segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Senador Dr. Hiran confunde Medicina Ocidental com Acupuntura, matéria com energia Qi. Porém uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa

Dr. Hiran saberá o que é Qi, Yin e Yang? (Agência Câmara)

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 6 DE NOVEMBRO DE 2023 – A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado prossegue este mês debates sobre o Projeto de Lei 5.983/2019, que regulamenta a profissão de acupunturista. Se a matéria, relatada pelo senador Paulo Paim (PT/RS), for aprovada no Senado sem ajustes seguirá para sanção do presidente da República. Porém ela tropeçou em um médico, o senador Dr. Hiran (PP/RR). Para ele, apenas médicos devem prescrever medicamentos e fazer diagnósticos de doenças. 

A Medicina Ocidental trabalha com órgãos e regiões do corpo, com medicamentos e cirurgia. Há especialistas de cérebro, coração, rins, mão direita, mão esquerda, pés, ânus etc. etc. Na Medicina Tradicional Chinesa, conhecida no Brasil como Acupuntura, trabalhamos com a energia Qi, que se alterna em duas polaridades, Yin e Yang. O que para a Medicina Alopática é doença, para nós é desequilíbrio energético. São medicinas diferentes. E não prescrevemos medicamentos, mas fitoterápicos. Parece que os médicos não querem largar o osso, e a indústria farmacêutica muito menos. 

Mais uma coisa: consideramos o ser humano um conjunto de corpos vibracionais, incluindo o espírito. 

Todas as terapias são importantes. Relatos dão conta de crianças moribundas que recebem benzimento com um galinho de arruda e a seguir estão brincando com seus amiguinhos. Nesses casos, o benzimento foi a melhor terapia aplicada. Medicina Ocidental não resolve encosto. Só médiuns resolvem isso. E mais: se não fosse a intervenção de espíritos os hospitais seriam corredores da morte. Consultem médicos espíritas para confirmar isso. 

De ampla cobertura e eficácia terapêutica, a Acupuntura é reconhecida pela OMS e foi incluída na lista de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, durante a V Sessão do Comitê Intergovernamental da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 17 de novembro de 2010. 

A Acupuntura começou a ser praticada na China clássica. Os chineses já sabiam que além dos sistemas cardiovascular e linfático há uma teia de meridianos corporais com acupontos, um delgado sistema tubular, nos quais circula a energia vital, ou Qi.  

Até o século 19, supunha-se que esses meridianos eram imaginários, mas nos anos de 1960, o cientista coreano Kim Bong Han injetou isótopo de fósforo em um acuponto e observou a absorção da substância pelo organismo, por meio de microrradiografia. Resultado: o isótopo percorreu o clássico traçado daquele meridiano. 

Experiências semelhantes foram realizadas por outros cientistas, como os franceses Jean-Claude Darras e Pierre de Vernejoul, e os norte-americanos James Hurtak e Roberto Becker. O resultado foi o mesmo obtido por Kim Bong Han. 

Segundo Richard Gerber, em Medicina Vibracional – Uma Medicina para o Futuro, e o espírito Joseph Geerber, por Robson Pinheiro, em Medicina da Alma, os meridianos de acupuntura localizam-se no duplo estéreo. Eu mesmo já confirmei isso. A Medicina Tradicional Chinesa é tão extraordinária que aproveito, aqui, para narrar um caso que atendi há alguns anos de um paciente sem o intestino grosso que se curou com Acupuntura. 

Quando atendi o sr. V, já era a trigésima terceira sessão dele no Centro Espírita André Luiz, em Brasília, onde atendo aos domingos de manhã, como voluntário da equipe coordenada pelo acupunturista, jornalista e professor José Marcelo. O sr. V estava com 70 anos e sua grande queixa era a extração do intestino grosso. 

No André Luiz, os pacientes são atendidos de acordo com a ordem de chegada e pelo terapeuta que estiver disponível. Naquela manhã, era a terceira vez que coincidia de eu o atender. Peguei sua ficha e fiz a revisão, como sempre faço, da queixa original, que, além da retirada do intestino grosso, registrava também dores lombar, sacral, cervical e nos braços, insônia, prisão de ventre e úlcera gástrica. 

