quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Napoleão: os comunistas passam, o Estado fica

Joaquin Fhoenix e Vanessa Kirby: Napoleão e Joséphine

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 30 DE NOVEMBRO DE 2023 – Muita gente, até com curso universitário, pensa que cinebiografia é documentário. Dois exemplos: Jesus Cristo de Hollywood tem olhos azuis, é louro e alto. O Jesus histórico fatalmente teria olhos e cabelos escuros e seria baixinho. É como os judeus eram no início da era cristã, segundo registros da época e arqueólogos. 

Outro exemplo é Hitler. Vários atores fizeram o papel dele e um que se destacou foi o ator suíço Bruno Ganz. Não se destacou porque parecesse com Hitler, mas porque recriou o personagem de forma marcante. 

Também as pessoas confundem livro com filme. Quantas vezes ouvi alguém reclamar que tal filme não se parecia com o livro. É claro que não. Cinema é uma coisa e livro, outra coisa. Livro se faz com palavras e cinema, com imagens, movimento e som. Às vezes, o cineasta aproveita apenas o argumento, como Francis Ford Coppola fez em Apocalypse Now, pegou a trama psicológica de O Coração das Trevas, de Joseph Conrad. 

E há quem confunda obra de arte, no caso, aqui, cinema, com História. Como em Napoleão, de Ridley Scott, ora nos cinemas. Os franceses estão uma fera com Scott. Mas o que Scott fez foi um filme. Dramatizou Napoleão, só que encarnado por um Joaquin Phoenix sonolento. Pegou o drama íntimo de Napoleão, os cornos com que sua esposa, Joséphine de Beauharnais, encarnada por uma exuberante Vanessa Kirby, adornou a cabeça do corso, e fez seu filme. 

Vi-o, hoje. É um filmaço. Dirigido por um dos maiores cineastas de todos os tempos. Deverá levar Oscar de figurino e fotografia. Mostra também que, por mais que o país esteja convulsionado, o Estado permanece. 

Nós, artistas, sempre extraímos alguma coisa das obras de arte que lemos ou vemos. Hemingway aprendeu muito com Cézanne. Gosto dos obesos do Bottero e presto bastante atenção em algumas personagens e sequências cinematográficas; em Fellini, principalmente. Creio que até hoje copia-se Dom Quixote de la Mancha. 

Quanto aos comunistas, eles já estavam lá, na Revolução Francesa. Conseguem manter-se no poder até por muito tempo, como no caso da URSS, mas um dia acabam indo para o lugar que está reservado a eles na História: o esgoto.   

Senti que os críticos de cinema reclamam que Scott não deu a atenção que eles acham que as batalhas campais mereciam, mas a grande batalha do Napoleão de Scott é consigo mesmo. O filme é um épico, mas um épico intimista. 

Ridley Scott é inglês e está fazendo, hoje, 86 anos. Já deixou seu nome na história do cinema com Alien (1979) e Blade Runner (1982). Fez também o épico Gladiador (2000). Foi influenciado por H. G. Wells e por 2001: Uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick. “Assim que eu vi aquilo soube que poderia fazer igual.” 

Bom, agora vamos ao Napoleão Bonaparte histórico. Nasceu em Ajaccio, Córsega, em 15 de agosto de 1769, e morreu em Longwood, Santa Helena, em 5 de maio de 1821. Quando a Revolução Francesa eclodiu, em 1789, ele estava servindo como oficial de artilharia no exército francês. Sua atuação firme para controlar a anarquia que se seguiu o tornou general aos 24 anos. 

Aos 26 anos, conquistou toda a Península Italiana, tornando-se um herói de guerra na França. Em 1798, lidera uma expedição militar ao Egito. De volta à França, em novembro de 1799, orquestra um golpe e se torna o primeiro cônsul da República. 

Na década de 1810, comanda as Guerras Napoleônicas e domina quase toda a Europa, até a Campanha da Rússia, em 1812, quando o inverno russo quase acaba com o exército de Napoleão. Em 1813, uma coligação europeia o derrota e no ano seguinte invade a França, forçando Napoleão a abdicar e seguir para o exílio na ilha de Elba. 

Em fevereiro de 1815, Napoleão escapa de Elba e consegue assumir novamente o controle da França. Nova coalizão é formada e o derrota na Batalha de Waterloo, em junho. É exilado em Santa Helena, no Atlântico Sul, onde morreu em 1821, aos 51 anos. 

Napoleão implementou reformas liberais não só na França, mas em todos os países que controlou. O Código Napoleônico influenciou o Direito em mais de 70 nações em todo o planeta. 

Afirma o historiador britânico Andrew Roberts: “As ideias que sustentam nosso mundo moderno – meritocracia, igualdade perante a lei, direitos de propriedade, tolerância religiosa, educação secular moderna, finanças sólidas etc. – foram defendidas, consolidadas, codificadas e estendidas geograficamente por Napoleão. Além disso, ele também acrescentou uma administração local racional e eficiente, o fim do banditismo rural, o incentivo à ciência e às artes, a abolição do feudalismo e a maior codificação de leis desde a queda do Império Romano”. 

Em segundo plano, no filme, desenrola-se a Revolução Francesa (1789-1799), capaz, por si só, de render uma telenovela de um ano, movimentadíssima. O rei, Luís XVI, absolutista, escorchava o povo com impostos e gastava a rodo. O Iluminismo começava a iluminar as mentes. Em 1793, Luís XVI perdeu a cabeça, literalmente. 

O filme começa com a execução na guilhotina de Maria Antonieta, arquiduquesa da Áustria, esposa do rei Luís XVI e Rainha Consorte da França e Navarra (1774-1792). Casou-se em abril de 1770, aos 14 anos, com o então delfim de França, que subiria ao trono em maio de 1774, como Luís XVI. O povo a detestava, acusando-a de perdulária, promíscua e frívola. Nove meses após a execução de Luís XVI, Maria Antonieta foi julgada e condenada por traição, e perdeu a cabeça em 16 de outubro de 1793. 

Que casal!

Essa história lembra o Brasil atual: ditadura, inflação e gastança desenfreada. Se Ridley Scott fosse brasileiro deitaria e rolaria. Não! Seria jogado na Papuda.

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Sílvia Waiãpi coloca Marina Silva no seu lugar

Sílvia Waiãpi encurralou Marina Silva na CPI das Ongs

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 29 DE NOVEMBRO DE 2023 – Se submetermos a um raio X a bancada da Amazônia no Congresso Nacional veremos que a esmagadora maioria é silenciosa, cuida dos seus negócios, ou é comunista. Assim é no Amapá. Mas saiu justamente de lá uma das deputadas mais extraordinárias desta legislatura: Sílvia Waiãpi, do PL. 

Conheci-a pessoalmente há um mês. Quando cheguei ao seu gabinete ela estava no Senado. Como demorasse, fui convidado a ir ao encontro dela. Encontramo-nos, ela pegou no meu braço e foi conversando comigo até o Anexo IV da Câmara, onde fica seu gabinete. Chegando lá, batemos papo durante bastante tempo. 

