quarta-feira, 18 de junho de 2025

Mangueira cantará o Amapá no Carnaval de 2026 no Rio. Antecipe-se e leia JAMBU

JAMBU na edição do Clube de Autores: a Amazônia a partir do Amapá

RAY CUNHA

BRASÍLIA, 18 DE JUNHO DE 2025 – O Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, uma das maiores agremiações do Carnaval do Rio de Janeiro, apresentará, em 2026, o enredo Mestre Sacaca do Encanto Tucuju – O Guardião da Amazônia Negra, assinado pelo carnavalesco Sidnei França,  enaltecendo as tradições afro-indígenas do Estado do Amapá, na Amazônia Oriental. O governo do Amapá já repassou 10 milhões de reais para a Mangueira.

O maior ícone do Amapá é a Fortaleza de São José de Macapá, construída por escravos, negros e índios, sob o domínio português, o cadinho no qual se forjou a etnia macapaense. Os portugueses cruzaram com os africanos e geraram mulatos, e fornicaram com os índios, formando uma população de mamelucos; os africanos fundaram o distrito de Curiaú e o bairro do Laguinho, misturaram-se com os índios e legaram cafuzos; e mulatos, cafuzos e mamelucos misturaram-se, fechando o círculo, numa diversidade étnica viva nas ruas de Macapá, nas nuanças de peles que vão do alabastro ao ébano, passando pelo bronze e jambo maduro, unidos pelo sotaque caboco: a fusão do português falado em Lisboa, doces palavras tupis, línguas africanas, patoá das Guianas, tudo triturado em corruptela.

Os cariocas e os turistas, especialmente os estrangeiros, não entenderão nada do enredo, pois a Amazônia, que é a palavra mais conhecida do Brasil lá fora, é, na cabeça de quem não é da região, uma fantasia, principalmente o Amapá, o Estado mais isolado do país.

Macapaense, cafuzo, Raimundo dos Santos Souza, o Sacaca (1926-1999), famoso curandeiro em Macapá, era tão conhecido na cidade que se tornou folclórico. Tocador de caixa de Marabaixo e artesão de instrumentos, estudioso da cultura indígena Tucuju, os índios que habitavam as terras do município de Macapá até o século 18, era casado com Madalena Souza, a primeira Miss Amapá, com quem teve 14 filhos.

Rei Momo por mais de 20 anos, fundou blocos e escolas de samba e dá nome ao Centro de Pesquisas Museológicas Museu Sacaca, instituição cultural e científica subordinada ao Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa), sediado em área de aproximadamente 21 mil metros quadrados no bairro do Trem, em Macapá.

O Museu Sacaca tem enfrentado problemas com a falta de recursos e de manutenção de suas instalações. Dez milhões de reais cairiam bem.

O “doutor da floresta” ou “curador da floresta”, como era chamado, apresentou, nos anos 1990, o programa A Hora do Campo, na Rádio Difusora de Macapá, e escreveu três livros sobre fitoterapia amazônica.

Políticos amapaenses estão assanhados com a notícia do Amapá no Carnaval do Rio e certamente a farra na Sapucaí será grande, com bastante maniçoba, camarão, unha de caranguejo e tacacá, regado a Cerpinha.

Um evento desses é sempre uma oportunidade para se divulgar a Hileia. O Amapá faz fronteira com a Guiana Francesa e Macapá é banhada pelo maior rio do mundo, o Amazonas, e cortada pela Linha Imaginária do Equador. Sua orla tem o encanto do Caribe, devido ao rio-mar, a presença mestiça, música caribenha e a comida nos hotéis e restaurantes, com base em peixes e frutos do mar.

Mas se os cariocas e turistas quiserem conhecer a Amazônia profunda sugiro que leiam o romance JAMBU, deste caboco natural de Macapá. Trata-se de um trabalho de criação, mas ambientado na Amazônia verdadeira, com personagens de carne e osso, vivas ou mortas, como o poeta Isnard Brandão Lima Filha e o artista plástico Olivar Cunha, ambos amapaenses.

A sinopse de JAMBU é a seguinte: durante o Festival Gastronômico do Pará e Amapá, no Hotel Caranã, localizado próximo ao Canal do Jandiá, no Lago do Pacoval, em Macapá, o jornalista João do Bailique caça um traficante de crianças e de grude de gurijuba.

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