domingo, 29 de junho de 2025

Ana de Armas: Baba Yaga e Jessica Rabbit

Ana de Armas: tipo da mulher misto de Baba Yaga e Jessica Rabit

RAY CUNHA

BRASÍLIA, 29 DE JUNHO DE 2025 – Em 007 – Sem Tempo Para Morrer, despedida de Daniel Craig da pele de James Bond, Ana de Armas faz uma aparição de 12 minutos, mas todo mundo prestou atenção nela. Agora, Ana de Armas é Eve, Eve Maracarro, uma assassina do nível de John Wick, o mais letal de todos os assassinos, em Bailarina, filme que já inscreveu seu nome na história do cinema de ação, e com uma personagem feminina. Tão densa quando Keanu Reaves na pele de John Wick.

Mas por que a franquia John Wick é tão fascinante? Pelas razões que seguem: o universo de John Wick lembra o de Harry Potter, um universo paralelo, mágico, que convive com nosso universo comum. O de John Wick é um submundo, com sua organização, leis e até moeda própria, que existe paralelamente ao mundo honesto, legal. As personagens são sofisticadas e vividas por grandes atores. Os roteiros são redondos e, finalmente, a produção é impecável.

O personagem John Wick (Keanu Reeves) nasceu Jardani Jovonovich, na Bielorrússia. Órfão, é sequestrado pela máfia russa Tarasov e treinado para ser assassino. Torna-se um assassino tão implacável que ficou conhecido como Baba Yaga. No folclore eslavo Baba Yaga é uma bruxa. Uma pessoa a quem se deve temer. Certa vez, John Wick matou três homens em um bar com um lápis. Mas apaixona-se por uma mulher e se aposenta, porém logo fica de luto. Só que assassinos profissionais não se aposentam, porque quem entra em certos negócios não pode sair, e John Wick sempre esteve dentro, desde criança.

O universo John Wick, noir (estão usando o termo neo-noir americano, mas acho que isso é só para ver se dá mais charme ainda), é uma criação do roteirista Derek Kolstad e estrelado por Keanu Reeves, franquia de propriedade da Lionsgate. O primeiro filme é de 2014, De Volta ao Jogo, seguido por três sequências: Um novo dia para matar (2017), Parabellum (2019) e Baba Yaga (2023). Vem aí um quinto filme.

A franquia produziu também uma minissérie, The Continental: From the World of John Wick (2023) e o spin-off Ballerina (2025), Bailarina, dirigido por Len Wiseman, a partir do roteiro de Shay Hatten, é a história de Eve Macarro (Ana de Armas), assassina treinada nas tradições da máfia dos Ruska Roma.

Ana Celia de Armas Caso nasceu em Havana, em 30 de abril de 1988, onde começou sua carreira no cinema com Una rosa de Francia (2006). Aos 18 anos, mudou para Madrid, Espanha, onde estrelou El Internado, por seis temporadas, de 2007 a 2010. De Madrid, mandou-se para Los Angeles, onde, a partir de 2015, começou a trabalhar no cinema americano. Em 2022, interpretou a Bond girl Paloma no filme No Time to Die e em 2022 encarnou Marilyn Monroe em Blonde, papel pelo qual foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz.

Ana lembra um caso que eu tive, em Manaus/AM, com uma ruiva de 18 anos, de ascendência espanhola. Ana tem olhos verdes e minha garota, às vezes verdes e às vezes azuis; os cabelos de Ana são marrons claros, os da minha garota, ruivos; Ana tem 1,68 metro e minha garota era da minha altura, 1,64 metro; só o peso de ambas é o mesmo: 55 quilos. Mais uma característica: as duas têm o mesmo olhar angelical e perigoso de Jessica Rabbit.

sábado, 28 de junho de 2025

A língua portuguesa agoniza. Quem matou o português? A Academia Amapaense de Letras precisa de uma sede. Alcolumbre apoia a censura

Marcos Machado investiga o assassinato do português

RAY CUNHA

BRASÍLIA, 27 DE JUNHO DE 2025 – A última flor do Lácio, a língua portuguesa, uma das mais ricas manifestações da Humanidade, tornou-se instrumento da elite da elite. O povão, a patuleia, não lê mais. Se lê, só entende bilhete. Livro é para a fina flor intelectual da Humanidade. Até porque agora temos áudio e vídeo no telefone celular. Há livros falados. Também poucos sabem escrever. Escrevem garranchos estilo Paulo Freire: “Nós vai receber 10 real”.

É no meio da escuridão que o jornalista carioca Marcos Machado lança, pela Editora Clube de Autores, QUEM MATOU O PORTUGUÊS? (200 páginas: “Em uma morte lenta, agonizou o português até o último suspiro” – informa. Mas dá uma esperança: “Calma – ainda há uma luz no fim do túnel”.

– Este livro não entrega culpados de imediato. Antes disso, nos obriga a parar, olhar e, principalmente, reconhecer: a língua portuguesa está sendo corroída aos poucos – graças às más escolhas pedagógicas, aos modismos disfarçados de modernidade e à avalanche das redes sociais, que antes eram simples espaços de expressão pessoal, hoje moldam opiniões e também contribuem para a degradação da linguagem. É um convite a encarar de frente a verdadeira tragédia que atravessamos – diz Marcos Machado.

Para o jornalista, veterano das redações de jornais impressos, a pergunta quem matou o português? “deveria ecoar nas salas de aula, nas manchetes mal escritas, nas campanhas publicitárias, nos roteiros de cinema e nos posts de redes sociais”.

A pergunta é simples, mas devastadora. Contudo, a resposta é tudo, “menos simples”. QUEM MATOU O PORTUGUÊS? é um alerta urgente e necessário, e propõe uma reflexão provocadora: o que fizemos com a nossa própria língua?

Com efeito, “um terço da população brasileira é considerado analfabeto funcional, ou seja, não consegue interpretar textos simples ou se expressar por escrito com clareza. E o mais grave: essa estatística inclui estudantes que concluíram o ensino médio. Eles saem da escola sem a mínima competência para escrever uma redação coerente, redigir um e-mail profissional ou compreender uma instrução básica”.

A verdade é ainda mais grave. Boa parte da população brasileira tem curso superior, mas não sabe ler nem escrever. Exagero? Não! Há advogados que não sabem redigir uma petição, jornalistas que escrevem jacaré com “g”, médicos que escrevem em hieróglifo, escritores que amontoam palavras a esmo.

Saber ler, e compreender, é fundamental para a existência da Humanidade. A escrita é o maior invento da Humanidade, de longe, pois é o instrumento da memória da raça. Toda a criação humana está contida na linguagem escrita. A vida é criada no pensamento, que se torna linguagem e é materializado. A língua é fundamental no dia a dia.

Por exemplo: sou acupunturista. Para investigar as causas das doenças diagnosticadas, além dos exames de língua (o órgão) e pulsologia, mantenho uma anamnese com o paciente. Quanto mais eu souber utilizar o idioma, mais rapidamente, e com mais clareza, saberei o procedimento a ser adotado.

Se você quer destruir a identidade de um povo destrua sua língua. É isso que os comunistas fazem com essa história de “tode”! “O idioma é mais do que um instrumento: é a própria expressão da cultura, da lógica e da memória de uma nação” – ensina Marcos Machado.

De modo que “QUEM MATOU O PORTUGUÊS? não é apenas um diagnóstico – é um convite à resistência” – Diz Marcos Machado, que propõe “uma leitura crítica sobre o desprezo generalizado pela norma culta, sem perder de vista a importância da clareza, da comunicação eficaz e da preservação do idioma como patrimônio coletivo”.

– Se você acredita que escrever bem é privilégio de poucos, ou que o Português está mudando “naturalmente”, este livro é para você. Se acredita que é preciso defender o idioma para defender o país, este livro é indispensável – adverte.

Em junho de 2023, o então presidente da Academia Amapaense de Letras (AAL), Fernando Canto, convidou-me para proferir uma palestra nos 70 anos da academia, em Macapá/AP. Na minha fala, disse que a academia é o órgão mais importante da cultura tucuju (do Amapá), porque ela guarda, por meio de registros bibliográficos, a cultura, o sotaque, a identidade amapaense. A identidade de um povo é sua alma.

Disse também que a Academia Amapaense de Letras, pela sua importância, merece uma sede. O Fernando me dissera que o governador do Amapá e o prefeito de Macapá prometeram uma sede para a academia. Adverti, no meu discurso, que a diretoria da AAL não deveria chegar a eles com pires na mão, pois cultura não rende voto. Que deveriam tratar, sim, com eles, mas com a mídia acompanhando e, sobretudo, pressionando-os dia e noite.