Sou também de Macapá/AP, como Sílvia Waiãpi, e conheço a Amazônia real, pois trabalhei nos maiores jornais da Hileia, daí termos muito a conversar. Mas procurei-a para lhe pedir apoio para uma sessão de autógrafos na Câmara do meu romance ensaístico JAMBU. 

Sílvia Waiãpi é uma celebridade. É conhecida nacionalmente e agora começou a se tornar uma personalidade internacional. Recentemente, na Comissão Parlamentar de Inquérito das Ongs, presidida pelo senador Plínio Valério (PSDB/AM), um dos mais valorosos congressistas da Amazônia, e com quem trabalhei no jornal A Crítica, de Manaus, Sílvia Waiãpi colocou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no seu devido lugar: os subterrâneos das cidades da Amazônia. 

– Avise à Europa, ministra, a todos os países no mundo, que eu faço cocô na água porque eu não tenho saneamento, sabe? Por que eu não tenho saneamento? Porque nos foi imputado que nós temos que manter a nossa cultura. Enquanto a senhora vai ao banheiro fazer suas necessidades – disse a deputada, que é indígena. 

E deu um exemplo: o Instituto Iepé, ONG que atua junto a comunidades indígenas na Região Amazônica, “recebe dinheiro das embaixadas da França e Noruega, da Comissão Europeia, da Agência Francesa de Desenvolvimento, da Fundação Ford, da Nature Conservancy, da Rainforest Foundation, da Fundação Gordon & Betty Moore, do Internews, Fundo Lira, do GLA (Green Livelihood Alliance), da Nature Conservancy, Talmapais Trust e outras organizações estrangeiras. A mesma ONG que impede os waiãpi de terem energia elétrica em sua comunidade”. 

E apresentou um depoimento gravado em vídeo de uma índia waiãpi reclamando que o Iepé “não quer energia elétrica nem internet” na comunidade. A indígena do vídeo, que estava grávida, acabou perdendo seu bebê devido ao atendimento precário que recebe, por falta de energia elétrica. 

– O Instituto Iepé, em conluio com agentes públicos, impede o desenvolvimento socioeconômico dos waiãpi a pretexto de uma pretensa “preservação cultural” – afirmou Sílvia Waiãpi. – Todos os funcionários do Iepé residem em cidades como São Paulo, onde têm acesso aos confortos e aos planos de saúde negados ao povo waiãpi. 

Sílvia disse que a Fundação Ford financia viagens internacionais a líderes indígenas para criticarem o agro brasileiro em fóruns internacionais e nacionais. Por que? Respondo: porque os países hegemônicos não querem que os povos amazônicos saiam da sua dependência colonial e assim possam sugar até o tutano da Amazônia, incluindo aí crianças para escravidão sexual e retirada de órgãos. 

Plínio Valério observou que o Judiciário não deixa que se realizem obras de saneamento básico e infraestrutura na Amazônia alegando que são sítios arqueológicos, para futuramente explorarem os minerais da região. 

– As ONGs só têm esse poder porque estão aliadas a partes do Judiciário. Tem sempre um desembargador, um ministro, um juiz pra conceder uma liminar pra qualquer ONG, se encontrar um caco de cerâmica, existente ou “plantado” na região, e paralisa os trabalhos. Isso está ocorrendo, por exemplo, em regiões da Amazônia ricas em potássio – disse Plínio Valério. 

Em entrevista a este repórter, em 2008, o deputado federal Nilson Pinto (PSDB/PA), doutor em geofísica, ex-reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), afirmou: “A Hidrovia do Marajó é uma obra de infraestrutura fundamental para o estado do Pará, promovendo a ligação mais eficiente entre Belém e Macapá, passando pelo centro da ilha do Marajó e economizando horas de viagem. Essa obra, que é simplíssima, enfrenta percalços por falta de conhecimento, pelo excesso de zelo gerado pelo desconhecimento de algumas autoridades. O Ministério Público entende que a obra criaria problemas ambientais e tem procurado impedir de todas as formas que seja realizada, e tem conseguido isso, até agora. Há excesso de zelo de um lado e desconhecimento de causa por outro lado. Tem-se apenas de construir um canal de 32 quilômetros, numa região plana, desabitada, sem, absolutamente, nenhum tipo de problema que possa surgir com a construção do canal. A obra se resume, praticamente, na construção do canal. 

“Para quem acha que isso é algo portentoso e agressivo ao meio ambiente, eu recomendo que faça uma visita, in loco, ou pela internet, ao canal Reno-Danúbio, na Alemanha, concluído há várias décadas e que liga a bacia do rio Reno à bacia do rio Danúbio. O Reno deságua no Mar do Norte. O rio Danúbio deságua no Mar Negro. Assim, os alemães ligaram o Mar do Norte ao Mar Negro. Trata-se de um canal de 171 quilômetros de extensão, com 66 eclusas, com desníveis fantásticos, tudo em plena operação, no coração da Alemanha, avançando por terras que têm toda uma história pretérita, que vem do tempo do Império Romano, passando por preciosidades arqueológicas e pelo coração de um país que tem um amor pela questão ambiental fantástico. A obra foi feita no meio da Alemanha e não gerou absolutamente nenhuma reclamação, no país que mais cuida do meio ambiente no mundo. 

“Para fazer uma obra cinco vezes menor, de impacto ambiental mil vezes menor, na ilha do Marajó, nós temos um problema terrível com o Ministério Público. Eu não acredito que seja por conhecimento de causa, o que mostraria que essa obra não causará praticamente nenhum impacto ambiental. Acredito, sim, que é desconhecimento de quem acha que vai preservar a Amazônia impedindo que as pessoas que nela moram de ter melhores condições de sobrevivência. É um enorme equívoco do Ministério Público, que não tem competência técnica para opinar e está exorbitando da sua função. Deveriam se basear nos trabalhos dos órgãos técnicos competentes nessa área e não emitir pareceres apenas para defender uma posição aparentemente de defesa da Amazônia, do meio ambiente, mas que, na verdade, é uma posição absolutamente retrógrada, que nada tem a ver com desenvolvimento sustentável. 

“O Ministério Público se arvora o direito de defender uma causa que não é de ninguém, mas causa de um ou outro visionário que resolveu fazer de uma questão pequena algo grandioso, não sei com que finalidade. O caso está na Justiça, que tem de se basear naquilo que é correto do ponto de vista do aproveitamento das nossas hidrovias, dos rios, que são as vias naturais que temos para deslocamento na Amazônia; tem que se basear na verdade extraída da competência técnica das instituições amazônicas, para poder dar a decisão. Não podemos ficar com uma visão unilateral emperrando o desenvolvimento da região, a melhoria da qualidade de vida da população. O Ministério Público precisa se reciclar. A minha sugestão é que o pessoal do Ministério Público estude mais. Não basta trabalhar com a visão ideológica. Aliás, o Ministério Público não existe para trabalhar com visão ideológica. Ele tem de trabalhar pelo interesse da sociedade, dentro da visão legal. 

