RAY CUNHA
BRASÍLIA, 11 DE JULHO
DE 2025 – O ovo da serpente eclodiu em 10 de fevereiro de 1980, no Colégio
Sion, em São Paulo, quando um grupo de comunistas, sindicalistas,
guerrilheiros, intelectualoides – como grafou o ex-espião e escritor Jorge Bessa –, artistas e militantes da Teologia da Libertação, fundou o Partido dos
Trabalhadores (PT), surgindo, daí, Lula da Silva, a hiena de nove garras,
engenheiro do Foro de São Paulo, seguindo orientação do arquiteto dessa
organização: Fidel Castro.
Fim de 1988. Fidel Castro, ditador de Cuba, se
reúne, pela manhã, no seu gabinete de trabalho, no Palacio de la Revolucion, em
Havana, com seu ministro do Interior, o general José Abrantes, um de seus
homens de confiança. O tema da reunião: tráfico de cocaína do Cartel de
Medellín, de Pablo Escobar, para os Estados Unidos, segundo testemunho de Juan
Reinaldo Sánchez, guarda-costas do ditador durante 17 anos, no seu livro de
memórias A Vida Secreta de Fidel.
Três anos antes, em março de 1985, Mikhail Gorbachev assumira
o comando da União Soviética e tentara salvar o império, cortando gastos e
guinando para o capitalismo. Em 2 de abril de 1989, o líder soviético desembarca
em Havana e comunica a Fidel Castro que a União Soviética não poderia mais arcar
com as despesas de Cuba, em troca de manter o enclave soviético nas costas dos
Estados Unidos. Que Fidel se virasse; a União Soviética estava agonizando,
vítima do próprio comunismo. Fidel empalideceu, pois se acostumara a mamar na
generosa teta soviética, tornando-se, graças ao comunismo, um dos maiores
playboys do mundo.
Naquelas alturas, a União Soviética já tinha reduzido
substancialmente a ajuda a Cuba, daí porque Fidel se tornara um dos barões do
narcotráfico, de modo que a Disneylândia das esquerdas na América Latina só
contava, agora, com os dólares do Cartel de Medellín. Acobertado pela celebridade
internacional do seu nome, como o revolucionário que desafiou os Estados
Unidos, Fidel fizera um pacto com traficantes da Colômbia para que Cuba se
tornasse o principal entreposto comercial da droga rumo aos Estados Unidos.
Mas, ainda naquele ano, 1989, Fidel sofreu novo golpe. A poderosa
Drug Enforcement Administration (DEA), órgão do Departamento de Justiça dos
Estados Unidos responsável pelo controle e combate às drogas, descobriu o
esquema de Fidel, por meio de cubanos detidos nos Estados Unidos, que confessaram
como a coisa funcionava. As investigações da DEA conduziram ao Cartel de
Medellín e ao coração do governo cubano.
John Jairo Velásquez, o Popeye, homem de confiança tanto de
Fidel como de Pablo Escobar, chefe do Cartel de Medellín, fez um relato
minucioso sobre o envolvimento dos irmãos Castro com a droga de Pablo Escobar à
jornalista Astrid Legarda, que escreveu o livro El Verdadero Pablo. Popeye
assegura que Raúl Castro, irmão do ditador de Cuba e que o sucederia na chefia
da ditadura cubana, era quem recebia os carregamentos da droga, acobertado pelo
seu posto de comandante das Forças Armadas. Eram embarcadas de 10 a 15
toneladas de droga em cada operação.
Quando Fidel soube que a DEA tinha descoberto tudo, ficou
apavorado, pensou rápido e descobriu um jeito de se safar, matando dois coelhos
com uma só cajadada. Bolou um plano diabólico. Segundo o historiador britânico
Richard Gott, em seu livro Cuba – Uma Nova História, visando se livrarem
da prisão nos Estados Unidos, os irmãos Castro acusaram o general Arnaldo Ochoa.
Herói da revolução cubana, histórico e popular, um dos
militares mais condecorados da história do país, além de ser um dos grandes
líderes militares de Cuba, Ochoa tinha potencial para se tornar o Fidel Castro
da Perestroika. Razão pela qual Fidel decidiu acabar com Ochoa, acusando-o de
ser o comandante das operações de narcotráfico com Pablo Escobar, “alta traição
à pátria e à revolução”.