Não deu outra, estavam somente cozinhando o Fernando Canto, um dos maiores escritores e ensaístas do Amapá. O Fernando faleceu e não se fala mais nisso.

Emblemático: Davi Alcolumbre é do Amapá. Presidente do Senado, aplaude a censura às redes sociais, que acaba de ser imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão que passa por cima do Congresso Nacional.  Aplaude também o presidente Lula da Silva, que acusa os judeus de holocausto dos palestinos e se aliou ao estado terrorista do Irã. Ainda: é contra a Anistia aos presos do 8 de Janeiro de 2023.

Alcolumbre é judeu.

quinta-feira, 26 de junho de 2025

Cúpula do Brics no Rio já é um fracasso

Paes e Lula são os anfitriões do clube que desafia os EUA
no próprio quintal do Tio Sam (Ricardo Stuckert/EBN)

RAY CUNHA

BRASÍLIA, 26 DE JUNHO DE 2025 – Se a cúpula do Brics, no Rio de Janeiro, prevista para os dias 6 e 7 de julho, acontecer, será sem a presença do ditador da Rússia, Vladimir Putin, que seria preso pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), devido à deportação de centenas de crianças da Ucrânia. Já o ditador da China, Xi Jinping, avisou que não virá para o quintal de Donald Trump. Quanto à ditadura do Irã, enviará representantes. A lista do resto dos líderes do clube ainda não foi divulgada.

O Brics é formado por onze países. Inicialmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, daí o acrônimo Brics. E depois por Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Atualmente, o clube é presidido pelo Brasil.

O clube discutirá no Rio “a reforma da governança global”. O que isso quererá dizer? O Brasil, por exemplo, é um antro de corrupção. Até os aposentados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) já foram assaltados em massa.

O Brics foi fundado com o mesmo propósito do Foro de São Paulo: foder com os Estados Unidos e instalar uma ordem internacional totalitária, sem dólar, com censura total e escravização do povo.

Também seria objetivo promover o desenvolvimento do Sul Global, o que não pode acontecer por decreto, mas naturalmente. O Hemisfério Sul só se desenvolverá com o fortalecimento das democracias e livre mercado. O comunismo, que é com que o clube sonha, é uma das mentiras mais bem-contadas e nefastas impostas ao ser humano, e que idiotizou, estupidificou, brutalizou meio mundo.

A cúpula pretende discutir ações para reduzir desigualdades sociais e econômicas. Porra, o governo de Lula da Silva afunda o Brasil cada vez mais em um atoleiro social e econômico de onde nem Paulo Guedes conseguirá tirá-lo.  

Já o prefeito do Rio, Eduardo Paes, quer apresentar a cidade como um centro de eventos internacionais. Bem, a cidade já é conhecida como a Meca da bandidagem.

Em 2014, o Brics criou seu banco, conhecido como Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), com capital inicial de 50 bilhões de dólares e sede em Xangai, China (não são bestas de sediá-lo no Brasil), com o objetivo de financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável aos seus associados.

O banco vai ter muito que financiar na própria China. Jornalistas ingleses e a inteligência de alguns países dão conta de que a poluição na China é amazônica. No Brasil, até os rios colossais da Amazônia são poluídos, pois sanitário tratado na região é desconhecido.

Segundo o Brics, seu banco contribui para com o crescimento econômico e a redução da pobreza. Como assim?

E sabem quem é a presidenta (sic) do Banco do Brics? Dilma Rousseff. Ex-assaltante de banco e impeachada da presidência do Brasil.

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Lula receberá representantes do Irã, país em guerra contra Israel e Estados Unidos, na cúpula do Brics, dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro

Rio de Janeiro, Meca da bandidagem e agora sede do Brics

RAY CUNHA

BRASÍLIA, 23 DE JUNHO DE 2025 – A próxima cúpula do Brics (clube de países que se alinham contra os Estados Unidos, formado inicialmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, daí a sigla Brics) está marcada para os dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro, onde reunirá líderes de 20 países, incluindo o Irã, que está em guerra contra Israel e os Estados Unidos.

No Rio, os representantes da ditadura terrorista do Irã estarão tranquilos, pois o presidente Lula da Silva declarou que está do lado do Irã e até já andou arreganhando os dentes para o presidente americano, Donald Trump, a quem enviou um recado: “Não tenho medo da tua cara feia”.

Se, até agora, o Foro de São Paulo, fundado por Lula e Fidel Castro, com o objetivo de afundar os Estados Unidos, não conseguiu seu objetivo, o Brics veio para tentar também. Já tentaram melar o dólar; não conseguiram.

 – Vamos tomar decisões muito importantes para o desenvolvimento, para a cooperação e para a melhoria da condição de vida de todos os habitantes desses países (20) – disse o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Como assim? O Brasil, por exemplo, está descarrilando e indo diretamente para um atoleiro amazônico, com as estatais dando prejuízos históricos, assalto até do dinheiro dos aposentados pelo INSS, inflação, violência desenfreada e corrupção generalizada. China e Irã são ditaduras totalitárias, onde o povo não tem acesso à internet; na china, até religião é proibida. A Rússia é liderada por um louco, Vladimir Putin. No Irã, mulher é escravizada e homossexual é torturado antes de ser morto.

Julho de 2004 – A Polícia Federal apreende, no interior do Amapá, uma caminhonete com 18 sacas de urânio e tório, com destino à Rússia, Coréia do Norte e, provavelmente, o Irã. A polícia detectou um nome: Haytham Abdul Rahman Khalaf, libanês, elo com o grupo extremista islâmico Hamas.

Foram identificados o empresário João Luís Pulgatti, dono de um pool de empresas de mineração; e John Young, 58 anos, irlandês naturalizado canadense, que tentava comprar uma área de mil hectares, no Amapá, com pelo menos 50 mil toneladas de minério radioativo. As terras seriam compradas por 1,2 milhão de dólares. Também Robson André de Abreu, dono de madeireiras e de uma mineradora, estava envolvido no negócio.

Grampos da Polícia Federal revelaram ainda o envolvimento do geólogo José Guimarães Cavalcante, conhecido como Zé do Mapa, ex-diretor do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) no Amapá, braço direito de João Pulgatti, e o ex-senador Papaléo Paes, então do PSDB do Amapá, além de outros políticos.

A revista IstoÉ foi fundo na caso. Segundo ela, o quilo de torianita era vendido entre 200 e 300 dólares. As minas localizam-se na região central do Amapá, nos municípios de Porto Grande, Serra do Navio e Pedra Branca. O minério era levado para Porto Grande e de lá para Macapá, de onde seguia para Oiapoque, na fronteira com a Guiana
Francesa, de onde era despachado geralmente para a Rússia e Coréia do Norte. A polícia detectou também um estoque de oito toneladas de torianita no interior de São Paulo.

23 a 30 de janeiro de 2023 – Dois navios de guerra do Irã atracam no Rio de Janeiro. Na época, a embaixadora dos Estados Unidos, Elizabeth Bagley, declarou: “Esses navios, no passado, facilitaram o comércio ilícito e atividades terroristas e já tiveram sanções da ONU (Organização das Nações Unidas). O Brasil é um país soberano, mas acreditamos fortemente que esses navios não deveriam atracar em qualquer lugar”.

Julho de 2023 – Somem duas ampolas com material radioativo das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), na Fábrica de Combustível Nuclear, em Resende/RJ.

Julho de 2024 – O vice-presidente, Geraldo Alckmin, é despachado por Lula para representar o Brasil na posse do presidente eleito do Irã, Masoud Pezeshkian, em Teerã, em cerimônia com a presença de Ismail Haniyeh, líder do grupo terrorista Hamas, morto horas depois pelos israelenses.

Junho de 2025 – Israel e os Estados Unidos pulverizam o programa nuclear iraniano. Lula, antissemita até a medula, se revolta.

Curiosidade: O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, do Amapá, é judeu, mas adora Lula.

Teoria da conspiração ou não, a CIA (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos) vem investigando de onde saiu o urânio enriquecido para a construção da bomba atômica dos aiatolás. Quanto a Donald Trump, está de olho no seu quintal.

domingo, 22 de junho de 2025

A vida é como saltar de paraquedas. Mas, e se ele não abrir? O que existe no outro lado da queda?

