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Ray Cunha é sócio correspondente em Brasília/DF da Academia Amapaense de Letras (AAL) do Amapá |
RAY CUNHA
Teu dorso, à sombra da tarde que finda e escoa em murmúrios
É alvo como
pétala de rosa vermelha; sinuoso; nu
Agarro-me
aos cabelos, às ancas, aos ombros, ao perfume, bêbedo de gemidos
A noite se
instala como transatlântico no porto
Feérico,
iluminado como o Copacabana Palace
Tuas costas
são alvas como jambo
De olhos
fechados, sorvo cheiro de nudez
Sabor de Dom
Pérignon, safra de 1954
Ouço Concierto de Aranjuez, de Joaquin
Rodrigo
E os 14
minutos e 10 segundos do Bolero, de
Maurice Ravel,
Sob a
regência de Silvio Barbato
Abro os
olhos e enxergo o halo azul da noite
Suave como o
primeiro movimento, allegro,
Do Concerto para Piano e Orquestra, em Ré Menor,
Número 20,
K. 466, de Mozart
Pulsar
longínquo, o atrito da Terra no espaço
Gemidos
femininos se esvaindo
Som de
maresia
Sangue
circulando nos tímpanos
O segundo
movimento, romanze,
É de
estrelas se acamando no azul da alma
O terceiro
movimento, rondó,
Flores se
abrindo ao riso de crianças
Solto o
urro, vibrante, de leão alado, ao ouvir gritos abafados,
E sentir que
desmaias ao acme
Do livro DE TÃO AZUL SANGRA, à venda no Clube de Autores, amazon.com.br e amazon.com
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