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Para Barroso os jornalistas brasileiros censurados são bandidos |
RAY CUNHA
BRASÍLIA, 18 DE
SETEMBRO DE 2025 – Durante a sessão de ontem do Supremo Tribunal Federal
(STF) o presidente da corte, Luís Roberto Barroso, afirmou, choroso, que não há
censura no Brasil, dando a entender que o presidente dos Estados Unidos, Donald
Trump, está enganado ao decretar sanções aos responsáveis pela ditadura da toga,
que já prendeu centenas de pessoas pela manifestação de 8 de janeiro de 2023 e
por pensarem em voz alta, entre os quais jornalistas e políticos com mandato. O
pior é que há presos políticos que já foram espancados e alguns morreram na
prisão.
Cínico, Barroso declarou que “é injusto punir ministros que,
com coragem e independência, cumpriram o seu papel”, referindo-se às sanções
impostas pelos Estados Unidos em razão da farsa do julgamento do ex-presidente
Jair Bolsonaro (PL), preso pelo ministro Alexandre de Moraes e condenado a 27
anos de cadeia e a um milhão de reais em multa, acusado de chefiar um golpe de
Estado fantasioso, kafkiano, hollywoodiano.
– É injusto punir ministros que, com coragem e
independência, cumpriram o seu papel. No Brasil, a quase totalidade da
sociedade reconhece que houve uma tentativa de golpe e que é importante julgar
seus responsáveis – choramingou, secando do rosto o óleo de peroba que lhe
minava dos olhos. – Nenhuma decisão do Supremo Tribunal Federal brasileiro tem
pretensão de alcance extraterritorial. Nós só cuidamos do nosso jardim. Mas,
sobretudo, não existe caça às bruxas ou perseguições políticas. Tudo o que foi
feito baseou-se em provas, evidências exibidas publicamente.
Cidadãos americanos foram ameaçados por Alexandre de Moraes
e o sistema corrompeu até o Departamento de Estado americano para forjar provas
contra Bolsonaro.
A maior do perdeu, mané!, ou nós derrotamos o bolsonarismo, foi
afirmar que não há censura no Brasil.
– Vigora a mais plena liberdade de expressão no país – disse.
– Eu sou uma pessoa que leio de tudo. E recebo diariamente, de veículos de
imprensa e de blogs, as críticas mais ácidas ao governo, ao Congresso e,
sobretudo, ao Supremo Tribunal Federal. Muitas delas grosseiras e ofensivas.
Todos esses veículos continuam no ar, sem qualquer abalo. Lê quem quer,
acredita quem quer.
Como eu já disse: há dezenas de jornalistas presos,
censurados, perseguidos e refugiados em outros países para escapar das garras
dos togados.
– Como é público e notório, vivi, estudei e trabalhei nos
Estados Unidos em épocas diferentes da minha vida. Na adolescência, fiz
intercâmbio em Michigan com uma adorável família de quem sou amigo até hoje.
Gente simples, tradicional, conservadora. Eu julgo as pessoas pelo caráter, não
pela ideologia – declarou, citando também seu mestrado na Universidade de Yale,
um trabalho em Washington, um pós-doutorado na Universidade de Harvard e sua
atuação como professor na Kennedy School. – Faço essa breve descrição para
deixar documentado que todos os meus sentimentos em relação ao país são bons:
tenho ligações acadêmicas lá, tenho amigos queridos, admiro pessoas e
instituições.
Esse vidão acabou!
Barroso ficou famoso ao defender o terrorista comunista Cesare
Battisti. Condenado à prisão perpétua na Itália por quatro homicídios (dois
policiais, um joalheiro e um açougueiro), fugiu para a França, México e Brasil.
Preso no Rio de Janeiro, em 18 de março de 2007, por policiais brasileiros e
franceses, Tarso Genro, ministro da Justiça de Lula da Silva, concedeu a ele o
status de refugiado político. Em 31 de dezembro de 2010, Lula da Silva, fã confesso
do Estado terrorista do Irã, não permitiu a extradição de Battisti.
Em 13 de dezembro de 2018, o ministro Luiz Fux, do Supremo
Tribunal Federal, mandou prender Battisti e no dia seguinte o presidente Michel
Temer decretou sua extradição. Nessas alturas, Battisti tinha caído fora e
estava na Bolívia, onde foi capturado em 13 de janeiro de 2019 e extraditado para
uma prisão de segurança máxima na Sardenha.
Luís Roberto Barroso nasceu em Vassouras/RJ, em 11 de março
de 1958. Graduado em direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ),
mestre pela Universidade Yale, doutor pela UERJ e pós-doutorado pela Harvard
Law School, é professor titular de direito constitucional e livre docente na
UERJ. Leciona também na Universidade de Brasília. Foi indicado para o STF pela
presidente Dilma Rousseff, em 2013.
É vaidoso. Uma caixinha de pose. Adora ouvir a própria voz, macia,
uma boca de veludo.
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