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terça-feira, 17 de junho de 2025

A doença está na mente. Artrite é causada por atrito mental. A solução é pintar rosas azuis

As rosas azuis nascem em nossos corações, e são eternas

RAY CUNHA

BRASÍLIA, 17 DE JUNHO DE 2025 – Resolvi escrever sobre artrite, do ponto de vista da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), por duas razões: atendo pelo menos uma dezena de pacientes sofrendo de artrite todos os meses. A outra razão é Paloma, uma paciente de 92 anos, pintora, que ficou curada do que os médicos chamam de “artrite reumatoide degenerativa”.

Tenho colegas que praticam MTC clássica, a medicina chinesa baseada nos clássicos fundamentais da acupuntura, sistematizados em torno do século 200 antes de Cristo. Sou hodierno, utilizo conhecimentos anatômicos e fisiológicos atuais, levo em consideração o Trópico e imergi em uma linha metafísica de trabalho.

Artrite reumatóide é uma doença inflamatória crônica e autoimune, que pode degenerar as articulações; autoimune porque o próprio sistema imunológico ataca as articulações, provocando inchaço, dor crônica, rigidez, desgaste, deformações com alterações ósseas, dificuldade de movimento e incapacitação nas mãos, pés, joelhos, cotovelos, ombros e quadris.

As causas são as mais variadas possíveis, como genética, sobrepeso, impacto, movimentos repetitivos, falta de reposição de água, estilo de vida, hábitos alimentares, atrito mental etc.

Paloma é uma mulher elegantíssima, 1,75 metro, 65 quilos. A região que mais a incomoda são as mãos e ombros. Fumante. Rica, tem atrito com um filho e três netos, que, segundo ela, estão só aguardando-a ir desta para melhor. É nostálgica e melancólica. Conversei longamente com Paloma, artista extraordinária e culta; no fim da conversa o diagnóstico estava mais claro do que o Sol.

Quando falo em diagnóstico refiro-me a causas. A causa “artrite reumatoide degenerativa” de Paloma era mental, ou melhor, espiritual. Ou vibracional, como queiram. Nosso sistema imunológico é um exército de células especializadas em eliminar do nosso organismo tudo o que representa perigo. Quando o sistema imunológico enlouquece, ele se volta contra o próprio organismo e começa a degenerá-lo. É isso doença autoimune.

Paloma foi uma mulher lindíssima e teve uma vida muito romântica. Com a velhice, esse ambiente se foi e ela acabou estacionando no passado. Como o passado não existe, viver em um lugar que não existe trás, é claro, medo. A nostalgia lhe evocava emoções de outras épocas, seguidas de vazios, medo. O medo é mortal.

Como sair disso? Viver no passado ou no futuro gera emoções e expectativas de alguma coisa que não existe e o que não existe gera medo. Só existe o agora. A eternidade é agora. Paloma é pintora. Sugeri-lhe pintar a eternidade. Ela gosta de gatos e do azul. Ela poderia pintar um gato azul. Segredei-lhe que os gatos azuis são eternos. E lhe disse que ela não estava se amando, que ela não estava se olhando no espelho e vendo o brilho dos seus olhos castanhos, nem prestando atenção no seu sorriso.

Quanto aos seus filho e netos, nas suas orações, deveria lembrar-se que os ama e que eles, não importa o que pensem, são maravilhosos. Isso não quer dizer que vá ceder aos caprichos deles, mas que são pessoas amadas. Assim, o lado esquerdo dela, o masculino, que é o que mais dói, parará também de doer.

Quando não nos amamos, quando não vivemos o agora, nosso sistema imunológico confunde sua missão e começa a atacar tudo. E quando temos atrito mental com alguém o corpo reflete o que se desenrola na mente e surge artrite.

Aí, passei ao tratamento físico. Expliquei a Paloma que o alento vem do alto, em forma de oxigênio, entra nos pulmões e é distribuído ao corpo todo, e que o cigarro endurece os alvéolos, impedindo-os de absorverem oxigênio. Que oxigênio era o principal combustível para que ela tivesse forças para criar. Que a nicotina não poderia matar as rosas colombianas vermelhas que Paloma pintava azuis, nem poderia estagnar a luz que emana das suas telas.

Setenta por cento do nosso corpo são compostos por água. Uma pessoa adulta perde cerca de dois litros de água diariamente. Essa água precisa ser reposta. Uma pessoa desidratada de forma aguda se não tomar soro morre instantaneamente e uma pessoa desidratada de forma crônica morre aos poucos e dolorosamente.

Paloma estava bebendo apenas um litro de água por dia. Resultado: constipação intestinal, insônia, cefaleia, retenção de líquido e artrose. Ensinei-lhe um truque: de manhã, após o café, separar dois litros de água e monitorar no fim do dia o consumo dessa água, até que o cérebro crie uma memória de dois litros de água por dia. Também ministrei-lhe, durante um mês, água saborizada com hortelã. Já salvei uma paciente com água saborizada com hortelã. Aviso: é necessário saber fazer a mistura.

Ela comia salada crua, frutas e derivados de leite à noite, bem como tomava um pouco de álcool. Esse tipo de alimento é proibitivo entre 18 horas e 6 da manhã. Energeticamente falando. Estagnam a energia Qi, ou energia vital. Lendo isso, um nutricionista me despachará para o Pinel. À noite, só se deve comer o que vai ao fogo. É uma questão do Yin-Yang, que eu não vou explicar, aqui.

Ministrei-lhe também açafrão, ou cúrcuma, mas tem que ser em cápsula, de 500 miligramas, três vezes ao dia, durante um mês, após o qual fazer pausa de uma semana e, se for o caso, voltar a tomá-lo. Trata-se do mais potente anti-inflamatório em a natureza. Desinflama todo o corpo e depura o sangue.

Com as agulhas e auriculoterapia, tratei as articulações inflamadas, tonifiquei energeticamente os órgãos afetados e promovi relaxamento, duas vezes por semana, durante cinco semanas. Aqui, dois acupontos são fundamentais: VG20 e Yintang, ou Terceiro Olho, além do VC17, o ponto emocional mais importante.

Também ministrei tuiná, a massagem terapêutica chinesa, massageando Paloma principalmente na nuca, testa e no chacra do peito, o timo.

A última notícia que tive de Paloma foi que estava curtindo sua casa na Ilha Grande, em Angra dos Reis, juntamente com seu filho e netos, e pintando marlins-azuis.

segunda-feira, 9 de junho de 2025

A quinta dimensão

DE TÃO AZUL SANGRA em capa da edição da amazon.com.br

RAY CUNHA

BRASÍLIA, 9 DE JUNHO DE 2025 – Na física clássica, dimensão é um espaço matemático delimitado pelo número de parâmetros necessários para identificar um ponto nesse espaço. A reta, por exemplo, precisa de uma coordenada apenas para localizarmos, nela, um determinado ponto; por conseguinte, tem uma só dimensão. Já uma superfície plana cilíndrica tem duas dimensões porque sua estrutura precisa de duas coordenadas para localizarmos, nela, um ponto – por exemplo, uma latitude e uma longitude. E uma esfera é tridimensional porque são necessárias três coordenadas para se localizar, nela, um ponto.

A teoria da relatividade geral, de Albert Einstein, propõe uma geometria quadridimensional, o espaço-tempo. Tempo depende de duas coordenadas dentro das três dimensões conhecidas: posição do observador e movimento. Para um observador na Terra o aparente movimento do Sol gera dia e noite, mas para um observador na Lua o dia e noite terráqueo não existe.

Assim, dentro do tempo, uma pessoa pode se mover em uma realidade de três dimensões: para frente, para trás e para os lados, e de cima para baixo ou de baixo para cima. Alguém que viva em uma dimensão não pode ver quem vive em dimensões superiores e quem vive na quarta dimensão pode ver quem vive nas dimensões inferiores.

A dimensão pode também ser percebida indiretamente. Por exemplo, uma pintura clássica. É plana, mas a perspectiva em que ela é apresentada permite que o cérebro a perceba em profundidade. Da mesma forma, objetos apresentados na quarta dimensão podem ser sugeridos, como no cubismo e no expressionismo, por exemplo, em trabalhos de Pablo Picasso e Marcel Duchamp. Porque os grandes artistas vivem na quinta dimensão. Sem isso, não poderiam criar mundos na quarta dimensão.

