Se os quatro falam sério terão muito a fazer nos seus países
RAY CUNHA
BRASÍLIA, 21 DE JULHO
DE 2025 – Os presidentes do Brasil, Lula da Silva; do Chile, Gabriel Boric;
da Colômbia, Gustavo Petro; do Uruguai, Yamandú Orsi; e da Espanha, Pedro
Sánchez, reuniram-se nesta segunda-feira no Palácio de la Moneda, em Santiago,
em um encontro que denominaram de Democracia Sempre, para falar de “democracia
relativa”, ou comunismo.
Segundo eles, discutiram um posicionamento em defesa da
cooperação internacional, como se os países não vivessem, desde sempre,
assinando acordos econômicos, de direitos humanos, militares e políticos. Agora
mesmo os Estados Unidos aplicaram um tarifaço no Brasil justamente porque os
direitos humanos por aqui foram para o espaço, com presos políticos e censura.
Pretendiam, também, fortalecer a democracia. Quanto ao
Brasil, o ministro Alexandre de Moraes, da suprema corte brasileira, praticamente
fechou o Congresso Nacional, e até os aposentados da INSS (Instituto Nacional
do Seguro Social) foram roubados em bilhões de reais, inclusive pelo irmão de
Lula, Frei Chico, que até agora não foi preso.
Também pretendem combater a desinformação e regulação de
tecnologias. Ora bolas, se o país não investir em inteligência e tecnologia é
claro que o povo acenderá fogo com duas pedras.
Segundo Lula, “733 milhões de pessoas passam fome todos os
dias”, o que exige, pelo seu entendimento, que os super-ricos trabalhem pelo
bem-estar comum. Ora, são os super-ricos e ricos que sustentam quem vivem de
bolsa-miséria.
Lula acusou a Direita de flertar com o fim da democracia e
das liberdades individuais. Até as galinhas sabem que isso é mentira, que são
ditaduras comunistas, como a China, Cuba e Venezuela, que empurram mandioca no
povo sem sequer cuspir.
Lula conclamou o povo e a mídia a defenderem o Brasil do que
chamou de “práticas intervencionistas”, referindo-se ao tarifaço de Donald
Trump, quando os brasileiros estão indo para as ruas pelo impeachment de Lula e
dando graças a Deus que Trump existe. Quanto à grande mídia, é podre.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, defendeu ação conjunta
contra o crime organizado. Será que ele não sabe que no Brasil há regiões
urbanas onde a polícia não mete a cara, dominadas pelo narcotráfico?
O espanhol Pedro Sánchez ressaltou que “preservar e cuidar
da democracia não é somente uma questão jurídica, é um dever moral, uma
responsabilidade com as gerações passadas e também com as futuras”. No Brasil,
a corrupção, antônimo de moral, come solta.
Para que não fique nenhuma dúvida de que foi o próprio Lula
que decretou o fim da democracia liberal, leia seu discurso na íntegra:
“Este encontro no Palácio de La Moneda, ao lado dos
presidentes Boric, Pedro Sanchez, Petro e Yamandu, tem uma simbologia especial.
Aqui, a democracia chilena sofreu um dos atentados mais sangrentos da história
da América Latina. Nossos países conhecem de perto os horrores de ditaduras que
mataram, perseguiram e torturaram. O caminho para a reconquista da democracia e
da liberdade foi longo. Democracias não se constroem da noite para o dia. Zelar
pelos interesses coletivos é uma tarefa permanente.
“Vivenciamos uma nova ofensiva anti-democrática. Para reagir
a esse movimento, Espanha e Brasil promoveram um encontro à margem da
Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro do ano passado. De lá para cá,
a situação no mundo se agravou. O quadro que enfrentamos exige ações concretas
e urgentes. A reunião de hoje, organizada pelo presidente Boric, é um passo
nessa direção”.
