu clima são as únicas alegrias que tenho e que me comovem, pois é indizível o fervor e a fé quando a Santa passa no seu andor iluminado. Faço minhas preces e comungo das aspirações do povo, mas não sou mais um sentimental. Hoje isso é luxo, coisa do passado. O que existe mesmo é um grande sentimento de ira coletiva escamoteada por todos. Um dia falarei a você sobre essas coisas. 

“Mundico, como o Círio mudou! E nós com ele. Pudera! O tempo passa e a gente só espera o fim da vida – o último objetivo racional e grande referência da existência.” 

Comentário: Para o personagem narrador tempos insanos quer dizer tempos de desencanto, de cansaço. De muito esforço para obter pouca coisa. Talvez o narrador sinta saudade do Mundico, pois quando os dois se encontram há sempre bebida, comida e papo interminável, ou seja, o prazer de descobertas infinitas. 

Falar nisso, voltei a comentar com o Fernando, no nosso último encontro, que namorei sua irmã, a Savina, por pouco tempo. Já havia comentado isso com ele, mas ele havia esquecido. Talvez tenha sido bom a Savina e eu não termos namorado por muito tempo, pois, assim, só houve tempo para sentirmos o perfume das flores na brisa do Trópico Úmido. Só houve suavidade no nosso relacionamento. Não houve tempo para mais nada, pois logo sumi no meu labirinto, e ela, como os beija-flores, continuou seu voo, atraída pelos jasmineiros e as orquídeas. 

“Mund, parece que estou vendo a tua cara irônica, cheia de deboche. Mas, porra, eu creio na pós-vida, principalmente depois das notícias sobre as últimas descobertas científicas que aqui chegam para mim clandestinas. Elas vêm para dirimir minhas dúvidas e proporcionar algumas certezas, tirar meus pensamentos doentios de suicídio. Ora, como qualquer imbecil que crê, procuro umas mil respostas para poucas perguntas quase nunca formuladas – Oh, drama da existência.” 

O narrador é um personagem de ficção, é claro, e os personagens de ficção, especialmente o narrador, mantêm sempre alguma intimidade com o criador, de modo que se o narrador dos Tempos Insanos influenciou o Fernando, notei, no nosso último encontro, que o Fernando cada vez mais entende o que é a vida, que a vida é infinita, que a matéria é o estado mais primitivo da vida e que há vários planos, portais, cada vez mais sutis. Acho que já disse isso, mas gostei de repetir. 

“Já é tarde, my friend. Não posso garantir que esta carta chegue em suas mãos, mas, amanhã, eu prometo. Prometo: continuarei a lhe”.

E o conto continua. É longo. 

Hoje à tarde, Macapá esteve imersa no perfume dos jasmineiros chorando, e ficará assim para sempre. Fernando Canto foi para o Azul, o Éter. Talvez, a estas horas, esteja batendo papo com outros escritores no Quartinho da Casa Amarela. Ele já sabia que a verdadeira vida se passa em um plano mais sutil do que o da matéria, e já sabia voar na luz. 

Nossa passagem aqui neste planeta é fugaz. Recebemos uma roupa espacial apropriada para suportar a atmosfera terráquea durante certo tempo, até que a roupa sofra um defeito. Nada é por acaso. Tudo tem seu tempo. Voltamos em outra roupa, até que o espírito, que é o verdadeiro eu, se ilumina, isto é, compreende o que é a verdadeira vida, e ascensione. Aqui, só aprendemos a amar. 

Acredito, querido, que cumpriste bem tua missão, pois o que fizeste senão amar?

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Caminhada pelo melhor bairro de Brasília

Ray Cunha observa o mundo na janela do seu quarto

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 25 DE OUTUBRO DE 2024 – Criado em 10 de julho de 1989, o Sudoeste é parte de um projeto idealizado pelo urbanista Lúcio Costa, que o chamou de Brasília Revisitada. Em 1993, surgiram os primeiros prédios residenciais e comerciais. Separado do Parque da Cidade pela Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig), ao sul, ao norte fica a via Eixo Monumental, a fuselagem do avião de Oscar Niemeyer, ou Plano Piloto, centro de Brasília, que é a mesma coisa que Distrito Federal. Ao leste, o bairro faz divisa com o Setor de Indústrias Gráficas (SIG), e a oeste ficam os bairros do Cruzeiro Velho, Cruzeiro Novo e Octogonal. Em 2018, o Sudoeste já era um dos metros quadrados mais caros do país. 

Comecei a frequentar o bairro na virada do século. Havia um restaurante paraense na Quadra 302 e eu, minha esposa, Josiane, e minha princesinha, Iasmim, íamos lá comer unha de caranguejo, vatapá e maniçoba, e tomar tacacá. Depois, a Associação da Seicho-No-Ie local saiu do Cruzeiro e passou a funcionar na Quadra 103 do Sudoeste. 

A última vez que vi o poeta Heitor Andrade, pouco antes de morrer, em 2017, ele estava morando na Editora Thesaurus, no Setor Gráfico. Fomos andando, naquela tarde, até a Pães e Vinhos, uma cafeteria na Quadra 103, a menos de um quilômetro da Thesaurus. Comemos pão torrado com manteiga e café com leite, e conversamos, como sempre, sobre tudo. 

A Pães e Vinhos é padaria, confeitaria, café e restaurante. Muito agradável. Vive lotada. Outro dia fiz uma coisa que havia parado de fazer. Jantei lá, com minha gata, e tomei algumas Cerpinhas enevoadas. 

