![]() |
Fernando Canto e Ray Cunha, no Laguinho, em Macapá, em janeiro de 2022 |
BRASÍLIA, 20 DE
SETEMBRO DE 2025 – Macapá, a capital do Estado do Amapá, ganhou um teatro
municipal, e com o nome do my friend Fernando Canto, poeta, contista, cronista,
ensaísta e compositor. Localizado na Avenida FAB, esquina com a Rua Cândido
Mendes, foi inaugurado, ontem, pelo prefeito de Macapá, Dr. Furlan. Tem
capacidade para 358 pessoas, mezanino, área de espera e estacionamento. Custou 15
milhões de reais. O prédio imita as ondas do Rio Amazonas e a fachada tem
formato de canoa. As matérias da mídia local não informam quem é o arquiteto.
Boa notícia, my friend Fernando Canto! Como vais, seu puto?
Espero te encontrar, como sempre, lúcido e saudável. Eu estou indo, me
arrastando nesta ditadura da toga, sempre pensando em como vamos sair desta. É
difícil para eu falar sobre presos políticos, censura, assassinatos,
narcotráfico, crime organizado, corrupção, terrorismo, roubalheira, ditadura,
comunismo, como lâmina a se movimentar no escuro e a cortar meu coração cheio
de saudade de ti, que me deixou por aqui e está provavelmente bebendo com
Hemingway e patota. Quando eu ia a Macapá, passávamos o tempo todo juntos,
bebendo e comendo, e andando naquele teu carrão tipo James Bond.
Uma coisa, entretanto, posso garantir, friend: o velho
coração é duro para com as coisas duras. Eu aprendi também a domá-lo. É preciso
acompanhar os acontecimentos com pachorra. Donald Trump vai foder meio mundo. O bom, friend, é que nem sequer conversamos sobre política; conversamos
sobre tudo, menos sobre política; conversamos principalmente sobre literatura,
a vida, especialmente sob o ponto de vista metafísico, sobre bebida, comida,
música e mulher, é claro. Isso não quer dizer que não amemos nossas mulheres,
que as respeitemos, que as tratemos como rosas vermelhas colombianas.
Conversamos sobre mulheres como obras de arte, como labirintos de acme, o
triunfo do azul. O mar.
Friend, como são as coisas aí, no astral? É verdade que
Hemingway bebe 16 daiquiris duplos em sequência? Tu te encontraste com ele? Eu
sempre quis beber com o Velhão.
A Academia Amapaense de Letras (AAL) continua sem sede. Não
te disse que a promessa do prefeito e do governador de doar um prédio ou um
terreno para a Academia era só papo? Político é assim, mesmo, mente pra
caralho. Só há uma coisa que importa para eles: voto. E com ditadura nem
precisa voto. Basta a urna. Não vês o que Nicolás Maduro, a hiena da Venezuela,
fez? Só que ele não contava com a eleição de Donald Trump. Maduro será
arrancado do seu buraco igual Saddam Hussein.
Não sei se viste o que a geração Z fez no Nepal. O ditador
tirou as redes sociais dela e a rapaziada tocou fogo no país. Mataram a mulher
do primeiro-ministro torrada, espancaram os políticos e funcionários corruptos
e jogaram um bocado deles em um rio.
Mas estou falando demais de política, friend. Melhor
conversarmos sobre literatura. Acho que o romance no qual estavas trabalhando
tu terás que terminá-lo aí. Não sei se poderás publicá-lo em uma possível
reencarnação ou se outro escritor psicografará o texto. Lembras-te que na
última vez que estive em Macapá conversamos sobre o teu romance? Enquanto eu
saboreava um tacacá tu me dizias que estavas com dificuldade para escrevê-lo.
Aí, te dei uma dica: vai escrevendo, como em um fluxo de consciência; depois,
tu encadeias os capítulos. O negócio é mais ou menos como os diretores de
cinema fazem na montagem do filme. Mas eu tenho a impressão que aí se vê as coisas
com mais clareza.