ATENÇÃO:
“A democracia liberal
não foi capaz de responder aos anseios e necessidades contemporâneas. Cumprir o
ritual eleitoral a cada 4 ou 5 anos não é mais suficiente. O sistema político e
os partidos caíram em descrédito. Por essa razão, conversamos sobre o
fortalecimento das instituições democráticas e do multilateralismo em face dos
sucessivos ataques que vêm sofrendo. Concordamos sobre a necessidade de
regulamentação das plataformas digitais e do combate à desinformação, para
devolver ao Estado a capacidade de proteger seus cidadãos.
“A chave para um debate público livre e plural é a
transparência de dados e uma governança digital global. Liberdade de expressão
não se confunde com autorização para incitar a violência, difundir o ódio,
cometer crimes e atacar o Estado Democrático de Direito. Reconhecemos a
urgência de lutar contra todas as formas de desigualdade. Não há justiça em um
sistema que amplia benefícios para o grande capital e corta direitos sociais.
“O salário médio global de um presidente de multinacional é
56 vezes maior que o de um trabalhador. Políticas de austeridade obrigam o
mundo em desenvolvimento a conviver com o intolerável: 733 milhões de pessoas
passam fome todos os dias. A Aliança contra a Fome e a Pobreza lançada pela
presidência brasileira do G20, no ano passado, busca superar definitivamente
esse flagelo. A justiça tributária é outro passo para recolocar a economia a
serviço do povo.
“Os super-ricos precisam arcar com a sua parte nesse
esforço. Só o combate às desigualdades sociais, de raça e de gênero pode
resgatar a coesão e a legitimidade das democracias. A crise ambiental introduz
novas formas de exclusão, com impactos desproporcionais para os setores mais
vulneráveis. Sem um novo modelo de desenvolvimento, a democracia seguirá
ameaçada por aqueles que colocam seus interesses econômicos acima dos da
sociedade e da pátria.
“Este encontro também foi um momento de reflexão sobre o
estado da integração regional e do mundo. A América Latina e o Caribe são uma
força positiva na promoção da paz, no diálogo e no reforço do multilateralismo.
Com a Espanha e a Europa compartilhamos uma longa história e laços econômicos e
sociais. Somos duas regiões incontornáveis na ordem multipolar nascente. Enfrentamos
desafios semelhantes no enfrentamento da discriminação racial, da xenofobia e
da mudança do clima. Também nos une a promoção e proteção dos direitos humanos.
“Neste momento em que o extremismo tenta reeditar práticas
intervencionistas, precisamos atuar juntos. A defesa da democracia não cabe
somente aos governos. Requer participação ativa da academia, dos parlamentos,
da sociedade civil, da mídia e do setor privado. Logo mais, participaremos de
diálogo para aproximar nossa Iniciativa dos movimentos sociais, das ONGs, dos
sindicatos, da academia e dos estudantes. Esta caminhada continuará em
setembro, com outro evento em Nova Iorque, à margem da Assembleia Geral da ONU,
envolvendo mais países latino-americanos, europeus, africanos e asiáticos.
Muito obrigado”.
O que esses países vão fazer efetivamente pela democracia?
Quanto ao Brasil, não há segurança nas ruas, nem jurídica. Turistas
estrangeiros morrem a facada, na rua, os aposentados foram assaltados, as
estatais estão arrombadas, a Amazônia está pegando fogo.
Só em 2024, foram assassinadas 38 mil pessoas no Brasil. A
inflação está subindo. Os salários e penduricalhos na cúpula dos três poderes
são estratosféricos, o nepotismo e os cabides de emprego são um deboche, há
centenas de presos políticos apodrecendo e morrendo na prisão e a corrupção está
descarrilada.
E agora, o que Lula vai fazer depois do seu discurso no Chile? Viajar? Comer jabuticaba? Todo mundo está cansado de saber que ele vai fazer a mesmice de sempre, como presidente da Brasuela, desde 2003.
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