O Sudoeste é o melhor bairro de Brasília. É óbvio que se trata, aqui, de uma opinião. Para muita gente haverá de ser o Lago Sul. Mas considero o Sudoeste porque, em primeiro lugar, a Avenida Comercial do bairro é o maior aglomerado de restaurantes e cafés de Brasília. Não tem livraria, é verdade, mas há uma loja da Leitura no Terraço Shopping, na Octogonal, sub-bairro no quintal do Sudoeste. 

A Avenida Comercial conta com supermercado e farmácia 24 horas, e, é claro, café também. Até certa hora da noite há todo tipo de comida. De todos os restaurantes que já frequentei no bairro gosto especialmente de dois. Um deles é self service, a Choparia Sudoeste, no Bloco C da 101 Sul. A comida de lá é uma delícia. Rabada divina e feijoada para chef francês comer ajoelhado. Outro restaurante muito bom é o Buteko da 101, no Bloco A da Quadra 101. Picanha de primeira categoria. Gosto bem-passada. Com fritas. 

Costumo caminhar no Parque da Cidade, ao lado de onde moro, mas, às vezes, caminho no próprio Sudoeste. A Avenida Comercial é a principal via do bairro, composta de cinco superquadras de um lado e cinco do outro. São quadras comerciais e residenciais. Os prédios nas quadras comerciais são de dois andares e nas quadras residenciais, de seis andares. 

O bairro é bem urbanizado, tranquilo e perto de tudo. Pode-se pegar ônibus circulares na Avenida Comercial ou de ligação na Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig), e uber, rapidamente. De uber, ou de ônibus, chegamos ao Setor Comercial Sul (SCS), coração de Brasília, ou ao shopping Pátio Brasil, em 10 minutos. Gosto de ir a cinema do Pátio Brasil, porque fica perto de casa, embora os cinemas de lá precisem de reforma, pois as cadeiras são velhas e já ficaram um pouco desconfortáveis. 

Saindo do Pátio Brasil, do outro lado da Avenida W3 Sul, fica o Setor Comercial Sul. Nas minhas caminhadas rotineiras atravesso o Parque da Cidade até o Setor Comercial Sul, onde paro, às vezes, no Sebo do Ed, passo pela frente do Conic, um aglomerado de arranha-céus ao lado do SCS, sigo até o Conjunto Nacional, o primeiro shopping de Brasília e segundo do Brasil, e, de lá, para a Rodoviária do Plano Piloto, e retorno de ônibus para casa. 

Em 4 de outubro de 1974, em plena fase on the road, em Buenos Aires, escrevi o poema NOITE HORRÍVEL, publicado no livro SOB O CÉU NAS NUVENS. Esse poema revela o horror de uma noite estrangeira, sem amanhã. Mas é encerrado com a sensação de conforto do nosso quarto. O Sudoeste é como meu quarto na cidade feérica. 

Noite que não mais termina

Nesta estação aeroviária

Noite que apenas começou

E que não mais termina

Para um aventureiro enveredado na solidão

Inconfortado e sozinho

Revelando sua gana de escrever suas amarguras

Noite miserável rastejando devagar como lesma

Esta noite que não mais termina

Assustará nas noites de recordação

Fazendo estremecer com seu mais leve cheiro

Noite cheirando a prisão desconhecida

Que paralisa os nervos dos forasteiros ao desabrigo

Ar que fulmina

Com seu bafo gelado

Na solidão de uma chegada

Frio que não deixa sossegar.

Eis porque estou cansado e quero o aconchego de um lar

O amor de uma mulher

Ou uma poesia qualquer

Não mais essas noites.

Acho que a incerteza achei numa noite estranha

Agora sou cético

Acredito num prato de sopa

Feito por minha mãe

Não nessas sopas regadas de favores

Aprendi a ser feliz onde moram os que me dizem respeito

Aprendi, mas aprendi por aí

Onde o mar é salgado

O frio gelado

E a solidão mais forte

Quando se é fraco

Aprendi a ser feliz dando uma volta em meu quarto

Meu quarto é minha casa

Meu quarto é um desejo sem conter-se... 

Tenho ambientado alguns trabalhos meus no Sudoeste. Por exemplo, o início desta crônica foi retirado do romance O CLUBE DOS ONIPOTENTES, mas um dos trabalhos que mais me remete ao bairro é meu conto A REDE, do livro TRÓPICO, e que transcrevo a seguir. 

DURANTE O DIA, a umidade relativa do ar caía para 11% e a sensação térmica ficava acima de 40 graus centígrados; agora, no início daquela madrugada de domingo, a temperatura estava bastante agradável no Fran’s Café, aberto 24 horas por dia, na Quadra 302, Bloco C, Edifício Athenas, no Sudoeste, bairro de Brasília. O jornalista consultou sua caderneta Tilibra, tipo Moleskine. Estivera em algumas cidades no interior de Goiás, hospedara-se durante alguns dias nos hotéis Ita e Rio Roxo, em Goiânia, e passara uma semana no Melita Brasil 7. A jovem com quem se encontraria dali a pouco era o elo que faltava para concluir a reportagem. Pensava nisso quando seu telefone celular emitiu os primeiros acordes de Para Elisa, de Ludwig van Beethoven. Era ela. Pagou o espresso que tomara e seguiu para um prédio distante cerca de 200 metros dali. Disse ao porteiro aonde ia. Subiu pelo elevador e desceu no primeiro andar. Ela trajava uma camisola vermelha, tinha quadris largos e seios empinados, pele rosada, olhos verdes como duas grandes esmeraldas e lábios que lembravam os de Alinne Moraes. Parecia medir 1,60 metro e pesar 55 quilos. 