“Há um claro exagero por parte dos ambientalistas. É necessário para qualquer obra importante, em qualquer lugar e, principalmente, na Amazônia, que se tomem os cuidados para se evitar impactos ambientais de porte. Isso é necessário e existe conhecimento técnico em várias instâncias, neste país, para assessorar a realização de uma obra sempre que isso é necessário. O que nós não podemos aceitar é a visão da redoma. Somos frontalmente contra a visão preservacionista que vê apenas a floresta e esquece as pessoas que moram na floresta, uma posição absolutamente atrasada” – argumentou Nilson Pinto. 

Segundo o marajoara ex-senador Mário Couto (PSDB/PA), “o Ministério Público Federal já recebeu mais de 50 quilos de documentos da parte do governo do Pará, mostrando que os impactos ambientais da hidrovia serão mínimos, comparados aos impactos positivos que ela proporcionará; as medidas mitigadoras e ações compensatórias, já detalhadas em farta documentação, superam qualquer dano que a obra possa causar”. 

O projeto da Hidrovia do Marajó é fruto de convênio celebrado entre os governos estadual e federal, com contrapartida de 50%. Segundo relatório da Administração das Hidrovias da Amazônia Oriental (Ahimor), “já foram realizados todos os estudos técnicos e ambientais (EIA/Rima) para a dragagem de 32 quilômetros do canal destinado a perenizar a interligação das bacias dos rios Atuá e Anajás, interligação já existente pela própria natureza, mas durante somente seis meses de cheia”. 

A construção da hidrovia consiste na dragagem de 9 milhões de metros cúbicos de sedimentos entre os rios Atuá e Anajás, a fim de garantir a navegação na época da seca, de comboios com até 2.800 toneladas de capacidade de carga em quatro chatas, de Belém a Macapá, vice-versa. Segundo o projeto, a hidrovia atravessará pelo meio o arquipélago no sentido sudeste-noroeste, levando novas oportunidades de emprego e de renda para a população local e facilitando o escoamento da produção de todo o Marajó. Os 580 quilômetros que hoje separam Belém de Macapá, porque a ilha do Marajó tem de ser contornada, diminuirão para 432 quilômetros pelo meio da ilha. Haverá uma redução de 148 quilômetros entre a capital do Pará e a capital do Amapá. 

A proximidade da hidrovia com o porto de Santana, na zona metropolitana de Macapá, possibilitará que produtos paraenses, como, por exemplo, açaí, piramutaba, cerâmica de Icoaraci e minérios cheguem aos Estados Unidos, Europa e Japão com redução de custo. 

“Além disso, a obra vai permitir acesso aos diversos recursos naturais da região marajoara, modernização do seu parque agropecuário e suprimento dos mercados consumidores de Belém e Macapá, viabilizando a criação de bacias leiteiras e estimulando a piscicultura” – observa ainda o relatório da Ahimor, alinhando. A hicrovia desenvolverá o turismo flúvio-ecológico e a integração nacional do Marajó e do Amapá, por meio da Hidrovia Araguaia-Tocantins, outra obra da maior importância para a Amazônia. 

A Secretaria Executiva de Transportes do Pará e a Ahimor cumpriram todas as exigências legais, tais como elaboração de EIA/Rima e realização de audiências públicas. Em setembro de 1998, a Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio-Ambiente do Pará concedeu a licença ambiental para instalação da obra, que foi renovada anualmente, até 2002. Acontece que, por força da ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal, até hoje o projeto da hidrovia não conseguiu sair do papel e a consequência disso é que a população do Marajó sofre os efeitos devastadores de doenças infectocontagiosas, principalmente malária, de erradicação remota diante da dificuldade de ações necessárias para debelar a doença. 

O governo do estado e o Ministério dos Transportes chegaram a tomar todas as providências para o início das obras, inclusive a avaliação das terras localizadas nos municípios de Anajás e Muaná, feita por técnicos do Instituto de Terras do Pará (Iterpa). Procuradores do estado foram ao encontro dos comunitários para fazer o pagamento das indenizações no próprio local. Um convênio para distribuição do material lenhoso também foi celebrado com as prefeituras de Anajás e Muaná. Além disso, um plano de saúde foi elaborado para atender a área de influência da futura hidrovia. O plano envolve a construção de ambulatórios, proteção aos operários que trabalharão na obra e imunização contra doenças endêmicas. O fato é que está tudo pronto para que a obra seja realizada. Só depende do Ministério Público Federal. 

Mas a Hidrovia do Marajó sairá do papel se os parlamentares do Pará e do Amapá no Congresso Nacional e nas assembleias legislativas dos dois estados quiserem. No Congresso Nacional, quando uma bancada se une em torno de um projeto, pode qualquer coisa. Nem Alexandre de Moraes, nem os 11 supremos barram. 

Plínio Valério exibiu vídeos que mostram a dificuldade dos índios koripako para receber o Bolsa-Família em São Gabriel da Cachoeira/AM. Esles têm que se deslocar por até seis dias em canoas para receber o dinheiro. Isso poderia ser resolvido com a abertura de uma estrada de 16 quilômetros. Mas a ONG Instituto Socioambiental (ISA) não quer a construção da estrada. 

– O ISA com a Foirn (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro) não deixam, alegando que não fazem parte da cultura indígena as estradas, as rodovias. O que faz parte da cultura indígena, segundo essa gente, é sofrer, é passar por essas cachoeiras perigosas com o maior problema. Não teria nenhum impacto ambiental uma estrada de 16 quilômetros no meio de tanta floresta... Não teria nenhum impacto ambiental, mas teria um impacto social muito grande, seria o resgate da dignidade - disse. 

E quando os koripak chegam a São Gabriel da Cachoeira, muitas vezes dormem ao relento, aguardando o Bolsa-Família. 

O senador Hamilton Mourão (Republicanos/RS), da CPI das Ongs, também acredita que a algaravia preservacionista esconde “interesses estrangeiros” de olho nas riquezas da Amazônia. Para Sílvia Waiãpi isso é claro como dia de primavera: o financiamento estrangeiro a ONGs instaladas na Hileia não passam de vírus alisando os cabocos. 

Sílvia observou que reprimem atividades agrícolas dos índios, mas o narcotráfico atua como se fosse sócio do Estado, “livremente”, na Amazônia. Também, segundo Sílvia Waiãpi, a miséria tem ampliado a prostituição de índias, e até a venda de crianças indígenas ao crime organizado, para ser usadas em tudo o quanto não presta. 

E as escolas do povo waiãpi? Não dá nem para imaginar. 

– O Instituto Iepé recebe financiamento de poderosas organizações estrangeiras, mas não pode comprar uma impressora para uma escola waiãpi – disse a deputada. 