Maurício Galante mostra o que existe do outro lado da queda

RAY CUNHA

BRASÍLIA, 22 DE JUNHO DE 2025 – Uma das definições mais profundas que já ouvi da vida é a do artista plástico Olivar Cunha: “A vida é um tesão”. Com efeito, a vida tem sido um tesão para mim, que DE TÃO AZUL SANGRA. Comparo-a às rosas colombianas  vermelhas: a vida é extraordinariamente poética, perfumada, delicada, imortal na sua delicadeza, na sua beleza abismal. Misteriosa, é um oceano de possibilidades. É como montar a luz.

Caso o paraquedas não se abra começará outro ciclo da vida, além da matéria. Médiuns e cientistas veem, cada vez mais com maior clareza, que a matéria apenas abriga a consciência, que se localiza na mente; por isso, quanto mais ampliamos a mente mais curtimos a vida.

Assim, a vida é feita de aventuras, de possibilidades, de oportunidades, de poesia. Nosso corpo é apenas um escafandro com data de validade que a mente utiliza para a experiência da vida material, no mar da atmosfera terrestre.

Dessa forma, uma das pessoas que mais curtem a vida é meu amigo Maurício Galante, um brasileiro que já passou inúmeras vezes por esta situação: seu paraquedas não se abriu, mas ele sobreviveu. Brasileiro, empresário, se viu, de repente, sem-teto e com apenas um dólar nos Estados Unidos. E deu a volta por cima, voltou a ser empresário, lá, e se tornou um dos mais premiados instrutores de paraquedismo dos Estados Unidos e vereador na Câmara Municipal de Arlington, Texas, além de comentarista político no YouTube.

Galante conta isso no seu E SE O MEU PARAQUEDAS NÃO ABRIR? (Editora Albatroz, Rio de Janeiro, 2022, 190 páginas).

“Tudo o que você pode fazer, ou sonhar que pode, comece. Ousadia tem genialidade, poder e magia. Comece agora” – escreveu Johann Walfgang von Goethe. “O pessimista vê a dificuldade em cada oportunidade, o otimista vê a oportunidade em cada dificuldade” – escreveu Winston Churchil. “Encontre a sua paixão. Eu penso que talvez não tenhamos escolha de como vamos morrer, mas, sem dúvida, podemos escolher como viver. O savoir vivre, ou saber viver, é fazer aquilo que te faz feliz e te coloca cada dia mais próximo dos seus sonhos” – escreveu Maurício Galante.

“Das três certezas que temos na vida, uma é que não se muda o passado; outra, que tudo muda todo dia e o tempo todo; e, por último, que todos nós um dia vamos ter um fim. Salte no escuro, sim! Ouse voar voos mais altos. Cabe somente a você escolher a melhor maneira de viver. Procure buscar alegria na viagem e não no destino final. O meio da viagem pode e deve ser mais prazeroso que o destino; curta e valorize o processo. Afinal, o destino não está lá te esperando, inerte e passivo, ele vai ser construído todos os dias com sua visão, otimismo, ação e resiliência. E, por último, não se surpreenda se o seu destino for totalmente diferente do que você imaginava, pois ele pode, e deve, ser ainda melhor!

“Mas... e se o seu paraquedas não abrir? Eu tenho o instinto de que você vai saber lidar com a situação, seja ela qual for... Então essa pergunta não pode mais ser a desculpa para não começar a fazer a sua parte, para mostrar ao mundo o seu talento, sua vocação e sua paixão. Deixe a sua luz brilhar também!” – ensina Maurício Galante.

A trajetória deste paulistano é extraordinária. De origem humilde, ele enfrentou dificuldades que fariam até Batman desistir, mas foi vencendo obstáculos inimagináveis ao longo do caminho, desde criança, pois era movido pela determinação de conseguir o que queria: ser paraquedista. Chegou lá no alto e, em vez de descer, subiu mais ainda. Ele sabia que os paraquedas podem não se abrir, emaranharem-se, mas sabia também que só podemos ir além se enfrentarmos o desconhecido.

Cristóvão Colombo só descobriu a América porque ousou ir além do conhecido, bem como Albert Einstein não se contentou com a genialidade de Isaac Newton. Da mesma forma, Olivar Cunha busca no expressionismo se orientar no abismo labiríntico da vida. Recebemos avisos quando o nosso paraquedas está prestes a falhar. Aí, é mudar de rumo.

Aos 26 anos de idade, separei-me da minha primeira mulher e simultaneamente perdi o emprego, andava de pés quilômetros diariamente e passei uma fome brutal, mas não larguei a faculdade de Jornalismo e consegui me formar, sem perder a sensibilidade de cair para cima no abismo do azul. Naquele momento da minha vida o paraquedas não abriu, mas sobrevivi à queda, e do outro lado encontrei o triunfo da luz.

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Israel e EUA caçam líderes terroristas e destroem instalações nucleares no Irã

Mulher israelense arrastada para estupro coletivo do Hamas

RAY CUNHA

BRASÍLIA, 19 DE JUNHO DE 2025 – Israel e Irã se davam bem, até 1979, ano da Revolução Iraniana, liderada pelos aiatolás, líderes supremos da religião islâmica. A revolução instalou um regime totalitário com dois objetivos: suprimir o Estado de Israel e criar o Estado da Palestina; e derrubar a ordem mundial liderada pelos Estados Unidos, começando por expulsar a presença americana no Oriente Médio. Para isso, precisam da bomba atômica.

Judeus vivem no Irã há 500 anos antes de Cristo. O Irã era uma monarquia, governada pelo xá do Irã, aliado do Ocidente e de Israel, e foi um dos países que concordaram com a Organização das Nações Unidas (ONU) ao criar um Estado judeu e outro palestino, em novembro de 1947, com 33 votos a favor, 13 contra e 10 abstenções.

Mas os países que cercam Israel, de etnia árabe, nunca aceitaram a criação de um Estado judeu, e assim vêm atacando os israelenses desde a declaração de independência de Israel, em maio de 1948, que teve que se defender naquele mesmo ano e em 1967 e 1973. Em 1948, Israel foi atacado pelo Egito, Síria, Jordânia, Iraque e Líbano. Botou todos para correr e ainda ocupou 77% do antigo território palestino que estivera sob mandato britânico, incluindo grande parte de Jerusalém.

A Revolução Iraniana derrubou o xá Mohammad Reza Pahlavi e foi instaurado o regime do aiatolá Ruhollah Musavi Jomeini, que esteve 14 anos no exílio. O xá foi derrubado porque queria modernizar o país, porém os aiatolás, não. Além disso, o xá era aliado de Israel contra o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser e sua ideologia de Pan-Arabismo, bem como era contra a influência da União Soviética no Oriente Médio.

No afã de destruir o Ocidente, o Irã se tornou um Estado terrorista e vem tentando construir a bomba atômica para destruir Israel, única democracia no Oriente Médio.

A história da República Islâmica do Irã é bíblica. Foi no Irã que surgiu uma das civilizações mais antigas do mundo, o reino de Elam, em 2.800 a.C. O Irã atingiu o auge de seu poder no Império Aquemênida, fundado por Ciro, o Grande, no ano de 550 a.C., e um dos maiores impérios do mundo, até 330 a.C. após as conquistas de Alexandre, o Grande. Em 224 d.C., o país alcançou uma nova era de prosperidade com o estabelecimento do Império Sassânida, durante quatro séculos. Árabes muçulmanos invadiram o Irã em 633 e o conquistaram em 651.

Irã quer dizer “terra dos arianos”; da etnia do povo ariano. Era conhecido como Pérsia, do povo persa, aquele dos tapetes persas, até 1935, quando o xá Reza Pahlavi mudou o nome para Irã. Em 1953, após um golpe de Estado apoiado pelo Reino Unido e Estados Unidos, o Irã se tornou autocrático, até a Revolução Iraniana, em 1 de abril de 1979.

Localizado na Ásia Ocidental, fazendo fronteira com nove países, entre os quais a Rússia, o Irã tem 1.648.195 quilômetros quadrados e 77 milhões de habitantes. É rico em gás natural e petróleo, mas, como a Venezuela, é uma ditadura totalitária. Lá, a lei é o ditador. O povo não tem acesso à internet, as mulheres são escravas e os homossexuais são torturados até a morte. É o paraíso dos terroristas, assim como o Rio de Janeiro é a Meca da bandidagem internacional.

O presidente do Brasil, Lula da Silva, comunista declarado, apoia o Irã e se tornou persona non grata em Israel. Lula acusa Israel de ser um Estado fascista, que está realizando o holocausto da Palestina, quando todos sabem que terroristas apoiados pelo Irã, homiziados na Palestina, vêm invadindo Israel e assassinando inclusive bebês, donas de casa e velhos, aos milhares.

