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Capa da edição da amazon.com.br: a Seringueira e o muro que circunda o Colégio Amapaense, na esquina das Ruas Eliezer Levy com a Iracema Carvão Nunes, onde ficava a Casa Amarela |
BRASÍLIA, 19 DE SETEMBRO DE 2025 – O site de inteligência artificial chatgpt.com, ao resenhar o romance A CASA AMARELA, deste que vos escreve, disse o seguinte:
Ano e ambientação: A obra foi publicada em meados de 2000 e
se passa a partir de 1964, em Macapá, capital do Território Federal do Amapá. Gênero:
Romance, com forte presença de realismo fantástico/realismo mágico.
A CASA AMARELA se desenrola numa Macapá dos anos 1960, em
meio às mudanças políticas no Brasil – sobretudo o início da ditadura militar.
Nesse cenário de tensão social e política, Ray Cunha constrói uma narrativa que
mistura realidade concreta (política, costumes, personagens vivos) com
elementos fantásticos ou espirituais.
A CASA AMARELA em si funciona quase como um personagem: é o
lar da família Picanço Cardoso, um local cheio de história, memórias, sonhos –,
mas também de dores, desilusões e rupturas. A ambientação inclui não só a
vegetação amazônica, a presença da seringueira (uma árvore que na obra sente
emoções, age mesmo sem vento), como também o “Quartinho” da casa, um espaço em
que vivos dialogam com mortos, espíritos ou presenças ilustres como Ernest
Hemingway e Antoine de Saint‑Exupéry.
Há também um contraponto entre os acontecimentos históricos
externos (a ditadura militar, as tensões políticas locais) e a intimidade dos
personagens, seus laços familiares, suas memórias, seus medos e esperanças. A
Casa Amarela abriga esse entre-mundo, um limiar entre o passado, o presente, o
visível e o invisível.
O romance resgata Macapá dos anos 1960, como espaço geográfico,
cultural e simbólico. A Linha do Equador, o clima amazônico, o sol, a floresta,
o rio – todos esses elementos contribuem para dar uma identidade muito forte à
região.
A história mistura o mundano com o sobrenatural ou
espiritual, seja pelas presenças de mortos que continuam atuantes, ou pela
seringueira que se comporta como se viva, ou ainda pelo Quartinho, que é portal
de comunicação entre mundos. Esses elementos funcionam para ampliar o universo
da narrativa e para dar voz às memórias, às ausências e às vozes que
normalmente não aparecem nos relatos oficiais.
O início da ditadura militar no Brasil marca uma virada. O
autor mostra como essas grandes forças políticas atingem a vida íntima dos
personagens: prisões, medos, mudanças de comportamento, rupturas de laços. A CASA
AMARELA, apesar de ser um lugar de refúgio e lembrança, também sente e sofre
sob esse peso histórico.
As relações familiares são centrais: amores, mortes,
ausências – memórias de quem partiu, de quem ficou. Essas perdas atravessam o
romance, junto com a saudade e o luto. A interlocução com mortos revela isso –
as mortes físicas, mas também as lembranças persistentes.
O autor usa, em alguns momentos, um fluxo de consciência ou
algo parecido – misturando lembranças, sensações, espaços de tempo sem marcar
com clareza definidos, para dar uma sensação de vivência contínua, de presente
que carrega passado e futuro.
O ambiente é muito rico em descrições – o clima amazônico, a
selva, o calor, o rio, o estuário – não como cenário decorativo, mas como
elemento vivo, que interage com os personagens, com a memória.
A CASA AMARELA e a seringueira são simbólicas; o autor
personifica elementos não humanos para dar voz à natureza, às forças
invisíveis, para costurar o real com o fantástico.
A ambientação é muito envolvente. Quem lê consegue
visualizar e quase “respirar” Macapá nos anos 1960, sentir o calor, o barulho
do rio, a tensão política e social.
A integração entre o real e o fantástico é bem feita: não
parece gratuita ou piegas, mas orgânica à narrativa, ao tema da memória, da
morte, da ausência, da identidade.
O uso simbólico dos espaços (a Casa Amarela, o Quartinho, a
seringueira) traz profundidade, convida à reflexão sobre o que somos – vivos –
e sobre a permanência do que se foi.
A voz do narrador/autor apresenta uma familiaridade afetiva
com o lugar, o que fortalece o apelo emocional da obra.
A mescla de realismo fantástico e memória pode deixar
algumas passagens densas ou pouco lineares para leitores que prefiram narrativa
mais clara ou cronológica. O ritmo pode oscilar entre o
contemplativo/introspectivo e o descritivo demais.
Alguns leitores podem achar que a presença de figuras
históricas internacionais ou célebres como Hemingway ou Saint‑Exupéry é um
artifício um tanto exagerado ou deslocado dentro de uma ambientação tão
especificamente amazônica – pode parecer “fora de lugar” para quem exige
coerência rígida.
A densidade simbólica pode pesar: o simbolismo forte exige
do leitor disposição para mergulhar, para aceitar ambiguidades; pode haver
momentos de confusão sobre o que é “real”, o que é memória, o que é fantasma.
