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Luiz Pires anuncia Brasília como sede do Congresso da Abrajet |
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José Humberto Pires de Araújo e Wílon Wander Lopes no Buriti |
RAY CUNHA
BRASÍLIA, 26 DE
SETEMBRO DE 2025 –
O evento é realizado pela Abrajet/Alagoas, presidida pelo jornalista Igor Pereira, com apoio do Governo de Alagoas, Assembleia Legislativa e trade turístico, como a Abih-AL, Maceió Convention, Abrasel, Luck Receptivo Maceió, Sebrae-AL e Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), entre outros parceiros.
Em reunião, dia 12 passado, no Palácio do Buriti, com o
secretário de Estado de Governo do Distrito Federal, José Humberto Pires de
Araújo, o presidente da Abrajet/DF, Wílon Wander Lopes, propôs a realização do Congresso da Abrajet, em 2026,
em Brasília, desde que conte com apoio do Governo do DF, no que José Humberto
consultou imediatamente a governadora em exercício, Celina Leão, que respondeu estar
de acordo com a realização do evento em Brasília, reunindo, assim, na capital,
centenas de jornalistas de todo o país e do exterior que atuam no setor
turístico.
Em Maceió, uma intensa programação foi elaborada para os
jornalistas, cerca de 80 profissionais e seus acompanhantes, que terão a
oportunidade de conhecer o litoral de Alagoas, o Agreste e o estuário do Rio
São Francisco, além do folclore local.
No Congresso da Abrajet, em Brasília, jornalistas
brasileiros e estrangeiros conhecerão a história da capital, a arquitetura de
Oscar Niemeyer e pontos turísticos do Cerrado e do Planalto Central.
A Abrajet/DF tem a missão de estreitar relações com as
comissões de Turismo do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e da Câmara
Legislativa (distrital), bem como com o Ministério do Turismo, a Secretaria de
Turismo do DF, a Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF), órgãos e
empresas do trade turístico, e Embaixadas.
Uma das pautas de trabalho da entidade é mostrar que
Brasília não é a capital da corrupção nem de ladrões, como se acredita em
outras cidades, mas fruto de uma empreitada hercúlea, liderada pelo presidente
Juscelino Kubitschek, que promoveu, com a construção de Brasília, a redenção do
Brasil, um país continental composto, então, por regiões estanques. Brasília
ligou o litoral ao sertão e Oiapoque a Chuí.
O turismo responde por 8% do Produto Interno Bruto (PIB) do
país e recebe cerca de 7 milhões de turistas estrangeiros por ano, movimentando
em torno de 13 bilhões de reais. Uma miséria, considerando-se que o Brasil é um
paraíso tropical. Em 2021, o México recebeu mais de 30 milhões de turistas
estrangeiros, só para comparar.
O Brasil ocupa escandaloso 1% do fluxo mundial de turismo. Estudo publicado pela Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo identificou, em 2022, três barreiras principais que impedem o crescimento do turismo no Brasil: imagem péssima no exterior, no que diz respeito à segurança pública; falta de continuidade em políticas para o setor turístico; e serviço de transporte e mobilidade ruim.
É aí que entra a Abrajet, com a publicação de matérias que
ajudem a iluminar o setor e a pressionar os políticos a criarem legislação
voltada para o desenvolvimento do trade turístico, segurança pública,
saneamento básico, transportes e cultura.
A Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo foi
fundada em 26 de janeiro de 1957, na cidade do Rio de Janeiro, por um grupo de
jornalistas e escritores desejosos de ver a indústria turística se
desenvolvendo no Brasil. Os pioneiros foram: Domingos C. Brandão, Belfort de
Oliveira, Fernando Hupsel de Oliveira, Luiz D. P. Bravo, Aulete de Almeida,
Hilda Peres de Medeiros, José Mário Alves da Silva e Oberon Bastos de Oliveira.
Após alguns anos, foram criadas representações da Abrajet
Nacional em outras unidades da Federação, hoje, presente em 20 Estados, sendo
13 seccionais e 7 comitês, reunindo aproximadamente 200 jornalistas, que atuam
em mais de 140 mídias, como jornais, revistas, TVs, rádios, assessorias de
imprensa de órgãos públicos ou empresas do setor de turismo, portais, sites, blogs
e redes sociais.