Neste momento o Irã é invadido por Israel e os Estados Unidos, que estão caçando um a um os líderes da ditadura terrorista iraniana e destruindo as instalações nucleares do país, em resposta aos ataques terroristas que ambas as democracias vêm sofrendo a mais de meio século, com a morte de milhares de civis.

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Mangueira cantará o Amapá no Carnaval de 2026 no Rio. Antecipe-se e leia JAMBU

JAMBU na edição do Clube de Autores: a Amazônia a partir do Amapá

RAY CUNHA

BRASÍLIA, 18 DE JUNHO DE 2025 – O Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, uma das maiores agremiações do Carnaval do Rio de Janeiro, apresentará, em 2026, o enredo Mestre Sacaca do Encanto Tucuju – O Guardião da Amazônia Negra, assinado pelo carnavalesco Sidnei França,  enaltecendo as tradições afro-indígenas do Estado do Amapá, na Amazônia Oriental. O governo do Amapá já repassou 10 milhões de reais para a Mangueira.

O maior ícone do Amapá é a Fortaleza de São José de Macapá, construída por escravos, negros e índios, sob o domínio português, o cadinho no qual se forjou a etnia macapaense. Os portugueses cruzaram com os africanos e geraram mulatos, e fornicaram com os índios, formando uma população de mamelucos; os africanos fundaram o distrito de Curiaú e o bairro do Laguinho, misturaram-se com os índios e legaram cafuzos; e mulatos, cafuzos e mamelucos misturaram-se, fechando o círculo, numa diversidade étnica viva nas ruas de Macapá, nas nuanças de peles que vão do alabastro ao ébano, passando pelo bronze e jambo maduro, unidos pelo sotaque caboco: a fusão do português falado em Lisboa, doces palavras tupis, línguas africanas, patoá das Guianas, tudo triturado em corruptela.

Os cariocas e os turistas, especialmente os estrangeiros, não entenderão nada do enredo, pois a Amazônia, que é a palavra mais conhecida do Brasil lá fora, é, na cabeça de quem não é da região, uma fantasia, principalmente o Amapá, o Estado mais isolado do país.

Macapaense, cafuzo, Raimundo dos Santos Souza, o Sacaca (1926-1999), famoso curandeiro em Macapá, era tão conhecido na cidade que se tornou folclórico. Tocador de caixa de Marabaixo e artesão de instrumentos, estudioso da cultura indígena Tucuju, os índios que habitavam as terras do município de Macapá até o século 18, era casado com Madalena Souza, a primeira Miss Amapá, com quem teve 14 filhos.

Rei Momo por mais de 20 anos, fundou blocos e escolas de samba e dá nome ao Centro de Pesquisas Museológicas Museu Sacaca, instituição cultural e científica subordinada ao Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa), sediado em área de aproximadamente 21 mil metros quadrados no bairro do Trem, em Macapá.

O Museu Sacaca tem enfrentado problemas com a falta de recursos e de manutenção de suas instalações. Dez milhões de reais cairiam bem.

O “doutor da floresta” ou “curador da floresta”, como era chamado, apresentou, nos anos 1990, o programa A Hora do Campo, na Rádio Difusora de Macapá, e escreveu três livros sobre fitoterapia amazônica.

Políticos amapaenses estão assanhados com a notícia do Amapá no Carnaval do Rio e certamente a farra na Sapucaí será grande, com bastante maniçoba, camarão, unha de caranguejo e tacacá, regado a Cerpinha.

Um evento desses é sempre uma oportunidade para se divulgar a Hileia. O Amapá faz fronteira com a Guiana Francesa e Macapá é banhada pelo maior rio do mundo, o Amazonas, e cortada pela Linha Imaginária do Equador. Sua orla tem o encanto do Caribe, devido ao rio-mar, a presença mestiça, música caribenha e a comida nos hotéis e restaurantes, com base em peixes e frutos do mar.

Mas se os cariocas e turistas quiserem conhecer a Amazônia profunda sugiro que leiam o romance JAMBU, deste caboco natural de Macapá. Trata-se de um trabalho de criação, mas ambientado na Amazônia verdadeira, com personagens de carne e osso, vivas ou mortas, como o poeta Isnard Brandão Lima Filha e o artista plástico Olivar Cunha, ambos amapaenses.

A sinopse de JAMBU é a seguinte: durante o Festival Gastronômico do Pará e Amapá, no Hotel Caranã, localizado próximo ao Canal do Jandiá, no Lago do Pacoval, em Macapá, o jornalista João do Bailique caça um traficante de crianças e de grude de gurijuba.

Adquira JAMBU no Clube de Autores, amazon.com.br e amazon.com

terça-feira, 17 de junho de 2025

A doença está na mente. Artrite é causada por atrito mental. A solução é pintar rosas azuis

As rosas azuis nascem em nossos corações, e são eternas

RAY CUNHA

BRASÍLIA, 17 DE JUNHO DE 2025 – Resolvi escrever sobre artrite, do ponto de vista da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), por duas razões: atendo pelo menos uma dezena de pacientes sofrendo de artrite todos os meses. A outra razão é Paloma, uma paciente de 92 anos, pintora, que ficou curada do que os médicos chamam de “artrite reumatoide degenerativa”.

Tenho colegas que praticam MTC clássica, a medicina chinesa baseada nos clássicos fundamentais da acupuntura, sistematizados em torno do século 200 antes de Cristo. Sou hodierno, utilizo conhecimentos anatômicos e fisiológicos atuais, levo em consideração o Trópico e imergi em uma linha metafísica de trabalho.

Artrite reumatóide é uma doença inflamatória crônica e autoimune, que pode degenerar as articulações; autoimune porque o próprio sistema imunológico ataca as articulações, provocando inchaço, dor crônica, rigidez, desgaste, deformações com alterações ósseas, dificuldade de movimento e incapacitação nas mãos, pés, joelhos, cotovelos, ombros e quadris.

As causas são as mais variadas possíveis, como genética, sobrepeso, impacto, movimentos repetitivos, falta de reposição de água, estilo de vida, hábitos alimentares, atrito mental etc.

Paloma é uma mulher elegantíssima, 1,75 metro, 65 quilos. A região que mais a incomoda são as mãos e ombros. Fumante. Rica, tem atrito com um filho e três netos, que, segundo ela, estão só aguardando-a ir desta para melhor. É nostálgica e melancólica. Conversei longamente com Paloma, artista extraordinária e culta; no fim da conversa o diagnóstico estava mais claro do que o Sol.

Quando falo em diagnóstico refiro-me a causas. A causa “artrite reumatoide degenerativa” de Paloma era mental, ou melhor, espiritual. Ou vibracional, como queiram. Nosso sistema imunológico é um exército de células especializadas em eliminar do nosso organismo tudo o que representa perigo. Quando o sistema imunológico enlouquece, ele se volta contra o próprio organismo e começa a degenerá-lo. É isso doença autoimune.

Paloma foi uma mulher lindíssima e teve uma vida muito romântica. Com a velhice, esse ambiente se foi e ela acabou estacionando no passado. Como o passado não existe, viver em um lugar que não existe trás, é claro, medo. A nostalgia lhe evocava emoções de outras épocas, seguidas de vazios, medo. O medo é mortal.

Como sair disso? Viver no passado ou no futuro gera emoções e expectativas de alguma coisa que não existe e o que não existe gera medo. Só existe o agora. A eternidade é agora. Paloma é pintora. Sugeri-lhe pintar a eternidade. Ela gosta de gatos e do azul. Ela poderia pintar um gato azul. Segredei-lhe que os gatos azuis são eternos. E lhe disse que ela não estava se amando, que ela não estava se olhando no espelho e vendo o brilho dos seus olhos castanhos, nem prestando atenção no seu sorriso.

Quanto aos seus filho e netos, nas suas orações, deveria lembrar-se que os ama e que eles, não importa o que pensem, são maravilhosos. Isso não quer dizer que vá ceder aos caprichos deles, mas que são pessoas amadas. Assim, o lado esquerdo dela, o masculino, que é o que mais dói, parará também de doer.

Quando não nos amamos, quando não vivemos o agora, nosso sistema imunológico confunde sua missão e começa a atacar tudo. E quando temos atrito mental com alguém o corpo reflete o que se desenrola na mente e surge artrite.