– Você quer café? – ela perguntou ao jornalista, que se sentara em uma poltrona. 

– Acabei de tomar um espresso – ele respondeu, tirando da bolsa um pequeno gravador. 

A jovem havia se sentado à frente dele e cruzado as pernas. 

“É linda demais” – pensou o jornalista. 

Era em torno de 8 horas quando ele deixou o apartamento. O porteiro olhou-o com inveja. Caminhou até o Fran’s e pediu café com leite e uma baguete tostada com manteiga. Na entrada da confeitaria Pão de Ouro havia uma dupla de mendigos. Passou por eles, desejando-lhes boa sorte. O carro, um Gol vermelho, estava estacionado próximo de dois containers. Centenas de pombos fervilhavam ali; havia até um carcará, que bicava alguma coisa presa em uma de suas garras. Quando pôs o carro para funcionar os ratos de asas pararam um segundo e logo voltaram a fervilhar, como formigueiro assanhado. Reinaldo pôs o carro em marcha e minutos depois entrou no Eixo Monumental. Passou defronte à Câmara Legislativa, “o albergue dos parasitas”, e logo alcançou a Esplanada dos Ministérios, com as bacias do Congresso Nacional destacando-se ao fundo. Estacionou na Rodoviária do Plano Piloto e se dirigiu à banca de revistas. Comprou a revista Veja e o jornal O Globo. Pegou o carro e se dirigiu rumo à ponte Juscelino Kubitschek e cruzou o Lago Paranoá. “O sol já está a ponto de matar europeu sem protetor solar e chapéu” – pensou. “A bacanal de alguns príncipes do Congresso Nacional, empresários, diplomatas e turistas libidinosos vindos do frio vai sofrer um abalo, a partir de quarta-feira, quando o Observador de Brasília chegar às bancas. Brasília vai pegar fogo.” 

Só prestou atenção à moto quando ela já estava ao lado da sua janela. O carona disparou duas vezes. O carro entrou no cerrado e parou logo adiante. O que atirou correu até lá, pegou a bolsa do jornalista e deu mais dois tiros na cabeça dele.

Vistos ao longe, o comércio e as casas do Lago Sul dormiam, indiferentes, ao sol.

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Como vai o coração do presidente Lula da Silva?

Segundo Chaline Grazik, Lula fará uma longa viagem 

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 21 DE OUTUBRO DE 2024 – O coração, na Medicina Tradicional Chinesa (sou formado em MTC), é a morada da mente, o órgão das emoções, da psique. Para os chineses, o coração é a morada do shen, ou seja, espírito, alma. Trata-se de uma espécie de cérebro metafísico, que contempla os sentimentos, desejos, a imaginação, o intelecto e a memória. O cérebro propriamente dito é um chip com os comandos para administrar o funcionamento do corpo, que é uma roupa espacial. 

O coração é ligado a todo o corpo por meios de meridianos que conduzem a energia Qi, que, por sua vez, conduz o sangue. A energia Qi tem duas polaridades, Yin e Yang. Quando essas polaridades estão em desequilíbrio surge a doença. 

O coração está vinculado ao elemento fogo e sua emoção mais característica é a alegria, razão pela qual as doenças cardiovasculares serem responsáveis por 400 mil óbitos por ano, no Brasil, segundo a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp). A causa: desequilíbrio emocional. 

Quando a pessoa se sente triste, deprimida ou apática, sua energia cai e surgem doenças oportunistas. Quando há equilíbrio emocional, tanto o sistema endocrinológico quanto o sistema nervoso estão hamônicos. 

A garganta está vinculada ao coração, que se manifesta pela língua, passando pela garganta. É assim que verbalizamos o que pensamos. Quando mentimos muito é inevitável inflamação na garganta, inclusive câncer, e a voz sai em falsete, aguda, rouca. Ou pode-se perder a voz. Mas se falamos a verdade, e com sabedoria, a voz é serena e agradável. 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escorregou no banheiro do Palácio da Alvorada, sábado 19, razão pela qual cancelou sua viagem à Rússia, domingo 20, para participar da cúpula do Brics. Ele foi atendido na unidade de Brasília do Hospital Sírio-Libanês, onde recebeu cinco pontos na cabeça. 

O médico pessoal de Lula, Roberto Kalil Filho, que é cardiologista, disse à CNN que Lula sofreu traumatismo craniano na parte de trás da cabeça e sangramento na frente da cabeça. Que queda foi essa? Que emoção foi essa? 

Lula já teve câncer na laringe, anunciado em 27 de outubro de 2011. Submeteu-se a três sessões de quimioterapia e a 33 sessões de radioterapia no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e em 2013 ficou curado. Em 2022, Lula submeteu-se a uma cirurgia para remover uma leucoplasia na garganta, em local próximo ao tumor cancerígeno. 

No meu thriller político O CLUBE DOS ONIPOTENTES traço um perfil psicológico de Lula, mas, para defini-lo em poucas palavras, direi que ele sofre da síndrome de Pinóquio. Tem 78 anos, mas, segundo ele, conta com energia de 30 e tesão de 20. Assim, ainda ouviremos durante muito tempo sua voz rouca. Ou não? 

