sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

O azul do acme

Viver não é preciso; viver hoje é preciso, porque os dias são feitos de azul

RAY CUNHA

O momento do dia que mais me causa prazer ocorre às 5 horas, quando os sons do amanhecer pulsam como música de Mozart, até o sol iluminar as rosas. Levanto-me antes das 5 e preparo café Três Corações, gourmet, e bebo duas xícaras médias com tapioquinha amanteigada. Então vou ao encontro das personagens de ficção com quem eu convivo.

Hoje, minha rotina foi mais azul, pois, entre os sons do acme, arranquei da madrugada, com minhas mãos de poeta, gemidos. Os sons do acme são combustível poderoso, que nos remete à dimensão dos abismos de rosas, em voos inacreditáveis como o da luz, como gigantesco jato pousando. O acme é tão redentor quanto o sorriso misterioso da mulher amada, na entrega total, naquele momento em que ela se torna a princesa que nunca deixou de ser.

Hoje, o jardim do apartamento é um cataclismo de rosas. Há tantas que inundam a madrugada. Ouço Pérez Prado e leio sobre leões na praia, ao amanhecer. Tudo isso, hoje. Sinto sabor de tacacá e sensações de Macapá e do Caribe. E assim avança o último dia do ano, um rio azul como os poemas da Alcinéa Maria Cavalcante, filha do poeta Alcyr Araújo e afilhada do mago prestidigitador de palavras Isnard Brandão Lima Filho.

Deus é o próprio azul. Também o Pai criou os jardins prenhes de rosas vermelhas colombianas, ao som do riso de crianças e perfume de Chanel número 5.

Todos os dias, como hoje, são pedras preciosas que nascem no meu coração, e que presenteio a todos que eu amo. Peço a Deus que o azul dos dias invada os corações dos que precisam me perdoar, para que se livrem de qualquer resíduo de mágoa que respinguei na luz das primaveras e lhes devolva a liberdade. Viver não é preciso; viver hoje é preciso, porque os dias são feitos de azul. Hoje, são todos os dias, é a própria vida.

Os sons do acme, misturados aos sons da madrugada, que ouvi hoje, são feitos de uma substância que só encontramos no primeiro beijo, no nascimento dos nossos filhos, na criação de personagens de ficção, na oração, no riso da mulher amada, na luz. São sons que só ouvimos com os tímpanos dos nervos, às 5 horas, que é a hora em que Deus, que nunca dorme, acorda.

Amanhã, começa novo ano. Mas não existe amanhã. Só existe hoje. O ano novo já começou, em nuanças do azul. O azul é um estado de consciência, uma viagem sem começo e que não acaba nunca.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Romance A CASA AMARELA, do amapaense Ray Cunha, vai além do realismo fantástico

BRASÍLIA, 20 DE DEZEMBRO DE 2021 – O romance A CASA AMARELA, de Ray Cunha, é da mesma linha do realismo fantástico de Pedro Páramo, de Ruan Rulfo, e Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez, mas vai além, pois ambienta em um mesmo lugar personagens que vivem no mundo material, tal qual o conhecemos, e pessoas que já morreram fisicamente e vivem no plano espiritual, que a ciência desconhece.

No romance, que se passa em Macapá, cidade localizada na margem esquerda do estuário do maior rio do mundo, o Amazonas, e seccionada pela Linha Imaginária do Equador, a Casa Amarela é viva, e uma seringueira sente emoções humanas e pode mover seus galhos sem vento algum.

Um dos quartos da casa é um portal para um mundo povoado de espíritos, e frequentado por nada menos que Ernest Hamingway e Antoine de Saint-Exupéry.

Ray Cunha, o autor, nasceu em Macapá e trabalhou nos principais jornais da Amazônia.

Adquira A CASA AMARELA no Clube de Autores ou na amazon.com.br

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Eu, velho

Ray Cunha por ele mesmo, da janela do seu quarto no Sudoeste (2021)

RAY CUNHA 

Aos 21 anos, eu não era nenhum Brad Pitt em Lendas da Paixão, aos 30 anos, mas tinha meu charme. Já publicara um livro de poemas, Xarda Misturada, juntamente com Joy Edson (José Edson dos Santos) e José Montoril, em Macapá, minha cidade natal; assinava uma coluna semanal, No Mundo da Arte, no jornal A Notícia, e frequentava o Clube da Madrugada, em Manaus.

Media 1,64 metro e pesava em torno de 60 quilos. Como rachei lenha quando criança, eu era seco e musculoso. Mais tarde, joguei boxe, o que desenvolveu ainda mais o tônus; testa larga, olhar atento e entusiasmo pela vida são traços que se acentuaram ao passar dos anos.

Naquela época, confesso que até mulher casada se ajoelhou aos meus pés; mulheres lindas entregaram-se, inteiras, a mim, deixando-me voar nos seus labirintos de mistérios. Eu podia ingerir comida estragada, beber sozinho uma garrafa de Pitú ao longo de um bate-papo, caçava, pescava, mergulhava noites inteiras nos insondáveis abismos das ninfas, e nada disso me abalava. Era o império do corpo. Hoje, já começo a vislumbrar a chave com a qual abrirei, finalmente, a porta mágica da luz.

Leio desde os cinco anos de idade, quando os gibis e a biblioteca do meu irmão mais velho, Paulo Cunha, me seduziram para sempre. Aos 14 anos, já lera Ernest Hemingway, Francis Scott Fitzgerald, Graciliano Ramos, Fiódor Dostoiévski, Jorge Luís Borges, livros de história e de geografia, enciclopédias, dicionários, bulas de remédio e tudo o que me caísse às mãos. E frequentava a casa do poeta Isnard Brandão Lima Filho.

Lia da mesma forma que comia, bebia e amava, como um leão, que tudo podia rasgar com as garras. Maduro, ao reler alguns livros da minha juventude, fiquei atônito. Descobri, neles, cheiros insuspeitos, ruas ainda não percorridas, personagens que, agora, puseram-se a contar coisas para mim.

Quanto fui iniciado nos segredos das criaturas mais deliciosas e enigmáticas do Universo, as mulheres, eu as tinha como quem mastigasse feijão com arroz. Hoje, depois que comecei a descer o morro da vida, navego a mulher amada com a sensação de um cataclismo de rosas colombianas vermelhas.

Atingi a sofisticação de capturar a dança delirante de mulheres caminhando em vestido justo, de seda, e fazer uma mulher sorrir, produzindo, nela, o mesmo efeito do sol da primavera, sua feminilidade explodindo em estrelas e ela se sentindo, e se tornando, a mulher mais bonita do mundo. 

Descobri que tempo e espaço são uma ilusão, que só há o agora e o agora, o momento mesmo da vida, que eu existo desde antes do princípio e existirei até depois do fim. A vida é uma eterna caminhada rumo ao Éter, à Luz, a Deus. Nesse trilhar, já quase não sou mais arrogante, procuro ser gentil e atencioso com todos, e cuido para que a mulher amada se sinta como a mais bela flor de um jardim esplendoroso.

Já não faço questão de receber presentes, mas de distribuir as pedras preciosas que garimpei nos momentos mais perigosos da trilha, como os rubis azuis que depositei no relicário do meu coração. Não ambiciono nada além de uma rosa bem vermelha e o riso de uma criança.

Também peço que o Universo me perdoe pelas ofensas que cometi, porque sei, na minha esperança, que basta um raio de luz para extinguir a treva. E não há nada que eu queira mais do que ouvir o riso da mulher amada.

Sinto a velhice como um mergulho infindável no abismo da poesia, uma caminhada permanente na primavera que se espraia no telhado da casa da minha infância, as zínias, as rosas, o jasmineiro embriagando o ar nas noites tórridas, a mangueira, o cajueiro, a seringueira, as paredes de tijolos deitados da Casa Amarela, sólida como um navio.

Ouço os sabiás com redobrada atenção. Amam intensamente, de agosto até o início do ano seguinte. São os imperadores do verão, quando os galhos das mangueiras se curvam ao peso de mangas inchadas e doces como seios de mulher grávida.

Levanto antes que os sabiás comecem o seu canto, às 3 horas, faço a ablução e preparo café, Três Corações, gourmet, que bebo com tapioquinha amanteigada, cuscuz ou pão integral com passas. Curto a alvorada certo de que Brasília está sempre à minha disposição, oferecendo-me mil possibilidades.

Às vezes, sou favorecido com a sorte de atravessar o Setor Comercial Sul no momento mais redentor, em torno das 7 horas, ao meio de mulheres perfumadas, algumas com os cabelos ainda molhados, e há sempre uma com o perfume das virgens ruivas, cheiro de mar.