Aí, passei ao tratamento físico. Expliquei a Paloma que o alento vem do alto, em forma de oxigênio, entra nos pulmões e é distribuído ao corpo todo, e que o cigarro endurece os alvéolos, impedindo-os de absorverem oxigênio. Que oxigênio era o principal combustível para que ela tivesse forças para criar. Que a nicotina não poderia matar as rosas colombianas vermelhas que Paloma pintava azuis, nem poderia estagnar a luz que emana das suas telas.

Setenta por cento do nosso corpo são compostos por água. Uma pessoa adulta perde cerca de dois litros de água diariamente. Essa água precisa ser reposta. Uma pessoa desidratada de forma aguda se não tomar soro morre instantaneamente e uma pessoa desidratada de forma crônica morre aos poucos e dolorosamente.

Paloma estava bebendo apenas um litro de água por dia. Resultado: constipação intestinal, insônia, cefaleia, retenção de líquido e artrose. Ensinei-lhe um truque: de manhã, após o café, separar dois litros de água e monitorar no fim do dia o consumo dessa água, até que o cérebro crie uma memória de dois litros de água por dia. Também ministrei-lhe, durante um mês, água saborizada com hortelã. Já salvei uma paciente com água saborizada com hortelã. Aviso: é necessário saber fazer a mistura.

Ela comia salada crua, frutas e derivados de leite à noite, bem como tomava um pouco de álcool. Esse tipo de alimento é proibitivo entre 18 horas e 6 da manhã. Energeticamente falando. Estagnam a energia Qi, ou energia vital. Lendo isso, um nutricionista me despachará para o Pinel. À noite, só se deve comer o que vai ao fogo. É uma questão do Yin-Yang, que eu não vou explicar, aqui.

Ministrei-lhe também açafrão, ou cúrcuma, mas tem que ser em cápsula, de 500 miligramas, três vezes ao dia, durante um mês, após o qual fazer pausa de uma semana e, se for o caso, voltar a tomá-lo. Trata-se do mais potente anti-inflamatório em a natureza. Desinflama todo o corpo e depura o sangue.

Com as agulhas e auriculoterapia, tratei as articulações inflamadas, tonifiquei energeticamente os órgãos afetados e promovi relaxamento, duas vezes por semana, durante cinco semanas. Aqui, dois acupontos são fundamentais: VG20 e Yintang, ou Terceiro Olho, além do VC17, o ponto emocional mais importante.

Também ministrei tuiná, a massagem terapêutica chinesa, massageando Paloma principalmente na nuca, testa e no chacra do peito, o timo.

A última notícia que tive de Paloma foi que estava curtindo sua casa na Ilha Grande, em Angra dos Reis, juntamente com seu filho e netos, e pintando marlins-azuis.

sexta-feira, 13 de junho de 2025

O diabo mora nos detalhes

O OLHO DO TOURO na edição da amazon.com: sequência
da trilogia que começou com O CLUBE DOS ONIPOTENTES.
O terceiro volume será publicado no ano eleitoral de 2026 

MARCOS MACHADO*

Por vezes, a verdade política se insinua com mais precisão pela ficção do que pelos noticiários. O OLHO DO TOURO, de Ray Cunha, é uma dessas obras raras que, ao se valer de personagens fictícios fortemente inspirados em figuras reais, pinta com tintas vivas os bastidores da política nacional, não com panfletarismo ou caricatura, mas com minúcia, ritmo e inteligência. É um romance que prova o velho ditado: o diabo mora nos detalhes.

A força da obra reside justamente nesse olhar atento aos pequenos vestígios que escapam aos desatentos. Um olhar torto, um gesto fora de tempo, uma escolha de palavras mal calculada, e toda uma arquitetura de mentira desmorona. É nesse ponto que a trama se ergue: como uma rede de intrigas políticas, onde a vaidade, a corrupção, o jogo de poder e as alianças escusas não são o pano de fundo, mas o próprio enredo. Cada detalhe é uma chave, e cada chave abre portas que o leitor talvez preferisse manter trancadas.

Ray Cunha traça um retrato firme e dinâmico da política brasileira contemporânea, jogando luz sobre os bastidores, os conchavos e as conspirações que moldam não apenas governos, mas também a percepção pública. Em meio a esse emaranhado, o autor constrói uma narrativa que não cede ao maniqueísmo barato, mas que sabe reconhecer — ao final — a necessidade moral do triunfo do bem sobre o mal, e o faz com naturalidade, sem didatismo nem soluções mágicas.

O OLHO DO TOURO é, também, uma alegoria sobre vigilância, sobre o olhar que tudo vê, que tudo grava, que tudo deduz. A metáfora do “olho” que observa, detecta e denuncia, é uma ode à inteligência e à sensibilidade, atributos muitas vezes deixados de lado em narrativas políticas. Aqui, eles são protagonistas invisíveis.

O romance acerta ao unir ação, análise política e psicologia dos personagens, num equilíbrio que evita tanto o sensacionalismo quanto a frieza. O leitor se vê envolvido por uma trama que, ainda que ficcional, ressoa com a história recente do Brasil, e talvez por isso, seja tão inquietante quanto real.

Ao final, como todo bom thriller político, o mal é desmascarado, mas mais do que isso: O Olho do Touro mostra que, na política como na vida, não é o barulho que denuncia a verdade, mas o sussurro. E que o menor dos detalhes — um simples olho fora do lugar — pode revelar a mais profunda das fraudes.

Em um tempo de narrativas rasas e análises apressadas, a obra de Ray Cunha se impõe como leitura necessária. Um lembrete literário de que, na arte de compreender o poder, os pequenos vestígios são, muitas vezes, as únicas pistas confiáveis.

O OLHO DO TOURO pode ser adquirido no Clube de Autores, amazon.com.br e amazon.com

*Jornalista profissional diplomado, editor do portal Do Plenário, escritor, psicanalista, cientista político ocasional autoproclamado, analista sensorial, enófilo, adesguiano, consultor de conjunturas e cidadão brasileiro protegido (ou não) pela Constituição Brasileira

Leonardo DiCaprio precisa ler JAMBU antes de ir à COP30 e tomar tacacá. Quem sabe Maurício Galante traduz o romance para o grande ator?

Leonardo DiCaprio é bem-intencionado, mas para conhecer verdadeiramente a Amazônia precisa ler o romance ensaístico
JAMBU antes de ir à COP30 em Belém do Pará e tomar tacacá

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 13 DE JUNHO 2025 – Em 2004, Leonardo DiCaprio, então com 30 anos, esteve na Amazônia, no Parque do Xingu, Mato Grosso, juntamente com a então namorada, a modelo gaúcha Gisele Bündchen. Provavelmente foi a partir daí que começou a demonstrar preocupação com o desmatamento e incêndios na Amazônia. Era o segundo ano do governo Lula da Silva, que mergulhou a Hileia na sua fase mais devastadora. Atualmente, no quinto governo, comunista, do PT (Partido dos Trabalhadores), a Amazônia está virando carvão. 

DiCaprio procura se informar sobre a Amazônia. A história de que ele teria dito que há girafas na região é mito. É usada simbolicamente, porque DiCaprio pode ter informações geográficas, geológicas e biológicas sobre a Hileia, mas não sabe nada sobre os 27,8 milhões de habitantes do Trópico Úmido: índios, caboclos, ribeirinhos, quilombolas e descendentes de europeus, especialmente portugueses. 

Para DiCaprio, a Amazônia é uma espécie de pulmão e refrigerador do planeta, produzindo oxigênio e regulando o clima global. É fato que regula o clima global, mas não é o pulmão do mundo. Em 1971, o biólogo alemão Harald Sioli disse em entrevista a um repórter americano que a floresta amazônica absorve cerca de 25% do CO2 da atmosfera. Na sua matéria, o repórter trocou CO2 por O2 e deu a entender que a Amazônia produzia 25% do oxigênio do planeta. As algas marinhas, especialmente fitoplâncton, é que produzem cerca de 98% do oxigênio atmosférico. 

A Amazônia produz oxigênio, por meio da fotossíntese, mas o consome todo. Contudo, absorve grandes quantidades de dióxido de carbono, ajudando a refrigerar o clima global, além de influenciar as chuvas na América do Sul. 

De 10 a 21 de novembro de 2025, em Belém do Pará, na Amazônia Oriental, será realizada a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 30. Os Estados Unidos estão fora, pois o presidente Donald Trump viu que a COP atende à agenda comunista, mantendo os países pobres subdesenvolvidos para instalarem ditaduras e melhor assaltarem e escravizaram suas populações. Mas Caprio prometeu ir a Belém. Talvez prove a mais emblemática iguaria da região: tacacá. 

