sábado, 18 de outubro de 2025

Ai de ti, Brasília!

A Praça dos Três Poderes é a embaixada do Brasil em Brasília

RAY CUNHA

1. Ai de ti, Brasília, pois é chegada a véspera de teu dia, o dia que abalará as tuas entranhas.

2. Ai de ti, Brasília, a ilha da fantasia, a Praça dos Três Poderes; cingiram tua fronte com uma coroa de ilusões e ficaste bêbeda de vão poder.

3. O Lago Paranoá inundará a Praça dos Três Poderes, e tu, bêbeda, não percebes os sinais; estás perdida e cega no meio das iniquidades do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.

4. Sem a Praça dos Três Poderes o Brasil será comandado pelo Primeiro Comando da Capital, pois foste iníqua perante a nação e o Lago Paranoá mandará sobre ti um turbilhão de água. E também as galerias de esgoto se revoltarão e despejarão sua imundície na cara dos ladravazes que se homiziam no Congresso Nacional.

5. Grandes são teus monumentos de concreto, e eles se postam diante do povo, dos turistas, impressionantes, qual muralha desafiando os submarinos e porta-aviões americanos; mas o que são muralhas perante o poder de fogo da Pax Americana?

6. Tubarões que andam em carros oficiais nas tuas ruas serão varridos pela vasa fétida do Paranoá; e o Umbral lançará ondas pútridas sobre ti, Brasília, em um referver de chorume, qual um bando de hienas em pânico, até morder a cara dos bandidos de colarinho branco; e todos os monumentos ruirão.

7. E os jacarés-açus, sucuris e todos os répteis, insetos e batráquios venenosos, habitarão os teus porões; as jararacas tomarão conta das lojas dos shoppings; as sucuris se entocarão em tuas galerias; escorpiões tomarão conta das tuas calçadas esburacadas, bombardeadas, mal cuidadas, desde sempre, e os banheiros públicos, pestilentos.

8. Tudo isso pela tua iniquidade, pela tua ganância, pelos assassinos da Praça dos Três Poderes. O Lago Paranoá, que vem refrescando a tua secura insaciável choverá sobre ti uma muralha de água.

9. Ai daqueles que roubam os aposentados do INSS e desprezam o riso das crianças, inclusive as crianças que ainda estão no útero da mãe; ai dos que roubam, estupram e matam, os que escravizam e torturam, os ditadores, os que desdenham do Senhor, pois o Senhor é a Lei.

10. Ai daqueles que passam nos carros negros, oficiais, antecedidos por batedores, pois ficarão apavorados quando chegar a hora da provação.

11. Nos eventos oficiais no Setor Hoteleiro Sul, as prostitutas se assanham como formigueiro atacado.

12. Uivai, canalhas, e clamai, prostitutas, porque Donald Trump está vindo.

13. Ai de ti, Brasília, porque os animais mais peçonhentos estarão nos poços de teus elevadores e minas terrestres no caminho do capo de tutti capi.

14. Brasília, o país todo, serão, então, libertados.

15. Por que rezais em público, políticos? Acaso, eu não conheço a multidão de vossos pecados, os crimes hediondos que habitam vossas mentes?

16. Antes que te percas, Praça dos Três Poderes, ficarás demente e enlouquecerás, e só então conhecerás o inferno. Os brasilienses crescerão sobre os palácios dos três poderes como uma explosão, engrossada por brasileiros de todos os Estados, jogando pedra na cara dos ditadores, e, finalmente, Tio Sam lavará os teus pecados com lança-chamas.

17. E tu, Ornstein, ouve a minha ordem: reserva para Jair Messias Bolsonaro o teu palácio, porque, ali, ele habitará.

18. E no Coco Bambu os carcarás comerão cabeças de políticos e Caetano Veloso e Fafá de Belém cantarão para zumbis.

19. Pois grande foi a tua vaidade, Brasília, a Brasília da Praça dos Três Poderes, por isso, fundas são as tuas desgraças. O Planalto, a Praça dos Três Poderes e toda a Esplanada ficarão em chamas. E não viste o sinal. Pois o fogo e a água te consumirão. Consumirão a tua soberba, a tua arrogância extrema.

20. A rapina dos políticos e a ostentação das suas prostitutas já consumiram diamantes coagulados das lágrimas de mil meninas miseráveis – tudo passará e vocês não vão levar nada para o além, mas somente suas emoções lamacentas.

21. Assim, as sucuris de doze metros e os jacarés-açus de seis metros e mil quilos de peso estarão atentos para recepcioná-los, embora alguns desses bichos morrerão por tomarem bebidas falsificadas e comerem comida estragada em teus bares e restaurantes.

22. Pinta-te como puta e coloca todas as tuas bijuterias, aviva o verniz de tuas unhas postiças, longas como garras, e grasna as músicas horrorosas desta época medíocre, curte com intensidade o prazer, que é sempre ilusório, nunca é alcançado. É tarde para a prece. Nem batom te libertará.