Então, Aquele “que se revela na harmonia de tudo o que existe” (filósofo holandês Baruch Spinoza) inunda a alma. E quando ouço o Concerto para Piano e Orquestra, em Ré Menor (número 20, K 466), de Wolfgang Amadeus Mozart, sinto a Terra roçar o espaço, da mesma forma quando me desfaço ao acme e me transformo em leão de asas.

Hoje, não sinto mais a gana de quando tinha 21 anos. Naquela época, eu amava como leão e bebia como Hemingway, e me internava na noite, esta grande amante, armado apenas da beleza suprema da juventude. Agora, desarmado, arranco gemidos ainda mais altos da mulher amada, porque nas minhas mãos há luz.

Também não mais dilacero a carne, embora minhas mãos tenham se transformado em tenazes de nióbio, que, porém, roçam a pele da mulher amada com a leveza de uma pétala. Não sinto mais o fluir da vida no tempo, mas como o grande rio, que escorre, ininterruptamente, para o Atlântico.

Ouço murmúrios na tarde, ao encontro da noite, imensa como um navio todo iluminado. Uma negra em vestido de seda passa por mim e deixa um rastro de Chanel 5, o perfume embriagador das lágrimas dos jasmineiros imersos na canícula, sabor de Don Pérignon, safra de 1954, leite da mulher amada, e o cheiro redentor do mar. Algumas mulheres são o próprio mar, e, por isso, são inacessíveis.

Guardo, na memória do meu coração, um combustível eterno. Cada uma das mulheres que amei, e que, às vezes, fiz chorar (perdão!), cada jasmineiro que perfumou as ruas noturnas por onde vaguei, com seu choro ao calor das madrugadas, cada verso que escrevi, cada cidade que descobri, todos os voos que alcei, disso é minha têmpera.

Hoje, levo uma vida estranhamente social, pois reúno-me também com meus antepassados, especialmente meu pai, João Raimundo Cunha, belo, majestoso, destemido, amado, e minha mãe, Marina Pereira Silva Cunha, a mais bonita, forte, corajosa e querida entre as mulheres. Às vezes, simplesmente os ouço, na prece.

Meus cabelos começaram a ficar grisalhos, cada vez mais ralos; a pele, aos poucos, exibe o resultado das intempéries, e as pessoas já me olham desconfiadas. Não bebo mais, depois de 43 anos mergulhado no álcool, como uma poça que se avolumou e começa a secar.

Ouço, agora, o silêncio da madrugada, emociono-me ao ver crianças, rosas, uma estrela. Não sinto apego a mais nada. Minha riqueza é imensa, pois à minha passagem os jardins florescem, as crianças riem e a luz triunfa.

Câmara votará a legalização dos cassinos em fevereiro de 2022. A regulamentação do jogo é inadiável. Maioria absoluta é favorável

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 17 DE DEZEMBRO DE 2021 – O Marco Regulatório dos Jogos no Brasil, Projeto de Lei 442/91, será votado na primeira semana de fevereiro de 2022, garantiu o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL), após aprovação em plenário, ontem à noite, do requerimento de urgência para a votação do projeto, por 293 votos favoráveis, 138 contrários e 11 abstenções. Com a aprovação do requerimento a tramitação queima algumas etapas e exige apenas maioria simples. 

“Eu fui eleito com um compromisso único de ouvir e pautar interesses diversos da Casa. Essa questão da legalização dos jogos no Brasil tem de ser feita às claras, com muito debate, com todas as convergências e divergências” – disse Lira. 

A legalização de cassinos, jogo do bicho, bingo e caça-níqueis gerará uma arrecadação em torno de 50 bilhões de reais por ano para os cofres públicos, dinheiro suficiente para bancar, por exemplo, o Auxílio Emergencial e o Bolsa Família. O senador Angelo Coronel (PSD/BA) declarou à Agência Senado que “a geração de recursos da tributação de jogos poderia ampliar o alcance do Bolsa Família de 14 milhões de famílias para 22 milhões”. 

A clandestinidade do jogo no Brasil é uma idiotice que já passou dos limites. Joga-se no planeta desde o início da História, há cerca de cinco mil anos, entre povos como os sumérios e os egípcios. No Império Romano, os dados rolavam o tempo todo; foram os romanos que introduziram os jogos de azar na Europa toda, via Terceira Cruzada. Na China, já havia carteado no século 9 e na Europa cinco séculos depois. 

Quanto às loterias, também os primeiros registros são da China, na Dinastia Han, entre 205 e 187 aC. Na Europa, as primeiras loterias começaram no Império Romano. Pôquer e roleta são mais recentes, do século 19. 

O jogo de azar é praticado em todos os países civilizados do planeta, como, por exemplo, Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Alemanha, França, Bélgica, Espanha, Itália, Suíça, Grécia, Portugal, Áustria, Holanda, Mônaco, Uruguai etc. A Região Administrativa Especial de Macau, na China, é hoje o principal centro de jogos do mundo, desbancando Las Vegas, nos Estados Unidos, como capital mundial dos cassinos e faturando, com apenas 35 cassinos, 38 bilhões de dólares por ano. Os mais de 100 cassinos de Las Vegas faturam 8 bilhões de dólares por ano e só uma de suas maiores redes conta com 50 mil empregados. 

No Brasil, os cassinos surgiram após a independência, em 1822, até 1917, no governo Venceslau Brás. Getúlio Vargas voltou a legalizá-los em 1934, até 1946, então proibidos pelo presidente Eurico Gaspar Dutra, até hoje. 

Dona Santinha, Carmela Leite Dutra, esposa do presidente Gaspar Dutra, era beata e exercia forte influência sobre o marido. Para ela, jogo era coisa do capeta. Dutra cedeu e de um momento para o outro arrasou uma das indústrias que mais faziam o país prosperar, jogando no desemprego mais de 40 mil trabalhadores, incluindo artistas como Carmen Miranda e Orlando Silva, em 70 cassinos espalhados pelo país. 

“Ninguém acredita em mim quando eu digo que cassinos são proibidos no Brasil ou pensam que estou brincando! Investidores em todo o mundo acompanham ansiosamente a legalização e regulamentação dos jogos no Brasil – disse, em entrevista à Tribuna da Imprensa Livre, a executiva da Clarion Events, Liliana Costa. “Com exceção dos países muçulmanos, praticamente todos os países do mundo possuem os jogos de sorte e azar presenciais legalizados.” 

Mas o Brasil é um dos países onde mais se joga no mundo, dia e noite, funcionando como uma gigantesca lavanderia, porque o jogo é clandestino. Quando o jogo foi criminalizado, as máfias riram para as paredes. Calcula-se que o jogo clandestino no Brasil movimente atualmente cerca de 5 bilhões de dólares por ano. Só o jogo do bicho movimenta 10 bilhões de reais por ano, sem pagar nenhum centavo de imposto e sem gerar empregos formais. 

Estudo do IJL/BNLData indica que o mercado de jogos no Brasil tem potencial de arrecadar 15 bilhões de dólares por ano, deixando para o erário 4,2 bilhões de dólares, além de 1,7 bilhão de dólares em outorgas, licenças e autorizações, isso, sem somar investimentos e geração de empregos na implementação das casas de apostas. Calcula-se que a legalização do jogo gerará mais de 658 mil empregos diretos e mais de 619 mil indiretos. 

O argumento da oposição ao jogo é inacreditável. Os donos da moralidade acham que a liberação dos jogos de azar pode agravar problemas na saúde, com alto custo de tratamento dos apostadores contumazes, além de aumentar a exploração sexual e a prostituição, piorar a segurança pública, prejudicar ações de combate à corrupção e ampliar a lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e evasão de receitas.

Seria cômico se não fosse sério. Tudo isso está acontecendo com o jogo na clandestinidade! É a clandestinidade do jogo que alimenta a corrupção, propina e chantagem política. Por isso é que a legalização do jogo é inadiável e irreversível.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Com apoio de Bolsonaro, Mourão será imbatível para o governo do Rio de Janeiro. Legalização dos cassinos impulsionará o turismo no Brasil

O Rio quer Mourão no comando (Foto: Marcos Corrêa/PR)

RAY CUNHA

BRASÍLIA, 1 DE DEZEMBRO DE 2021 – Em política tudo pode mudar de uma hora para outra, e tudo é possível, mas, neste 1 de dezembro de 2021, o cenário parece estável. Desde a Constituição de 1988, os fabianos, comunistas camuflados, começaram a assediar o poder com ferocidade. Em 1990, Fidel Castro, Fernando Henrique Cardoso (FHC) e Luiz Inácio Lula da Silva criaram o Foro de São Paulo, reunindo esquerdistas de toda a Ibero-América, com a missão de transformarem o Brasil em uma União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) tropical. 