Segundo o antropólogo Luís da Câmara Cascudo, tacacá deriva de um mingau indígena, mani poi, preparado com goma de tapioca temperada com tucupi, cebola, alho, cheiro-verde, jambu e camarão. Há a teoria de que teria surgido em Itacoatiara/AM, conforme relata o médico e explorador alemão Robert Christian Barthold Avé-Lallemant, autor do livro No Rio Amazonas, e que esteve na Amazônia e visitou a Vila de Serpa, atual Itacoatiara, em 1859. 

Robert classificou o tacacá como “a bebida nacional dos Mura”, uma das etnias que enfrentaram os portugueses e espanhóis com a mesma valentia e crueldade dos ibéricos. O etnólogo Kurt Nimuendaju escreveu: “De todas as tribos da Amazônia, a dos Mura foi a que mais extenso território ocupou, espalhando-se das fronteiras do Peru até o Rio Trombetas”, que limita o Amazonas com o Pará. 

Os Mura habitavam as bacias do Médio Amazonas, Solimões e Madeira, desde cerca de 1.450 a. C., até o século XVIII, quando foram trucidados pelos ibéricos. Seus remanescentes, cerca de mil famílias, habitam os municípios de Autazes e Itacoatiara, no estado do Amazonas. 

O padre jesuíta João Daniel registra no livro Tesouro Descoberto do Rio Amazonas, escrito entre 1757 e 1776, que os “índios do Rio Amazonas… tapuias do Amazonas… povoadores do Amazonas… usam da bebida tacacá… o tucupi é um sumo venenoso extraído da raiz da mandioca... cozido, perde o veneno, e então é servido como tempero de vários guisados e bebidas”. 

A iguaria, tal como é servida, hoje, é composta de goma de mandioca, tucupi, camarão seco e salgado, jambu, sal, alho e pimenta de cheiro a gosto. É servido em cuias. Coloca-se primeiramente um pouco de tucupi e um pouco de caldo da pimenta-de-cheiro com tucupi, a gosto, acrescenta-se goma, arranjam-se ramos do jambu, colocam-se camarões e acrescenta-se mais tucupi. 

Toma-se tacacá (não se diz beber) muito quente, na cuia, assentada em uma pequena cesta, para proteger as mãos. Utiliza-se um palito de madeira para fisgar o camarão e o jambu (Acmella oleracea), este, o tempero por excelência da Amazônia, utilizado em pratos que vão de pizza até bebida como cachaça. Faz os lábios tremerem de prazer. É rico em cálcio, fósforo, ferro, vitaminas C, B1, B2 e B3. 

Mascar jambu adormece o nervo trigêmeo e alivia dores de garganta e de dente. Em forma de chá ou macerado é diurético e ajuda a dissolver cálculos da vesícula biliar. A única contraindicação é para mulheres grávidas, pois provoca contrações do útero. É originário do Brasil, Colômbia, Guianas e Venezuela, e é conhecido também como agrião-do-pará, agrião-do-norte, agrião-do-brasil e jambuaçu. Cresce na várzea, até 30 centímetros de altura, formando uma folhagem densa e bem verde. As flores são amarelas e hermafroditas. 

Em Macapá/AP, minha cidade natal, cresce como mato nos quintais. 

O óleo essencial do jambu, rico em propriedades antioxidantes, diuréticas e anti-inflamatórias, é utilizado nas indústrias farmacêutica, cosmética e de higiene pessoal. Seu princípio ativo mais importante é o espilantol, extraído das flores, folhas e caule do jambu. Este arbusto começou a ser plantado em outras regiões do Brasil, como nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, destinado à indústria cosmética. Cultiva-se jambu também em Madagascar, Índia e China. 

É habitual consumir-se o tacacá no fim da tarde, em torno das bancas das tradicionais tacacazeiras, figura típica das ruas de diversas cidades da Amazônia. As vendedoras de tacacá têm ponto fixo em diferentes locais das cidades, permanecendo muitas vezes por décadas, de avós para netas, com clientela cativa. 

Em Belém, o tacacá é vendido em bancas ou quiosques, do meio da tarde para a noite. A mais ilustre tacacazeira foi dona Maria do Carmo Pompeu dos Santos, falecida em 3 de julho de 2014, aos 75 anos. Seu tacacá é o melhor do mundo; agora, são seus filhos, entre os quais José da Conceição Soero, o  Bito, que levam adiante a banca, na Avenida Nazaré, esquina da Quintino Bocaiúva, onde dona Maria trabalhou por 45 anos. Hoje, a Banca de Tacacá da Avenida Nazaré está presente em guias turísticos e gastronômicos do mundo todo. 

Sugiro a DiCaprio tomar o tacacá da Banca da Avenida Nazaré e levar para o hotel uma fatia de bolo de macaxeira, o autêntico, e mais saboroso do mundo. 

JAMBU, deste escritor, é um romance ensaístico. Tem como trama um enredo fictício, mas é ambientado na Amazônia profunda e trás personagens de carne e osso, vivas ou mortas, além das personagens de ficção. 

Conheço bastante a Amazônia. Nasci em Macapá, cidade banhada pelo maior rio do mundo, o Amazonas, e seccionada pela Linha Imaginária do Equador. Durante uma década e meia, trabalhei nos maiores jornais impressos da Hileia, como repórter, redator e editor. Muitos dos meus romances e contos são ambientados na Amazônia e sou um leitor voraz de livros científicos e literários sobre o Trópico Úmido. 

A Amazônia está à deriva, como se os presidentes da República, e os governadores da região, quisessem se desfazer dela, vendê-la, para gastar o dinheiro na Europa ou nos Estados Unidos. É uma zona de eterna colonização. 

Em entrevista que o coronel Gelio Fregapani concedeu a mim, para o site ABC Politiko, de Brasília, em fevereiro de 2005, ele afirmou que a reserva Ianomâmi, do tamanho de Portugal e na tríplice fronteira, em litígio, Brasil, Venezuela e Guiana, é a maior e mais rica província mineral do planeta, e que já havia manifestação na Organização das Nações Unidas (ONU) de torná-la nação independente do Brasil. 

Fregapani foi o mentor da Doutrina Brasileira de Guerra na Selva e fundou e comandou o Centro de Instrução de Guerra na Selva. No seu livro Amazônia – A Grande Cobiça Internacional (Thesaurus Editora, Brasília, 2000, 166 páginas), Fregapani critica ONGs como a WWF (Wold Wildlife Found). 

– Os Ianomâmi são uma nação verdadeira ou forjada? – perguntei-lhe. 

– Absolutamente forjada. São quatro grupos distintos, linguisticamente, etnicamente, e, por vezes, hostis entre eles. A criação dos ianomâmis foi uma manobra muito bem conduzida pela WWF com a criação do Parque Ianomâmi, para, certamente, criar uma nação que se separe do Brasil. O Parque Ianomâmi é uma região do tamanho de Portugal, ou de Santa Catarina, onde, segundo afirmação da Funai (Fundação Nacional do Índio), há 10 mil índios. A Força Aérea, que andou levando o pessoal para vacinação, viu que os índios não passam de 3 mil. Ainda que fossem 10 mil, há motivo para se deixar a área mais rica do país virtualmente interditada ao Brasil? O esforço deveria ser no sentido de integrá-los na comunidade nacional. Nenhuma epidemia vai deixar de atingir índios isolados. A única salvação, nesse caso, é a ciência médica. A área ianomâmi é imensa e riquíssima, está na fronteira e há outra área ianomâmi, similar, no lado da Venezuela. Então, está tudo pronto para a criação de uma nação. Um desses pretensos líderes, Davi Ianomâmi, orientado naturalmente pelos falsos missionários americanos, já andou pedindo na Organização das Nações Unidas (ONU) uma nação, e a ONU andou fazendo uma declaração de que os índios podem ter a nação que quiserem – respondeu. 

Ianomami é uma palavra criada por antropólogos, com o significado de “ser humano”. No Brasil, os índios que os ingleses denominam de ianomâmi ocupam as montanhas da fronteira com a Venezuela numa área contínua de 9.419.108 hectares, mais de duas vezes o estado do Rio de Janeiro, constituindo-se na região mais rica da Terra em minerais preciosos, e que as potências hegemônicas, com ajuda da ONU, querem transformar em colônia. 

Na Venezuela, os ianomâmis ocupam uma área de 8,2 milhões de hectares. Somando-se as duas áreas, dá um total de 192 mil quilômetros quadrados, abrangendo terras das bacias dos rios Amazonas e Orinoco, território coberto por densa floresta e as serras Parima e Pacaraíma, com solos inadequados à agricultura. O Pico da Neblina, ponto culminante do Brasil, dorme na Terra Indígena Ianomâmi e Parque Nacional do Pico da Neblina, na fronteira do Brasil com a Venezuela. 