Sílvia Nobre Waiãpi nasceu na tribo waiãpi, em Pedra Branca do Amapari, no interior do Amapá, em 29 de agosto de 1975, filha do cacique Seremeté. Aos quatro anos, Sílvia teve a perna direita transpassada por um pedaço de madeira e foi levada para Macapá, onde foi adotada por uma família. Aos sete anos, começou a estudar. Aos treze, na sua aldeia, deu à luz sua primeira filha, Ydrish, e um ano depois empreendeu uma viagem, sozinha, para o Rio de Janeiro, onde se tornou moradora de rua. 

Conheceu um camelô que a ajudou a encontrar um local para morar. Conseguiu trabalho no Círculo do Livro, vendendo livros de porta em porta, e a frequentar escola. Teve outros dois filhos: Tamudjim, aos 15 anos, e Yohanna, aos 17. Casou-se com um militar, sequestrado e assassinado, em 2007. 

Em 2010, foi aprovada para o Exército e em 2011 se tornou a primeira mulher indígena incorporada à força, com o posto de tenente, aprovada com uma das melhores pontuações no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (Cpor) do Rio de Janeiro. Na mesma época, Waiãpi fazia pós-graduação em gênero e sexualidade pelo Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Em 2016, passou a ocupar a função de chefe do serviço de medicina física e reabilitação em fisioterapia no Hospital Central do Exército, em Benfica zona norte do Rio. 

Começou a frequentar um grupo de atores e a estudar teatro, formando-se em artes cênicas aos 24 anos. Conseguiu emprego na TV Globo como aderecista do departamento de figurino, preparadora de elenco da minissérie A Muralha e pesquisadora de texto na novela Uga Uga, em 2000, estreando como atriz em 2006, interpretando Pena Levinha, na novela Bang Bang, e participando da minissérie A Cura, em 2010, na Globo. 

Em 2017, na minissérie Dois Irmãos, inspirada no livro homónimo de Milton Hatoum, viveu o Domingas, uma indígena tirada da sua tribo para trabalhar como doméstica, contracenando com Cauã Reymond, que interpretava os gêmeos Omar e Yaqub. 

Waiãpi é também atleta. Em 2003, conseguiu uma bolsa para estudar fisioterapia no Centro Universitário Augusto Motta. Em 24 de abril de 2019, assumiu o posto de secretária de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde. 

Além de sua defesa intransigente da Amazônia, Sílvia Waiãpi se dedica a duas causas fundamentais para o Amapá: garantia do fornecimento de energia elétrica para o estado, excluindo-se totalmente a possibilidade de apagões e garantindo o desenvolvimento de um parque industrial; e a extração de petróleo na Margem Equatorial.

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Fortaleza de São José de Macapá: o símbolo mais emblemático da Amazônia em chamas

Na nova capa da edição de JAMBU do Clube de Autores sai
a cuia de tacacá e entra a Fortaleza de São José de Macapá

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 28 DE NOVEMBRO DE 2023 O Coração das Trevas, de Joseph Conrad, é um dos maiores monumentos da literatura universal. Basicamente, mostra a loucura humana – a ignorância e o horror –, a luta insana pelo poder, o colonialismo, a escravidão, que desemboca, tudo isso, hoje, no comunismo, na exploração mais abjeta do amazônida, anestesiado pelo espilantol da propaganda comunista. 

O Coração das Trevas é um pequeno romance, de pouco mais de 150 páginas, “o mais intenso de todos os relatos que a imaginação humana jamais concebeu”, disse o labiríntico Jorge Luís Borges. A ação se passa no Congo, África, no século 19, quando a Europa fez da África uma fazenda humana, uma terra de ninguém, o coração das trevas. Francis Ford Coppola transpôs essa joia literária para o cinema, situando a história em meados do século 20, para a guerra do Vietnã, no clássico dos clássicos dos filmes de guerra, Apocaypse Now. 

O Coração das Trevas lembra a tragédia da Amazônia: o colonialismo. Os colonos portugueses a conquistaram com ferro, fogo, doenças e a Igreja, e a legaram aos brasileiros. Nestes tempos comunistas, os donos da Amazônia são políticos mafiosos, que, juntamente com facções criminosas, tornaram-se os novos colonos, e vêm fatiando a Hileia, vendendo-a e traficando-a, incluindo, aí, crianças para fins sexuais ou extração de órgãos, usando Ongs, para isso. 

O butim é grande, pois a bacia amazônica é a última fronteira do mundo na superfície. A maior concentração de biodiversidade do planeta está na Amazônia, a maior concentração de água doce de superfície e de minerais. Todos os países hegemônicos a querem, e farão de tudo para tê-la. 

A exploração dos cabocos – ribeirinhos, índios, quilombolas – é sempre brutal, como golpe de navalha seccionando tecido humano, como ataque de hienas, revelando a face obscura da Amazônia, o Inferno Verde, ora em chamas, o latejar da escuridão, espasmos da alma amazônida, a loucura e o malogro do comunismo. 

O látego, o calor, os insetos, os répteis, o estupro, a pilhagem, o berro de dor são anestesiados com as eternas promessas dos políticos, porque eles sabem que o povo acredita em tudo o que lhe dizem. 

De modo que o maior ícone da Amazônia é a Fortaleza de São José de Macapá. Em 1738, colonos portugueses instalaram na margem esquerda do estuário do Rio das Amazonas um destacamento militar, a Praça São Sebastião, depois Veiga Cabral, onde, em 4 de fevereiro de 1758, foi levantado o Pelourinho, símbolo do implacável poder lusitano, na presença do capitão-general do Estado do Grão-Pará e Maranhão, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, fundando a Vila de São José de Macapá e selando o fim da nação que dominava aquela beirada de rio, o povo tucuju, do tupi tucumã, palmeira natural da Amazônia, de doces frutos oleosos, matéria-prima para suco, licor, mingau e sorvete. 

Em 1764, Portugal deu uma demonstração do seu poderio na Amazônia iniciando a construção de projeto do engenheiro militar italiano sargento-major de Infantaria Enrico Antonio Galluzzi de Mantova, ou simplesmente Gallúcio: a Fortaleza de São José de Macapá. 

Em 2 de janeiro daquele ano, o governador e capitão-general do Estado do Grão-Pará e Maranhão, Fernando da Costa de Ataíde Teive, saiu de Belém e foi até a vila de São José de Macapá, juntamente com Gallúcio, para examinar o terreno, e, finalmente, aprovar a planta geral da nova fortaleza do império português, que teve sua pedra fundamental lançada naquele mesmo ano, na tarde de 29 de junho, sob a invocação de São Pedro, na presença do governador Fernando da Costa de Ataíde Teive; do comandante da Praça, coronel Nuno da Cunha Ataíde Varona; e de Gallúcio e demais autoridades civis e religiosas de Macapá. 

As pedras da Fortaleza foram arrancadas da Cachoeira das Pedrinhas, no rio Pedreira, distante 32 quilômetros de Macapá; descidas para o rio numa rampa em torno de 10 metros de declive, eram transportadas em embarcações pelo Amazonas até Macapá. Cada jagunço tomava conta de quatro escravos, que, fracos pelo trabalho impossível, eram rasgados a chicotadas. Muitos morreram supliciados, famintos, sem energia, e alguns conseguiram fugir para o quilombo do Ambé. 