Em 2003, FHC elege Lula presidente da República, e o Partido dos Trabalhadores (PT), de Lula, permanece no poder até 2016, aparelhando tudo. Em 2018, surge um candidato conservador, o capitão do Exército e deputado federal Jair Messias Bolsonaro, ficha limpa e que promete estancar a roubalheira no país, já então histórica. Nunca se roubou tanto. 

Bolsonaro caiu nas graças do eleitor. Ainda candidato, aonde ia formava-se logo uma multidão para ouvi-lo e aplaudi-lo. A esquerda ficou apavorada. Não se sabe ainda quem, mandaram matá-lo a facada. O ex-Psol Adélio Bispo de Oliveira foi o encarregado de assassinar Bolsonaro. Aplicou-lhe uma peixeirada no baixo ventre que quase o transfixa. Quando conseguiram chegar com um moribundo Bolsonaro à Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora/MG, ele já tinha perdido metade do seu sangue, mas sobreviveu, e ganhou as eleições. 

Desde que assumiu, em 1 de janeiro de 2019, a esquerda vem tentando acabar com ele. Se não conseguiram matá-lo, teria que ser apeado do Palácio do Planalto a qualquer custo, pois Bolsonaro não rouba e não deixa roubar. Resultado disso: com o dinheiro que não é roubado ele vem construindo uma infraestrutura básica e de transportes com velocidade e qualidade nunca vistas no país, apesar da pandemia do vírus chinês. 

Mesmo assim o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Senado se uniram para acabar politicamente com Bolsonaro. Só que dezenas de milhões de pessoas vão às ruas sempre que o golpe fica escancarado demais. E depois Bolsonaro tem um trunfo: a Constituição de 1988, que o protege. 

No último 7 de Setembro, a esquerda quebrou a cara. Dezenas de milhões de pessoas foram às ruas pedindo a Bolsonaro intervenção das Forças Armadas para frear a ditadura da toga. A esquerda aguardava ansiosa que Bolsonaro fizesse isso e caísse em desgraça no cenário internacional, abrindo as portas para uma guerra civil, que é o que os fabianos querem, pois sabem que no cenário de hoje teriam ajuda da China, o que poderia dar início até a uma terceira guerra mundial. 

Porém o Brasil está destinado a ser o coração do mundo e pátria do Evangelho, pelos seus recursos naturais e seu povo ecumênico. 

Os fabianos estão desesperados devido aos seguintes fatores: jejum de grana e impossibilidade de desviarem verbas públicas e de porem as mãos em centenas de bilhões de reais escondidos em paraísos fiscais; apoio popular a Bolsonaro; a sagacidade do presidente; a assessoria que recebe da inteligência da Agência Brasileira de Informação (Abin) e das Forças Armadas; e a Constituição. 

Como eu disse, em política tudo pode mudar de uma hora para outra, mas a leitura que se pode fazer agora é a de que Bolsonaro será reeleito presidente em 2022, conduzindo nosso país na reta final de se tornar uma potência mundial. 

Com essa configuração política, o vice-presidente, Hamilton Mourão, pode se tornar governador do Rio de Janeiro, o mais importante estado brasileiro do ponto de vista geopolítico. Mesmo afirmando que não concorrerá ao governo do Rio pesquisas apontam o vice-presidente como favorito, pois os cariocas sabem do profundo conhecimento que Mourão tem do Rio de Janeiro, sua competência administrativa e sua honestidade. E se Bolsonaro apoiar Mourão dificilmente ele não será eleito governador. 

O estado do Rio de Janeiro vem sendo governado por máfias comandadas até por ex-governadores, década após década. Em termos de corrupção e má gestão o estado é o pior do país. Se os cariocas, que estão cansados de gangsters montados na burra, elegerem um governador honesto e competente (e tem que ser muito, muito competente), capaz de organizar, e limpar, a polícia, e implementar tolerância zero com o crime, especialmente o crime organizado, o Rio de Janeiro, com os recursos que tem, do turismo ao petróleo, se transformará também em vitrine econômica para o Brasil. 

Pesquisa do Instituto Gerp para governador do Rio em 2022 aponta o general Hamilton Mourão (PRTB) liderando a corrida. Mourão disse que é “pura especulação”. Contudo, foram entrevistadas 1.200 pessoas entre 10 e 17 de agosto, dando Mourão com 18% das intenções de voto, seguido pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), com 15%; o deputado federal Marcelo Freixo (PSB), com 12%; o ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), com 7%; e o atual governador, Cláudio Castro (PL), com 6%. 

No cenário sem Mourão na corrida um dos arqui-inimigos de Bolsonaro, Freixo, passa à liderança, o que pode fazer com que Bolsonaro apoie Mourão, pois sabe que não se pode dar um passo sequer em falso, pois poderá ser fatal. 

Todos os governadores eleitos do Rio de Janeiro nos últimos 20 anos foram presos. Sérgio Cabral foi o que mais mamou. Preso em novembro de 2016, sua pena já ultrapassa 170 anos de cadeia. Ele era o próprio crime organizado. A lista de políticos presos no Rio é quilométrica. Além dos governadores, todos os presidentes da Assembleia Legislativa do estado (Alerj), de 1995 a 2017, foram presos. Há até conselheiros do Tribunal de Contas do Estado enjaulados. 

Mourão nasceu em Porto Alegre/RS, em 15 de agosto de 1953, mas foi morar no Rio, no bairro da Urca, aos 9 anos. Conhece o estado e a cidade do Rio tão bem como a Amazônia, pois serviu amplamente em ambas as regiões, e é um dos oficiais mais brilhantes do Exército. 

Em entrevista na rádio carioca AM 710, ao radialista Antônio Carlos, presidente do PRTB/RJ, Mourão disse que o Rio ainda tem um grande espaço para continuar sendo uma cidade maravilhosa. 

 – O Rio de Janeiro é um retrato 3 por 4 do que ocorre no Brasil como um todo. Ele não foge daquilo que nós viemos enfrentando no País, além da crise política que vive, não é? Lamentavelmente, no nosso Estado, os últimos governos foram extremamente controvertidos por praticamente todos eles estarem envolvidos em atos de corrupção, em desvios de recursos públicos que deveriam ser utilizados para atender às necessidades da população e na realidade foram desviados para os bolsos – disse Mourão. 

– A primeira coisa que a gente precisa, vamos dizer assim, é de uma classe política realmente comprometida com a moralidade, a legalidade, a impessoalidade e com transparência, ou seja, com os bons princípios da administração pública. Nós precisamos, na questão econômica, resolver os dois problemas que são iguais aos do Brasil. Um é o equilíbrio fiscal no Rio de Janeiro. Ele tem que entrar dentro do orçamento que é capaz de arrecadar e esse orçamento ser utilizado sem desperdícios e sem corrupção – analisa. 

– E, para isso, reformas que vêm sendo feitas como a questão previdenciária, a questão administrativa, um enxugamento do estado, é necessário para que ele realmente seja mais moderno, mais ágil e tenha a capacidade de atender as necessidades da população e também a questão da produtividade e tributos, que são muito elevados – observa. 

E arremata: 

– Há cem anos o mundo estava emergindo da Segunda Guerra Mundial, enfrentando a pandemia da gripe espanhola. Matou muito mais gente do que essa pandemia da covid-19. Logo depois entrou na grande depressão, em ascensão do nazi fascismo e do comunismo, esses totalitarismos que a gente quer ver para sempre banidos da história política do mundo, e só depois o mundo passou a viver um momento de tranquilidade. Os nossos avós e bisavós enfrentaram isso aí e agora nos tocou a vez de enfrentar essa pandemia. Vamos superar. Precisamos estar unidos. 

O estado do Rio de Janeiro situa-se na Região Sudeste, limitando-se com Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo, além do Oceano Atlântico. Com mais de 17 milhões de habitantes e 43.780,172 quilômetros quadrados, seu litoral, com 635 quilômetros de extensão, é o terceiro mais extenso do país, atrás da Bahia e do Maranhão.                       

A cidade do Rio de Janeiro, ou simplesmente Rio, ou Cidade Maravilhosa, é o maior destino turístico internacional no Brasil, da Ibero-América e de todo o Hemisfério Sul, constituindo-se na cidade brasileira mais conhecida no exterior, a grande vitrine internacional do Brasil. 