23. Haverá maior símbolo de liberdade do que batom vermelho escrito na Justiça? É como desvendar-lhe os olhos do espírito e libertar o mundo de toda maldade. Condenada a não veres teus filhos crescerem, agora, és heroína, Débora, e grilhão algum, ninguém te deterá no interminável espaço, nada cessará a luz que disseminas no éter. Batom é como pétalas de rosas rubras que nascem nos jardins até o fim do Universo, que Deus disseminou como perfume azul. Batom, mesmo que escrito no duro granito, como pode ameaçar o Estado de direito, se batom é preciso, viver não é preciso?

24. A fúria de Donald Trump reconhecerá imediatamente teu corpo obeso e cheio de máculas, e o destruirá. Canta a tua última canção imunda, Praça dos Três Poderes! 

Brasília/DF, outubro, 2025

Esta crônica é baseada em Ai de ti, Copacabana!, de Rubem Braga

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Lula da Silva está morrendo na praia

O CLUBE DOS ONIPOTENTES mostra a ascenção infernal de Lula

RAY CUNHA

BRASÍLIA, 17 DE OUTUBRO DE 2025 – O presidente do Brasil, Lula da Silva, tenta instalar uma ditadura comunista no país há meio século e, agora, está se afogando na praia, caçado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, xerife do mundo livre. Lula é um dos criadores do Foro de São Paulo, entidade que reúne líderes comunistas, ditadores, narcotraficantes, guerrilheiros e terroristas da Ibero-América, com o objetivo de destruir os Estados Unidos. Também ajudou a criar o Brics, juntamente com a China e a Rússia, visando desestabilizar o dólar e varrer os Estados Unidos do mapa. Lula apoia ainda o Estado terrorista do Irã e o ditador da Venezuela, o narcotraficante Nicolás Maduro, bem como a ditadura comunista de Cuba e o grupo terrorista Hamas, e se declara contra Israel.

Além disso, o braço direito de Lula, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, mantém centenas de presos políticos, entre os quais jornalistas e políticos, sendo que alguns deles, doentes, morreram na prisão. O mais famoso deles é o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, acusado de um golpe de Estado fantasioso, criado na cabeça de Moraes. Bolsonaro foi esfaqueado por um militante da Esquerda e está muito debilitado. Provavelmente, Moraes só o liberará morto. Agravante: Moraes já censurou e perseguiu cidadãos americanos em solo americano e deverá ser condenado, nos Estados Unidos, a prisão perpétua.

Hoje, surge a notícia de que amarraram um pedregulho nos tornozelos inchados de Lula: El Pollo Carvajal, general, ex-chefe de inteligência militar de Hugo Chávez, que antecedeu Maduro no inferno venezuelano. Preso nos Estados Unidos, Pollo abriu o bico e denunciou Lula: tem provas de que Lula se espojou em dinheiro sujo, bem como Néstor Kirchner (Argentina), Evo Morales (Bolívia), Fernando Lugo (Paraguai), Ollanta Humala (Peru), Manuel Zelaya (Honduras) e Gustavo Petro (Colômbia), além de partidos como o Podemos (Espanha) e o Movimento 5 Estrelas (Itália). O dinheiro vinha via PDVSA, a estatal petrolífera da Venezuela, que financiava campanhas políticas de Esquerda e projetos ideológicos no exterior.

Mas quem é Luiz Inácio Lula da Silva? Meu livro O CLUBE DOS ONIPOTENTES, romance político baseado no ensaio Marxismo: O Ópio dos Intelectoides Latino-Americanos, de Jorge Bessa, traça um perfil dele. Luiz Inácio da Silva nasceu em 27 de outubro de 1945, em Garanhuns, Pernambuco. Sétimo dos oito filhos dos lavradores Aristides Inácio da Silva e Eurídice Ferreira de Melo. A poucos dias para Eurídice dar Lula à luz, Aristides foi tentar a vida em Santos/SP, levando consigo uma prima de Eurídice, Valdomira Ferreira de Góis, com quem teve mais 10 filhos, que, somados aos 12 que teve com Eurídice, são 22 filhos conhecidos.

Lula tinha 7 anos, em dezembro de 1952, quando Eurídice foi atrás de Aristides, que morava no distrito de Vicente de Carvalho, então denominado Itapema, no município de Guarujá, onde as duas famílias se acomodaram. Mas Eurídice não aguentou muito tempo se mudou para um casebre perto de Aristides e, em 1954, mudou-se para a capital, São Paulo, para um cômodo atrás de um bar na Vila Carioca. Lula e seu irmão José Ferreira de Melo, o Frei Chico, atualmente acusado de roubar bilhões de reais de velhinhos aposentados, continuaram com o pai, até 1956, quando se mudaram também para São Paulo. Lula foi alfabetizado no Grupo Escolar Marcílio Dias, no Guarujá, apesar de seu pai, analfabeto, achar que seus filhos não deveriam ir à escola, mas apenas trabalhar. Aristides morreu em 1978 e foi enterrado como indigente.