A Abrajet conta com representações nos Estados do Acre,
Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul,
Minas Gerais, Pará, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rio
Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
Mesmo antes de eu assumir a vice-presidência da Abrajet/DF,
vinha escrevendo sobre a legalização do jogo de azar, a volta dos cassinos, mas dei
uma pausa. Aguardo as eleições de 2026, que deverá pôr um fim na atual ditadura
da toga e voltar a democracia plena no país, sem presos políticos e censura a
jornalistas, pois não pode haver turismo em ditaduras.
Enquanto o Brasil é palco de uma luta cada vez mais ruidosa
entre comunismo e capitalismo, dorme, no Congresso Nacional, projeto de lei que
pode tirar o país da sangria que vem sofrendo, desde que, em 1946, Dona
Santinha, Carmela Leite Dutra, esposa do presidente Gaspar Dutra, beata que
exercia forte influência sobre o marido – para ela, jogo era coisa do capeta –,
pressionou-o para arrasar uma das indústrias que mais faziam o país prosperar,
jogando no desemprego mais de 40 mil trabalhadores, incluindo artistas como
Carmen Miranda e Orlando Silva, em 70 cassinos espalhados pelo país. As máfias,
conhecidas como facções, mas que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
considera terroristas, adoraram.
O crime organizado vem pressionando para que tudo continue
como está: a clandestinidade do jogo, uma das indústrias mais rentáveis em todos
os países do Primeiro Mundo. Assim, o Brasil continuará se assemelhando a uma
gigantesca lavanderia, pois é um dos países onde mais se joga no planeta, dia e
noite, clandestinamente. Desde que o jogo foi criminalizado, as máfias riem
para as paredes, há 79 anos. Calcula-se que o jogo clandestino no Brasil
movimente atualmente cerca de 5 bilhões de dólares por ano. Só o jogo do bicho
movimenta 10 bilhões de reais por ano, sem pagar nenhum centavo de imposto e
sem gerar empregos formais.
Aos que defendem que o jogo é coisa do capeta, informa que joga-se
no planeta desde o início da História, há cerca de cinco mil anos. No Brasil,
os cassinos surgiram após a independência, em 1822, até 1917, no governo
Venceslau Brás. Getúlio Vargas voltou a legalizá-los em 1934, até 1946. Atualmente,
o jogo de azar é praticado em todos os países civilizados do mundo, como, por
exemplo: Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Alemanha, França, Bélgica,
Espanha, Itália, Suíça, Grécia, Portugal, Áustria, Holanda, Mônaco, Uruguai
etc. Até na China, uma ditadura comunista, totalitária, há jogo de azar.
A Região Administrativa Especial de Macau, na China, é, hoje,
o principal centro de jogos do mundo, desbancando Las Vegas, nos Estados
Unidos, como capital mundial dos cassinos, e faturando, com apenas 35 cassinos,
38 bilhões de dólares por ano. Vegas, com seus mais de 100 cassinos, faturam 8
bilhões de dólares por ano e só uma de suas maiores redes conta com 50 mil
empregados.
O relator do Projeto de Lei 442/91 – que legaliza o jogo –,
Felipe Carreras (PSB/PE), disse à Agência Câmara de Notícias que “Macau recebia
10 milhões de turistas antes dos investimentos em cassinos e passou a receber
31 milhões. Singapura foi de 9 milhões a 21 milhões de turistas. São êxitos que
mudaram a matriz do fluxo turístico internacional; o Brasil é carente em novos
produtos turísticos e nosso contingente de visitantes estrangeiros segue
estagnado abaixo de 7 milhões”.
Segundo a Frente Parlamentar Mista do Congresso Nacional
Pró-Legalização dos Jogos de Azar, a legalização dos jogos no país geraria 658
mil empregos e 619 mil indiretos. De acordo com o IJL, só no jogo do bicho
serão formalizados cerca de 450 mil empregos.
Estudo do Instituto Jogo Legal (IJL) e BNLData indica que o
mercado de jogos no Brasil tem potencial de arrecadar 15 bilhões de dólares por
ano, deixando para o erário 4,2 bilhões de dólares, além de 1,7 bilhão de
dólares em outorgas, licenças e autorizações, investimentos e geração de
empregos nas casas de apostas. A legalização de cassinos, jogo do bicho, bingo
e caça-níqueis gerará uma arrecadação em torno de 50 bilhões de reais por ano
para os cofres públicos.