Com mais de 6 milhões de habitantes, é um dos principais centros econômicos, culturais e financeiros do país, identificada por ícones como o Pão de Açúcar, a estátua do Cristo Redentor, as praias de Copacabana e Ipanema, o Estádio do Maracanã, a floresta da Tijuca, o réveillon de Copacabana; o carnaval carioca; o samba etc. etc. A cidade em si é a história viva do Brasil. 

Com a legalização do jogo de azar, o que deverá ocorrer até o próximo ano, e um governador com tolerância zero com a corrupção, o Rio de Janeiro se tornará uma das cidades com maior fluxo turístico do mundo. O jogo de azar é uma das principais indústrias na maior parte das democracias do planeta, principalmente nos países do Primeiro Mundo, e, em alguns deles, é a principal fonte de recursos. 

A clandestinidade do jogo de azar leva a potencialização do crime organizado, já que essa atividade corre à margem do Estado, sem fiscalização, sem deveres legais e sem contribuir com sequer um centavo para com o orçamento do país. 

Um dos países onde mais se joga no mundo é o Brasil, movimentando cerca de 5 bilhões de dólares por ano, sem fiscalização e sem pagar nenhum centavo de imposto, nem gerar emprego formal. Só o jogo do bicho movimenta 10 bilhões de reais por ano, segundo estudo do Instituto Brasileiro Jogo Legal (IJL)/BNLData. 

Também de acordo com o IJL/BNLData, o mercado de jogos no Brasil tem potencial de faturar 15 bilhões de dólares por ano, deixando para o erário 4,2 bilhões de dólares, além de 1,7 bilhão de dólares em outorgas, licenças e autorizações, isso, sem somar investimentos e geração de empregos na implementação das casas de apostas. E geraria mais de 658 mil empregos diretos e 619 mil empregos indiretos. 

O jogo de azar é praticado em muitos países, como, por exemplo, Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Alemanha, França, Bélgica, Espanha, Itália, Suíça, Grécia, Portugal, Áustria, Holanda, Mônaco, Uruguai etc. A Região Administrativa Especial de Macau, na China, é hoje o principal centro de jogos do mundo, desbancando Las Vegas, nos Estados Unidos, como capital mundial dos cassinos, e faturando, com apenas 35 cassinos, 38 bilhões de dólares por ano. Os mais de 100 cassinos de Las Vegas faturam 8 bilhões de dólares por ano e só uma de suas maiores redes conta com 50 mil empregados.

Quando o jogo foi proibido no Brasil, em 1946, havia 70 cassinos espalhados pelo país empregando mais de 40 mil trabalhadores, incluindo artistas como Carmen Miranda e Orlando Silva; era, então, a indústria que mais fazia o país prosperar. 

Para o presidente do Instituto Brasileiro Jogo Legal (IJL), o jornalista especializado em loterias e apostas Magno José Santos de Sousa, professor do curso de pós-graduação em Comunicação Empresarial da Universidade Candido Mendes (Ucam/RJ) e editor do BNLData, o Brasil se submete a uma das legislações mais atrasadas do mundo para o setor, e adverte: “A clandestinidade não anula a prática”. 

Contratada pelo portal BNLData/Instituto Brasileiro Jogo Legal, a Paraná Pesquisas consultou 238 deputados federais, em maio de 2019, com a pergunta: “O Sr. (a) é a favor ou contra a legalização de todos os jogos de azar no Brasil, ou seja, a legalização de cassinos, jogo do bicho, casas de bingo, vídeo-jogo e jogo online?” Resultado: 52,1% dos deputados federais manifestaram-se favoráveis à legalização dos cassinos, jogo do bicho, bingos, vídeo-jogo e jogo online; 40,8% foram contrários; e 7,1% não responderam. 

Pesquisa realizada pela Global Views on Vices, em 2019, estima que no mundo 70% da população são favoráveis aos jogos de azar e 25% não. Aqui, 66% dos brasileiros são favoráveis ao jogo, contra 25%. 

A oposição acha que a legalização dos jogos de azar pode agravar problemas na saúde, com alto custo de tratamento dos apostadores contumazes, além de aumentar a exploração sexual e a prostituição, piorar a segurança pública e prejudicar ações de combate à corrupção, aumentando lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e evasão de receitas. Ora, tudo isso ocorre agora, precisamente por causa da clandestinidade do jogo de azar, alimentando a corrupção, propina e chantagem. 

Somente no Senado há quatro propostas de legalização do jogo, a mais adiantada delas pronta para ser votada em Plenário, o Projeto de Lei do Senado (PLS) 186/2014, do senador Ciro Nogueira (PP/PI), que autoriza a exploração de “jogos de fortuna” on-line ou presenciais em todo o território nacional, incluindo o jogo do bicho, videobingo e videojogo, bingos, cassinos em complexos integrados de lazer, cassinos on-line e apostas esportivas e não esportivas. Os demais são o PLS 2.648/2019 do senador Roberto Rocha (PSDB/MA); PLS 4.495/2020, do senador Irajá (PSD/TO); e o PLS 595/2015, do ex-senador Donizetti Nogueira, que seguem na mesma linha do PLS do senador Ciro Nogueira.

Por todas essas razões, a clandestinidade do jogo de azar é um equívoco que já dura 79 anos, urgindo legalização inadiável e irreversível.

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Romance A CASA AMARELA resgata os anos 1960 em Macapá/AP, na Amazônia Caribenha

Ray Cunha e a acrílica sobre tela Tuiuiú Crucificado, de Olivar Cunha

Edição da amazon.com.br
BRASÍLIA, 29 DE NOVEMBRO DE 2021 – Em seleção do UOL, de 27 livros de ficção que melhor retratam cada unidade da federação brasileira, o romance A CASA AMARELA, de RAY CUNHA, representante do Amapá, eleva o realismo fantástico à estratosfera.

A CASA AMARELA, romance de estreia de RAY CUNHA, recria a Macapá dos anos 1960, com sua ação a partir de 1964, início da Ditadura dos Generais, período que durou 21 anos, encerrando-se em 1985. 

A história se passa na Amazônia caribenha, na capital do então Território Federal do Amapá, a remota cidade de São José de Macapá, seccionada pela Linha Imaginária do Equador e sitiada pelo sol de rachar, pela selva, pelo estuário do maior rio do mundo, o Amazonas, e a luta que se travou entre conservadores e comunistas. 

Os Picanço Cardoso viviam felizes naquela Casa Amarela cercada de flores, na orla da Mata do Rocha, mas 1964 era o prenúncio da tragédia. A Casa Amarela é a principal personagem deste romance, juntamente com a Seringueira, e ambas sentem como qualquer pessoa diante condição humana. 

Edição do Clube de Autores

Contudo, enquanto na Fortaleza de São José de Macapá lateja a Ditadura dos Generais, na Casa Amarela há um Quartinho, onde vivos conversam com mortos, como Ernest Hemingway, ou Antoine de Saint-Exupéry. É lá que se percebe que, afinal de contas, a vida continua.

A leitora Karen Verona, de Macapá, adquiriu A CASA AMARELA na amazon.com.br e deixou no site da editora sua avaliação: “Ótima leitura, é como entrar numa máquina do tempo rumo à Macapá/AP de 1964. Me identifiquei com muitas passagens, não apenas porque sou amapaense, mas também pela história e sentimentos vividos por Mel, Alexandre (filho) e João. Me fez refletir sobre mim mesma, as pessoas que amo e já morreram (meu pai e irmão), sobre minha mãe, que tanto amo, sobre minha querida cidade e minha amada casa. É uma leitura muito bela”. 

O UOL Educação, em Literatura: Conheça o Brasil em 27 livros de ficção, apresenta A CASA AMARELA como o romance que melhor retrata o estado do Amapá. Confirme no link: 

https://educacao.uol.com.br/album/2013/03/15/conheca-o-brasil-em-27-livros-de-ficcao.htm#fotoNav=4 

RAY CUNHA nasceu em Macapá, em 7 de agosto de 1954. Aos 17 anos, publica seu primeiro livro, XARDA MISTURADA, juntamente com os poetas José Edson dos Santos e José Montoril. Aos 21 anos, começa a carreira de jornalista, em Manaus. A partir daí, trabalha em vários jornais da Amazônia, viajando amplamente pela região. Atualmente, o autor vive em Brasília, onde, além do ofício de escritor, trabalha como jornalista e como terapeuta em Medicina Tradicional Chinesa, formado pela Escola Nacional de Acupuntura (ENAc). 