As três dimensões estão ligadas à matéria, que é energia em estado denso. A quarta dimensão seria um ponto subjetivo, o do observador. E a quinta dimensão? Se não é matéria, o que seria? É também matéria, mas matéria em estado quântico. Matéria enquanto elétron. Pensamento?

Fisicamente, pensamento é vibração emitida no espaço. Logo, é mente em ação. A mente é, basicamente, a consciência, ou espírito, que é a centelha básica da vida, e propriedades da realidade humana: sentimentos evocados por emoções, cultura, imaginação, intelecto, memória, vícios, doenças e os acontecimentos terrenos do dia a dia.

A realidade está na mente. Se assim é, então a matéria se adensa por meio da mente. Por exemplo: raças superiores, os chamados ETs, adensam seus óvnis, ou discos voadores, por meio da mente de inteligência artificial, computadores quânticos com os quais a raça humana nem sonha. Mas o homem pesquisa e já construiu computadores quânticos, ainda rudimentares.

Por hora, as pessoas estão mais preocupadas em acumular dinheiro, mesmo que seja roubando, buscam o poder de controlar os outros, de escravizar, perseguem o prazer, tentam desesperadamente preencher o vazio, mas a matéria tem mais vazio, muito mais, do que massa.

O pensamento pode se manifestar como palavra, ou verbo, daí porque a palavra tem poder de criação. Mas de onde vem o pensamento, a palavra? Vem da mente. Não confundir mente com cérebro. O cérebro é apenas um órgão biológico, um chip. Funciona com memórias, abastecidas pela experiência. Se ele adoece, funcionará mal. Se é saudável e rico em memórias, a consciência que o habita sentirá a plenitude material.

Cérebros doentes ou experiências ruins geram o que conhecemos como ansiedade, que são narrativas, falácias, captadas no espaço-tempo, na quarta dimensão. As falácias são, assim, pensamentos defeituosos. A ansiedade se caracteriza por criar um futuro incerto. Pessoas sem senso crítico são as maiores vítimas da ansiedade. Os maiores vetores do senso crítico são a filosofia e a ciência; em termos práticos, são leitura, pesquisa, observação, leitura e mais leitura. É o que nos guinda à quinta dimensão.

Quanto ao futuro, podemos, no máximo, planejá-lo, e o planejamos agora, pois o futuro não existe. Nem o passado. Com relação ao passado, ele é fundamental, pois nos proporciona experiência, sabedoria. E só. Experiências ruins só servem como orientação para alinhar a nossa caminhada. Devemos esquecer as experiências ruins, apagá-las da nossa mente, queimar a ponte que leva a elas, pois se voltarmos a elas sentiremos as mesmas emoções ruins, o mesmo desequilíbrio emocional, a mesma dor.

Em suma, a quinta dimensão transcende a matéria, pois conta com todo o conhecimento das quatro dimensões. Outra evidência da quinta dimensão é o da criação, que é a missão dos artistas, bem como as descobertas dos cientistas. Ainda: liberdade seria viver na quinta dimensão em relação à quarta dimensão, porque liberdade é transcendência.

E como sintonizar com a transcendência? Não nos apegando a nada, não procurando controlar a vida de ninguém e anular o ego. E como fazer isso? Meditando, ou seja, conversando conosco mesmo dentro da mente, ou melhor, orando. Toda palavra, pensada ou dita, é oração. Fazendo o bem; por exemplo, trabalhos voluntários que beneficiam a sociedade. Não prejudicar o próximo, não roubando, não corrompendo, não escravizando, não humilhando.

Liberdade é montar a luz, aspirar o perfume dos jasmineiros, sentir o cheiro do mar, mergulhar na beleza da rosa.

Por que escreves? – pergunta-me o jornalista. 

– Para viver – respondo. – Pois só com as palavras desnudo a luz e voo até o fim do mundo. Por isso, escrevo granadas intensas como buracos negros e garimpo o verbo como o primeiro beijo. Escrevo porque escrever traz aos meus sentidos cheiro de maresia, Dom Pérignon, safra de 1954, o labirinto do púbis no abismo do acme, mulher nua como rosa vermelha desabrochando. 

Haverá obra de arte mais emocionante do que mulher muito linda? Sim, nua! Cheirando a púbis! E mais bela do que isso? Grávida! Amamentando! Mais belo só crianças rindo! Luz se eternizando!

DE TÃO AZUL SANGRA pode ser adquirido nas livrarias virtuais do Clube de Autores, amazon.com.br e amazon.com

domingo, 8 de junho de 2025

Homens fortes não querem controlar ninguém

Jessica Rabbit é só um desenho, mas seu poder transcende a arte

RAY CUNHA

BRASÍLIA, 8 DE JUNHO DE 2025 – Poder, do latim potere, é a capacidade pessoal de força, de ação, de deliberação, de exercer autoridade, soberania, sobre os outros. A capacidade de impor condições, de conquistar. A força pode ser bruta, ou apenas aparente. As ferramentas do homem poderoso são argumentação, carisma, charme, além de força bruta. Mas há um poder que transcende tudo isso: é o poder genuíno.

Aparentemente, o maior dos poderes é a beleza física. Aliada ao carisma, a beleza nos tornam atraentes, irresistíveis, fascinantes, magnéticos. Sei disso, além da teoria, pela prática, também. Sou testemunha e eu mesmo fui protagonista dessa situação. Na minha juventude tive um amigo extraordinariamente belo e também culto. As mulheres ficavam hipnotizadas na presença dele, incluindo mulheres casadas. Todas queriam dar para ele.

No meu caso, eu morava em Manaus, nessa época, e tinha 21 anos de idade. Os jovens são todos belos e imortais. Era o meu caso, também. Mas eu trabalhava como jornalista, já tinha livro de poemas publicado e frequentava o Clube da Madrugada. Tinha amigos como o cineasta José Pereira Gaspar, homem do mundo, experiente e culto, com quem varava, às vezes, a noite, conversando sobre literatura, cinema, boxe, aventuras, mulheres.

Assim, embora baixinho, andando de ônibus e frequentemente sem dinheiro para jantar, as mulheres acompanhavam a tempestade da minha vida com alegria. Tempestade porque eu vivia intensamente, mais até do que agora, quando minha vida é mais mental do que física; vivia apenas o momento mesmo da vida, o agora e o agora, amando as mulheres, essas obras de arte confeccionadas por Deus, até a medula. Foi nessa época que uma mulher casada, linda, suplicou para que a levasse ao Nirvana.

Esse tipo de poder não se dilui com o tempo. Não me refiro à redução de energia física, ao rosto murcho, à falta de interesse por sexo, mas à mente, aos conhecimentos, às experiências, que tornam a vida tão intensa. O mundo, a realidade, a vida, só existem, de fato, na mente. O corpo é apenas um escafandro apropriado para a atmosfera terrestre, um estado da matéria, no qual o espírito se materializa para sentir a experiência das emoções.

Outro poder é o financeiro. Nada é mais atraente a uma mulher, ou a um homem, do que a beleza física, e, em segundo lugar, o dinheiro. Sei de casos de mulheres lindas que se casaram com um homem que não amam, e até asquerosos, porque são ricos e generosos com elas.

Ditadores tratam de saquear seu país, pois exercem poder precisamente para o saque, que, além de os enriquecerem, serve também para corromper e pagar as forças armadas.

Perpassa, em toda a obra do escritor Nobel, Gabriel García Márquez, a solidão do poder, mas, aqui, trata-se do poder do ditador, poder ambicionado por todos, e, portanto, sempre ameaçado. É, por conseguinte, um poder falso. O verdadeiro poder está na mente e não no Estado. Por exemplo: eu tenho o poder de criar. Enquanto eu tiver saúde mental, mãos firmes e um computador, poderei criar e produzir. Um escritor, mesmo na cadeia, pode criar, e mesmo que esteja acamado, mas se puder pagar uma secretária, poderá ditar para ela. Esse poder não pode ser retirado.

Não pode ser retirado porque o verdadeiro poder é como o das rosas colombianas vermelhas. Elas são delicadas, frágeis, mas sua beleza é uma explosão atômica, porém, eterna em seu ápice. Assim, o poder é localizado por trás da representação. É simbólico, mas alicerçado na transcendência da terceira dimensão.

