domingo, 22 de junho de 2025

A vida é como saltar de paraquedas. Mas, e se ele não abrir? O que existe no outro lado da queda?

Maurício Galante mostra o que existe do outro lado da queda

RAY CUNHA

BRASÍLIA, 22 DE JUNHO DE 2025 – Uma das definições mais profundas que já ouvi da vida é a do artista plástico Olivar Cunha: “A vida é um tesão”. Com efeito, a vida tem sido um tesão para mim, que DE TÃO AZUL SANGRA. Comparo-a às rosas colombianas  vermelhas: a vida é extraordinariamente poética, perfumada, delicada, imortal na sua delicadeza, na sua beleza abismal. Misteriosa, é um oceano de possibilidades. É como montar a luz.

Caso o paraquedas não se abra começará outro ciclo da vida, além da matéria. Médiuns e cientistas veem, cada vez mais com maior clareza, que a matéria apenas abriga a consciência, que se localiza na mente; por isso, quanto mais ampliamos a mente mais curtimos a vida.

Assim, a vida é feita de aventuras, de possibilidades, de oportunidades, de poesia. Nosso corpo é apenas um escafandro com data de validade que a mente utiliza para a experiência da vida material, no mar da atmosfera terrestre.

Dessa forma, uma das pessoas que mais curtem a vida é meu amigo Maurício Galante, um brasileiro que já passou inúmeras vezes por esta situação: seu paraquedas não se abriu, mas ele sobreviveu. Brasileiro, empresário, se viu, de repente, sem-teto e com apenas um dólar nos Estados Unidos. E deu a volta por cima, voltou a ser empresário, lá, e se tornou um dos mais premiados instrutores de paraquedismo dos Estados Unidos e vereador na Câmara Municipal de Arlington, Texas, além de comentarista político no YouTube.

Galante conta isso no seu E SE O MEU PARAQUEDAS NÃO ABRIR? (Editora Albatroz, Rio de Janeiro, 2022, 190 páginas).

“Tudo o que você pode fazer, ou sonhar que pode, comece. Ousadia tem genialidade, poder e magia. Comece agora” – escreveu Johann Walfgang von Goethe. “O pessimista vê a dificuldade em cada oportunidade, o otimista vê a oportunidade em cada dificuldade” – escreveu Winston Churchil. “Encontre a sua paixão. Eu penso que talvez não tenhamos escolha de como vamos morrer, mas, sem dúvida, podemos escolher como viver. O savoir vivre, ou saber viver, é fazer aquilo que te faz feliz e te coloca cada dia mais próximo dos seus sonhos” – escreveu Maurício Galante.

“Das três certezas que temos na vida, uma é que não se muda o passado; outra, que tudo muda todo dia e o tempo todo; e, por último, que todos nós um dia vamos ter um fim. Salte no escuro, sim! Ouse voar voos mais altos. Cabe somente a você escolher a melhor maneira de viver. Procure buscar alegria na viagem e não no destino final. O meio da viagem pode e deve ser mais prazeroso que o destino; curta e valorize o processo. Afinal, o destino não está lá te esperando, inerte e passivo, ele vai ser construído todos os dias com sua visão, otimismo, ação e resiliência. E, por último, não se surpreenda se o seu destino for totalmente diferente do que você imaginava, pois ele pode, e deve, ser ainda melhor!

“Mas... e se o seu paraquedas não abrir? Eu tenho o instinto de que você vai saber lidar com a situação, seja ela qual for... Então essa pergunta não pode mais ser a desculpa para não começar a fazer a sua parte, para mostrar ao mundo o seu talento, sua vocação e sua paixão. Deixe a sua luz brilhar também!” – ensina Maurício Galante.

A trajetória deste paulistano é extraordinária. De origem humilde, ele enfrentou dificuldades que fariam até Batman desistir, mas foi vencendo obstáculos inimagináveis ao longo do caminho, desde criança, pois era movido pela determinação de conseguir o que queria: ser paraquedista. Chegou lá no alto e, em vez de descer, subiu mais ainda. Ele sabia que os paraquedas podem não se abrir, emaranharem-se, mas sabia também que só podemos ir além se enfrentarmos o desconhecido.

Cristóvão Colombo só descobriu a América porque ousou ir além do conhecido, bem como Albert Einstein não se contentou com a genialidade de Isaac Newton. Da mesma forma, Olivar Cunha busca no expressionismo se orientar no abismo labiríntico da vida. Recebemos avisos quando o nosso paraquedas está prestes a falhar. Aí, é mudar de rumo.

Aos 26 anos de idade, separei-me da minha primeira mulher e simultaneamente perdi o emprego, andava de pés quilômetros diariamente e passei uma fome brutal, mas não larguei a faculdade de Jornalismo e consegui me formar, sem perder a sensibilidade de cair para cima no abismo do azul. Naquele momento da minha vida o paraquedas não abriu, mas sobrevivi à queda, e do outro lado encontrei o triunfo da luz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário