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Marcos Machado investiga o assassinato do português |
RAY CUNHA
É no meio da escuridão que o jornalista carioca Marcos
Machado lança, pela Editora Clube de Autores, QUEM MATOU O PORTUGUÊS? (200
páginas: “Em uma morte lenta, agonizou o português até o último suspiro” –
informa. Mas dá uma esperança: “Calma – ainda há uma luz no fim do túnel”.
– Este livro não entrega culpados de imediato. Antes disso,
nos obriga a parar, olhar e, principalmente, reconhecer: a língua portuguesa
está sendo corroída aos poucos – graças às más escolhas pedagógicas, aos
modismos disfarçados de modernidade e à avalanche das redes sociais, que antes
eram simples espaços de expressão pessoal, hoje moldam opiniões e também
contribuem para a degradação da linguagem. É um convite a encarar de frente a
verdadeira tragédia que atravessamos – diz Marcos Machado.
Para o jornalista, veterano das redações de jornais
impressos, a pergunta quem matou o português? “deveria ecoar nas salas de aula,
nas manchetes mal escritas, nas campanhas publicitárias, nos roteiros de cinema
e nos posts de redes sociais”.
A pergunta é simples, mas devastadora. Contudo, a resposta é
tudo, “menos simples”. QUEM MATOU O PORTUGUÊS? é um alerta urgente e
necessário, e propõe uma reflexão provocadora: o que fizemos com a nossa
própria língua?
Com efeito, “um terço da população brasileira é considerado
analfabeto funcional, ou seja, não consegue interpretar textos simples ou se
expressar por escrito com clareza. E o mais grave: essa estatística inclui
estudantes que concluíram o ensino médio. Eles saem da escola sem a mínima competência
para escrever uma redação coerente, redigir um e-mail profissional ou compreender
uma instrução básica”.
A verdade é ainda mais grave. Boa parte da população
brasileira tem curso superior, mas não sabe ler nem escrever. Exagero? Não! Há
advogados que não sabem redigir uma petição, jornalistas que escrevem jacaré
com “g”, médicos que escrevem em hieróglifo, escritores que amontoam palavras a
esmo.
Saber ler, e compreender, é fundamental para a existência da
Humanidade. A escrita é o maior invento da Humanidade, de longe, pois é o
instrumento da memória da raça. Toda a criação humana está contida na linguagem
escrita. A vida é criada no pensamento, que se torna linguagem e é
materializado. A língua é fundamental no dia a dia.
Por exemplo: sou acupunturista. Para investigar as causas
das doenças diagnosticadas, além dos exames de língua (o órgão) e pulsologia,
mantenho uma anamnese com o paciente. Quanto mais eu souber utilizar o idioma,
mais rapidamente, e com mais clareza, saberei o procedimento a ser adotado.
Se você quer destruir a identidade de um povo destrua sua
língua. É isso que os comunistas fazem com essa história de “tode”! “O idioma é
mais do que um instrumento: é a própria expressão da cultura, da lógica e da
memória de uma nação” – ensina Marcos Machado.
De modo que “QUEM MATOU O PORTUGUÊS? não é apenas um
diagnóstico – é um convite à resistência” – Diz Marcos Machado, que propõe “uma
leitura crítica sobre o desprezo generalizado pela norma culta, sem perder de
vista a importância da clareza, da comunicação eficaz e da preservação do
idioma como patrimônio coletivo”.
– Se você acredita que escrever bem é privilégio de poucos,
ou que o Português está mudando “naturalmente”, este livro é para você. Se
acredita que é preciso defender o idioma para defender o país, este livro é
indispensável – adverte.
Em junho de 2023, o então presidente da Academia Amapaense de Letras (AAL), Fernando Canto, convidou-me para proferir uma palestra nos 70
anos da academia, em Macapá/AP. Na minha fala, disse que a academia é o órgão
mais importante da cultura tucuju (do Amapá), porque ela guarda, por meio de
registros bibliográficos, a cultura, o sotaque, a identidade amapaense. A
identidade de um povo é sua alma.
Disse também que a Academia Amapaense de Letras, pela sua
importância, merece uma sede. O Fernando me dissera que o governador do Amapá e
o prefeito de Macapá prometeram uma sede para a academia. Adverti, no meu
discurso, que a diretoria da AAL não deveria chegar a eles com pires na mão,
pois cultura não rende voto. Que deveriam tratar, sim, com eles, mas com a
mídia acompanhando e, sobretudo, pressionando-os dia e noite.
Não deu outra, estavam somente cozinhando o Fernando Canto,
um dos maiores escritores e ensaístas do Amapá. O Fernando faleceu e não se
fala mais nisso.
Emblemático: Davi Alcolumbre é do Amapá. Presidente do
Senado, aplaude a censura às redes sociais, que acaba de ser imposta pelo
Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão que passa por cima do Congresso
Nacional. Aplaude também o presidente
Lula da Silva, que acusa os judeus de holocausto dos palestinos e se aliou ao
estado terrorista do Irã. Ainda: é contra a Anistia aos presos do 8 de Janeiro de 2022.
Alcolumbre é judeu.
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