Chaline Grazik, A Vidente dos Famosos, previu o acidente com Lula, há quatro meses. “Ele vai ter alguma coisa referente à cabeça que vai levar ele a exames, vai ter um problema” – publicou. Agora, ela declarou que o homem vai passar por um vendaval de emoções que o levará a uma viagem bastante longa, e não é para a Rússia.

domingo, 20 de outubro de 2024

O dia mais importante do século 21: 5 de novembro de 2024 – eleições americanas

Era para o tiro estourar os miolos de Donald Trump,
mas ele moveu a cabeça e a bala só levou um pedaço
da sua orelha direita. O atirador recebeu todo tipo de
ajuda para exterminar o maior líder mundial da direita

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 20 DE OUTUBRO DE 2024 – O livro Marxismo: O ópio dos intelectoides latino-americanos, do ex-expião, escritor, psicanalista e acupunturista brasileiro Jorge Bessa, disseca o que é o comunismo, como o comunismo entrou no Brasil e o que é o Foro de São Paulo, e traça um perfil psicológico do presidente Lula da Silva. 

Ao fazer a revisão dos originais do livro tive o insight de utilizar suas informações em uma trama de ficção. Consultei o Bessa e ele avalizou minha ideia na hora. Foi assim que surgiu o thriller político O CLUBE DOS ONIPOTENTES, que terá sequência em 2025 e um terceiro e último volume em 2026. 

Assim, ambos os livros fazem um completo exame anatômico do comunismo. Como revisor do livro do Bessa e autor do trabalho de ficção, pude analisar a fundo essa ideologia política. Falando de forma prática, comunismo nada mais é do que a máfia mais bem sucedida do planeta. Apresentando-se com verniz político, trata-se apenas de negócios do crime organizado. 

O georgiano Josef Stalin fundou o comunismo em 1917, em São Petersburgo, teorizando-o com o livro O Capital, do alemão Karl Marx, um poeta que odiava e queria matar Deus e filósofo do operariado, sem nunca ter trabalhado como operário, nem como empresário, mas apenas como ensaísta, sempre bancado por alguém. 

Stalin afirmou para os russos, que viviam oprimidos pelo czarismo, que o espírito não existe, que existe apenas a matéria, que as religiões são apenas instituições opressoras, que a família é uma desgraça para a humanidade e que os operários chegariam ao poder e dominariam não somente a Rússia, como todo o planeta. Os caipiras russos caíram nessa e se lascaram. Stalin os escravizou e quando faltou comida mandou matar milhões deles. 

Mas por que ainda hoje há tanto jumento babando os ovos caquéticos de Stalin? É que ele, de inteligência diabólica, já enxergava o mundo como ele é, hoje. Assim, promoveu uma lavagem cerebral na mídia, nas universidades e na classe artística, passando a dominar as mentes. 

Nasci em 1954. Lembro-me que nos anos 1960, em Macapá/AP, uma cidade ribeirinha na boca do Rio Amazonas, eu já frequentava a roda de intelectuais e artistas da cidade. Naquela época, a lavagem cerebral promovida pelos comunistas estava no auge, pois Fidel Castro liderara uma revolução comunista no quintal dos Estados Unidos. A rapaziada idolatrava Fidel Castro, Che Guevara e todo tipo de assassino psicopata comunista. 

Em 1990, Fidel Castro e Lula da Silva criaram o Foro de São Paulo, que reúne ditadores, narcotraficantes, terroristas e comunistas em geral da Ibero-América, para tomarem de assalto o continente, especialmente o Brasil, a joia da coroa. 

De modo que o comunismo avança, não somente na América do Sul, como no mundo todo. Mas um acontecimento pode mudar tudo: as eleições para presidente da República dos Estados Unidos da América, em 5 de novembro, uma terça-feira. 

Atualmente, os Estados Unidos estão acéfalos, pois o presidente Joe Biden está demente e não concorrerá à reeleição. Pelos Democratas, partido dos comunistas americanos, concorrerá à presidência a atual vice-presidente, Kamala Harris, uma espécie de Dilma Rousseff americana; não consegue completar uma frase se não contar com teleprompter. Ela vai enfrentar o ex-presidente Donald Trump, do Partido Republicano. 

Os democratas estão destruindo os Estados Unidos, e o mundo. A esperança é que Trump assuma o comando e ponha ordem no planeta, como já fez uma vez. Se não o matarem, pois já tentaram três vezes nesta campanha e só não o mataram por um triz, um pouco parecido com o que ocorreu com o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. 

Recentemente, Trump recebeu apoio do homem mais rico e um dos cérebros mais privilegiados do planeta, Elon Musk, que domina as telecomunicações, internet e voos espaciais, e que conseguiu, recentemente, um feito histórico: fazer um foguete retornar à base, dando ré, como se diz. 

Parte da velha mídia americana é controlada por Israel, razão pela qual está, “inexplicavelmente”, apoiando Trump. Se não for assassinado e assumir, Trump, em troca, apoiará Israel para varrer do mapa o país que abriga mais terroristas no planeta: o Irã. É o que se diz. No Brasil, Trump concretizará o apoio que já acenou para Bolsonaro, que, sem ter praticado crime algum, foi tornado inelegível pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O outro lado da moeda é terror puro. Se matarem Trump ou ele não assumir a Presidência dos Estados Unidos os ditadores, terroristas e narcotraficantes estarão à solta, como os chefões brasileiros. Aí, salve-se quem puder.