Fidel usou o jornal oficial de Cuba, o Granma, para anunciar que uma investigação fora iniciada em abril
de 1989, mandando prender, a partir de 12 de junho, seus próprios companheiros
que faziam o trabalho do narcotráfico: cinco generais, entre os quais o
ministro José Abrantes, 15 oficiais superiores e vários funcionários do Ministério
do Interior, realmente envolvidos com o tráfico de drogas, porém sob o comando
de Fidel. Traição suprema do líder cubano: prendeu, entre os generais, o herói
Arnaldo Ochoa, recém-chegado de Angola, onde comandava uma guerra.
Ochoa foi preso dois meses depois da visita de Gorbachev,
sob a acusação de comandar as operações de tráfico de drogas do Cartel de
Medellín. Em 25 de junho, começou a encenação de um processo, durante quatro
dias. Fidel presidiu a encenação no anonimato, dirigindo secretamente as sessões,
instalado confortavelmente em uma sala do prédio onde se desenrolou a encenação.
Mario Riva, ex-tenente-coronel do Exército cubano e que migrou
para Portugal, afirma que Arnaldo Ochoa foi usado como bode expiatório, que
Fidel aproveitou para se livrar dele devido às críticas que Ochoa vinha fazendo
ao regime, e que Ochoa assumiu a liderança do narcotráfico para salvar a vida
de seus familiares, que seriam massacrados se ele não colaborasse.
– Eu tinha conhecimento dos aviões que aterrissavam
em Cuba vindos da América Central, mas Ochoa, não – afirmou Tony de La Guardia,
também executado, e que estava realmente envolvido no tráfico, segundo Mario Riva,
em declaração ao jornal Diário de Notícias, de Portugal, edição de 13 de
julho de 2009.
No livro El Magnífico — 20 Ans au Service Secret de Castro,
Juan Vivés, ex-agente do serviço secreto cubano, afirma que Raúl Castro era o chefe
do acordo com Pablo Escobar. Vivés revelou que Raúl mantinha ainda relações com
narcotraficantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e que os
sandinistas da Nicarágua estavam também envolvidos com o narcotráfico, por meio
do capitão cubano Jorge Martínez, subalterno de Ochoa, e contato entre Raúl
Castro, o ex-presidente nicaraguense Daniel Ortega e Pablo Escobar.
Um lote dos acusados foi assassinado ante o pelotão de
fuzilamento e outro lote morreu na prisão. As prisões de Cuba são matadouros.
Ochoa, juntamente com mais três condenados à morte, foi assassinado pelo
pelotão de fuzilamento no dia 13 de julho de 1989, uma quinta-feira, por volta
das 2 horas, no aeroporto de Baracoa, em Havana.
Assim, os irmãos Castro se livravam de uma invasão americana
e prisão perpétua nos Estados Unidos, e ainda afastaram Arnaldo Ochoa da
sucessão de Fidel.
– Um homem dominado pela febre do poder absoluto e pelo
desprezo ao povo cubano – declarou o guarda-costas de Fidel, Juan Reinaldo
Sánchez.
Fidel precisava, desesperadamente, pensar em novo meio de
manter sua boa vida. Sem a União Soviética e o Cartel de Medellín, tirar
dinheiro de onde? E que tal sua própria União Soviética? A solução: o
sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva, também ególatra, narcisista e ávido por
poder e fama, se bem trabalhado tinha potencial para se tornar presidente do
Brasil, o celeiro do mundo e maior país da Ibero-América, um continente que
poderia se tornar a União Soviética tropical, um grande puteiro das esquerdas.
Era só criarem um organismo que, a exemplo do Comintern de Lênin, serviria para
apoiar movimentos comunistas em todo o continente, para o que só precisariam criar
uma base de apoio confiável e com gente confiável.
Foi aí que Fidel teve a ideia de pôr as garras no Brasil,
associando-se a Lula. E assim eclodiu mais um ovo da serpente: o Foro de São Paulo.
Sob a inspiração de Fidel Castro, Lula realizou um encontro,
de 1 a 4 de julho de 1990, no extinto Hotel Danúbio, em São Paulo, reunindo 48
partidos políticos e organizações de esquerda, guerrilheiros e
narcotraficantes, de 14 países latino-americanos e caribenhos, visando debater
o mundo pós-queda do Muro de Berlim, que foi pulverizado em 1989. O mote
central era: como fazer frente aos Estados Unidos? O Encontro de Partidos e
Organizações de Esquerda da América Latina e do Caribe ficou conhecido como
Foro de São Paulo.