O poder da matéria é posse. Efêmero. Como gozo sexual, dura alguns segundos. Já o poder genuíno transcende a matéria. Localiza-se no espírito. E o maior poder é o despertar, é o da luz. Luz, neste caso, quer dizer lucidez e, despertar, a capacidade de enxergar a realidade em pleno agora.

Um homem assim não pode ser abalado, atingido, destruído. Nada pode destruir a mente lúcida, um espírito desperto. Nem o Sol pode destruí-lo, pois o estado da matéria de que é feito o Sol pertence a uma dimensão inferior a do espírito.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Lula não chegará ao fim do seu mandato. Se chegar, não será candidato à reeleição. Se for, com urnas auditáveis, será esmagado como rato

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 13 DE FEVEREIRO DE 2025 – O presidente Lula da Silva (PT) não chegará ao fim do seu mandato, em 2026. Se chegar, não concorrerá à reeleição. Se concorrer, e as urnas foram auditáveis, perderá até para um cachorro. Por sete razões. 

1 – Lula está com 79 anos de idade, bebeu muita cachaça e teve câncer na garganta. Isso o debilitou. 

2 – O Estado paralelo comunista que o mantinha foi estourado por Elon Musk, gênio das telecomunicações e corrida espacial, o homem mais bem-informado do planeta, braço direito do presidente americano, Donald Trump, líder supremo da Direita mundial. 

O dinheiro que vinha mantendo a Esquerda internacional, inclusive o Foro de São Paulo, era desviado da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (United States Agency for International Development - Usaid), trilhões de dólares, pelos comunistas ocultos no Partido Democrata, que aparelhou a Usaid. Trump fechou a torneira. Agora, os comunistas estão sem teta para mamar, em todo o planeta, incluindo o Brasil. 

3 – Lula e sua esposa, Janja, gastam muito, e já rasparam a burra do país. Não há mais dinheiro. A inflação está batendo na porta dos brasileiros e ele está cagando para a patuleia, não está nem aí se estão comendo ou não. 

4 – Quando Lula participa de eventos públicos, em vez de povo só aparecem seguranças e funcionários públicos. 

5 – Até as ratazanas do PT, partido do presidente, estão abandonando o barco. Sintomático. 

6 – Cada vez mais aparecem provas de que quem elegeu Lula foi o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Donald Trump, Elon Musk e a Direita brasileira já colheram provas que lotariam até o Maracanã.

7 – Lula não foi inocentado dos seus crimes, mas liberado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de modo que poderá voltar para a jaula. Mas, se isso acontecer, já tem uma cuidadora treinada. Embora, nessas alturas, só restem os despojos dele.

domingo, 3 de novembro de 2024

Bolsonaro afirma que será candidato a presidente em 2026. A Transição Planetária

Os dois maiores líderes da Direita mundial: o americano
Donald Trump e o brasileiro Jair Messias Bolsonaro

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 3 DE NOVEMBRO DE 2024 – “O candidato sou eu” – afirmou o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro – cassado em seus direitos políticos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – na capa da edição de 1 de novembro da revista Veja. Sobre o 8 de Janeiro, Bolsonaro dá a entender que o golpe é mais em baixo. 

– Bolsonaro é o representante da direita no mundo. O que acontece é que, como está inelegível, acham que ele não vai ser candidato, mas Bolsonaro será candidato – declarou, há duas semanas, Valdemar da Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), de Bolsonaro. 

A Esquerda desdenhou. Está rindo até agora. 

– Bolsonaro será o candidato a presidente da Direita, em 2026 – garante o senador Jorge Seif (PL/SC). 

– Bolsonaro é a liderança da Direita que ilustra o cenário da mudança. O Brasil está pronto para a virada – disse o senador Luís Carlos Heinze (PP/RS). 

Bolsonaro é o único líder que aonde vai, em todo o país, atrai multidões de milhares de pessoas querendo uma foto com ele, ou apenas cumprimentá-lo, ou vê-lo. 

Mas por que um homem assim não venceu as eleições de 2022 e ainda está inelegível? 

Em 2022, Bolsonaro se manifestou no sentido de que as urnas eleitorais brasileiras deveriam contar com voto impresso. Foi aí que entrou o Partido Democrata americano. Segundo o Financial Times, a Casa Branca de Joe Biden enviou uma mensagem a líderes políticos e militares brasileiros que Washington não toleraria que questionassem o processo de votação brasileiro, muito menos o resultado. 

A pressão teria envolvido as forças armadas americanas, a CIA, o Departamento de Estado, o Pentágono e a Casa Branca. 

Resultado: Bolsonaro perdeu para Lula da Silva e ainda recebeu cartão vermelho de oito anos. E mais: o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, vem tentando prendê-lo desde então. 

Alexandre de Moraes já mandou prender centenas de pessoas, entre parlamentares, jornalistas e até donas de casa, acusadas de golpe de Estado, aplicando penas de 15 anos de cadeia. 

Seriam sintomas da Transição Planetária no Brasil? Transição Planetária é o fim de um projeto da Humanidade e o começo de outro, sinalizada por transformações profundas em todo o planeta e em seus habitantes, inclusive ocorrências de natureza política. 

Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, explica que a Transição Planetária da Terra é a passagem de um mundo de expiações e sofrimentos para um mundo de regeneração, justiça, paz e fraternidade. 

A corrupção, o roubo, o estupro, a escravidão, o assassinato, darão lugar a um nível mais elevado de consciência espiritual, ao amor, à paz. 

Do jeito que está, líderes políticos roubam em escala, a poluição e desastres ambientais matam milhões de pessoas todos os anos, e as guerras, outros milhões. Uma terceira guerra mundial durará menos de um dia e não sobrará nada. 

Por aqui, na matéria, a coisa está preta. O totalitarismo paira no ar. Mas médiuns sérios, como o astrofísico Laércio Fonseca, dão conta de que no mundo espiritual estão trabalhando muito, como sempre, observando as coisas aqui no orbe terrestre. Quero ver se houver uma intervenção. Vai aterrorizar muita gente poderosa.

De pontual, mesmo, só as eleições de depois de amanhã nos Estados Unidos. Se Donald Trump ganhar, as masmorras americanas vão inchar.

Atenção: Todas essas notícias já foram publicadas ad nauseam na imprensa, inclusive na velha mídia. Apenas relacionei-as à Transição Planetária.

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

A cultura woke vê o mundo como um megabanco mal guardado entupido de ouro, diamante e joias

Musk e Trump têm encontro marcado em 5 de novembro

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 9 DE OUTUBRO DE 2024 – Depois que o presidente americano, o democrata Joe Biden, foi considerado inapto a concorrer a um segundo mandato, contra o republicano Donald Trump, por mostrar sintomas de demência, foi substituído, na disputa, pela vice-presidente, Kamala Devi Harris (Oakland, Califórnia, 20 de outubro de 1964), filha de Shyamala Gopalan Harris, indiana da etnia tâmil, e de Donald Harris, jamaicano afrodescendente, advogada, senadora (2017-2021) e procuradora-geral da Califórnia (2011-2017), declaradamente Woke. 

Woke é uma gíria que significa o pensamento progressista, feminismo, ativismo LGBT, gênero neutro, liberação do aborto e das drogas, fim da família, Estado obeso, morte de Deus, totalitarismo. Ou seja: suicídio coletivo. Fim da civilização. Barbárie. Trata-se de paranoia racial e política, um pensamento de extrema esquerda, radical, contra a ordem estabelecida e pela mordaça contra todas as palavras que considerem ofensivas a minorias. 

Os wokes defendem o uso de pronomes de gênero neutro, multiculturalismo, vacinação obrigatória, ativismo ecológico, direito ao aborto, inclusive de nove meses, liberação das drogas, determinação da sexualidade dos filhos, fim das polícias e das religiões, e todo tipo de miséria humana. 

Donald Trump é o maior crítico da cultura woke, defensor que é da família e da democracia. Para ele, os wokes são wokes lefties, esquerdistas despertos, praticantes do “fascismo da extrema esquerda”, “a própria definição de totalitarismo”. Segundo o republicano Ron DeSantis, governador da Flórida, “woke é a nova religião da esquerda”. 