Em 27 de outubro de 1769, Gallúcio morreu de malária e a direção dos trabalhos foi assumida pelo capitão Henrique Wilckens, até à chegada do sargento-mor engenheiro Gaspar João Geraldo de Gronfeld. Em 1777, morre o rei D. José, aos 27 anos, e o marquês de Pombal, então mentor do poderio português na Amazônia e protegido por D. José, é exonerado por D. Maria I (1777-1816), que afunilou os gastos com a Fortaleza, de modo que ela só foi inaugurada em 19 de março de 1782, dia do seu padroeiro, São José, 18 anos depois do início da sua construção. 

Com 84 mil metros quadrados, em formato de polígono quadrangular, muralhas de oito metros de altura, seu portão principal fica a oeste, com duas pontes sobre um fosso, de que restam os vestígios, e que, originalmente, seria inundado em todo o perímetro da construção. Pesquisa comprovou que na parte erguida sobre terreno alagado foram utilizadas estacas de acapu, o aço do reino vegetal. 

Na primeira metade do século XX, a Fortaleza foi abandonada, e, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), classificada como fortificação de terceira classe. Em 1926, suas ruínas foram visitadas pelo presidente eleito Washington Luís. Em 1943, é criado o Território Federal do Amapá, e, em 1946, foi instalado na Fortaleza o Comando da Guarda Territorial, então a polícia do Território Federal. 

Para isso, houve um trabalho de capina interna e externa, com a retirada dos arbustos que vicejavam nas muralhas, bem como a derrubada das árvores que cresciam nos terraplenos, e que acarretaram danos estruturais. Também foram reconstruídos os oito edifícios ao redor da praça, então completamente deteriorados, nos quais substituíram telhados, portas, janelas e portões em madeira, pisos, muretas e rampas de acesso, e foram desobstruídos os canais de drenagem de águas pluviais. 

Em 8 de julho de 1950, uma comissão do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan) tombou o símbolo maior dos macapaenses, incluindo 54 canhões. A Fortaleza serviu ainda de hospedaria a famílias de imigrantes; de cadeia aos presos da Justiça; abrigou a Imprensa Oficial, o pelotão do Vigésimo Sexto Tiro de Guerra, a União dos Negros do Amapá e o Museu Territorial; e virou palco das celebrações de datas cívicas, marcadas por salvas de tiros dos canhões, desfiles cívicos e bailes. 

Com a Ditadura dos Generais (1964-1985), voltou a abrigar o comando da Guarda Territorial e passou a ser utilizada como presídio político, mas também como Clube Social do Círculo Militar, em prédio no entorno leste. Em 1975, a Guarda Territorial foi transformada em Polícia Militar e sediada em prédio próprio, após uma onda de terror na cidade, que, segundo se comenta até hoje, teria sido arquitetada pelas autoridades do Território Federal com o intuito de forçar a criação da Polícia Militar. 

Em 1979, a Delegacia do Serviço do Patrimônio da União (DSPU) entregou a Fortaleza ao Governo do Território Federal do Amapá. Em 1988, a Constituinte transformou o Território Federal em Estado do Amapá. Em 1999, após anos de restauração, a Fortaleza é transformada em espaço de cultura e lazer para a população em geral. 

Construída para resistir a uma força semelhante à da marinha inglesa do século XIX, nunca foi atacada, exceto por um dos flagelos da Amazônia, a malária, também conhecida como paludismo, impaludismo ou maleita, doença infecciosa transmitida pela fêmea infectada do mosquito Anopheles e provocada por protozoários do gênero Plasmodium, que, no sistema circulatório do hospedeiro, vai parar no fígado, onde se reproduzem, provocando febre, dor de cabeça e nas articulações, vômito, anemia, icterícia, hemoglobina na urina, lesão na retina e convulsões, em ataques paroxísticos, com sensação súbita de frio intenso, seguida por calafrios, febre e sudação, paralisia do olhar, epistótono, convulsão, que pode progredir para coma ou morte. 

Tradicionalmente, os casos graves são tratados com quinino administrado por via intravenosa ou intramuscular. Não existe vacina contra a malária. As complicações a quem resiste à doença são estresse respiratório e desconforto psicológico. 

Assim, a Fortaleza, maior ícone dos macapaenses, é a tradução perfeita de Macapá, uma cidade mergulhada em apagões, com escassa água encanada, sem saneamento básico, afogada em fumaça da mata pegando fogo, fustigada por facções criminosas, sob o domínio de narcotraficantes e sufocada pelos comunistas.

Construída por escravos, negros e índios, sob o obsessivo domínio português, a Fortaleza foi o cadinho no qual se forjou a etnia macapaense. Os portugueses cruzaram com os africanos e geraram mulatos, e fornicaram com os índios, formando uma população de mamelucos; os africanos fundaram o distrito de Curiaú e o bairro do Laguinho, misturaram-se com os índios e legaram cafuzos; e mulatos, cafuzos e mamelucos misturaram-se, fechando o círculo, numa diversidade étnica viva nas ruas de Macapá, nas nuanças de peles que vão do alabastro ao ébano, passando pelo bronze e jambo maduro, unidos pelo sotaque caboco: a fusão do português falado em Lisboa, doces palavras tupis, línguas africanas, patoá das Guianas, tudo triturado em corruptela. 

É neste cenário que a Fortaleza de São José de Macapá estava fadada a se tornar o mais emblemático cartão postal dos macapaenses, juntamente com dois marcos de grandeza planetária: a Linha Imaginária do Equador, que secciona a cidade, e o Canal do Norte do rio Amazonas, que a banha na margem esquerda. 

É inquestionável, portanto, que a Fortaleza de São José de Macapá é também a tradução perfeita da Amazônia, a grande colônia ambicionada pelas nações hegemônicas, pelos políticos mafiosos, pelos empresários bandidos, pelos narcotraficantes, pelos escravocratas, e pela organização criminosa mais perigosa do planeta: o comunismo. 

Resta-nos, a nós, amazônidas, outra ordem de anestesia: a do jambu (Acmella oleracea). Principalmente apreciado no tacacá, a iguaria mais representativa da Amazônia. Segundo o antropólogo Luís da Câmara Cascudo, deriva de um mingau indígena, mani poi, preparado com goma de tapioca temperada com tucupi, cebola, alho, cheiro-verde, jambu e camarão. 

Há a teoria de que teria surgido em Itacoatiara/AM, conforme relata o médico e explorador alemão Robert Christian Barthold Avé-Lallemant, autor do livro No Rio Amazonas, e que esteve na Amazônia e visitou a Vila de Serpa, atual Itacoatiara, em 1859. 

Classificou o tacacá como “a bebida nacional dos Mura”, uma das etnias que enfrentaram os portugueses e espanhóis com a mesma valentia e crueldade dos ibéricos. O etnólogo Kurt Nimuendaju escreveu: “De todas as tribos da Amazônia, a dos Mura foi a que mais extenso território ocupou, espalhando-se das fronteiras do Peru até o Rio Trombetas”, que limita o Amazonas com o Pará. 