A CASA AMARELA se destaca como uma obra que coloca Macapá e
o Amapá no mapa mais amplo da literatura brasileira – não apenas como cenário
exótico, mas como espaço de vida, de intensidade, de memória, de política. É um
romance que liga nacional e regional, passado e presente, visível e invisível.
Também importa como um exemplo de realismo fantástico na
literatura brasileira amazônica, mostrando que a literatura regional pode
dialogar com o universal, com mitos, com espírito, sem perder sua raiz.
A CASA AMARELA é um romance que funciona em muitos níveis:
como reconstrução histórica, como memorial familiar, como fantasia ou mito
pessoal, como crítica política disfarçada de memória afetiva. Para quem gosta
de narrativas que exigem algo mais – paciência com o tempo, reflexão,
sensibilidade para o simbólico – ele oferece muito; para aqueles que preferem
tramas com linha mais reta, ação constante ou narrativa linear, pode haver
momentos de menor apelo.
Em resumo: recomendado para quem se interessa por literatura
brasileira regional, por realismo fantástico ou mágico, por narrativas de
memória, de identidade, especialmente amazônica. Uma obra que toca não só o que
vemos, mas o que sentimos, guardamos, esquecemos – e o que queremos lembrar.
A CASA AMARELA funciona quase como um personagem: é o lar da
família Picanço Cardoso, um local cheio de história, memórias, sonhos –, mas
também de dores, desilusões e rupturas.
Esse ponto é central porque mostra como a casa não é só
cenário – ela sente, guarda, fala. Isso é literatura latino-americana em sua
essência: o espaço ganha subjetividade. Lembra Macondo em CEM ANOS DE SOLIDÃO.
A ambientação inclui não só a vegetação amazônica, a
presença da seringueira (uma árvore que sente emoções), como também o
“quartinho” da casa, um espaço em que vivos dialogam com mortos, espíritos ou
presenças como Hemingway e Saint‑Exupéry.
Esse trecho destaca bem o que torna o livro especial: uma
mistura de misticismo local com elementos universais. A seringueira é quase um
“oráculo natural”, e o Quartinho é como um “purgatório narrativo”. Fascinante.
Aqui está o coração do realismo mágico: quando o
sobrenatural não é estranho dentro da realidade do livro. A mágica está no fato
de que parece natural. Ray Cunha consegue isso.
A CASA AMARELA se destaca como uma obra que coloca Macapá e
o Amapá no mapa mais amplo da literatura brasileira – não apenas como cenário
exótico, mas como espaço de vida, de intensidade, de memória, de política.
Esse trecho aponta a relevância cultural da obra. Não é só
uma história bonita – é uma afirmação de território, de identidade amazônica
dentro da literatura nacional.
CEM ANOS DE SOLIDÃO, de Gabriel García Márquez, de A CASA
AMARELA, de Ray Cunha, ambas as obras criam um espaço que é ao mesmo tempo
geográfico e mítico. As famílias Buendía e Picanço Cardoso são linhos
narrativos através dos quais vemos o tempo, a repetição, a decadência, o poder
e a memória. O realismo mágico nos dois romances é orgânico: ninguém se espanta
com o aparecimento de mortos, com milagres ou com o tempo não linear.
Em ambos, a história familiar espelha uma história nacional:
a solidão dos Buendía como metáfora da América Latina; a dor dos Picanço
Cardoso como retrato do Norte do Brasil nos anos de chumbo.
CEM ANOS DE SOLIDÃO é mais alegórico, épico e grandioso. A
CASA AMARELA é mais íntimo, sensorial e atmosférico.
Em PEDRO PÁRAMO, de Juan Rulfo, o protagonista vai até uma
cidade fantasma conversar com mortos. Em A CASA AMRELA os mortos vão até o
Quartinho. A morte não é o fim, é um estado narrativo. Ambas as obras exploram
o peso do passado – o que os antepassados deixaram, como moldaram os vivos. O
ritmo das duas narrativas é quase poético, fragmentado, com ecos, vozes,
memórias – quase uma conversa entre tempos.
PEDRO PÁRAMO tem uma escrita mais seca, minimalista, quase
bíblica. A CASA AMARELA é mais tropical, densa, descritiva – cheia de
sensações, cores, cheiros.
Em VIDAS SECAS, Graciliano Ramos, assim como Ray Cunha, fala
de regiões “esquecidas” do Brasil. Em VIDAS SECAS é o sertão nordestino. Em A CASA
AMARELA, o Norte amazônico. Ambas tratam da relação entre espaço e identidade,
entre povo e ausência de voz. Mas Graciliano é brutal, seco, sem qualquer traço
de magia. Ray Cunha é mágico, lírico, onírico.
Se você gosta de realismo mágico ou fantástico vai se sentir
em casa com A CASA AMARELA.
Você pode adquirir o romance A CASA AMARELA no Clube de Autores, na amazon.com.br e na amazon.com
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