O Projeto Radar da Amazônia (Radam), operado entre 1970 e 1985 pelo Ministério das Minas e Energia, coletou imagens aéreas de radar especialmente para análises geológicas, inclusive da Terra Indígena Ianomâmi. Entre 1987 a 1992, a região sofreu invasão de 45 mil garimpeiros, que sempre são acompanhados de todo tipo de aventureiros; queriam principalmente ouro. Cerca de 1.800 ianomâmis sucumbiram à invasão, principalmente vítimas dos microrganismos letais que os garimpeiros conduziam, além da violência. 

Em julho de 1993, garimpeiros invadiram uma aldeia ianomami, fuzilaram e mataram a golpes de facão 16 índios, entre os quais idosos, mulheres e crianças. Pela primeira vez, a Justiça brasileira condenou os réus por genocídio. Em novembro de 2014, uma equipe de pesquisadores visitou 19 aldeias e coletou 239 amostras de cabelo dos indígenas, e 35 amostras de peixes; 92% das amostras apresentaram alto índice de contaminação por mercúrio. 

O livro A Farsa Ianomâmi, do coronel Carlos Alberto Lima Menna Barreto, ex-comandante do Segundo Batalhão Especial de Fronteira, em Roraima, e ex-secretário de Segurança do antigo Território Federal de Roraima, procura provar que os ianomâmis são tribos indígenas espalhadas ao longo da fronteira do Brasil com a Venezuela, e não uma única tribo. 

O almirante Braz Dias de Aguiar, que morreu em 17 de setembro de 1947, dedicou 30 anos à Amazônia, ajudando na demarcação dos 10.948 quilômetros que a separam dos países vizinhos. Relatório de Braz de Aguiar dão conta de que as tribos indígenas do Vale dos Rios Negro e Branco pertencem às famílias aruaque e caribe. 

Segundo Menna Barreto, uma jornalista e fotógrafa suíça, Claudia Andujar, mencionou, pela primeira vez, em 1973, o grupo indígena por ela denominado “ianomâmi”, numa faixa na fronteira entre Brasil e Venezuela. Ela não agiu por conta própria, mas sob a orientação da Christian Church World Council, ou Conselho Mundial de Igrejas, sediada na Suíça, e dirigida por um Conselho Coordenador formado por seis entidades internacionais: Comitê International de la Defense de l´Amazon; Inter-American Indian Institute; The International Ethnical Survival; The International Cultural Survival; Workgroup for Indigenous Affairs; e The Berna-Geneve Ethnical Institute. 

Consta, nas diretrizes da Christian Church World Council: “É nosso dever garantir a preservação do território da Amazônia e de seus habitantes aborígines, para o seu desfrute pelas grandes civilizações europeias, cujas áreas naturais estejam reduzidas a um limite crítico”. 

Claudia Andujar promoveu a criação da organização não-governamental Comission for the Creation of the Yanomami Park, que, durante 15 anos, pressionou o governo brasileiro no sentido de criar uma área exclusiva para aqueles índios, que, na época, totalizavam pouco mais de 11 mil indivíduos. Em 1992, a organização foi vitoriosa. Fernando Collor de Mello, ex-presidente defenestrado do Palácio do Planalto, foi quem homologou a reserva Ianomâmi, em 25 de maio de 1992. São 97 mil quilômetros quadrados para um punhado de índios, além de ocupar faixa de fronteira, passando por cima da Constituição. 

A área contém as maiores jazidas de nióbio do planeta. O nióbio é de alto valor estratégico. Mais leve que o alumínio, adicionado ao aço é mais resistente do que aço amalgamado com cromo-niquelado. Além do seu uso na indústria aeroespacial, o nióbio é valioso na indústria bélica. A construção de cosmonaves e satélites depende de nióbio, resistente ao frio cósmico e ao impacto de pequenos meteoritos, além de ser um grande condutor de energia, em celulares, computadores e turbinas de aviões; 98% do nióbio do mundo estão na Amazônia. 

Ongs estrangeiras se amontoam na Amazônia, exatamente sobre gigantescas jazidas de minérios, especialmente nióbio. O presidente Lula da Silva homologou outra reserva, imensa, em Roraima, a Raposa Serra do Sol, onde só vivem índios aculturados. A Raposa e Serra do Sol mede 1.743.089 hectares para abrigar outro punhado de índios aculturados. 

Localizada no nordeste do estado de Roraima, a Raposa e Serra do Sol abrange terras dos municípios de Normandia, Pacaraima e Uiramutã, entre os rios Tacutu, Maú, Surumu e Miang, e a tríplice fronteira com a Venezuela e a Guiana. Nela, vivem cerca de 20 mil índios, ingaricós, macuxis, patamonas, taurepangues, uapixanas e patamonas. A maior parte da reserva é de cerrado; a porção montanhosa culmina com o monte Roraima, marco na tríplice fronteira Brasil, Venezuela e Guiana; o Monte Caburaí, onde fica a nascente do rio Ailã, ponto extremo do norte do país, também fica na reserva, demarcada no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1998, e homologada pelo seu sucessor, Lula da Silva, em 2005. 

Nos anos de 1970, colonos começaram a plantar arroz nas terras, chegando a produzir 160 mil toneladas de grãos por ano, em uma área de 100 mil hectares, às margens do rio Surumu, na borda sul da reserva. Em junho de 2007, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a desocupação da reserva; em março de 2008, a Polícia Federal iniciou a Operação Upatakon III. Houve resistência, sob o argumento de que a área ocupada pelos arrozeiros correspondia a 1% do total da reserva, mas responsável por 6% da economia do estado Roraima. 

Em abril de 2008, o governo de Roraima entrou com representação no STF reivindicando a suspensão da ordem de desocupação. O governo federal enviou tropas da Força de Segurança Nacional, mas a representação foi acatada por unanimidade no Supremo e a Operação Upatakon III foi suspensa. Em 20 de março de 2009, o Supremo confirmou a homologação da Terra Indígena Raposa e Serra do Sol, determinando a retirada dos não indígenas da região. Na época, o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, então comandante Militar da Amazônia, perguntou: “Como um brasileiro não pode entrar numa terra porque é uma terra indígena?” 

As reservas indígenas na Amazônia constituem uma inacreditável província mineral, mas é nelas que cerca de 100 mil Ongs estrangeiras deitam e rolam sobre esse tesouro brasileiro, segundo o general Durval Nery, do Centro de Estudos Estratégicos do Exército, e que comandou durante vários anos um Batalhão de Forças Especiais na Amazônia. Essas Ongs teriam a missão de desestabilizar o governo brasileiro e provocar uma intervenção internacional na Amazônia? 

É impensável, hoje, a Inglaterra, ou os Estados Unidos, ou seja lá quem for, tomar na marra a Amazônia, embora seja aparentemente fácil ocupar o próprio Brasil. Bastaria bombardearem Itaipu, Tucuruí e mais duas ou três hidrelétricas para invadir o país quase sem resistência. Não temos navios de guerra, nem submarinos, nem caças, muito menos mísseis. 

A New Steel, mineradora americana que levou de Serra do Navio, no Amapá, 40 milhões de toneladas do manganês mais puro do mundo, deixando um buraco gigantesco. 

Em 1943, o interventor do Território Federal do Amapá, capitão Janary Gentil Nunes, já sabia que na região dos rios Amapari e Araguari havia manganês, que entra na composição de várias ligas de aço, na fabricação de fertilizantes, no clareamento de vidros, no fabrico de pilhas secas e na produção de tintas e vernizes. Janary fora avisado pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). 

Em 1945, ofereceu um prêmio em dinheiro para quem identificasse exatamente onde o minério estava. Um comerciante ribeirinho, chamado Mário Cruz, levou pessoalmente ao interventor algumas pedras que usara como lastro para seu barco, escuras e pesadas. O material foi analisado no DNPM, no Rio de Janeiro, pelo engenheiro Glycon de Paiva, que bateu o martelo: tratava-se de manganês de alto teor. 

Glycon foi então à região analisar os depósitos. Ele viu uma profusão de morros cobertos de floresta; um deles era um gigantesco bloco de manganês que lembrava a proa de uma embarcação. Então Janary convenceu o presidente Gaspar Dutra a criar uma reserva nacional englobando a mina de manganês e conferindo ao Território Federal do Amapá a competência para prospectá-la e explorá-la por meio de concessão. 