Os Mura habitavam as bacias do Médio Amazonas, Solimões e Madeira, desde cerca de 1.450 a. C., até o século XVIII, quando foram trucidados pelos ibéricos. Seus remanescentes, cerca de mil famílias, habitam os municípios de Autazes e Itacoatiara, no estado do Amazonas. 

O padre jesuíta João Daniel registra no livro Tesouro Descoberto do Rio Amazonas, escrito entre 1757 e 1776, que os “índios do Rio Amazonas… tapuias do Amazonas… povoadores do Amazonas… usam da bebida tacacá… o tucupi é um sumo venenoso extraído da raiz da mandioca... cozido, perde o veneno, e então é servido como tempero de vários guisados e bebidas”. 

A iguaria, tal como é servida, hoje, é composta de goma de mandioca, tucupi, camarão seco e salgado, jambu, sal, alho e pimenta de cheiro a gosto. É servido em cuias. Coloca-se primeiramente um pouco de tucupi e um pouco de caldo da pimenta-de-cheiro com tucupi, a gosto, acrescenta-se goma, arranjam-se ramos do jambu, colocam-se camarões e acrescenta-se mais tucupi. 

Toma-se tacacá (não se diz beber) muito quente, na cuia, assentada em uma pequena cesta, para proteger as mãos. Utiliza-se um palito de madeira para fisgar o camarão e o jambu, este, o tempero por excelência da Amazônia, utilizado em pratos que vão de pizza até bebida como cachaça. Faz os lábios tremerem de prazer. É rico em cálcio, fósforo, ferro, vitaminas C, B1, B2 e B3. 

Mascar jambu adormece o nervo trigêmeo e alivia dores de garganta e de dente. Em forma de chá ou macerado é diurético e ajuda a dissolver cálculos da vesícula biliar. A única contraindicação é para mulheres grávidas, pois provoca contrações do útero. 

É originário do Brasil, Colômbia, Guianas e Venezuela, e é conhecido também como agrião-do-pará, agrião-do-norte, agrião-do-brasil e jambuaçu. Cresce na várzea, até 30 centímetros de altura, formando uma folhagem densa e bem verde. As flores são amarelas e hermafroditas. Em Macapá, cresce como mato nos quintais. 

Jambu começou a ser plantado em outras regiões do Brasil, como nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, destinado à indústria cosmética. Cultiva-se jambu também em Madagascar, Índia e China. 

O óleo essencial do jambu é rico em propriedades antioxidantes, diuréticas e anti-inflamatórias, utilizado nas indústrias farmacêutica, cosmética e de higiene pessoal. Seu princípio ativo mais importante, extraído das flores, folhas e caule, é o espilantol, responsável pelo sabor anestesiante do jambu e que atua no sistema nervoso.

Além do uso culinário, o espilantol tem propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e antimicrobianas, reduz a ansiedade e estimula a memória. Excelente, portanto, para acalmar o coração das trevas, principalmente no fim da tarde, quando, em Macapá, os alísios levam sons de mambo, que se misturam ao perfume dos jasmineiros e ao acalanto da alma.

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Academia Amapaense de Letras comemora 70 anos com palestra dos escritores LEÃO ZAGURY, RAY CUNHA e WILSON CARVALHO

Para ouvir as palestras clic AQUI 

Ray Cunha fala durante evento em comemoração aos 70 anos
da Academia Amapaense de Letras (AAL), em 20 de julho, no
Senac de Macapá/AP: a sociedade deve zelar pela Academia,
pois ela é a memória da cultura, da identidade dos amapaenses
Autografando o romance ensaístico JAMBU, para o
jornalista Walter Júnior (E) e o senador Paulo Guerra.
JAMBU, em edição do Clube de Autores e da amazon.com.br,
é um thriller que se passa na Amazônia de verdade, com
toda a sua violência, mas também 
seu realismo mágico, 
seus cheiros, sabores, nudez e beleza arrebatadora

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

JAMBU: a Amazônia para sempre, em toda a sua violência e nudez, com seus cheiros e sabores

Capa da edição do Clube de Autores, à venda neste link

Sinopse de JAMBU, thriller de RAY CUNHA: O jornalista João do Bailique investiga o tráfico de crianças durante o Festival de Gastronomia do Pará e Amapá, em Macapá/AP. Subjacente à trama, a Amazônia real surge em toda a sua violência e nudez, com seus cheiros e sabores. Personagens reais, vivas e mortas, transitam em meio a personagens de ficção, como, por exemplo, o músico paraense Waldemar Henrique e os amapaenses, o poeta Isnard Brandão Lima Filho e o pintor Olivar Cunha!

Capa da edição da amazon.com.br, à venda neste link

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Qual a diferença entre o assassino enviado para despachar Jair Bolsonaro e o de David Fincher?

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 15 DE NOVEMBRO DE 2023 – A Proclamação da República do Brasil foi um golpe de estado promovido pelos militares, em 15 de novembro de 1889, no Rio de Janeiro, pondo fim à monarquia constitucional parlamentarista do Império e enviando para o exílio o imperador D. Pedro II e família. Os oficiais militares graduados queriam mordomias e resolveram pôr o imperador para correr. 

Na vizinha Venezuela, uma penca de generais apoia o ditador Nicolás Maduro no latrocínio ao povo venezuelano. No Brasil, a Constituição já está ilegível, de tantas fezes que jogaram nela. Mas os generais estão satisfeitos com suas mordomias. 

O Comunismo vem tentando pôr sua pata de quatro garras (morte à individualidade, à família, à pátria e a Deus), melada de sangue, desde que um bando de hienas tomou conta da Rússia, em 1917, com uma lábia de deixar idiota sonhando, loucas por dinheiro fácil. 

Em 1964, os comunistas estavam prestes a chegar ao poder quando o povo foi para as ruas pedir proteção às Forças Armadas. Elas tomaram o poder, até 1985, mas anistiaram os comunistas, que passaram essas duas décadas se organizando e se infiltrando nas universidades e nos movimentos culturais brasileiros. 

Voltaram os presidentes civis e com eles uma corrupção inacreditável, potencializada por mil a partir de 2003, quando Lula e seu PT aparelharam até canil. Até 2018, quando o deputado federal Jair Messias Bolsonaro se candidatou à Presidência. Forças ocultas sabiam que Bolsonaro poderia ganhar e que não deixaria ninguém roubar. Então despacharam um assassino para apeá-lo antes de ele montar. 

Em 6 de setembro de 2018, em Juiz de Fora/MG, quando uma multidão carregava nos ombros o então candidato Jair Bolsonaro, o militante Adélio Bispo de Oliveira aplicou uma peixeirada tão potente na barrega de Bolsonaro que só não o matou na hora porque o dia do candidato não havia chegado mesmo, mas o facão quase varou a vítima. 