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Flashs da Família Cunha

RAY CUNHA

Meus pais: João Raimundo Cunha e Marina Pereira Silva Cunha

Macapá/AP, 1954. Meus irmãos: Pedro, João, Lindomar, Olivar, Marina (minha mãe), Ray Cunha (no colo da mamãe), Francisco, Paulo (o mais alto) e Ismeraldina. Rosa Maria e Ricardo ainda não haviam nascido

Casa dos Cunha na Avenida Presidente Vargas, em
Macapá/AP: Klingerly e Márcio André (sobrinhos), Lindomar,
Marina, o grande pintor Olivar Cunha e Ismeraldina

Exposição de Olivar Cunha na Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB), seccional de Brasília/DF. O pintor,
Ray Cunha e Josiane Souza Moreira Cunha

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

A síndrome do extraterrestre de Spielberg. Marina Silva, volta, por favor, para o seringal

Marina Silva e Greta Thunberg: a Amazônia é brasileira?

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 17 DE OUTUBRO DE 2024 – Em 2002, cobri, pelo semanário DF Notícias, um evento de campanha de Lula da Silva, que disputava a Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Com apoio até do presidente que deixava o poder, Fernando Henrique Cardoso, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), Lula era imbatível, até porque seu discurso era o das clássicas mentiras da propaganda comunista, e o povo brasileiro era absolutamente crédulo, completamente cego. 

Lembro-me que me misturei à multidão que aclamava Lula. Em dado momento, ele se voltou diretamente para mim, em meio à multidão, e é como se eu entrasse nos olhos dele, e senti que ele estava completamente perdido. Mas perdido porque Lula jamais conseguiu avistar a luz. Sua vida é toda de escuridão. Contudo, ele enxerga muito bem na escuridão, perpetrando todo tipo de desgraça. 

Anos mais tarde, analisando outro caso, o de Marina Silva, classifiquei Lula com o que chamo de síndrome do ET de Spielberg. ET O Extraterrestre é um filme de 1982, do célebre cineasta americano Steven Spielberg. O personagem central da história é um ET, que, em uma visita que seus pais fazem à Terra acaba ficando para trás, e se empenha, o filme todo, em voltar ao seu planeta. 

Lula não é deste planeta, ou desta realidade, ou desta civilização, a humana. É um diabo que vive para atanazar os outros. E continuará fazendo isso, até partir para seu elemento, as trevas. 

Em outra ocasião, quando eu trabalhei como assessor de imprensa da Comissão de Meio-Ambiente da Câmara e Dilma Rousseff era ministra de Minas e Energia (2003- 2005), ela foi convidada a falar, na comissão, sobre o que vinha fazendo. Ou seja, nada. Ouvindo-a, descobri o que o jornalista Augusto Nunes chama de um neurônio. Ela só tem um neurônio. Nenhum outro para concretizar uma sinapse. Assim, ela divaga no absurdo. 

Mas quando se trata de banco ela é bam-bam-bam. Não é à toa que foi colocada na presidência do Banco dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), uma associação de países que visam à uma nova ordem mundial, pondo os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico-Norte (Otan) de joelhos. 

A China, que manda no Brics, está investindo trilhões de dólares na América do Sul. Como se trata de um regime totalitário, toda a economia da China pertence ao Estado. Essa é a estratégia do Partido Comunista chinês, a América do Sul é o que poderá restar de habitável após uma guerra nuclear. 

Outro olhar perdido que flagrei foi o de Marina Silva, quando foi ministra do Meio Ambiente, de 2003 a 2008. Eu trabalhava, então, como repórter do antigo portal ABC Politiko e cobria o Congresso Nacional e ministérios. Certa vez, estive, com outros jornalistas, no gabinete da ministra, um salão bastante confortável. Ela estava sentada em uma poltrona cercada por repórteres da velha mídia lhe fazendo mesuras, quase beijando seus pés. 

Naquele momento tive mais um desses transes que venho experimentando ao longo da minha vida, um insight. Vi-a ali, no meio daquele batalhão de sabujos, lambendo-a, perdida como o ET de Spielberg. Seu planeta nunca foram os salões do poder em Brasília, mas o seringal. 

Para permanecer no poder, Marina Silva decorou, de cor e salteado, a baboseira de que as potências hegemônicas acusam o Brasil, de destruir o meio-ambiente, ameaçando invadir a Amazônia, a cereja do bolo. Pregam que os brasileiros não devem tirar uma folha sequer na Hileia, que a Amazônia deve fazer sua independência como uma nação tupi soberana, sob a proteção das nações hegemônicas, porque a região é o pulmão do mundo, que pertence ao mundo e outras merdas.

É o mesmo discurso alienado da ativista ambiental Greta Thunberg, da qual Marina Silva é fã de carteirinha. Incensada pela mídia comunista, Greta prega o fim da raça humana, para que a natureza não seja conspurcada no planeta, como se a raça humana não fizesse parte da natureza. E depois ela não entende que a Terra é um planeta cármico. Mas isso é outra história.

Mas há um lado prático nessa história. Todo mundo leva o seu. As potências hegemônicas, e Brasília, enchem a burra de ONGs, que explicam aos cabocos que estão lá para os protegerem, quando, na verdade, estão lá para enfiar a mandioca na indiarada, até o toco. 

Os colonos portugueses compreendiam bastante de geopolítica e assim legaram a nós, brasileiros, o país potencialmente mais rico do planeta, tendo, como a cereja do bolo, a Amazônia. Não foi fácil garantir o território brasileiro. Mas desde 1985, até hoje, com exceção do governo Bolsonaro (2019-2022), os governos abandonaram a Amazônia e as Forças Armadas, sempre presente na Amazônia. O grande investimento do atual governo na região é a verborragia adestrada de Marina Silva. 