A comentarista política conservadora Tammy Bruce alertou, na rede de TV Fox News: “Você pode perder o seu trabalho. Pode ser rejeitado na arena pública americana nas redes sociais. Pode ser perseguido na rua. Podem atirar coisas em você. Você pode ser agredido fisicamente, como ocorreu ao escritor Salman Rushdie. Pode ser apunhalado na garganta se eles não concordarem com você”. 

É o comunismo americano, vírus espalhado nas escolas e universidades brasileiras – diria o maior líder conservador do país, Jair Messias Bolsonaro. 

Os works americanos, incrustados no partido Democrata, estão por trás das ditaduras e atentados contra a democracia mundo afora, acobertados por famílias trilionárias que lucram mais ainda com mais ditaduras e guerras, vendendo armas, drogas e sexo, e escravizando a Humanidade.

5 de novembro vem aí. Elon Musk também está a postos.

quinta-feira, 4 de julho de 2024

Bentinho foi criado debaixo da saia da mãe. Era corno em potencial, sofria a síndrome do ciúme. Flora Thomson-DeVeaux e a identidade carioca

Jessica Rabbit: cada qual alimenta a Capitu que fantasia

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 4 DE JULHO DE 2024 – Bento de Albuquerque Santiago, Bento Santiago, Bentinho ou Dom Casmurro, é o protagonista do romance Dom Casmurro (1899), de Machado de Assis. A trama é contada por Bentinho, daí que ninguém sabe se aconteceu realmente ou é fantasia. Ele foi mimado pela mãe viúva, e a gente sabe que meninos criados dessa forma são paus-mandados das mulheres pelo resto da vida, e, talvez por isso, por serem paus-mandados, acabam, paradoxalmente, desenvolvendo também misoginia. 

Em certo momento da vida de Bentinho ele passa a acreditar que sua esposa, Capitu, pôs chifre nele, com seu melhor amigo, Escobar, que morre afogado, apesar de bom nadador. Capitu pare uma criança, Ezequiel. Segundo Bentinho, Ezequiel é uma cópia de Escobar. Ninguém mais no romance acha isso; só ele. Exila Capitu na Suíça e Ezequiel morre na flor da idade. Só restam a Bentinho dois caminhos: suicidar-se ou conviver com os fantasmas do seu passado. Escolhe a crosta de Dom Casmurro. 

Mas o grande interesse dos leitores de Dom Casmurro é Capitu, Maria Capitolina de Pádua Santiago, nada menos que a personagem de ficção mais famosa do Brasil, passando, inclusive, Maria Deodorina da Fé Bittencourt Marins, ou Reinaldo, ou Diadorim, de Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa. 

Capitu é uma adolescente sensual, que lembra Lolita, de Vladimir Nabokov. Mas uma mulher de personalidade forte, alta, morena, de cabelos grossos e compridos, nariz reto e comprido, boca fina e queixo largo, olhos claros e grandes, “de ressaca, oblíquos e dissimulados”, segundo Bentinho. Olhos de ressaca, o que é isso? Certa vez, banhei-me em Copacabana em mar de ressaca, ou encapelado. Um olhar assim é inquieto e traz à tona um turbilhão interior. Para Bentinho, Capitu era assim. 

Também ele a vê como uma cigana, mulher misteriosa, que olharia o outro de forma indireta, com fingimento. E, no entanto, a gente vê que Capitu não é isso, não é fingida. Há, porém, uma frase fundamental para se entender a trama de Dom Casmurro, proferida pelo próprio: “Capitu era mais mulher do que eu homem”. 

Machado de Assis é considerado pela crítica literária o ponto máximo da literatura brasileira. Creio que a principal coordenada que leva a essa consideração é a poesia. Para mim, poesia é escrever em profundidade. Explico. 

Segundo o historiador Plutarco, por volta de 70 a.C., o general romano Pompeu estava na ilha de Sicília, ao sul da Itália, com a missão de transportar trigo para Roma, que passava por uma crise de abastecimento causada por uma rebelião de escravos. Havia uma tormenta no porto. Naquela época, as limitações tecnológicas tornavam a navegação de alto risco, além dos ataques piratas. Mas diante da situação e do comprometimento de Pompeu com Roma ele se fez ao mar. “Navegar é preciso, viver não é preciso” – proferiu. 

A vida material é finita, mas enquanto a vivemos é preciso navegar, mesmo que haja uma tormenta no porto. É necessário transpor os obstáculos, sejam quais forem. É preciso navegar. Viver não é preciso. Pois que viver é navegar. Isso é poesia. Um corte em profundidade da vida. Assim escrevia Machado de Assis. Além disso, ele tem outros méritos, méritos que o faz emblemático em A IDENTIDADE CARIOCA, romance meu recém-publicado. 

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839, e morreu na mesma cidade, que tanto amou, em 29 de setembro de 1908. Nasceu no Morro do Livramento, estudou um pouco, em escolas públicas, e não soube o que foi frequentar uma universidade. Mulato, era filho de um negro e uma portuguesa da ilha de São Miguel. Culto, era leitor inveterado. Escreveu cinco livros de poemas, mais de 600 crônicas, folhetins, fez jornalismo, escreveu crítica literária, 10 peças teatrais, 200 contos e 10 romances. Fundou a Academia Brasileira de Letras (ABL). Foi um cronista do Rio de Janeiro de sua época; um homem do seu tempo. 

Ser um homem do seu tempo é viver intensamente seu tempo. No caso do escritor, ele escreve sobre seu tempo. Por exemplo: pode-se dizer que Luiz Alfredo Garcia-Roza é um homem do seu tempo. Apenas o Rio de Janeiro de Garcia-Roza não é o de Machado de Assis, nem o gênero. Copacabana, que Roza amava, está toda ela, pulsando, neste século, nos seus thrillers policiais. 

Recentemente, a escritora e podcaster americana Courtney Henning Novak viralizou nas redes sociais. Ela lançou um desafio pessoal de ler um livro de cada país do planeta. Do Brasil, escolheu Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado, e escreveu, antes mesmo de terminar a leitura: “Preciso ter uma conversa com o pessoal do Brasil. Por que não me avisaram antes que este é o melhor livro já escrito? O que vou fazer do resto da minha vida depois que terminá-lo?” 

A tradução lida por Novak é da também americana Flora Thompson-DeVeax, que vive no Rio de Janeiro. Conheceu a obra de Machado de Assis na Princeton University, onde estudou língua portuguesa. “Acho que para qualquer pessoa que se propõe a estudar o Brasil chega uma hora que tem que encarar o Machado” – esclarece Flora, para quem Memórias Póstumas de Brás Cubas, publicado em 1881, “me pareceu absurdamente moderno, hilário, surpreendente a cada página. Não consegui conceber por que o autor não era mais conhecido”. 

Ela passou cinco anos traduzindo o livro, entendendo o significado de certas palavras, a época em que o livro se passa, a geografia e o meio social, a história do Brasil, a identidade carioca. Hoje, Flora é daquelas cariocas como eu, que morou na cidade e se apaixonou por ela. Não porque a cidade é maravilhosa, linda, esplêndida, mas, principalmente, porque contamos, Flora e eu, com o terceiro olho bem aberto, aquele que proporciona a visão em corte vertical.

sexta-feira, 28 de junho de 2024

Os EUA estão acéfalos. Joe Biden está morto

A demência do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, põe o país  em risco
RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 28 DE JUNHO DE 2024 – Para não parecer tão dramático, digamos que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (Partido Democrata), está no Umbral, que é o plano onde as pessoas materialistas, os arrogantes, invejosos, corruptos, ladrões, assassino, estupradores, suicidas, viciados, vão parar ao bater as botas. A morte é um estado mental da consciência; às vezes, o sujeito ainda está fisicamente vivo, mas seu espírito já se encontra em uma zona de sombras. É isso que os psiquiatras chamam de loucura. 

Joe Biden está assim, um morto-vivo. Quinta-feira 27, nos Estados Unidos, a rede de televisão CNN promoveu um debate entre os candidatos Joe Biden e Donald Trump (Partido Republicano), no contexto da corrida, em novembro, à Casa Branca. Para Trump, foi como tomar um pirulito de uma criança de dois anos de idade, sozinha. Biden está demente, senil, gagá, decrepto, não diz coisa com coisa. Biden lembra três casos brasileiros. 