Felipe Carreras disse ao Diário
de Pernambuco que a legalização de todas as modalidades de jogos em questão
gerará uma receita bruta anual de 74 bilhões de reais e 22 bilhões de reais em
receitas tributárias, fora o impacto econômico da cadeia produtiva, que fará
grandes investimentos nos setores turístico, de lazer e cultural.
Sobre proibição, Felipe Carreras observou: “Toda proibição é
discutível e quase sempre inútil, pois nada resolve, como não resolveu nos
Estados Unidos com a proibição de fabricação e comércio de bebidas alcoólicas
com a edição da Lei Seca”. E dispara: “Não é o jogo que desagrega as famílias e
sim a fome e o desemprego. O funcionamento dessas atividades de forma
clandestina não traz, realmente, nenhum ganho ao nosso país. Pelo contrário,
reforça a imagem, junto à nossa população e à comunidade estrangeira, de que
somos uma nação complacente com atividades ilegais”. Atenção, Trump.
Entre os países que fazem parte do G20, organização que
reúne 80% da economia do planeta, só três países proíbem jogos de azar: Arábia
Saudita e Indonésia, que são muçulmanos, e o Brasil. “Com exceção dos países
muçulmanos, praticamente todos os países do mundo possuem os jogos de sorte e
azar presenciais legalizados” – disse à Tribuna
da Imprensa Livre a executiva da Clarion Events, Liliana Costa. “Ninguém
acredita em mim quando eu digo que cassinos são proibidos no Brasil; ou pensam
que estou brincando! Investidores em todo o mundo acompanham ansiosamente a
legalização e regulamentação dos jogos no Brasil.”
A legalização do jogo seria uma porta de entrada para o
aumento do turismo e permitiria a regulação de um mercado que movimenta pelo
menos 27 bilhões de reais (os dados são do relator do projeto no Congresso
Nacional, Felipe Carreras). E o potencial é de crescimento ainda maior,
motivado principalmente pelas apostas esportivas ou apostas de quota fixa,
feitas por empresas que chegam a patrocinar clubes de futebol que disputam a
série A do campeonato brasileiro. “Não há como negar que é um fator que
incentiva sim a regulação, já que atrai a atenção de diversos setores da sociedade
que acompanham o futebol” – afirma Bernardo Freire, sócio do Wald Advogados e
consultor jurídico da Betnacional.
“A prática dos jogos de azar é socialmente aceita e está
arraigada nos costumes da sociedade. O Jogo do Bicho existe há mais de um
século (desde 1892), tendo se tornado contravenção em 1941. Ele faz parte da
cultura, já se tornou um folclore na nossa sociedade. A lei penal não tem o
poder de revogar a lei econômica da oferta e da procura. Se a demanda não for
suprida pelo mercado lícito, será suprida pelo mercado ilícito” – disse o
sociólogo francês Loïc Wacquant.
O argumento dos moralistas contra o jogo de azar é
inacreditável. Os donos da moralidade pregam que a liberação dos jogos de azar
pode agravar problemas na saúde, com alto custo de tratamento dos apostadores
contumazes, além de aumentar a exploração sexual e a prostituição, piorar a
segurança pública, prejudicar ações de combate à corrupção e ampliar a lavagem
de dinheiro, sonegação fiscal e evasão de receitas.
Tudo isso está acontecendo com o jogo na clandestinidade! É
a clandestinidade do jogo que alimenta a corrupção, propina e chantagem
política. “Onde não há Estado, há crime organizado” – disse o ministro André
Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A proposta, que já passou pela Câmara dos Deputados e
aguarda votação pelos senadores, prevê a legalização das apostas no país, de
modalidades que já existem na prática, como jogo do bicho, bingos e sites de
apostas esportivas, que atualmente estão em plena operação no país, mas são
sediados fora do Brasil. A norma, se aprovada, também permite a instalação de
cassinos: um por Estado, com exceção dos que têm mais de 15 milhões de
habitantes, que poderiam ter uma segunda unidade, e três nos Estados com mais
de 25 milhões de habitantes (neste caso, somente São Paulo).
O romance ensaístico O CLUBE DOS ONIPOTENTES, deste
repórter, é um thriller que, além de se debruçar sobre o momento
político do Brasil, aborda também o atraso tecnológico do país e a estupidez da
clandestinidade dos jogos – um presente para as facções, ou máfias, ou terroristas, como os define Donald Trump.
SENSACIONAL o texto publicado pelo nosso vice-presidente Raimundo Pereira Cunha!
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