O submarino nuclear brasileiro começou a ser projetado em 1976 e estimam que fique pronto em 2033. Hoje, os foguetes de Elon Musk já dão até ré. Não temos bomba atômica, nem força de dissuasão. O Brasil viveu durante muito tempo em berço esplêndido, pois os países da América do Sul não têm capacidade de invadir o território brasileiro. Mas, agora, a China já pôs as garras do dragão na Ibero-América. Pior, o terror internacional, abrigado no Irã, também está se assanhando. 

E nós estamos cada vez mais amordaçados, manietados, batendo palmas para China, Venezuela e Cuba, e rosnando para Israel e Estados Unidos. Do jeito que as coisas vão a Amazônia acabará voltando a ser um seringal, mas não nosso, e, sim, da China. Isso se a ONU não se antecipar e declarar a Hileia uma colônia das nações hegemônicas, e dividirem-na irmãmente, como fazem, até agora, com a Antarctica.

Todos que queiram saber o que a Amazônia realmente é, leiam, deste jornalista e escritor, natural de Macapá, no estado do Amapá e na Amazônia Atlântica, o romance ensaístico JAMBU, à venda no Clube de Autores, na amazon.com.br e na amazon.com

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Segundo o deputado Gustavo Gayer o governo prepara lista de extermínio político de Bolsonaro

O CLUBE DOS ONIPOTENTES põe a nu o atual momento político

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 16 DE OUTUBRO DE 2024 – O deputado Gustavo Gayer (PL/GO), uma das vozes mais tonitruantes da direita, afirma, em vídeo, que o governo está preparando uma “lista de extermínio” dos apoiadores do líder dos conservadores, o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. No vídeo, Gayer faz uma comparação do método utilizado pelos hutus no genocídio que houve na Ruanda, África, em 1994, quando, em 100 dias, foram massacradas 800 mil pessoas. Os hutus usaram também uma lista. 

Em Ruanda, os hutus eram 85% da população, mas os tutsis, apesar de minoria, estavam no poder há bastante tempo, até 1959, quando os hutus derrubaram a monarquia tutsi e dezenas de milhares de tutsis refugiaram-se em países vizinhos. Em 1990, um grupo de exilados fundou a Frente Patriótica Ruandesa (RPF) e invadiu Ruanda, iniciando uma guerra civil que durou até 1993, quando um acordo de paz foi estabelecido. 

Em 6 de abril de 1994, um avião que transportava os presidentes de Ruanda, Juvenal Habyarimana, e do Burundi, Cyprien Ntaryamira, ambos hutus, foi derrubado. Nunca se descobriu quem derrubou o avião, mas os hutus culparam os tutsis, que, na verdade, não tinham o menor interesse nisso, e começaram um plano de limpeza étnica. Promoveram um censo e levantaram toda a comunidade tutsi com endereços e entregaram as listas a milícias. 

Assim, cerca de 800 mil tutsis foram caçados e mortos; muitos foram mortos a facão pelos seus vizinhos. Cerca de 200 mil mulheres foram estupradas antes de serem mortas, mas milhares delas foram mantidas como escravas sexuais. A Organização das Nações Unidas (ONU) não fez nada. E podia fazer, se quisesse. 

Durante todo o massacre, os hutus fizeram uma ampla campanha de ódio contra os tutsis, exortando as pessoas a “eliminar as baratas”. Os nomes tutsis a serem mortos eram lidos no rádio, para que as milícias ou vizinhos os matassem. 

Nessas alturas, a RPF reorganizou-se e, em 4 de julho daquele ano, apoiada pelo exército de Uganda, marchou para a capital, Kigali. Acuados e temendo vingança cerca de dois milhões de hutus fugiram para a República Democrática do Congo, na época, Zaire. O conflito passou para a República Democrática do Congo, com a morte de cinco milhões de pessoas. 

Após o genocídio, quase dois milhões de pessoas foram julgadas em Ruanda e em um tribunal da ONU, na vizinha Tanzânia. 

Mas o que isso tem a ver com o Brasil? A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que as redes sociais Instagram, LinkedIn, TikTok, Facebook, Twitter e YouTube enviassem uma lista, completa, com os nomes e informações dos seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Para que? 

– Se você for somar todos os seguidores do presidente Bolsonaro nas redes sociais nós estamos falando de mais de 40 milhões de pessoas. Eles estão preparando uma lista de extermínio aparentemente. Será que estamos prestes a enfrentar uma nova Ruanda? – pergunta Gayer, referindo-se a um extermínio político do bolsonarismo. – O próximo passo é paredão, com um bom fuzil, uma boa bala e uma boa cova – comenta, referindo-se ao método utilizado pelos ditadores da América Latina. 

Gustavo Gayer adverte que a PGR requer também a “integralidade das postagens” de Bolsonaro sobre “eleições, urnas eletrônicas, Tribunal Superior Eleitoral, Supremo Tribunal Federal, Forças Armadas e fotos e/ou vídeos com essas temáticas, a quantidade de visualizações, curtidas, compartilhamentos, repostagens, comentários e demais métricas aferíveis”. 

A solicitação, assinada pelo subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, objetiva apurar mais detalhes sobre o 8 de Janeiro, que tem como relator, no Supremo, o ministro Alexandre de Moraes.

Mas para que serviria essa nova lista? A lista de perseguidos políticos no Brasil já tem um morto, mais de mil presos e dezenas de exilados, entre políticos, jornalistas, blogueiros e até donas de casa que acreditam em Papai Noel, e as penas são de pelo menos 15 anos de cadeia. 