O primeiro caso é o do marechal Manuel Deodoro da Fonseca. Líder do Exército, Deodoro foi exortado a derrubar o chefe do Gabinete Imperial, posto equivalente ao de primeiro-ministro, o Visconde de Ouro Preto. Na madrugada do dia 15 de novembro de 1889, conspiradores foram à casa do marechal, que estava acamado, com dispneia, e o convenceram a deixar, mesmo assim, a cama, e liderar o movimento republicano. 

Disseram ao marechal doente que a partir de 20 de novembro o novo presidente do Conselho de Ministros do Império seria Gaspar Silveira Martins, seu inimigo. Quando o marechal serviu no Rio Grande do Sul, ambos disputaram a baronesa do Triunfo, que preferiu Silveira Martins, que, desde então, provocava Deodoro da Fonseca, da tribuna do Senado, insinuando que desviava verbas e contestando sua eficiência militar. Era o momento da desforra. 

Mas a gota d’água foi que o major Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro garantiu a Deodoro que ele seria preso assim que Silveira Martins tomasse posse. Diante disso, o marechal tratou de respirar profundamente e sair da cama. Era um morto-vivo, mas muito útil para os militares, naquele momento. Para todos os efeito, a causa do golpe seria a seguinte: o Visconde de Ouro Preto vinha perseguindo o Exército e o Conde d'Eu, marido da Princesa Isabel, o apoiava. 

Amanhecia no Rio quando Deodoro deixou sua casa e se dirigiu para o Campo de Santana, onde conclamou os soldados do batalhão ali aquartelado no hoje Palácio Duque de Caxias a se rebelarem contra o governo. Ofereceram um cavalo ao marechal. Ele montou o cavalo, tirou o chapéu e gritou: “Viva a República!” Desceu do cavalo e voltou para a cama. 

As tropas ali reunidas seguiram pela Rua Direita, atual Primeiro de Março, até o Paço Imperial, onde o presidente do gabinete, Visconde de Ouro Preto, tentou resistir, pedindo ao comandante da segurança do Paço Imperial, general Floriano Peixoto, que enfrentasse os amotinados, observando que havia, no Paço Imperial, tropas legalistas em número suficiente para sufocar os revoltosos, e lembrando-o de que o general enfrentou tropas bem mais numerosas na Guerra do Paraguai. 

– Sim, mas lá tínhamos em frente inimigos e aqui somos todos brasileiros! – respondeu Floriano Peixoto a Ouro Preto, dando-lhe, a seguir, voz de prisão. 

À tarde, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, foi solenemente proclamada a República. À noite, na Câmara Municipal, José do Patrocínio redigiu a proclamação oficial da República dos Estados Unidos do Brasil, aprovada sem votação. O texto seguiu para as gráficas de jornais que apoiavam a República e, no dia seguinte, o carioca tomava conhecimento do novo regime político do Brasil. 

Dom Pedro II estava em Petrópolis e retornou ao Rio no dia 16. Na cabeça dele o Exército queria apenas substituir o gabinete de Ouro Preto. “Vou substituir o visconde pelo conselheiro José Antônio Saraiva” – pensou. Mas os republicanos já haviam espalhado o boato de que o imperador escolhera Gaspar Silveira Martins para chefe de governo. Aí, esclareceram a Dom Pedro II que era a cabeça do imperador que queriam. 

O major Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro foi quem levou a Dom Pedro II a comunicação da proclamação da República e de sua partida imediata para a Europa. Só foi permitida a volta da família imperial brasileira ao Brasil na década de 1920. 

Para o escritor português Eça de Queirós, a Proclamação da República seria o fim do Brasil: “O que foi o Império estará fracionado em repúblicas independentes de maior ou menor importância. Impelem a esse resultado a divisão histórica das províncias, as rivalidades que entre elas existem, a diversidade do clima, do caráter e dos interesses, e a força das ambições locais. Por outro lado, há absoluta impossibilidade de que São Paulo, a Bahia, o Pará, queiram ficar sob a autoridade do general fulano ou do bacharel sicrano, presidente, com uma corte presidencial no Rio de Janeiro. 

“Os Deodoros da Fonseca vão-se reproduzir por todas as províncias. Cada Estado, abandonado a si, desenvolverá uma história própria, sob uma bandeira própria, segundo o seu clima, a especialidade da sua zona agrícola, os seus interesses, os seus homens, a sua educação e a sua imigração. Uns prosperarão, outros deperecerão. Haverá talvez Chiles ricos e haverá certamente Nicaráguas grotescas. A América do Sul ficará toda coberta com os cacos de um grande império”. 

Eça de Queirós não sabia nada do Brasil. Escreveu o sociólogo Gilberto Freyre: “Profecia que de modo algum se realizou. E não se realizou por lhe ter faltado quase de todo consistência sociológica; ou ter se baseado apenas numa estreita parassociologia, quando muito, política; e esta quase inteiramente lógica. Lógica e de gabinete: nem sequer intuitiva no seu arrojo profético. 

“O “coração íntimo” dos brasileiros da época que se seguiu à proclamação da república, se examinado de perto, haveria de mostrar-lhe que existia entre a gente do Brasil, do Norte ao Sul do país, uma unidade nacional já tão forte, quanto às crenças, aos costumes, aos sentimentos, aos jogos, aos brinquedos dessa mesma gente, quase toda ela de formação patriarcal, católica e ibérica nas predominâncias dos seus característicos, que não seria com a simples e superficial mudança de regime político, que aquele conjunto de valores e de constantes de repente se desmancharia!”. 

O segundo caso é o da ex-presidente do Brasil e atual presidente do Banco dos Brics, Dilma Rousseff, 77 anos, que não consegue verbalizar um pensamento completo. Segundo o jornalista Augusto Nunes, seria falta de neurônios. 

O terceiro caso é semelhante ao de Biden: Lula da Silva. No caso de Lula, além da idade, 79 anos, ele está muito doente. Teve câncer na garganta, sofre de artrose, bebe e é assombrado pelos fantasmas do seu passado, que o assediam o tempo todo. O mundo pode vê-lo on-line falando besteiras do tipo que ele pode pôr fim à guerra entre a Rússia e a Ucrânia batendo papo e bebendo cerveja com Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky. 

Sou terapeuta em Medicina Tradicional Chinesa. Trabalho, por conseguinte, com energia, vibração. Após 10 anos de atividade, um terapeuta em medicina energética pode auscultar os pacientes apenas os vendo e ouvindo. A voz de Lula diz muito. Ela é o passado dele. A demência, ou loucura, é um sintoma dos mortos-vivos. 

Não acredito que Joe Biden permaneça como candidato dos Democratas. O mundo todo viu as condições do homem. Ele já está morto e os americanos já perceberam isso. O mesmo digo do confrade de Biden no Hemisfério Sul. 

Além de ser a maior potência econômica e militar do planeta, de longe, o estado americano é alicerçado em leis e instituições patrióticas, e lá a constituição é respeitada; ninguém a rasga ou se limpa com ela. É um risco ter um zumbi na presidência. Os líderes comunistas são como as hienas: quando veem um líder capitalista agonizando e o país com os intestinos pendurados, metem os dentes nas tripas. Os intestinos de um país são o povo.

sábado, 22 de junho de 2024

O que esperar da Academia Amapaense de Letras (AAL)? Rosas para a madrugada

Ray Cunha e Fernando Canto. Ao fundo, o Marco Zero

RAY CUNHA

BRASÍLIA, 22 DE JUNHO DE 2024 – Fundada em 21 de junho de 1953, a Academia Amapaense de Letras (AAL) é a maior porta-voz da cultura do estado do Amapá, que teve suas terras avistadas pela primeira vez por um europeu antes da chegada de Pedro Álvares Cabral a Porto Seguro, Bahia, em 22 de abril de 1500. Em 26 de janeiro daquele ano, o navegador e explorador espanhol Vicente Yáñez Pinzón chegou ao Cabo de Santo Agostinho, no litoral de Pernambuco. De lá, prosseguiu para o norte, cruzou a foz do Rio Amazonas até o Rio Oiapoque, percorrendo, assim, todo o litoral do Amapá, que, juntamente com o estado do Pará, do qual foi desmembrado, em 13 de setembro de 1943, integra a Amazônia Ocidental, ou Atlântica. 