Estou trabalhando, atualmente, no terceiro volume de uma
trilogia. Já publiquei O CLUBE DOS ONIPOTENTES e O OLHO DO TOURO. O fio da
meada que perpassa os três volumes é a tentativa de assassinarem o presidente
Jair Messias Bolsonaro. Já estou eu falando novamente de política. Desculpas-me,
friend, mas estamos vivendo na ditadura da toga. Lula da Silva está desesperado
para realizar sua fantasia: instalar uma ditadura tipo Cuba. Contudo, os tempo
são outros, my friend. Os tempos, agora, não diria insanos, mas perigosíssimos.
Qualquer passo em falso pode nos jogar na Papuda, a penitenciária de Brasília,
onde o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, joga
seus presos políticos, principalmente jornalistas conservadores que ousam
opinar, ou arrisca-se, simplesmente, amanhecer com a boca cheia de formiga.
Mas agora não se trata de política, my friend Fernando
Canto. Publiquei um romance, A IDENTIDADE CARIOCA, que se passa na nossa amada
Rio de Janeiro e mostra o lugar onde se encontra o Tesouro dos Jesuítas do
Morro do Castelo. Pedi para o Chat GPT escrever uma resenha do romance. Ei-la,
com copy desk meu:
A IDENTIDADE CARIOCA, romance de Ray Cunha, é uma narrativa
que mergulha na fundação do Rio de Janeiro e na formação da identidade
brasileira, misturando história, mito e crítica social.
A obra parte da demolição do Morro do Castelo, nos anos
1920, lugar considerado o berço da cidade, onde se instalaram os jesuítas e se
ergueu a primeira igreja. Nesse processo, emerge a lenda de um tesouro
escondido pelos jesuítas, que funciona como metáfora do verdadeiro tesouro: a
memória, a cultura e a identidade carioca e brasileira.
O romance percorre séculos de história, mostrando como o Rio
foi sendo moldado por forças políticas, econômicas e religiosas, e como, por
trás da modernização e da destruição de símbolos históricos, há uma luta pela
preservação da alma da cidade.
Ray Cunha, com sua escrita ágil e crítica, costura o passado
colonial com o presente urbano, revelando que a identidade carioca não está
apenas nos marcos arquitetônicos ou nos tesouros materiais, mas sobretudo na
resistência cultural, na mistura de povos e na vitalidade do espírito carioca.
Em resumo, A IDENTIDADE CARIOCA é ao mesmo tempo um romance
histórico, um ensaio sobre a cultura do Rio e uma reflexão sobre a própria
identidade do Brasil.
O romance explora a história do Rio de Janeiro desde a sua
fundação até os dias atuais. O eixo narrativo é a demolição do Morro do
Castelo, nos anos 1920, marco simbólico da destruição de raízes históricas em
nome da modernização. Nesse cenário, surge a lenda de um tesouro dos jesuítas,
metáfora para a busca pela verdadeira identidade do Rio e do Brasil.
Ray Cunha utiliza uma escrita que mistura ficção, mito e
história, tecendo uma narrativa em que personagens reais e fictícios se
entrelaçam. A cada camada da narrativa, revela-se não apenas a perda material
(a destruição de igrejas e casarões coloniais), mas também a perda simbólica de
memória. O tesouro escondido é, na verdade, a memória cultural que insiste em
sobreviver sob as ruínas.
Os jesuítas aparecem como guardiões do segredo, metáfora da
resistência espiritual e cultural. O povo carioca, retratado em sua
diversidade, representa a energia vital e contraditória da cidade. Figuras
históricas e anônimas se misturam, compondo um mosaico humano que dá vida ao
enredo.
A prosa de Ray Cunha é ágil, poética e crítica, marcada por
metáforas fortes (como o tesouro oculto). Há também uma dimensão ensaística: o
romance é quase uma reflexão filosófica sobre o que significa ser carioca e,
por extensão, ser brasileiro.
O livro se destaca como um dos romances mais importantes de
Ray Cunha porque une ficção histórica, reflexão cultural e crítica social. Ele
não apenas conta uma história, mas provoca o leitor a pensar sobre o que é o
Brasil e como o Rio sintetiza essa identidade.
Em suma, A IDENTIDADE CARIOCA é uma obra densa e simbólica,
que dialoga com história, mito e crítica, revelando que a verdadeira riqueza do
Brasil não está no ouro, mas na sua memória, diversidade e cultura.
Tchal, querido! Nos vemos por aí, my friend!
Nenhum comentário:
Postar um comentário