O estranho é que cada vez mais bandidos notórios e perigosíssimos voltam para as ruas pela porta da frente. Enquanto isso, o presidente Lula da Silva quer comprar vários aviões, grandes e modernos, para ele e sua trupe baterem perna, enquanto o país resvala para um abismo financeiro. 

Comenta-se, à boca de siri, que tudo isso é bancado pela Direita norte-americana, os Democratas, agora comandados por Kamala Harris, uma espécie de Dilma Rousseff americana.

Leia deste jornalista e escritor o thriller O CLUBE DOS ONIPOTENTES

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Estudantes amapaenses não leem escritores amapaenses. Preferem os do Rio e São Paulo

O thriller histórico A IDENTIDADE CARIOCA, edição do Clube de Autores

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 14 DE OUTUBRO DE 2024 – Estudantes amapaenses não leem autores amapaenses por três razões: não os conhecem, pois os professores de literatura das escolas, universidades e faculdades locais pouco conhecem da literatura local. Podem até saber muito de literatura e escritores, mas norte-americanos e brasileiros do Sudeste, precisamente porque americanos, cariocas e paulistanos são bons de marketing, bons vendedores da sua literatura. É preciso frequentar o clube do confete ou ser comunista para não encalhar. Escritores conservadores são apagados do mapa. 

A segunda razão é o seguinte: sempre há quem tenha curiosidade e disposição de ler alguma coisa dos escritores do Amapá. Sei, por exemplo, que o poeta e contista Fernando Canto já vendeu mil exemplares em uma noite de autógrafos. Isso é um fenômeno, mesmo no Rio ou São Paulo. Mas ele é o escritor mais conhecido do Amapá, muito à frente dos demais, em termos de reconhecimento. Só que quando alguém procura alguma coisa da literatura amapaense não encontra porra nenhuma em livraria alguma. 

Aí, tem o seguinte: livros há à venda. Eu, por exemplo, tenho dezenas de títulos de romances, livros de contos e de poemas à venda, em qualquer cidade do mundo, nas livrarias do Clube de Autores, da amazon.com.br, em sebos virtuais etc., mas o amapaense não tem o costume, às vezes nem sabe que existe, a compra de livro on line, para receber o volume em casa, pelos Correios. 

A terceira razão é que existe muito mais literatura daquelas que a gente não larga até acabar o livro entre escritores americanos, europeus, japoneses e sudestinos (Rio e São Paulo). 

Haveria uma quarta razão das vendas de livros de escritores amapaenses serem tão fracas: a divulgação da produção local é precária. Os jornais impressos não contam com críticos literários e há intelectuais comunistas que se o escritor for de direita – pode ser até Mario Vargas Llosa –, ignoram. 

Quanto a mim, sou caboco de Macapá/AP e grande parte dos meus romances e contos é ambientada na Amazônia, especialmente nas grandes cidades da Amazônia. Tenho livros na Biblioteca Pública Alcy Lacerda, de Macapá, e, desconfio, na Biblioteca da Universidade Federal do Amapá (Unifap), e sou sócio correspondente da Academia Amapaense de Letras (AAL), mas pode haver o festival literário que houver em Macapá que não aparece um livro meu. 

Em parte compreendo isso. Desde 1985 que a esquerda domina absoluta o mercado cultural brasileiro, e sou conservador. Também minha literatura tem muito sexo e violência, e tem um clube de coroinhas e carolas em Macapá que prefere o diabo a mim. 

Assim, surpreendi-me com a tese de doutorado “A Literaturado do Amapá”, do professor-adjunto do Curso de Letras da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), Francesco Marino, com 553 páginas, apresentada em 2022, sob orientação do professor Aparecido Donizete Rossi, apresentada na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Faculdade de Ciências e Letras, Campus de Araraquara/SP. 

O que diz Francesco Marino sobre o meu trabalho: “Raimundo Pereira Cunha é o nome completo de Ray Cunha, nom-de-plume, que, na entrevista a Aldemyr Feio, se apresenta assim: Nasci em Macapá, na margem esquerda do estuário do rio Amazonas, e cortada pela Linha Imaginária do Equador, em 7 de agosto de 1954. Fui educado na Amazônia. Conheço a Hileia razoavelmente, por longa leitura e por ter estado lá. Vivo em Brasília por uma questão de mercado de trabalho. Aqui, consigo oferecer à minha família razoável padrão de vida, sustentado pela minha profissão, jornalismo. Literatura, para mim, é minha missão pessoal. Embora morando em Brasília, a internet me permite ficar ligado o tempo todo à Amazônia. Tenho ligação íntima com Belém, um dos meus grandes amores, e, naturalmente, com Macapá. Quanto a Brasília, já somos velhos namorados. Brasília me deu duas mulheres fundamentais: minha esposa, e minha luz, Josiane, e uma flor, minha filha Iasmim (CUNHA, 2013, online). 

“Ray Cunha é escritor, jornalista, acupunturista, ou como ele se define no seu site, “terapeuta em Medicina Tradicional Chinesa” (CUNHA, 2013, online), viveu em Macapá até os dezessete anos, viajou para o Rio de Janeiro em 1972, voltou para Macapá e depois deslocou-se para Manaus-AM (1975-1977) e, em seguida, para Belém-PA (1977-1987), com uma breve passagem por Rio Branco-AC (1978-1979), e, enfim, desde 1987, em Brasília, cidade onde mora atualmente. 