Os espanhóis já conheciam o Novo Mundo antes de Cabral, tanto que Cristóvão Colombo chegou à América em 12 de outubro de 1492. O Tratado de Tordesilhas, firmado entre Portugal e Espanha, em 1494, pôs a costa atlântica ao norte da foz do Rio Amazonas sob jurisdição espanhola. O Amapá começou a ser explorado em 1580. Dessa data até 1640, Portugal era governado pela Espanha. 

Além dos espanhóis e portugueses, o Amapá, chamado então de Cabo do Norte, era explorado também por franceses, ingleses e neerlandeses, que extraíam da região madeira, frutos, urucu, óleos vegetais e pescados. Também plantavam cana-de-açúcar e tabaco e criava-se gado. Em 15 de maio de 1895, os franceses invadiram o Amapá, mas, depois de correr sangue, acabaram retrocedendo e a questão foi resolvida diplomaticamente. 

No meu romance JAMBU, um trecho menciona como se forjou a etnia amapaense, a partir do maior ícone do estado, a Fortaleza de São José de Macapá, a capital, situada na esquina do maior rio do planeta, o Amazonas, com a Linha Imaginária do Equador, que secciona a cidade e a separa entre os dois hemisférios: 

Assim, a Fortaleza, maior ícone dos macapaenses, é a tradução perfeita de Macapá. Construída por escravos, negros e índios, sob o obsessivo domínio português, foi o cadinho no qual se forjou a etnia macapaense. Os portugueses cruzaram com os africanos e geraram mulatos, e fornicaram com os índios, formando uma população de mamelucos; os africanos fundaram o distrito de Curiaú e o bairro do Laguinho, misturaram-se com os índios e legaram cafuzos; e mulatos, cafuzos e mamelucos misturaram-se, fechando o círculo, numa diversidade étnica viva nas ruas de Macapá, nas nuanças de peles que vão do alabastro ao ébano, passando pelo bronze e jambo maduro, unidos pelo sotaque caboco: a fusão do português falado em Lisboa, doces palavras tupis, línguas africanas, patoá das Guianas, tudo triturado em corruptela”. 

E foi nesta cidade, que recebe os alísios e ecos do Caribe, que pioneiros fundaram a Academia Amapaense de Letras, em 1953, na data do aniversário de Machado de Assis, 21 de junho. O evento aconteceu na sala de estudos da Biblioteca Clemente Mariani, do Grêmio Literário e Cívico Rui Barbosa, que congregava alunos do Ginásio Amapaense, quando o ginásio funcionava no Grupo Escolar Barão do Rio Branco. A posse da diretoria ocorreu no Cine Teatro Territorial, anexo ao Grupo Escolar Barão do Rio Branco, em 5 de julho. E só. Não se ouviu mais falar na AAL, até 1988, quando foi realmente ativada. 

Hoje, presidida pelo escritor e compositor Fernando Canto, profundo conhecedor da identidade amapaense, a academia tem nas suas costas a responsabilidade de zelar pela cultura do estado, promovendo a publicação de livros fundamentais para o conhecimento da cultura amapaense, conferências nas universidades e debates, para que o Amapá seja melhor compreendido. Mas, para isso, é necessária independência financeira. Como assim, se a academia não tem sequer sede própria? 

Políticos amapaenses já prometeram terrenos em área central de Macapá e até prédios já prontinhos para os acadêmicos fazerem suas reuniões, palestras, conferências, debates e alugar dependências do prédio próprio, para não dependerem do poder público, mas são só promessas. Até agora, não doaram à academia nem uma choupana no Curiaú. Nas eleições deste ano, para prefeito e vereadores, as promessas vão engrossar, e o caldo vai ficar mais grosso, ainda, em 2026. 

Recapitulemos o caso da Academia Brasileira de Letras (ABL), fundada na cidade do Rio de Janeiro, em 20 de julho de 1897, por Machado de Assis, seu primeiro presidente, Lúcio de Mendonça, Inglês de Sousa, Olavo Bilac, Afonso Celso, Graça Aranha, Medeiros e Albuquerque, Joaquim Nabuco, Teixeira de Melo, Visconde de Taunay e Ruy Barbosa, composta, atualmente, por quarenta membros efetivos e perpétuos, razão pela qual são chamados de imortais, e vinte sócios estrangeiros, com o objetivo de zelar pela língua portuguesa e a literatura brasileira. 

No começo, os acadêmicos se reuniam onde dava, até que, em 1923, a França doou a ela um prédio na Avenida Presidente Wilson, na Esplanada do Castelo, centro Rio de Janeiro, o Petit Trianon, o Pavilhão Francês na Exposição do Centenário da Independência do Brasil. Pronto, agora a academia já tinha a sua sede. Mas continuava de pires na mão. Aí, surgiu um homem que mudou essa situação: Austregésilo de Athayde, que se tornou presidente do silogeu, em 1958, cargo que exerceu durante 34 anos, até sua morte, em 1993. 

Austregésilo de Athayde pediu ao então presidente Juscelino Kubitschek a doação do Pavilhão Inglês, anexo ao Petit Trianon, com a intenção de demoli-lo e construir em seu lugar uma moderna torre. No último ano do seu mandato, 1960, Kubitscheck atende ao pedido e assina o decreto de doação. Contudo, no ano seguinte, o novo presidente da República, Jânio Quadros, revoga a doação feita pelo presidente Bossa Nova. 

A partir daí, Austregésilo de Athayde percorre um longo caminho pelos corredores da Ditadura dos Generais (1964-1985), conversando e trocando correspondência com militares graduados, como o coronel Jarbas Passarinho e o general Lira Tavares. Em abril de 1967, o presidente Castelo Branco assina o decreto de doação do Pavilhão Inglês, mas uma cláusula impedia qualquer modificação no edifício. 

Em agosto de 1969, o presidente Costa e Silva adoece e assume o comando do país uma junta militar, liderada por Lira Tavares. Morre o acadêmico Múcio Leão. Em 30 de dezembro daquele ano, Lira Tavares se candidata à vaga de Múcio Leão, e vence o poeta alagoano Lêdo Ivo. Em 2 de junho de 1970, Lira Tavares toma posse ABL. Em setembro de 1970, o presidente Garrastazu Médici derruba o impedimento de demolição do Pavilhão Inglês, em resolução aprovada pelo Congresso Nacional, em 3 de dezembro daquele ano. 

Em 1974, Austregésilo de Athayde se encontra com o presidente Ernest Geisel, que lhe dá sinal verde para pedir um empréstimo na Caixa Econômica Federal. O empréstimo sai em 15 de maio do ano seguinte. Em 16 de junho, falecia o acadêmico Ivan Lins. O ex-presidente Juscelino Kubitscheck se candidata à vaga, mas os militares não queriam Juscelino na academia. Outro candidato era o escritor baiano Bernardo Élis, que, assim como Juscelino, fora punido pela Revolução de 1964. Mas o que os militares não queriam na academia era Juscelino, que perdeu para Bernardo Élis. 

Em 1975, começam as obras do Edifício Centro Cultural do Brasil, o Palácio Austregésilo de Athayde, projetado pelo arquiteto carioca Maurício Roberto Doria Baptista (1921-1996), formado pela Escola Nacional de Belas Artes (1939-1944). Construído pela Ecisa Engenharia e inaugurado em 1979, o Palácio Austregésilo de Athayde é uma torre de 115 metros, 30 andares, 12 elevadores sociais, ar-condicionado central, 112 vagas de estacionamento, garagem com manobrista, salas de auditório com capacidade de 288 pessoas e brigada de incêndio 24 horas. A ABL ocupa somente algumas das dependências do edifício, que é sede de empresas nacionais e multinacionais. 

Pronto, a ABL nunca mais precisou andar com pires na mãe nos gabinetes de presidente da República, governadores e prefeitos do Rio de Janeiro, e inclusive paga mensalmente aos acadêmicos uma grana que dá para bancar aluguel de um pequeno apartamento, comer e andar durante o mês no Rio. 

É nisso que Fernando Canto tem que focar. Ainda gastará muito solado de sapato e tomará incontáveis chás de cadeira, mas acabará surgindo um empresário, um bilionário (há, no Amapá?), ou um Juscelino Kubitschek amapaense, que compreenda que a Academia Amapaense de Letras é a guardiã da cultura, da identidade amapaense. 