Porém Bolsonaro sobreviveu e foi eleito. Mesmo com a pandemia do vírus chinês o Brasil cresceu e ninguém roubou. Em 2022, descondenaram Lula e o elegeram presidente. Em 8 de janeiro de 2023, armaram uma cilada para Bolsonaro. A ideia é prendê-lo. Aí, tudo ficará mais fácil. Abordo isso no meu romance ensaístico O CLUBE DOS ONIPOTENTES, que terá segundo volume. 

Adélio Bispo me lembrou O Assassino de David Fincher, com Michael Fassbender, ora em cartaz na Netflix. O assassino de Fincher também falha, mas no caso dele, em vez de despacharem uma porrada de advogados com trânsito nos mais inacessíveis palácios, enviaram outros assassinos para acabarem com ele, pois sabia muito. 

Mas só conseguiram pegar a garota do assassino, o que o deixa botando fogo pela venta, porém mais concentrado ainda e mandando desta para melhor todo mundo envolvido no complô para matá-lo. 

Outro assassino do cinema, este, menos incensado, é encarnado por Madds Mikkelsen; uma espécie de John Wick. O filme é Polar, de Jonas Åkerlund, também em cartaz na Netflix. Aos 50 anos, o assassino vai se aposentar e tem uma apólice de 8 milhões de dólares da empresa a que ele servia. Só que o dono da empresa quer ficar com o dinheiro dele e lhe providencia uma aposentadoria eterna. 

Trata-se de um desses filmes de ação brutais, mas cômicos, ao mesmo tempo. O dono da empresa lembra um porco berkshire, parecido também com um dinossauro. O sujeito envia um exército para acabar com o assassino, mas o cara é um animal de bruta raça. Conclusão: chega até seu antigo patrão, degola-o com um cutelo e atira sua cabeça suína na rua.

Quanto a Adélio Bispo, a Polícia Federal e a Justiça chegaram à conclusão que o cidadão agiu por conta própria, que não houve mandante. Então, está tudo bem.

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Assassinos de dignidade. A eclosão do ovo da serpente e dele surgindo nove garras

Assassinos da Lua das Flores é um estudo sobre a ganância

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 8 DE NOVEMBRO DE 2023 Assassino da Lua das Flores, de Martin Scorsese (80 anos), em cartaz nos cinemas, é cinema de primeira categoria. É provável que Leonardo DiCaprio leve seu segundo Oscar. DiCaprio é um dos maiores atores da atualidade. Fala muita besteira, mas sabe atuar. Acusa o presidente Jair Messias Bolsonaro de incendiar a Amazônia, diz que a Hileia é o pulmão do planeta, que lá tem dinossauro, mas dinossauro só há em Brasília. 

DiCaprio contracena com um dos dois maiores atores vivos: Robert De Niro. O outro é Al Pacino. Lily Gladstone, que faz a índia Mollie, dá um show de interpretação e certamente levará para casa a estatueta mais famosa do cinema. 

Assassino da Lua das Flores é baseado em Killers of the Flower Moon: The Osage Murders and the Birth of the FBI, de 2017, do jornalista americano David Granns, sobre os assassinatos que aconteceram nos anos 1920 no condado de Osage, no estado americano de Oklahoma, elucidados pelo FBI de J. Edgar Hoover. O roteiro é de Eric Roth. 

Os índios Osage já foram o povo mais rico dos Estados Unidos, após descobrirem que suas terras tinham petróleo. Mas, na época, era mais fácil um homem ser preso por chutar um cachorro do que por assassinar um índio. Isso atraiu bandido de todo lado. É aí que chega ao condado Ernest Burkhart (DiCaprio), sobrinho de Willian Hale (De Niro), que mantém excelente relacionamento com os Osage, e até fala sua língua. 

Como quem está tecendo uma gigantesca trama, mas tem absoluto controle sobre o resultado final, Scorsese revela aos poucos a simplicidade dessa trama: uma mente diabólica, que mata e sopra, e que tem completo desprezo pela vida humana, que mata como quem mata baratas, para ficar com os despojos. O filme tem três horas de duração e não é dublado, é com legenda, mas não sentimos as horas passarem. Pelo menos foi o que aconteceu comigo. 

Com Scorsese, a violência é brutal, mas quase sem sangue. É uma violência quase tão enlouquecida quanto a dos terroristas do Hamas, que assaram bebês vivos em fornos na frente dos pais, estupraram mulheres na frente de seus maridos e torturaram até à morte.

Scorsese é um estudioso da alma. Imagino-o dirigindo um roteiro baseado no meu romance O CLUBE DOS ONIPOTENTES, mostrando o desenvolvimento do ovo da serpente, o ovo eclodindo e dele saindo duas mãozinhas, uma com quatro garras.

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Brasil pode se meter em guerra na Amazônia

Lula exercendo sua diplomacia. Apoiará Nicolás Maduro?

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 6 DE NOVEMBRO DE 2023 – O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, ameaça invadir a Guiana para se apossar da região de Essequibo, 70% do país amazônico, rica em petróleo e minérios. O ditador tem apoio da Rússia, da China e, naturalmente, de Lula, seu amigão. A Guiana conta com os Estados Unidos e Europa. Dá para sentir o tamanho da desgraça. 

A ditadura de Maduro está ruindo, porque o ditador, sua família e os generais que o apoiam já saquearam tudo o que puderam, deixando o povo venezuelano comendo lixo, quando tem, da mesma forma que aconteceu com os cubanos. Assim, atacando a Guiana para se apossar do seu petróleo, Maduro receberia apoio da Rússia, China e, provavelmente, do Brasil, já que Lula vive peitando os Estados Unidos. Isso lhe daria fôlego para se aguentar mais tempo no seu reinado de roubo e morte. 

Maduro argumenta que a região de Essequibo pertence historicamente à Venezuela. Mas história é passado.

As forças venezuelanas contam com armas e tecnologia da Rússia, China e Irã, três ditaduras que querem ver os Estados Unidos de joelhos. Mas em caso de ataque contra a Guiana fatalmente os Estados Unidos, que já exploram petróleo na Guiana, mostrarão por que ainda são um império. Quanto a Lula, acha que pode resolver tudo numa mesa de bar.

Senador Dr. Hiran confunde Medicina Ocidental com Acupuntura, matéria com energia Qi. Porém uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa

Dr. Hiran saberá o que é Qi, Yin e Yang? (Agência Câmara)

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 6 DE NOVEMBRO DE 2023 – A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado prossegue este mês debates sobre o Projeto de Lei 5.983/2019, que regulamenta a profissão de acupunturista. Se a matéria, relatada pelo senador Paulo Paim (PT/RS), for aprovada no Senado sem ajustes seguirá para sanção do presidente da República. Porém ela tropeçou em um médico, o senador Dr. Hiran (PP/RR). Para ele, apenas médicos devem prescrever medicamentos e fazer diagnósticos de doenças. 