RAY CUNHA é autor dos romances: 

JAMBU

FOGO NO CORAÇÃO

HIENA

A CONFRARIA CABANAGEM 

Adquira A CASA AMARELA na loja virtual do Clube de Autores:

https://clubedeautores.com.br/livro/a-casa-amarela 

Ou na loja virtual da amazon.com.br:

https://www.amazon.com.br/Casa-Amarela-Ray-Cunha-ebook/dp/B083QR3YYX/ref=sr_1_2?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&keywords=Ray+Cunha&qid=1638221173&s=books&sr=1-2 

E-mail do autor: raycunha@gmail.com

  

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Que tal, Elon Musk, uma base de lançamento de foguete na ilha de Marajó, na Amazônia Azul?

Elon Musk revelou-se gênio desde criança (Wikipédia)

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 18 DE NOVEMBRO DE 2021 – O gênio e bilionário Elon Musk, dono da Space Exploration Technologies, SpaceX, virá em Brasil no início de 2022 para fechar um acordo com o governo Bolsonaro e levar internet firme à toda a Amazônia, escolas rurais e outras áreas remotas do Brasil. O ministro Fábio Faria, das Comunicações, esteve com Musk no Texas, Estados Unidos, onde o empresário mora, e com Gwynne Shotwell, presidente da SpaceX na Califórnia, onde fica a sede da empresa, e acertou a vinda de Musk. 

A SpaceX, criada por Musk em maio de 2002, fabrica foguetes e presta serviços a 17 países, utilizará alguns dos seus mais de 1.700 satélites de baixa órbita para levar internet a locais remotos do Brasil. Em 2022, a SpaceX pretende pôr mais 2.500 satélites em órbita, totalizando 4.200; quer chegar a 30 mil satélites em órbita. 

“Até o primeiro semestre do ano que vem, a conectividade já deve estar implementada na Amazônia, escolas rurais e outros locais atualmente sem acesso à internet” – disse Fábio Faria à revista Exame. Musk fará uma viagem pela Amazônia juntamente com Fábio Faria. 

Atenção, Musk: que tal investir em uma base de lançamento de foguete no Marajó, maior ilha fluviomarinha do planeta? O cabo Maguari, no município marajoara de Soure, a 80 quilômetros de Belém, talvez seja o melhor ponto do planeta para o lançamento de foguetes, pois está situado praticamente na Linha Imaginária do Equador, ponto de rotação mais veloz da Terra, o que impulsiona o lançamento de foguetes, e defronte para o oceano Atlântico, área de escape por excelência em caso de acidente, além de afastado de aglomerações humanas. 

Componentes, e até foguetes, mesmo, e satélites, poderiam ser fabricados no Distrito Industrial de Barcarena, com energia hidroelétrica da usina de Tucuruí, e serem transportados de balsa do Porto de Vila do Conde para Soure, e, de lá, para o cabo Maguari. 

E, Musk, se você quiser se aprofundar sobre a Amazônia, que é a última fronteira da face da Terra, peça para conversar com o vice-presidente, Hamilton Mourão, uma das pessoas que melhor conhecem a Amazônia profunda. Não dê ouvidos para o pessoal que acha que a Amazônia é o pulmão do mundo, que Bolsonaro está incendiando a Hileia e que lá há girafa. Girafa, elefante e leão, há muitos na África do Sul. Hienas, além da África, lideram o foro de São Paulo. 

As duas bases brasileiras de lançamento de foguetes, o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, em Natal/RN, e o Centro de Lançamento de Alcântara/MA, ambos na Região Nordeste, tanto um quanto o outro vem sendo estrangulado, o do Rio Grande do Norte por especulação imobiliária e o do Maranhão por questões fundiárias, referentes a demarcações de terras quilombolas. 

Um investimento desses colocaria o Brasil, definitivamente, na ponta das telecomunicações, assim como o PIB francês é ampliado por três foguetes lançados na base espacial em Kourou, no meio da selva, no Departamento Ultramarino francês, a Guiana Francesa: Ariane, Soyuz e Vega. 

O maior deles, o Ariane 5, foi criado em 1996, levando para o espaço alguns dos maiores satélites de telecomunicações e meteorologia do planeta. O projeto do Ariane 6, foguete de 62 metros de altura, desenvolvido para lançar espaçonaves ainda maiores do que as transportadas pelo Ariane 5, tem orçamento de 2,4 bilhões de euros, dinheiro dos países da Agência Espacial Europeia (ESA); mais barato e eficiente do que o Ariane 5. Cada lançamento do Ariane custa em torno de 100 milhões de dólares. 

A nova geração de foguetes da SpaceX reduziu os custos, e pode fazer a mesma coisa que o Ariane 5 dezenas de milhões de dólares mais barato. Os dois primeiros foguetes da empresa são os Falcon 1 e Falcon 9, homenagem à Millennium Falcon, de Star Wars, e sua primeira nave espacial é a Dragon, em homenagem ao filme Puff the Magic Dragon, tudo isso concretizado em apenas sete anos. 

Em setembro de 2008, o Falcon 1 fez história: tornou-se o primeiro foguete privado a colocar um satélite na órbita terrestre, e, em 25 de maio de 2012, a Dragon ancorou na Estação Espacial Internacional, tornando-se a primeira empresa privada a fazer isso. 

Musk nasceu em Pretória, África do Sul, em 28 de junho de 1971. Naturalizou-se americano. É o fundador, CEO e CTO da SpaceX; CEO da Tesla Motors; vice-presidente da OpenAI, fundador e CEO da Neuralink e co-fundador e presidente da SolarCity. Em 7 de janeiro de 2021, seu patrimônio pessoal foi avaliado em mais de 188 bilhões de dólares. É graduado em física e economia.

Em 1982, com apenas 11 anos, criou seu próprio jogo de vídeo game, vendido para uma empresa sul-africana por 500 dólares.

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Continuarão tentando matar Bolsonaro. Jorge Bessa confirma afirmações de Cristina Segui

O ex-Psol Adélio Bispo se posiciona para matar Bolsonaro
(Foto: Fabio Motta/Estadão Conteúdo - 06/09-2018)
RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 17 DE NOVEMBRO DE 2021 – Lula e o PT chegaram ao poder (à teta) em 2003 e ficaram até 2016, desviaram trilhões de reais e aparelharam o Estado; não escapou nada, aparelharam tudo. Quando a esquerdalha viu que o conservador Jair Messias Bolsonaro iria ganhar as eleições em 2018, mandaram matá-lo estripado, mas embora a peixeira tenha quase transfixado Bolsonaro, na região dos intestinos, o então candidato sobreviveu e ganhou as eleições. 

Em 2022, se não matarem Bolsonaro, ele se reelegerá. Tentar tirá-lo no tapetão está fora de cogitação, pois Bolsonaro joga dentro das quatro linhas da Constituição e o povo o ama. A comunidade de inteligência está alerta e a segurança de Bolsonaro, em alerta máximo. Assim, a esquerdalha está numa sinuca de bico. Só lhe resta mandar matar o presidente em um crime perfeito. Mas sabe que se conseguirem matar Bolsonaro a coisa vai esquentar a uma temperatura atômica. 

Antes de Bolsonaro muita gente morreu de forma suspeita, como o prefeito de Santo André, Celso Daniel; o candidato a presidente Eduardo Campos; o ministro do Supremo, Teori Zavascki. De uma forma ou de outra, esses três levaram risco para a esquerdalha. 

Como não se sabe quem mandou matar esses mortos ilustres, voltemos ao petismo, que levou o país à recessão e Lula à prisão, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) o soltou. Agora, a banda-carniça da imprensa vem fazendo loas a Lula, divulgando pesquisas misteriosas que o dão como praticamente eleito presidente em 2022, enquanto o Superior Tribunal Eleitoral (STE), um negócio que só existe no Brasil, não quer eleições auditáveis. 

De modo que está tudo preparado para a volta de Lula. Mas quem é Lula? Seu perfil mais profundo é traçado por Jorge Bessa no ensaio Marxismo: O Ópio dos Intelectoides Latino-Americanos (Thesaurus Editora/Tagore Editora, Brasília, 2020, 444 páginas). Bessa chefiou os Departamentos de Contra-Espionagem e de Contra-Terrorismo da antiga Secretaria de Inteligência da Presidência da República, atual Agência Brasileira de Inteligência (Abin), serviu na Embaixada do Brasil em Moscou durante a Guerra Fria, é graduado em Economia pela Universidade Federal do Pará (UFPA), especialista em assuntos relacionados à atividade de inteligência e de planejamento estratégico, é também psicanalista e autor de mais de 20 livros, alguns relacionados à atividade de inteligência de estado e outros ligados às áreas de saúde mental. 