Eu começara, então, a desenvolver uma técnica que chamo de acupuntura dos corpos vibracionais – físico, etéreo, astral e espiritual –, e, naquele momento, passei a ver o caso do sr. V sob novo ângulo. Conversei com ele; contou-me que todas as semanas baixava hospital, sofria de diarreia crônica e tudo o que comia lhe fazia mal. Observei-lhe a língua e senti seus pulsos; suas energias esvaíam-se. 

 – O senhor sabe que ainda tem seu intestino grosso, não sabe? – perguntei-lhe, olhando-o nos olhos. Então os olhos dele brilharam, numa interrogação. – O senhor continua com o seu intestino grosso, só que no corpo etéreo, que liga o corpo carnal ao corpo astral, este, conhecido também como perispírito, porque liga o corpo físico ao espírito, e o espírito é imortal, não pode adoecer, não com as doenças que conhecemos aqui, neste plano. Seu intestino grosso foi extraído do corpo físico, mas ele continua intacto no corpo etéreo. 

Ele entendeu na hora, e o brilho dos seus olhos continuou, como duas pequenas lanternas. Eu podia ver o brilho dos seus olhos, e percebi também que ele sorria. 

– Bem, como o senhor não perdeu nada, muito menos o intestino grosso, vou fazer a limpeza do canal do intestino grosso – disse-lhe, explicando-lhe, rapidamente, sobre os meridianos que atravessam o corpo como um feixe de fios. Na Medicina Chinesa, limpar um canal quer dizer aplicar agulhas no primeiro acuponto daquele canal e cruzar com o último acuponto. Então apliquei agulhas no IG 1 esquerdo, que fica no leito ungueal radial do dedo indicador, e o IG 20 direito, no ponto de encontro entre a linha nasolabial e a lateral da asa do nariz. 

Apliquei mais o estômago 36 bi, para fortalecer a energia Qi e o sangue, aumentar o Yang e minorar dores epigástricas, náusea, vômito, má digestão, tontura, fadiga e fortalecer o corpo e a mente, além do estômago 25, para equilibrar o baço, estômago e intestinos, pondo fim à diarreia. Apliquei ainda o vaso concepção 12, para tonificar estômago e baço, e o yintang, para extirpar ansiedade e disciplinar os pensamentos, acalmando, assim, a mente, o que acaba melhorando o sono. 

Pouco mais de 20 minutos depois foram retiradas as agulhas do sr. V. Orientei-o a tomar pelo menos dois litros de água por dia e a cortar leite, frutas, salada e legumes crus antes de dormir e a passar a alimentar-se, à noite, de alimentos quentes, principalmente abóbora e raízes, como batata, cará, inhame e mandioca. 

Notei que ele saiu do ambulatório com vivacidade, “pois agora” – pensei – “ele sabe que seu intestino grosso está lá com ele”. Orientei-o também a me procurar no domingo seguinte. Uma semana depois ele voltou e me disse que não baixou hospital. Outro terapeuta o atendeu e repetiu o protocolo da semana anterior. 

Alguns meses depois, recebi a notícia: o sr. V se deu alta.

Atendemos no André Luiz médiuns que trabalham no centro, muitos deles com todo tipo de doenças. São ilusões passadas a eles por espíritos em estado de ilusão. Digo-lhes que precisam, ao orarem, à noite e de manhã, agradecer aos seus antepassados, especialmente aos pais; a perdoarem e a enxergarem no próximo, mesmo que sejam drogados, raivosos, cancerosos, tenham sido estuprados, nos que gritam de dor, só e somente só, luz. As agulhas precisam de luz. 

Mas esses médiuns veem também que nós, da equipe do José Marcelo, estamos cercados de mestres vindos do mundo espiritual, que nos orientam, vigilantes, para que o amor triunfe ali naquele ambulatório. Foi por isso que o sr. V pôde se dar alta.

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