Ouço Espanha, de Chabrier, e sinto cheiro de mulher nua - ostra com Antarctica enevoada, às 9 horas, em julho, no ar saturado de mulheres lindas e suadas, de Salinas.
Tu só
precisas me lamber com teus olhos verdes como rubis para eu sentir o acme
Tu precisas
apenas sorrir e tocar nos meus finos lábios para que eu possa morrer como as
rosas, que não morrem nunca, porque são imortais na sua explosiva beleza de um
eterno segundo.
Vou
presentear ao Facebook minha presa, minha amante, que imobilizei pelos cabelos,
beijei-a na boca, fi-la gritar de prazer: ela é a própria noite.
A grande
sedutora é como um café noturno, cheio de mulheres misteriosas de tão lindas e
que dizem oi quando passo.
Ouço Caravan, de Duke Ellington, ouço-a tanto que fico cheirando
a púbis ruivo, que inunda meu olfato, meu paladar, meu cérebro.
Degusto
Antarctica de Manaus com Jorge Tufic no Nathalia, beijo os lábios carnudos e
mordo o pescoço da Mara, lambo o rosto da Tharcilla, que implora pela minha
pegada.
Como Isnard
Lima Filho, oferto rosas para a madrugada,
Sonho com
leões, ao amanhecer, na praia, com a mulher amada, de quem extraí gemidos e
agora ela dorme tranquila sob minha guarda.
Igual a
Picasso, com seus olhos negros, nonagenários, sou como pássaro, que nunca
envelhece, mesmo que lembre maracujá de gaveta, porque nasci com asas
invisíveis aos olhos, e que a somente algumas mulheres é dado ver a maravilha
dessas engrenagens que se equilibram no éter como caças, e deixam uma trilha
branca no azul.