Após longa e intensa pesquisa, Bessa traçou um dos mais cirúrgicos mergulhos no ventre da besta, no seu Marxismo: O Ópio dos Intelectoides Latino-Americanos. Das 444 páginas desse livro emergem duas comprovações: os regimes comunistas são compostos de duas castas – o Estado, a elite, armada até os dentes, e o povo, desarmado e escravizado. 

A outra verdade é Lula. A análise de Bessa, baseada em fatos, revela um agente dos magos negros, que são espíritos do mal, que influenciaram monstros como Hitler, Raspútin, Stalin, Fidel Castro etc. Só isso justifica como uma pessoa semialfabetizada, ignorante, sem a menor predisposição à política, completamente imoral, capaz de qualquer coisa para alcançar a teta da burra, pôde influenciar tanta gente a ponto de se tornar presidente da República. 

Para começo de conversa, Lula foi forjado pelo próprio regime militar, pois se tornou dedo-duro dos seus companheiros sindicalistas; depois, Fidel Castro e Fernando Henrique Cardoso entraram na parada, por meio do Foro de São Paulo, até 2002, quando Lula, com um discurso mentiroso, foi eleito presidente da República e começou uma escalada de corrupção tão avassaladora que deixou até seus companheiros mais próximos boquiabertos. 

 Muitos intelectuais  ou pseudointelectuais, a quem denomino de intelectoides, em seus sonhos e devaneios, alguns até movidos por bons e sinceros desejos de melhoria para a sociedade, estão sempre dispostos a seguir líderes espertalhões, egoístas e sedentos de poder, que prometem que finalmente vão executar suas velhas, surradas e já derrotadas utopias, pois a coisa mais fácil é manipular gente sonhadora, mas sem os pés fincados na realidade, e a quem o líder comunista Vladimir Lenin chamava de Idiotas Úteis. A universidade está cheia deles – adverte Bessa. 

A jornalista espanhola Cristina Segui, especializada em política ibero-americana, afirmou em recente entrevista ao Jornal da Record que o narcotráfico financiou partidos de esquerda latino-americanos e europeus. O gatilho da declaração foi a prisão, em setembro, na Espanha, o ex-chefe da Inteligência de Hugo Chávez e Nicolás Maduro, Hugo Carvajal, conhecido como El Pollo, o Frango, foragido desde 2019. 

Segundo a jornalista, o Centro Nacional de Inteligência da Espanha, administrado por partidos socialistas financiados pelo narcotráfico da América Latina, sabia onde Frango estava escondido e teria acobertado sua fuga. Para Cristina, regimes políticos de esquerda da Ibero-América estão ligados ao crime organizado pelo Foro de São Paulo. 

– O Foro de São Paulo e todos os que estão ao seu redor e que se opõem às ideias de liberdade e prosperidade das pessoas vivem da criminalidade, do tráfico de armas, do tráfico humano, do tráfico de drogas – comentou, afirmando que os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, ambos do PT, teriam se melado na grana do narcotráfico. 

Certamente Lula, Dilma e o PT processarão a jornalista. Por enquanto, Lula se defendeu em nota: “O ex-presidente Lula foi investigado, teve todos os seus sigilos quebrados e nenhuma irregularidade foi encontrada. Venceu na Justiça todas as falsas acusações feitas contra ele. Lula não tem nenhuma condenação e tem plenos direitos políticos”. 

É verdade. Depois de ter sido condenado em todas as instâncias e preso, o Supremo Tribunal Federal (STF) libertou Lula, que, de bandido, virou santo. 

Em conversa com este repórter, Bessa confirmou declarações de Cristina Segui. 

– O Foro de São Paulo é uma organização que pretende realizar na América Latina aquilo que fracassou no Leste Europeu: o comunismo transvestido em socialismo do século XXI, socialismo bolivariano, socialismo moreno, neocomunismo ou simplesmente socialismo petista – comentou o ex-chefe da Contra-Espionagem e do Contra-Terrorismo brasileiro. 

O ex-chefe da Inteligência da Venezuela (1999-2013), general Hugo Carvajal, o Frango, 61 anos, fugiu para Portugal desde setembro de 2019, quando o governo espanhol autorizou sua extradição para os Estados Unidos, a pedido do Drug Enforcement Administration (DEA, órgão do Departamento de Justiça dos Estados Unidos), acusado de tráfico de drogas, em sociedade com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), uma quadrilha que tocava o terror na Colômbia. 

Em 2011, Frango foi acusado de coordenar, em 2006, o embarque de 5,6 toneladas de cocaína da Venezuela para o México; a droga tinha destino final nos Estados Unidos. Segundo o FBI, Frango fazia parte de uma organização conhecida como Cartel de los Soles, liderado por Hugo Chávez, que morreu de câncer, em 2013, em Cuba. O cartel passou a operar com as Farc a partir de 1999 e Frango seria encarregado da segurança dos carregamentos de drogas da Venezuela para os Estados Unidos. 

O envolvimento de comunistas ibero-americanos com o narcotráfico é velho. No seu livro Marxismo –  O Ópio dos Intelectoides Latino-Americanos, o espião brasileiro em Moscou durante a Guerra Fria, Jorge Bessa, lembra um episódio envolvendo o herói das esquerdas latino-americanas, o ditador Fidel Castro. 

Em 2 de abril de 1989, o líder soviético Mikhail Gorbachev desembarcou em Havana, onde disse para Fidel que a União Soviética não poderia mais pôr no seu bolso os 10 bilhões de dólares anuais que há décadas vinha despejando em Cuba, para manter o enclave soviético nas costas dos Estados Unidos. A União Soviética agonizava, vítima do próprio comunismo. Fidel empalideceu, pois se acostumara a mamar, tornando-se, graças ao comunismo, um dos maiores playboys do mundo. E agora, como sustentar seu vidão, com sua máfia sediada em Cuba, a Disneylândia das esquerdas na América Latina? 

Fidel Castro não demoraria a descobrir: acobertado pela celebridade internacional do seu nome, como o revolucionário que desafiou os Estados Unidos, fez um pacto com traficantes de cocaína da Colômbia para que Cuba se tornasse o principal entreposto comercial da droga rumo aos Estados Unidos. Mas foi desmascarado pela DEA. Vários cubanos detidos confessaram como o esquema operava. As investigações da DEA conduziram ao Cartel de Medellín e ao governo cubano. 

John Jairo Velásquez, o Popeye, homem de confiança tanto de Fidel como de Pablo Escobar no Cartel de Medellín, fez um relato minucioso sobre o envolvimento dos irmãos Castro com a droga de Pablo Escobar à jornalista Astrid Legarda, que escreveu o livro El Verdadero Pablo. Popeye assegura que Raúl Castro, irmão do ditador de Cuba e que o sucederia na chefia da ditadura cubana, era quem recebia os carregamentos de drogas, pois era então o comandante das Forças Armadas. Eram embarcados de 10 a 15 toneladas de droga em cada operação. 

O historiador britânico Richard Gott, em seu livro Cuba – Uma Nova História, confirma a razão que levou Fidel e Raúl Castro a se envolveram no tráfico de cocaína com Pablo Escobar, do Cartel de Medellín. Segundo ele, Cuba estava em crise por causa do afastamento da União Soviética. 

Assim, para se livrarem da prisão nos Estados Unidos, os irmãos Castro acusaram o general Arnaldo Ochoa, herói da revolução cubana e um dos militares mais condecorados da história do país, além de ser um dos grandes líderes militares de Cuba, e que temiam ameaçar o controle total dos cubanos, de ser o comandante das operações de narcotráfico com Pablo Escobar e condenado por “alta traição à pátria e à revolução”. 

Os irmãos Castro mataram então dois coelhos com uma só cajadada: livraram-se de uma invasão americana e sua prisão e afastaram Ochoa da sucessão de Fidel. Ochoa foi preso, em 1989, dois meses depois da visita de Gorbachev, sob a acusação de comandar as operações de tráfico de drogas do Cartel de Medellín, e foi fuzilado. 

Mario Riva, ex-tenente-coronel do Exército cubano e que hoje vive em Portugal, afirma que Arnaldo Ochoa foi usado como bode expiatório, que Fidel aproveitou para se livrar dele devido às críticas que vinha fazendo ao regime. Arcou com o narcotráfico autorizado pelo regime possivelmente para salvar a vida de seus familiares. 

Riva disse ao jornal Diário de Notícias, de Portugal, em sua edição de 13 de julho de 2009, que Tony La Guardia, também executado, estava envolvido no tráfico. Tony: “Eu tinha conhecimento dos aviões que aterravam em Cuba vindos da América Central, mas Ochoa não”. 