Quanto a mim, tornei-me o primeiro sócio correspondente da AAL, pois moro em Brasília. Os acadêmicos, por unanimidade, reconheceram meu trabalho como escritor e me diplomaram, em cadeira patroneada pelo poeta e cronista Isnard Brandão Lima Filho, pai da minha geração de escritores. Comecei a frequentar a casa dele, na Rua Mário Cruz, em 1968. Ele tinha 27 anos e acabara de publicar ROSAS PARA A MADRUGADA; eu tinha 14 anos. 

No prefácio que ele escreveu para XARDA MISTURADA, de Joy Edson (José Edson dos Santos), José Montoril e eu, diz: “Minhas mãos tocaram pérolas e lentejoulas, testaram rubis e palparam diamantes, e meu olhar cigano acendeu de alegria...” 

Tu é que jorraste tudo isso no meu coração, poeta, pelo que sou grato para sempre. Recebi de ti esse veio maravilhoso e ainda tive o reforço do nosso amigo Edevaldo Leal (jornalista e cronista), que me ensinou a lapidar os diamantes e rubis da Quinta Azul, onde “só podem entrar aqueles que trouxeram, ao nascer, a clara marca dos pequenos deuses”. 

Recebes, Isnard, minhas Rosas Para a Madrugada: 

Por que escreves? – pergunta-me o jornalista

– Para viver – respondo

Pois só com as palavras desnudo a luz

E voo até o fim do mundo

Por isso, escrevo granadas intensas como buracos negros

E garimpo o verbo como o primeiro beijo

Escrevo porque escrever traz aos meus sentidos

Cheiro de maresia

Dom Pérignon, safra de 1954

O labirinto do púbis no abismo do acme

Mulher nua como rosa vermelha desabrochando


Do livro DE TÃO AZUL SANGRA

quarta-feira, 19 de junho de 2024

Yanomami. O horror! O horror!

Menina Yanomami agoniza na comunidade Maimasi (RR)

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 19 DE JUNHO DE 2024 – Os clássicos são, todos eles, contemporâneos, e sempre que os lemos lançam luzes sobre a existência. O Coração das Trevas, de Joseph Conrad, é um deles. Foi publicado inicialmente em 1899, em três partes, na Blackwood's Magazine, e depois como livro, em 1902, em Londres. 

Charles Marlow, inglês, é contratado como capitão de um barco a vapor para transportar marfim rio Congo abaixo para uma companhia de comércio belga. Na época, o Congo era propriedade do Rei Leopoldo II da Bélgica. Marlow. Mas na primeira e única viagem que Marlow faz, toma para si a tarefa de resgatar o sr. Kurtz, um dos mais brilhantes agentes da empresa, das entranhas da selva, onde Kurtz começa a mostrar sintomas de loucura, a se sentir um deus perante os nativos, e se torna carta fora do baralho da empresa. 

Leopoldo II (1835-1909), o segundo Rei dos Belgas, de 1865 até sua morte, torna-se dono do Estado Livre do Congo, de 1884 a 1908. O regime imposto à colônia africana por Leopoldo II foi um dos episódios mais infames da humanidade. Oficiais belgas assassinavam congoleses como se estivessem praticando tiro ao alvo. A antiga colônia é hoje a República Democrática do Congo. 

Leopoldo II constituiu, em 15 de abril de 1891, a Companhia do Catanga, para explorar borracha e marfim no Congo, escravizando os nativos e os tratando com espancamento, mutilações e assassinatos. Estima-se que os belgas mataram pelo menos um milhão de congoleses. 

O Coração das Trevas inspirou Francis Ford Coppola a realizar o filme Apocalypse Now (1979), transferindo a ação para a guerra do Vietnã e colocando o sr. Kurtz como um coronel americano (Marlon Brando) que enlouquece e se refugia na selva vietnamita. 

O colonialismo na África é semelhante ao praticado na Amazônia. Enquanto na África a febre é por marfim e diamante, na Amazônia é por ouro, e a temperatura se elevou brutalmente nestes tempos de mordaça e demência. 

A Amazônia concentra, hoje, 94% – 100 mil hectares – dos garimpos no Brasil, de acordo com o MapBiomas. Metade desses garimpos é ilegal e também metade se encontra em áreas protegidas. De 2010 a 2020, garimpos em terras indígenas cresceram 495%; e nas unidades de conservação cresceram 301%. A contaminação por mercúrio de rios e peixes próximos a aldeias Yanomami é assustadora. 

Pior do que os Yanomami, que vivem ao norte do estado do Amazonas, na fronteira com a Venezuela, estão os Kayapó, no sul do Pará, e os Munduruku, no sudoeste do estado. Porém os Yanomami são o caso mais escandaloso, porque estão no holofote. Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, acusa o ex-presidente Jair Bolsonaro de ser responsável pela situação dos Yanomami. A acusação é absurda. Enquanto isso, seu patrão, Lula, está mais preocupado em acabar com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia convidando Putin e Zelensky para uma rodada de 51. 

Uma foto, cedida pelo Centro de Documentação Indígena para divulgação, feita em 17 de abril de 2021, na comunidade Maimasi, em Roraima, é emblemática. Mostra uma menina, entre 7 e 8 anos, diagnosticada com malária, pneumonia, verminose e desnutrição, agonizando em uma rede. 

O Ministério da Saúde informou que a menina foi removida cinco dias depois que a foto foi feita por transporte aéreo para Boa Vista, onde foi internada no Hospital da Criança Santo Antônio. 

– Essas aldeias estão abandonadas. Todas elas sem assistência. Não há equipes. A equipe é desfalcada de pessoas. Têm postos de saúde que estão fechados há meses na Terra Yanomami – afirma o missionário Carlo Zacquini, que dá assistência aos Yanomami desde 1968. 

Maior reserva indígena do país, a Terra Yanomami fica entre os estados do Amazonas e Roraima, na fronteira com a Venezuela. Mais de 26 mil indígenas habitam a região, em cerca de 360 aldeias. 

Lula prometeu, várias vezes, resolver o problema dos Yanomami. A Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) afirmou à BBC News Brasil que o governo investiu 1 bilhão de reais em ações voltadas ao povo Yanomami, em 2023. Onde foi parar esse dinheiro? Afirmaram ainda que este ano serão 1,2 bilhão de reais. Desta vez os Yanomami vão tirar a barriga da miséria. 

Os Yanomami são a ponta do iceberg. A Amazônia brasileira tem 4.196.943 quilômetros quadrados, 59% do território nacional. Se fosse um país, seria o sexto maior do mundo em extensão territorial. Tem 38 milhões de habitantes. Trata-se da mais rica província biológica e mineral do planeta. Conquistada pelos portugueses e legada ao Brasil, está entregue à própria sorte. 

Com o advento da internet, até os cachorros já sabem o que se passa lá. Tráfico de minerais, animais, pessoas (principalmente crianças e mulheres para escravidão sexual), narcotráfico, máfias (conhecidas como facções), desvio de verbas, enriquecimento ilegal, garimpos, poluição, assassinato, estupro, o coração das trevas, o horror, o horror! 

As trevas, o horror, no romance de Joseph Conrad, não é o valor da vida dos congoleses. Nem os canibais que trabalham no vapor comandado por Marlow, ou a carne podre de hipopótamo que eles comem, já que Marlow não os deixa abaterem pessoas que não fossem da etnia deles, para comer. As trevas, o horror, são a ignorância. 

Há as trevas das pessoas simples, alienadas, e as trevas das pessoas instruídas, mas que gozam torturando e matando. Gozam, sobretudo, manipulando dinheiro, como os 51 milhões de reais que a Polícia Federal encontrou escondidos em várias malas em um apartamento alugado pelo ex-ministro da Integração Nacional (2007- 2010), Geddel Vieira Lima, em Salvador, em 2017.

quarta-feira, 20 de março de 2024

Mediunidade na Acupuntura

Ray Cunha e parte da equipe do Ceal (foto de 2018)

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 20 DE MARÇO DE 2024 – No Ocidente, a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) se tornou mais uma terapia da Medicina Alopática, que trata dos órgãos humanos do ponto de vista do funcionamento deles. Na China, para os orientais, a MTC continua sendo uma realidade metafísica. Assim, é comum acupunturistas tratarem apenas sintomas, em vez de intuírem as causas. 