“A sua produção literária espaça entre contos, romances, poemas, crônicas e a sua primeira publicação foi XARDA MISTURADA (1971), coletânea de poemas em conjunto com José Edson dos Santos e José Montoril; em seguida, publicou outro livro de poesia, intitulado SOB O CÉU NAS NUVENS (1982), e o terceiro e, por enquanto, último livro de poesia é DE TÃO AZUL SANGRA (2018), com poemas de cunho erótico. 

“As coletâneas dos contos começam com A GRANDE FARRA (1990) e continuam com A CAÇA (1996), TRÓPICO ÚMIDO – TRÊS CONTOS AMAZÔNICOS (2000), todos eles com a maioria dos contos ambientada na Amazônia, especialmente no Amapá, em Belém e no interior do Pará. Compôs também as coletâneas de contos O CASULO EXPOSTO (2008), com histórias ambientadas em Brasília, sobretudo no ambiente político; NA BOCA DO JACARÉ-AÇU – A AMAZÔNIA COMO ELA É (2013), contos ambientados na ilha do Marajó e na cidade de Belém-PA. 

“O primeiro romance lançado foi A CASA AMARELA (2003), apresentando Macapá dos anos de 1960, no começo da ditadura militar e os seus efeitos na capital do Amapá; HIENA e A CONFRARIA CABANAGEM, ambos de 2014, são thrillers político-policial com o detective que desvenda os casos, o primeiro é ambientado em Brasília e o segundo em Belém, este último com uma vertente ecológica; também FOGO NO CORAÇÃO (2016) faz parte dos thrillers policias e é ambientado em Brasília, mas no âmbito de um instituto de holística com acupuntura como fundo; com o romance JAMBU (2019) Ray Cunha voltou a ambientar o seu romance no Amapá, durante o Festival de Gastronomia do Pará e Amapá; nesse livro é retomada a questão amazônica. O último romance publicado é O CLUBE DOS ONIPOTENTES (2021) preconizando o assassinato do presidente e vice-presidente. O escritor também produziu crônicas, as quais estão publicadas no seu site e de outros escritores. 

“Entre as várias temáticas que os textos dele abordam, a Amazônia é um dos temas mais recorrentes, sendo retratada em vários contos e romances, sobretudo ambientando as narrativas no Amapá, especialmente na sua cidade natal, como A CASA AMARELA que é ambientada em Macapá, no período de 1960, em que narra fatos acontecidos durante a ditadura como o “engasga-engasga” ou a Fortaleza usada como cadeia para encarcerar os presumidos comunistas. 

“A coletânea de contos de TRÓPICO ÚMIDO que tem como subtítulo TRÊS CONTOS AMAZÔNICOS, além de conter o conto LATITUDE ZERO, apresentado no segundo capítulo, há dois outros ambientados em Belém (PA), Manaus (AM) e Rio Branco (AC) e o livro começa com: INFERNO VERDE. Conta a história do repórter Isaías Oliveira, num duelo com o sinistro traficante Cara de Catarro. A trama se passa em Belém e na ilha do Marajó. 

“O segundo conto, LATITUDE ZERO, desenrola-se em Macapá, cidade onde nasci, situada no estuário do maior rio do planeta, o Amazonas, esquina com a Linha Imaginária do Equador. Um punhado de jovens começa a descobrir que a vida produz também ressaca. 

“O terceiro conto, A GRANDE FARRA, foi publicado em livro homônimo, em 1992. Começou a ser escrito em Manaus, em 1976, e foi concluído em Belém dez anos depois. Narra as peripécias do jovem repórter e playboy Reinaldo. Candidato a escritor, ele gasta seu tempo trabalhando como repórter, bebendo e se envolvendo com inúmeras mulheres. O conto tem sua geografia em Manaus, encravada no meio da selva amazônica. A ação transfere-se depois para Rio Branco, no extremo oeste brasileiro. 

“O motivo de o escritor publicar esses contos é sensibilizar o leitor a conhecer a Amazônia visto que “Por meio deste livro, espero proporcionar aos leitores – os que já me conhecem de outros trabalhos de ficção e os que ainda não me conhecem – uma viagem ao âmago da Amazônia, que é o caboclo, o nativo da floresta e das cidades da floresta”. 

A pesquisa de Francesco Mariano vai até 2022. Este ano, publiquei o thriller histórico A IDENTIDADE CARIOCA. Um jornalista descobre o paradeiro da maior lenda carioca: o Tesouro dos Jesuítas do Morro do Castelo. Em segundo plano, faço uma leitura da História do Brasil, sem a mordaça marxista. 

Francesco Marino é doutor em Estudos Literários na Unesp, mestre em Letras pela Università degli Studi di Padova, reconhecido pela UFRGS. Graduado em Língua e Cultura Italiana, tem formação em literatura italiana, brasileira, portuguesa, inglesa, norte-americana, francesa, espanhola e hispano-americano; tradução; teoria literária; filologia moderna; História da Filosofia Medieval; Estética; Filosofia da História; e História da Filosofia Moderna e Contemporânea. 

Ministrou as seguintes disciplinas: Literatura Luso-Brasileira, Literatura Brasileira, Literatura da Amazônia, Literatura Portuguesa, Teoria da Literatura, Literatura Universal, Tópicos Avançados de Literatura, Literatura Infanto-Juvenil, Trabalho de Conclusão de Curso, Estudos de Linguagem e Códigos, Linguagem e Meios de Comunicação (Português Instrumental), Tópicos Especiais, Língua Portuguesa, Texto e Discurso, Pressupostos Linguísticos, Estágio Supervisionado; e História da Filosofia Medieval.