No livro El Magnífico — 20 Ans au Service Secret de Castro, Juan Vivés, ex-agente do serviço secreto cubano, afirma que Raúl Castro era o chefe do acordo com Pablo Escobar. Vivés revelou, ainda, que Raúl mantinha relações com narcotraficantes das Farc e que os sandinistas da Nicarágua também estavam envolvidos com o tráfico, por meio do capitão cubano Jorge Martínez, subalterno de Ochoa e contato entre Raúl Castro, o ex-presidente nicaraguense Daniel Ortega e Pablo Escobar. 

Assim, Fidel Castro, “um homem dominado pela febre do poder absoluto e pelo desprezo ao povo cubano”, segundo o cubano Juan Reinaldo Sánchez, guarda-costas de Fidel por 17 anos, precisava pensar em novo meio de manter sua boa vida. E que tal sua própria União Soviética? 

A solução: o sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva, também ególatra, narcisista e ávido por poder e fama, e que, se bem trabalhado, tinha potencial para se tornar presidente do Brasil, o celeiro do mundo e maior país da Ibero-América, um continente que poderia se tornar a União Soviética tropical, um grande puteiro das esquerdas. 

Era só criarem um organismo que, a exemplo do Comintern de Lênin, serviria para apoiar movimentos comunistas em todo o continente, para o que só precisariam criar uma base de apoio confiável e com gente confiável: o Brasil de Lula. E assim foi criado o ninho das serpentes: o Foro de São Paulo. Fidel não perdeu tempo e começou a financiar Lula e o PT. 

Tudo começou com o Encontro de Partidos e Organizações de Esquerda da América Latina e do Caribe, organizado pelo PT, de 1 a 4 de julho de 1990, no extinto Hotel Danúbio, na cidade de São Paulo, com representantes de 48 partidos e organizações de 14 países latino-americanos e caribenhos, visando debater a nova conjuntura internacional pós-queda do Muro de Berlim e elaborar estratégias face ao embargo dos Estados Unidos a Cuba. Estava criado o ninho das serpentes. 

No ano seguinte, o encontro foi realizado na Cidade do México, com a participação de 68 organizações e partidos políticos de 22 países. Na ocasião, o encontro se tornou conhecido como Foro de São Paulo. Em 1993, já em Havana, o encontro reunia 30 países e várias organizações de esquerda. As reuniões são realizadas a cada um ou dois anos, em diferentes países da América Latina. A Declaração de São Paulo, documento aprovado no fim do primeiro encontro, ressalta que o objetivo do foro é avançar na luta anti-imperialista e popular no após queda do Muro de Berlim. 

Recentemente, no estado do Amapá, no setentrião da costa brasileira e fronteira com a América Central, o narcotráfico brasileiro sofreu mais um abalo. Isaac Alcolumbre, primo do senador Davi Alcolumbre (DEM/AP), foi preso pela Polícia Federal na Operação Vikare, que investiga o tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A família Alcolumbre é poderosa no Amapá. 

Um aeroporto particular de Isaac é suspeito de fornecer apoio logístico para aeronaves envolvidas com o tráfico de drogas entre a Colômbia, Venezuela e Brasil. “Com o aprofundamento do trabalho da PF no Amapá, chegou-se a uma grande e articulada organização criminosa com participação de brasileiros e estrangeiros, voltada à prática de diversos crimes, notadamente o tráfico internacional de drogas, por meio de uma rota que passava por países da América do Sul, principalmente Colômbia e Venezuela e tinha o estado do Amapá como uma de suas bases logísticas fundamental” – divulgou a Polícia Federal. 

Foram apreendidos 95 veículos, entre carros, caminhões e motos, 3 aeronaves, 19 embarcações e imóveis em nome de 41 pessoas físicas e jurídicas, e foram bloqueados 5,8 milhões de reais.

O Amapá funciona como um entreposto dos cartéis de narcotraficantes do norte da América do Sul, pois se conecta com a Colômbia e Venezuela por mar e com a América Central por estrada, via Guiana Francesa.

Criação do novo estado do Tapajós, no Pará, Amazônia, é inevitável. O Brasil todo quer se dividir, até o antigo Território Federal do Amapá

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 17 DE NOVEMBRO DE 2021 – Em pauta para ser votado hoje na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 508/2019, apresentado em 2019 pelo então senador Siqueira Campos (DEM-TO), e que convoca plebiscito sobre a criação do estado de Tapajós, só será apreciado pelo colegiado na próxima reunião. Pedido de vista coletivo adiou a votação. O relator, Plínio Valério (PSDB-AM), é favorável ao plebiscito. 

Passando pela Comissão, o projeto será votado em plenário. Se aprovado, seguirá para a Câmara dos Deputados. 

A matéria volta a ser analisada dez anos depois da realização do plebiscito sobre a divisão do estado do Pará em três: Pará, Carajás e Tapajós. Na época, a população rejeitou o desmembramento. Só que esse plebiscito foi feito ao arrepio da lei; deveria ter sido realizado apenas na região do novo estado. 

A aprovação do projeto autoriza que a população seja ouvida novamente sobre a criação do Tapajós. O novo plesbicito consultará os eleitores de 23 municípios no oeste do Pará, entre os quais, Santarém, onde, em 2011, 98,63% dos eleitores votaram pela criação do novo estado. 

A região do novo estado é uma fronteira agrícola e conta com importantes portos para escoamento da produção de soja de Mato Grosso e de circulação de componentes fabricados na Zona Franca de Manaus, produz cacau, pescados e minérios, mas a maior parte do dinheiro arrecadado na região fica em Belém, a capital do Pará. 

– Esses municípios reclamam autonomia porque não têm as benesses dessa pujança. Essa gente quer partilhar dessa riqueza – comentou Plínio Valério.  

Se criado, Tapajós terá 43,15% do atual território do Pará, totalizando 538,049 mil quilômetros quadrados, com cerca de 2 milhões de habitantes. O produto interno bruto (PIB) estimado da região é de R$ 18 bilhões (2018). O novo estado terá 8 deputados federais e 24 estaduais, além de 3 senadores. 

Os municípios do Tapajós são: Alenquer, Almeirim, Aveiro, Belterra, Brasil Novo, Curuá, Faro, Itaituba, Jacareacanga, Juruti, Medicilândia, Mojuí dos Campos, Monte Alegre, Novo Progresso, Óbidos, Oriximiná, Placas, Prainha, Rurópolis, Santarém, Terra Santa, Trairão e Uruará. 

A criação do novo estado do Tapajós é inevitável. Quase 100% dos 2 milhões de moradores dos 23 municípios que integram o futuro estado têm a esperança de que a vigésima oitava unidade da federação seja criada até o fim de 2022. O povo tapajônico vem se empenhando na criação do Tapajós há quase dois séculos, desde a promulgação da primeira Constituição do Brasil, em 1824, quando foi feito o primeiro registro da criação de uma província na região, abrangendo, então, os municípios de Santarém e Óbidos, no Pará, e Parintins, no Amazonas. 

Em 11 de dezembro de 2011, foi realizado um plebiscito em todo o Pará para decidir a divisão do estado em três. A maioria dos eleitores decidiu pela não emancipação das regiões sudeste, novo estado de Carajás, e oeste, novo estado do Tapajós. Porém 96%, mais de 1,2 milhão de tapajônicos, votaram pela criação do estado do Tapajós. Aí é que está o nó da questão. A Constituição prevê que, nesse caso, a região pode se emancipar, sim. 

Ação no Supremo Tribunal Federal (STF), de autoria do constitucionalista e tributarista Marcos Pereira Pimenta Rocha, pleiteia justamente isso, com base em cláusula pétrea da Constituição, que, no seu Artigo 18, diz: “A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição”. Inciso Terceiro: “Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar”. 

Assim, o Inciso Terceiro do Artigo 18 da Constituição Federal reza que somente as “populações diretamente interessadas” decidam sobre a criação do seu Estado, o que, no caso do Tapajós, já foi realizado um plebiscito, com quase 100% da “população diretamente interessada” pleiteando a criação do novo estado, pois se sente prejudicada pela ausência do governo do atual estado do Pará, que adora receber impostos dos tapajônicos, mas vira as costas para eles, tão distantes da capital, em um estado maior, territorialmente, do que muitos países. 

É cristalino como as águas do rio Tapajós: a Constituição reza que apenas a população da região desmembrada é a diretamente interessada, pois é ela, e somente ela, quem pleiteia poderes derivados-decorrentes da Constituição Federal para constituir uma nova unidade federativa. “O ente remanescente não, pois ele, em vez de seu desmembramento, pleiteia pelo malogro (o que parece evidente, pois os Estados, de regra, não querem sofrer qualquer perda territorial)” – esclarece Marcos Pereira Pimenta Rocha. 