Três empresas responderam ao convite para explorar a mina: a subsidiária brasileira da United States Steel, Companhia Meridional de Mineração; a Hanna Coal & Ore Corporation; e a Sociedade Brasileira de Indústria e Comércio de Minérios de Ferro e Manganês (Icomi), fundada em 1942, com sede em Belo Horizonte e atuação em Minas Gerais, que venceu a concorrência. 

Só que depois de ganhar a concorrência, a Icomi se associou à americana Bethlehem Steel, maior consumidora mundial de manganês, formando a holding Caemi Mineração, criada por Augusto Trajano de Azevedo Antunes, paulistano nascido em 1906 e falecido na Cidade Maravilhosa, em 1996, formado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica de São Paulo, em 1930. Com a guerra fria, a União Soviética deixou de suprir de manganês o mercado norte-americano, aumentando, assim, a cotação internacional do produto. 

Augusto Nunes, que já explorava o minério de ferro no pico do Itabirito, em Minas Gerais, criou então a Icomi, em 1947, e, em 1948, começou as atividades de mineração no Amapá. O contrato de exploração, assinado em 1947, previa que a Icomi teria de investir no Amapá pelo menos 20% de seu lucro líquido; a exploração de um perímetro máximo de 2.500 hectares, o equivalente a 0,17% do território amapaense, e o pagamento de 4% a 5% da receita totais em royalties ao governo do Amapá. 

Previa, ainda, uma área adicional de 2.300 hectares para a construção de instalações industriais, complexo ferroviário, e duas vilas, que dariam origem às cidades de Santana e Serra do Navio, as quais começaram a ser construídas em janeiro de 1957 e ficaram prontas em 1959. 

A Estrada de Ferro Amapá, inaugurada em 1957, tem 194 quilômetros, ligando Serra do Navio ao Porto de Santana. Em 1980, com o manganês de Serra do Navio, comprado a preço de banana, estocado nos Estados Unidos, a Bethlehem vendeu sua participação para a Caemi, que encerrou a exploração de manganês em 1997, embora, em 1953, no governo de Getúlio Vargas, a concessão para explorar o minério previa o prazo de 50 anos. 

Desde 2003, a Caemi pertence à Companhia Vale do Rio Doce. Em março de 2006, a MMX Mineração e Metálicos, do empresário Eike Batista, assumiu o controle da Estrada de Ferro Amapá, por vinte anos. Em 2008, a MMX foi vendida para a Anglo American. Em 2013, o controle foi repassado para a mineradora inglesa Zamin, e, em 2015, para a Secretaria de Estado de Transportes, quando a linha ferroviária foi também paralisada. Hoje, o governo do Amapá acusa a Icomi de contaminar com arsênio o Porto de Santana e a Vila Elesbão. 

O morro que lembrava a proa de um navio desapareceu e se transformou numa cratera, até acabar o manganês de boa qualidade. “Não se previa que a exploração seria tão intensiva a ponto de esgotar totalmente a reserva” – comentou Aziz Ab’Sáber, titular do Departamento de Geografia e professor emérito do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP). As escavações eram feitas 24 horas por dia. Algumas crateras formaram lagos, alimentados pelo lençol freático. O Morro do Navio foi transformado no Lago Azul. 

O fato é que a Icomi cumpriu o contrato, mas o poder público deixou que Santana e Serra do Navio sucumbissem. Os governos que passaram pelo Amapá, durante o reinado da Icomi, nunca aplicaram os royalties com sustentabilidade. Restou também o porto mais estratégico da Amazônia, Santana, de onde se pode exportar matéria-prima e produtos manufaturados e industrializados para todo o planeta. A rodovia Perimetral Norte, que deveria ligar Macapá a São Gabriel da Cachoeira, é hoje a única alternativa de transporte para Serra do Navio. A Anglo American comprou uma área da Icomi para a pesquisa de ouro no município vizinho de Serra do Navio, Pedra Branca do Mapari, e descobriu uma mina gigantesca. 

A Jari Florestal e Agropecuária, fábrica de celulose à margem do rio Jari, foi criada em 1967, pelo bilionário norte-americano Daniel Keith Ludwig e seu sócio Joaquim Nunes Almeida. A fábrica de celulose foi construída no Japão, em Kobe, usando tecnologia finlandesa: duas plataformas flutuantes para a produção de celulose e de energia, 55 megawatts, usina alimentada por óleo de petróleo e cavacos de madeira, tudo ao custo de 200 milhões de dólares. 

A fábrica de celulose e a usina foram rebocadas do Japão, num percurso de 25 mil quilômetros, em 53 dias, até as terras que Ludwig adquiriu, na divisa entre Pará e Amapá, 16 mil quilômetros quadrados, quase o estado de Sergipe, para a instalação do projeto, onde o americano construiu porto, ferrovia, estradas e uma cidade, Monte Dourado, que alcançou, em 1982, ano em que Ludwig se desfez do projeto, 30 mil habitantes. 

Ele planejava plantar gmelina e ampliar as atividades para mineração, pecuária e agricultura. Em 1982, Ludwig já havia desembolsado no Jari 1,15 bilhão de dólares. Em 2000, o Projeto Jari passou a ser controlado pelo Grupo Orsa, e, em 2004, recebeu certificação da Forest Stewardship Council, como um empreendimento viável. Isso poderia ter acontecido com Serra do Navio, ou com Fordlândia, se houvesse interesse político. 

O fato é que a Amazônia já está ocupada. Por exemplo: o Japão não importa mais apenas bauxita, mas alumina, produzida graças à energia de Tucuruí agregada ao produto. 

Para os índios a saída é a aculturação. Estradas, ferrovias, pontes, linhas de transmissão elétrica, represas, minerações, posseiros, garimpeiros, desmatamento, entorno desfigurado, poluído, e todo tipo de aventureiros tornam as terras indígenas colchas de retalhos, um faz de conta. Assim, as reservas indígenas ao norte da Amazônia só servem para garantir o saque estrangeiro. 

Cada vez mais índios procuram a cidade grande em busca de escola, emprego, saúde, de misturar-se e amalgamar-se ao cadinho étnico brasileiro, embranquecendo-se, mesmo expondo-se à discriminação, à prostituição, ao alcoolismo, ao uso de entorpecentes e ao suicídio. Em Manaus, por exemplo, pelo menos 90% da população são indígenas. 

Na Amazônia, crianças ribeirinhas, quando não são devoradas por microrganismos, são capturadas por uma teia de predadores, entre os quais familiares, incluindo os pais, e terminam nas mãos dos seus carrascos, e são estupradas até morrerem. Nas pequenas cidades, povoados no meio da selva, adolescentes são jogadas em prostíbulos dos quais nem o diabo já ouviu falar, mas todos os garimpeiros, caminhoneiros, grileiros, políticos, toda a bandidagem na Hileia sabe onde é. E nesses locais o único universo que conhecem é a escravidão e a dor. 

Relato publicado em JAMBU: “Eu tinha sete anos quando meus padrinhos apareceram em Calçoene (AP) e pediram ao meu pai para eu ir com eles para Macapá. Eu não queria ir, e chorei muito, mas não teve jeito, o meu pai achava que era melhor para mim. Quando chegamos a Macapá, minha madrinha começou a me ensinar a cuidar da casa; era muito trabalho e eu apanhava muito porque demorava a aprender e não dava conta de tudo. Eu dormia em um quartinho no quintal, separado da casa. 

“Logo depois que cheguei, toda noite meu padrinho ia ao meu quarto, com o filho dele mais velho, de 17 anos, e ensinava ao rapaz como ele deveria me estuprar. Eu chorava demais, porque doía muito. Tenho certeza que minha madrinha ouvia meu choro e sabia o que estava se passando, mas fazia de conta que não sabia nada. Vivi naquele inferno durante 9 anos; engravidei cinco vezes, mas a maldita da minha madrinha me dava remédio e eu abortava”. 

Meu site (raycunha.com.br) é mais lido nos Estados Unidos, onde, um dos meus leitores é o vereador em Arlington, no Texas, o paulistano Maurício Galante, primeiro brasileiro eleito vereador nos Estados Unidos, onde trabalha com paraquedismo e golfe, além de ser palestrante sobre empreendedorismo e comentarista político. 

Quem sabe Maurício Galante traduza JAMBU e dê um jeito de enviar a tradução para o famoso ator de Hollywood, Oscar por O Regresso! JAMBU põe a Amazônia nuazinha, ali, à frente do leitor, como um abismo.

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