Terceiro mandato de Lula (2023-2026). Depois que o
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, líder mundial da Direita, tomou
posse, em 20 de janeiro de 2025, Lula da Silva vem atacando o mandatário
estadunidense e se alinhando à China, Irã, Rússia e outras ditaduras,
procurando, deliberadamente, romper com os Estados Unidos, econômica e diplomaticamente.
No entendimento de Lula, sem os Estados Unidos para
atrapalhá-lo será fácil instalar no Brasil um regime semelhante ao do seu ídolo
e mentor, Fidel Castro. Lula não consegue enxergar que isso é impossível. Além
dos tratados internacionais que o Brasil assinou visando à manutenção da
democracia, a China não pretende romper seu mercado com os Estados Unidos e,
portanto, seu interesse no Brasil é somente tornar o paraíso tropical em uma
grande fazenda chinesa.
Em 2009, foi criado o Brics, um clube reunindo incialmente
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, daí sua sigla, que pega a inicial
de cada país e o “S” da África do Sul, com o objetivo é acabar com os Estados
Unidos. Atualmente, há duas categorias de participação no Brics: países membros
e países parceiros. Os 11 membros são: África do Sul, Arábia Saudita, Brasil,
China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã e Rússia. Os
parceiros são: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria,
Tailândia, Uganda e Uzbequistão.
Como o Brics pode acabar com os Estados Unidos? O primeiro
passo foi ideia de Lula, criar uma moeda comum do Brics para fazer frente ao
dólar. Qualquer moeda do mundo oscila de acordo com o dólar. Aí, Lula pôs para presidir
o Banco do Brics, também conhecido como Novo Banco de Desenvolvimento (NDB),
nada mais do que a ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, defenestrada por
impeachment, aquela que não consegue formular uma frase. Não se sabe, por
conseguinte, o que é que Dilma vai criar.
Além disso, Lula vem reiteradamente ofendendo Trump,
chamando-o inclusive de fascista, e o Supremo Tribunal Federal (STF) censurou
cidadãos americanos em redes sociais. Os americanos são muito zelosos quanto à
liberdade de expressão.
No dia 9 de julho, Donald Trump anunciou tarifa de 50% para
vários produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos, a partir de 1 de
agosto. O tarifaço inclui, entre outros produtos, café, carnes, sucos, madeira,
açúcar e etanol. No dia seguinte, Lula afirmou que vai responder “à luz da Lei
brasileira de Reciprocidade Econômica”, e que se os Estados Unidos não quiserem
comprar do Brasil, tudo bem, sempre há quem compre, pois, segundo ele, o Brasil
pode viver tranquilamente sem os Estados Unidos.
– Vamos ter que proteger (o setor produtivo). Vamos ter que
procurar outros parceiros para comprar nossos produtos. O comércio entre Brasil
e Estados Unidos tem apenas 1,7% do PIB, não é essa coisa que a gente não
consegue sobreviver sem os Estados Unidos – disse Lula à TV Record. – O mandato
de um presidente só dura quatro anos. Daqui a pouco quem sabe tem outro
presidente que queira negociar. E a gente enquanto isso vai procurando novos
parceiros. Se os Estados Unidos não querem comprar, vamos procurar quem queira –
disse, dando a entender que o Partido Democrata, que abriga a Esquerda
americana, poderá voltar ao poder em 2029.
Rompendo economicamente com os Estados Unidos, o segundo
passo, natural, será romper militarmente e o terceiro, alinhar-se por tratado
com a China e ficar livre para apoiar o Irã, que quer varrer Israel do mapa.
Agora, todas as nações do planeta aguardam a resposta de
Donald Trump, por uma razão geopolítica que interessa a todos. A democracia no
Brasil sempre foi capenga. A maior parte do tempo o Brasil foi colônia, império
e ditadura. Alinhando-se com a China, a tendência é que o regime se transforme
também em ditadura totalitária. Só que o Brasil não é nenhuma Coreia do Norte.
O Brasil é um subcontinente tropical com as maiores reservas
do planeta de água doce superficial e subterrânea, de terras agricultáveis,
biodiversidade e reservas minerais, inclusive de metais nobres e radioativos. Se
uma potência nuclear, com regime totalitário, puser as mãos nisso, terá
condições de superar os Estados Unidos econômica e militarmente.
Mas os Estados Unidos, que contam com as mais sofisticadas
agências de inteligência do mundo, permitirão isso, no seu quintal, até mesmo
com o retorno de um presidente do Partido Democrata, que abriga os comunistas
americanos?
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