A Medicina Ocidental trabalha com órgãos e regiões do corpo, com medicamentos e cirurgia. Há especialistas de cérebro, coração, rins, mão direita, mão esquerda, pés, ânus etc. etc. Na Medicina Tradicional Chinesa, conhecida no Brasil como Acupuntura, trabalhamos com a energia Qi, que se alterna em duas polaridades, Yin e Yang. O que para a Medicina Alopática é doença, para nós é desequilíbrio energético. São medicinas diferentes. E não prescrevemos medicamentos, mas fitoterápicos. Parece que os médicos não querem largar o osso, e a indústria farmacêutica muito menos. 

Mais uma coisa: consideramos o ser humano um conjunto de corpos vibracionais, incluindo o espírito. 

Todas as terapias são importantes. Relatos dão conta de crianças moribundas que recebem benzimento com um galinho de arruda e a seguir estão brincando com seus amiguinhos. Nesses casos, o benzimento foi a melhor terapia aplicada. Medicina Ocidental não resolve encosto. Só médiuns resolvem isso. E mais: se não fosse a intervenção de espíritos os hospitais seriam corredores da morte. Consultem médicos espíritas para confirmar isso. 

De ampla cobertura e eficácia terapêutica, a Acupuntura é reconhecida pela OMS e foi incluída na lista de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, durante a V Sessão do Comitê Intergovernamental da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 17 de novembro de 2010. 

A Acupuntura começou a ser praticada na China clássica. Os chineses já sabiam que além dos sistemas cardiovascular e linfático há uma teia de meridianos corporais com acupontos, um delgado sistema tubular, nos quais circula a energia vital, ou Qi.  

Até o século 19, supunha-se que esses meridianos eram imaginários, mas nos anos de 1960, o cientista coreano Kim Bong Han injetou isótopo de fósforo em um acuponto e observou a absorção da substância pelo organismo, por meio de microrradiografia. Resultado: o isótopo percorreu o clássico traçado daquele meridiano. 

Experiências semelhantes foram realizadas por outros cientistas, como os franceses Jean-Claude Darras e Pierre de Vernejoul, e os norte-americanos James Hurtak e Roberto Becker. O resultado foi o mesmo obtido por Kim Bong Han. 

Segundo Richard Gerber, em Medicina Vibracional – Uma Medicina para o Futuro, e o espírito Joseph Geerber, por Robson Pinheiro, em Medicina da Alma, os meridianos de acupuntura localizam-se no duplo estéreo. Eu mesmo já confirmei isso. A Medicina Tradicional Chinesa é tão extraordinária que aproveito, aqui, para narrar um caso que atendi há alguns anos de um paciente sem o intestino grosso que se curou com Acupuntura. 

Quando atendi o sr. V, já era a trigésima terceira sessão dele no Centro Espírita André Luiz, em Brasília, onde atendo aos domingos de manhã, como voluntário da equipe coordenada pelo acupunturista, jornalista e professor José Marcelo. O sr. V estava com 70 anos e sua grande queixa era a extração do intestino grosso. 

No André Luiz, os pacientes são atendidos de acordo com a ordem de chegada e pelo terapeuta que estiver disponível. Naquela manhã, era a terceira vez que coincidia de eu o atender. Peguei sua ficha e fiz a revisão, como sempre faço, da queixa original, que, além da retirada do intestino grosso, registrava também dores lombar, sacral, cervical e nos braços, insônia, prisão de ventre e úlcera gástrica. 

Eu começara, então, a desenvolver uma técnica que chamo de acupuntura dos corpos vibracionais – físico, etéreo, astral e espiritual –, e, naquele momento, passei a ver o caso do sr. V sob novo ângulo. Conversei com ele; contou-me que todas as semanas baixava hospital, sofria de diarreia crônica e tudo o que comia lhe fazia mal. Observei-lhe a língua e senti seus pulsos; suas energias esvaíam-se. 

 – O senhor sabe que ainda tem seu intestino grosso, não sabe? – perguntei-lhe, olhando-o nos olhos. Então os olhos dele brilharam, numa interrogação. – O senhor continua com o seu intestino grosso, só que no corpo etéreo, que liga o corpo carnal ao corpo astral, este, conhecido também como perispírito, porque liga o corpo físico ao espírito, e o espírito é imortal, não pode adoecer, não com as doenças que conhecemos aqui, neste plano. Seu intestino grosso foi extraído do corpo físico, mas ele continua intacto no corpo etéreo. 

Ele entendeu na hora, e o brilho dos seus olhos continuou, como duas pequenas lanternas. Eu podia ver o brilho dos seus olhos, e percebi também que ele sorria. 

– Bem, como o senhor não perdeu nada, muito menos o intestino grosso, vou fazer a limpeza do canal do intestino grosso – disse-lhe, explicando-lhe, rapidamente, sobre os meridianos que atravessam o corpo como um feixe de fios. Na Medicina Chinesa, limpar um canal quer dizer aplicar agulhas no primeiro acuponto daquele canal e cruzar com o último acuponto. Então apliquei agulhas no IG 1 esquerdo, que fica no leito ungueal radial do dedo indicador, e o IG 20 direito, no ponto de encontro entre a linha nasolabial e a lateral da asa do nariz. 

Apliquei mais o estômago 36 bi, para fortalecer a energia Qi e o sangue, aumentar o Yang e minorar dores epigástricas, náusea, vômito, má digestão, tontura, fadiga e fortalecer o corpo e a mente, além do estômago 25, para equilibrar o baço, estômago e intestinos, pondo fim à diarreia. Apliquei ainda o vaso concepção 12, para tonificar estômago e baço, e o yintang, para extirpar ansiedade e disciplinar os pensamentos, acalmando, assim, a mente, o que acaba melhorando o sono. 

Pouco mais de 20 minutos depois foram retiradas as agulhas do sr. V. Orientei-o a tomar pelo menos dois litros de água por dia e a cortar leite, frutas, salada e legumes crus antes de dormir e a passar a alimentar-se, à noite, de alimentos quentes, principalmente abóbora e raízes, como batata, cará, inhame e mandioca. 

Notei que ele saiu do ambulatório com vivacidade, “pois agora” – pensei – “ele sabe que seu intestino grosso está lá com ele”. Orientei-o também a me procurar no domingo seguinte. Uma semana depois ele voltou e me disse que não baixou hospital. Outro terapeuta o atendeu e repetiu o protocolo da semana anterior. 

Alguns meses depois, recebi a notícia: o sr. V se deu alta.

Atendemos no André Luiz médiuns que trabalham no centro, muitos deles com todo tipo de doenças. São ilusões passadas a eles por espíritos em estado de ilusão. Digo-lhes que precisam, ao orarem, à noite e de manhã, agradecer aos seus antepassados, especialmente aos pais; a perdoarem e a enxergarem no próximo, mesmo que sejam drogados, raivosos, cancerosos, tenham sido estuprados, nos que gritam de dor, só e somente só, luz. As agulhas precisam de luz. 

Mas esses médiuns veem também que nós, da equipe do José Marcelo, estamos cercados de mestres vindos do mundo espiritual, que nos orientam, vigilantes, para que o amor triunfe ali naquele ambulatório. Foi por isso que o sr. V pôde se dar alta.