Os tapajônicos sentem-se como os amapaenses antes de 1943, quando foi criado o Território Federal do Amapá, desmembrado do Pará. Os moradores da região seriam hoje tribos meio brasileiras, meio francesas, pois procurariam trabalho na colônia francesa da Guiana, e Macapá, a capital, seria provavelmente uma cidade ribeirinha como as do vizinho arquipélago do Marajó, uma das regiões mais atrasadas (e belas) do Pará, no quintal de Belém. 

Além da ação que tramita no Supremo, o Instituto Cidadão Pró-Estado do Tapajós (Icpet), criado em 2004 e atualmente presidido por Jean Carlos Leitão, trabalha em três projetos de emenda constitucional pela criação do Tapajós, levando em consideração a vontade de quase 100% dos tapajônicos de constituírem o novo estado. 

Os colonos portugueses dividiram o Brasil em dois: o Brasil, abarcando as regiões Sudeste, Nordeste menos o Maranhão, Sul e Centro-Oeste; e Grão Pará, abrangendo a Amazônia Clássica e o Maranhão. O Grão Pará, por sua vez, foi dividido em Pará, Amazonas e Maranhão, e o Pará, em Pará e Território Federal do Amapá, hoje, estado do Amapá. É sua vocação ser dividido, porque é muito grande, e Belém está se lixando para o desenvolvimento das regiões mais distantes da capital. 

O governador do Pará não dá conta nem do quintal dele, quanto mais de uma área de 1.247.689,515 quilômetros quadrados, maior do que Angola, dividido em 144 municípios, entre os quais Altamira, com 159.695,938 quilômetros quadrados, o maior município do Brasil e o segundo do mundo, menor apenas do que o gelado Qaasuitsup, município gronelandês, ou seja, da ilha dinamarquesa da Groelândia, na América do Norte, criado em 1 de janeiro de 2009. 

Se Altamira fosse um país, seria o nonagésimo primeiro mais extenso do mundo, maior do que a Grécia ou o Nepal. Se fosse um estado brasileiro, seria o décimo sexto, maior do que o Acre ou o Ceará. 

Para o governo do Pará, a divisão territorial do estado não é negócio, é claro, pois do jeito que está dispõem de um mundo de matérias-primas para exportar e mais impostos. Os caboclos, os ribeirinhos e os índios aculturados que se explodam. Imagino se os governadores do Pará fossem obrigados por lei a viver pelo menos um mês na região mais inóspita do estado, antes de tomar posse, assim como se o governador do Distrito Federal fosse obrigado a andar de ônibus em toda a cidade-estado durante também um mês e o presidente da República a passar uma semana em cada uma das quatro regiões mais miseráveis do país, entre as quais o interior do Pará, campeão em escravidão. 

Quando foi aprovado o plebiscito, surgiu a dúvida se seria realizado somente nas regiões de Carajás e Tapajós ou em todo o Pará, devido a questionamento sobre a constitucionalidade da Lei 9.709, de 1998. O Supremo acabou enveredando por um caminho inconstitucional: definiu que todos os eleitores do estado deveriam votar no plebiscito. 

Resultado: na capital, Belém, o não à criação do estado do Tapajós chegou a 93,88% dos votos e o não à criação do estado de Carajás foi de 94,87%. Já nas possíveis capitais dos novos estados, Santarém e Marabá, o apoio à divisão do Pará foi maciço. Em Santarém, 97,78% dos eleitores que compareceram às urnas votaram a favor da criação de Carajás e 98,63% a favor da criação do Tapajós. Em Marabá, 93,26% dos votos foram favoráveis à criação de Carajás e 92,93% a favor da criação do Tapajós. 

Tapajós será o terceiro maior estado brasileiro em área territorial, superado apenas por Amazonas e Mato Grosso. Nascerá com cerca de 2 milhões de habitantes, 20% da população do atual estado do Pará. A região recebe energia elétrica firme da Usina Hidrelétrica de Tucuruí e da Hidrelétrica Curuá-Una. Sua capital, Santarém, tem cerca de 306.480 habitantes.

Fundada em 22 de junho de 1661 pelo padre João Felipe Bettendorff, sob o nome de Aldeia dos Tapajós, foi elevada à categoria de vila em 14 de março de 1758, e de cidade, em 24 de outubro de 1848, recebendo então o nome de Santarém, homenagem dos colonizadores lusos à cidade portuguesa homônima. Também é uma espécie de uva; ainda, deriva de Santa Irene, mártir cristã de Portugal Visigodo.

Situada no Baixo Amazonas, na margem direita do rio Tapajós, que deságua no rio Amazonas na frente da cidade, Santarém fica a meio caminho de Belém e de Manaus/AM. Sua área territorial tem 22.887,080 quilômetros quadrados, 97 quilômetros quadrados dos quais em perímetro urbano. Conta com 12 instituições de ensino superior, a maior delas a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). 

É linda. Os poetas a chamam de Pérola do Tapajós. O rio Tapajós, que a banha, tem águas cristalinas e seus mais de 100 quilômetros de praias lembram o mar, caso de Alter do Chão, conhecido como Caribe Brasileiro, escolhido pelo jornal inglês The Guardian como uma das praias mais bonitas do Brasil e a praia de água doce mais bonita do mundo. Ocorre lá uma das maiores manifestações folclóricas da região, o Çairé, que atrai turistas de todo o mundo. 

Seu Aeroporto Internacional Maestro Wilson Fonseca é o quinto mais movimentado da Amazônia, recebendo anualmente 400 mil passageiros. A Rodovia Santarém-Cuiabá, a BR-163, tem 1,7 mil quilômetros, constituindo-se na principal rota da soja, milho e algodão produzidos no Centro-Oeste e exportados via Porto de Santarém. Conta ainda com seis estradas estaduais, em um total de 253 quilômetros. O Porto de Santarém movimenta mais de 517 milhões de dólares em transações internacionais por ano. É um dos principais da Amazônia em embarque de grãos. 

Está em andamento o Ferrogrão, projeto do governo federal de uma estrada férrea de 933 quilômetros, ligando Sinop, no Mato Grosso, ao Porto de Miritituba, em Itaituba, no rio Tapajós, para exportação de grãos do Centro-Oeste, mas o STF está travando o importante projeto. No dia 15 de março passado, o ministro do STF Alexandre de Moraes atendeu a pedido de liminar do Psol e suspendeu o Ferrogrão, porque a ferrovia deverá passar por uma floresta protegida, o Parque Nacional do Jamanxim, no Pará, e por um pedaço de terras indígenas. 

Só que a ferrovia será instalada a poucos metros do traçado da BR-163, ou seja, na faixa de domínio de 50 metros na lateral da estrada, de modo que não há invasão de unidade de conservação federal, já que a área foi desapropriada.

Voltando à questão da criação de novos estados, não é coisa só da Amazônia. Em outras regiões do país também querem novos ares políticos. No Congresso Nacional tramitam pelo menos 18 propostas de criação de estados e três de territórios federais. O argumento básico é reduzir desigualdades socioeconômicas e favorecer o desenvolvimento das regiões menos assistidas pelo Poder Público, seguindo o exemplo bem sucedido do estado do Tocantins, que antes de sua criação era um cerrado de Goiás. 

Os projetos de novos estados são: Estado do Planalto Central, formado de partes de Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal; Estado do Entorno, formado de partes de Goiás e Minas Gerais; Estado do Itiquira, desmembrado de Goiás; Estado do Juruá, desmembrado do Amazonas, abrangendo as cidades amazonenses nos limites com o Acre; Estado de Solimões, desmembrado do Amazonas, abrangendo as áreas fronteiriças ao Peru e Colômbia; Estado do Araguaia, desmembrado do nordeste do Mato Grosso; Estado do Mato Grosso do Norte, desmembrado do Mato Grosso; Estado do Pantanal, desmembrado do Mato Grosso; Estado de São Paulo do Sul, desmembrado de São Paulo; Estado do Iguaçu, desmembrado dos estados do Paraná e Santa Catarina, com o mesmo território do extinto Território Federal do Iguaçu, criado em 1943 pelo então presidente Getúlio Vargas e extinto em 1946; Estado do Rio São Francisco, desmembrado da Bahia; Estado de Gurgueia, desmembrado do Piauí; Estado Maranhão do Sul, desmembrado do Maranhão; e Estado do Triângulo, desmembrado de Minas Gerais.

Os Territórios Federais são os seguintes: Marajó, no Pará; Alto Rio Negro, região conhecida como Cabeça do Cachorro, no noroeste do Amazonas; e Oiapoque, no Amapá.