Por exemplo: tira-se dor de ciático, ou da região lombar, ou da região sacral, ou da cabeça, sem sequer cogitar-se o que está causando a dor. O paciente sente-se aliviado, mas, horas depois, ou dias depois, tudo volta a ser como dantes no quartel de Abrantes. 

Integrante da equipe de voluntários do Ambulatório Fernando Hessem, no Centro Comunitário da Candangolândia, coordenado pelo professor Ricardo André, atendemos em torno de 40 pacientes, aos domingos de manhã, utilizando técnicas de Medicina Tradicional Chinesa. Mas pode acontecer de o número de pacientes duplicar e a equipe reduzir-se. 

Aí, ocorre o que eu chamo de “linha de montagem”, que é quando vamos diretamente ao que mais incomoda o paciente naquele momento e utilizamos um protocolo para eliminar a dor aguda que ele está sentindo. Mas mesmo em “linha de montagem” dá tempo para intuir o que está causando aquela dor. 

Tratar só o sintoma é como sentir dor de cabeça, tomar um Anador e a dor ir para o espaço. Mas hora depois a dor está de volta. Vamos supor que a dor seja causada por um fígado castigado por falta de água, ou por alimentação energeticamente incorreta. Podemos, em um ou dois minutos, orientar o paciente e então ele resolverá totalmente o problema. 

Às 9 horas, antes de começarmos a atender os pacientes, que começam a chegar bem mais cedo para pegar senha, fazemos uma oração comum. Às vezes, o Ricardo pede para eu fazer a oração. Repito sempre a mesma ladainha: Em nome de todos, agradeço aos pacientes que vierem aqui, hoje, a oportunidade que estão nos dando de nos exercitarmos no amor; agradeço também aos nossos mentores espirituais, que nos acompanham neste trabalho, contribuindo para que utilizemos os protocolos certos para encerrar, ou diminuir, o sofrimento dos nossos irmãos. Muito obrigado! 

Também integro a equipe de terapeutas em Medicina Tradicional Chinesa que atende nas manhãs de domingo no Centro Espírita André Luiz (Ceal), no Guará I, sob a coordenação do professor José Marcelo. Lá, costumamos atender médiuns do próprio Ceal, e dois deles já viram que sou acompanhado, durante meu trabalho, por um espírito. 

Pacientes também já sentiram a presença de um espírito que me acompanha e me orienta durante o atendimento. Quanto a mim, às vezes me surpreendo com protocolos que utilizo que não foram pensados, com resposta eficiente. É a essa intuição que me refiro. 

Mas como desenvolver a intuição? Todos nós somos médiuns, é claro, pois somos espírito, e médium quer dizer “ponte” entre os planos material e espiritual. Só que algumas pessoas são tão materialistas, tão densas, que essa ponte está intransponível. 

No Brasil, temos a Associação Médico-Espírita do Brasil (AME-Brasil), assim como temos associações médico-espíritas em vários estados brasileiros. Por que isso? Porque há médicos, e muitos, que acreditam na existência do espírito. Há inúmeros relatos de médicos videntes que trabalham em hospitais que cruzam com espíritos trabalhando entre eles. 

O astrofísico e médium vidente Laércio Fonseca comenta que o médium Zé Arigó, que realizou milhões de cirurgias espirituais, era só o instrumento para o espírito Dr. Fritz, este sim, é quem realizava as curas, trabalhando com uma equipe espiritual e com tecnologia à frente milhões de anos da nossa medicina atual. Somos como Zé Arigó quando realizamos trabalho voluntário, apenas instrumentos dos nossos mentores espirituais.

Para que o plano espiritual possa descer até a matéria densa é necessário que nos espiritualizemos, isto é, oremos, realizemos atividades em prol do próximo movidos pelo amor, não desejemos mal ao próximo, não reclamemos, nem lamentemos, e agradeçamos a tudo e a todos, seja lá o que for, pois o sentimento de gratidão gera amor, paz, alegria, saúde, prosperidade. É esse o ambiente em que a intuição transita.

domingo, 17 de março de 2024

Rio de Janeiro, a Capital do Trópico

Dois ícones do Rio: Cristo Redentor e Pão de Açúcar
(Foto: Marcos de Paula/Prefeitura do Rio de Janeiro)

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 17 DE MARÇO DE 2024 – A ideia de se construir a capital do Brasil no sertão surgiu em Portugal, em meados do século XVIII. Os portugueses só pensavam em ouro. Em 1891, a primeira Constituição da República fixou a região onde deveria ser instalada a futura capital, e, em 1956, o mineiro Juscelino Kubitschek resolveu construir Brasília, inaugurando-a, ainda um parque de obras, em 21 de abril de 1960. 

Eleito, Juscelino viu, claramente, que no Rio de Janeiro jamais chegaria ao fim do seu mandato, razão pela qual resolveu governar na ponte aérea que criou, Rio-Brasília, um naco do cerrado do estado de Goiás, onde a nova capital seria erguida. Foi bom para o estafe do presidente, com gordas diárias e mordomias, durante a construção da nova capital. Na época, a inflação desembestou. 

O mandato de JK, que começou em 31 de janeiro de 1956, terminou em 31 de janeiro de 1961. Foi sucedido, em 31 de janeiro de 1961, pelo paulista Jânio Quadros, que só aguentou morar em Brasília até 25 de agosto. Caiu fora. Foi tomar seu uísque em São Paulo. Tomou posse o vice, o gaúcho João Goulart, em 8 de setembro de 1961. Comunista, Goulart foi defenestrado em 1 de abril de 1964 pelos generais, que gostaram de Brasília e ficaram no poder até 1985. 

Os generais gostaram de Brasília porque na cidade não havia a menor possibilidade de protesto popular, como no Rio de Janeiro, e assim a cidade prosperou. Hoje, mesmo com mais de 3 milhões de habitantes, a situação continua a mesma, pois a cidade foi construída de modo que qualquer manifestação popular pode ser cercada facilmente e manifestantes se arriscam a passar o resto de suas vidas, se forem preferenciais, na Papuda, a penitenciária local. 

Mas o Rio continua sendo, de fato, a capital do Brasil. Por exemplo: há 32,3 mil funcionários públicos federais no Rio a mais do que em Brasília. De acordo com o Boletim Estatístico de Pessoal, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, o Rio tem 102,6 mil servidores federais contra 70,3 mil em Brasília. Também o patrimônio das estatais federais e a presença das Forças Armadas no Rio são hegemônicos. 

Há vários fatores que obrigam a que o Rio se some a Brasília. Quantos países têm mais de uma capital! A África do Sul, por exemplo, tem três: Pretória, Cidade do Cabo e Bloemfontein. Um desses fatores é a volta do Congresso Nacional para o Rio. Lá, o Congresso virará realmente a casa do povo. 

Outro fator é que o Rio é a cidade que melhor reflete a identidade brasileira. Começou com as aldeias tupinambás cercando toda a Baía de Guanabara, os franceses da França Artártica, expulsos pelos portugueses, a chegada dos africanos, o ouro de Minas Gerais, o Império do Brasil, o golpe da República e o século XX, quando os cariocas realizaram a Semana de Arte Moderna em São Paulo, que é onde estava então o dinheiro, e os nordestinos instituíram na Cidade Maravilhosa a moderna imprensa brasileira, hoje, velha imprensa, mas porque se transformou em balcões de negociatas. 

O Rio, desde sempre, se tornou a Meca dos intelectuais e artistas brasileiros. É lá que todo mundo que vive em torno da arte e da cultura, do Sul à Amazônia, se encontra. Também o Rio é a cidade que mais recebe turistas no Hemisfério Sul, porque é a cidade mais bonita do mundo, a Capital do Trópico, abraçada pelo Cristo Redentor no alto do Corcovado, a 800 metros de altura, tem Carnaval e suas praias são estonteantes.

E depois, sua posição geográfica é estratégica, de modo que o Brasil ganharia se o Rio recuperasse o status de segunda capital do país, o que ele já é naturalmente. E Brasília, hoje, uma pujante cidade iluminando o sertão, continuaria cumprindo seu papel de cidade administrativa e ligando, juntamente com Goiânia, o continente brasileiro no planalto.