Depois de fazer todo tipo de biscate, em 1961, Lula conseguiu concluir um curso de tornearia mecânica no Senai Conde José Vicente de Azevedo, no bairro do Ipiranga. Aos 16 anos, conseguiu emprego em uma siderúrgica que produzia parafusos, onde, em 1964, esmagou seu dedo mindinho esquerdo em um torno mecânico. Teve que esperar horas pelo dono da fábrica para levá-lo a um médico, que optou por amputar o dedo. Foi indenizado com 350 mil cruzeiros e deixou a empresa com 11 meses de casa. Com o dinheiro comprou um terreno para si e móveis para sua mãe. Voltou a viver de bicos, até 1966, quando foi admitido nas Indústrias Villares, metalúrgica em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

Em 1968, seu irmão José Ferreira da Silva, o Frei Chico, militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, convenceu Lula a filiar-se ao Sindicato de Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema e, no ano seguinte, a integrar a chapa vitoriosa para a diretoria do sindicato, como suplente. Em 1972, Lula se elege primeiro secretário do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, assumindo, depois, a Diretoria de Previdência Social e FGTS, cessando, a partir de então, suas atividades de operário.

Em 1973, fez um curso sobre sindicalismo nos Estados Unidos. Em 1975, é eleito presidente do sindicato e, em 1977, ganha projeção nacional ao liderar a reivindicação de reposição salarial pelo índice de inflação de 1973, após o governo reconhecer que aquele índice havia sido maior do que o inicialmente divulgado. Era a Ditadura dos Generais (1964-1985) e vigia o Ato Institucional número 5, o AI-5, e o governo não cedeu ao pleito. Reeleito em 1978, Lula já era conhecido como líder absoluto das negociações salariais e as greves de metalúrgicos do ABC, que recrudesceram.

Em 1980, no governo do general João Batista Figueiredo, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo sofreu intervenção durante uma greve no ABC paulista e Lula foi detido por 31 dias nas instalações do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) paulista, e, em 1981, condenado pela Justiça Militar a três anos e meio de detenção por incitação à desordem coletiva. Recorreu no ano seguinte e foi absolvido. Nesse meio tempo, ele já pensava em fundar um partido político. Foi assim que se juntou a sindicalistas, intelectuais e representantes dos movimentos sociais e católicos militantes da Teologia da Libertação para criar o Partido dos Trabalhadores (PT), do qual se tornou dono.

Em 1982, Lula se candidatou ao governo de São Paulo e perdeu. Foi naquele ano que alterou judicialmente seu nome de Luiz Inácio da Silva para Luiz Inácio Lula da Silva, pois a legislação vigente proibia o uso de apelidos pelos candidatos. Em 1984, tornou-se uma figura popular, ao lado de Ulisses Guimarães, Fernando Henrique Cardoso, Eduardo Suplicy, Tancredo Neves, entre outros, na campanha Diretas Já, pelo fim da Ditadura dos Generais e eleições presidenciais diretas.

Em 1986, elege-se deputado federal por São Paulo, com a maior votação para a Câmara Federal até aquele momento, e participa da elaboração da Constituição Federal de 1988, e para a qual é favorável à estatização do sistema financeiro, à limitação do direito de propriedade privada, ao aborto, à criação de um fundo de apoio à reforma agrária e ao rompimento de relações diplomáticas com países que adotassem políticas de discriminação racial.

Em 9 de novembro de 1989, um acontecimento abalou o mundo comunista: a queda do Muro de Berlim, o fim da Guerra Fria e a reunificação da Alemanha, em outubro de 1990. O muro foi demolido literalmente durante os dias e semanas seguintes a 9 de novembro, em toda a fronteira das duas Alemanhas. O Portão de Brandemburgo no Muro de Berlim foi aberto em 22 de dezembro de 1989, ocasião em que o chanceler da Alemanha Ocidental, Helmut Kohl, atravessou o portão e foi recebido pelo primeiro-ministro da Alemanha Oriental, Hans Modrow. Em 1 de julho de 1990, a Alemanha Oriental adota a moeda da Alemanha Ocidental. Em 1992, o muro todo desapareceu, reunificando as Alemanha.

Também em 1989, foi realizada a primeira eleição direta para presidente da República desde o golpe militar de 1964. Lula se candidatou e ficou em segundo lugar, perdendo para Fernando Collor de Mello, do Partido da Renovação Nacional (PRN). O mais influente jornalista à época, Paulo Francis, chamou Lula de “ralé” e “besta quadrada”, profetizando que se ele chegasse ao poder o país viraria uma “grande bosta”. Mas Lula se tornou mais conhecido ainda do povão e solidificou sua liderança no PT, além do prestígio internacional que granjeou com a fundação do Foro de São Paulo, em São Bernardo do Campo, em 1990, a galinha de ovos de ouro de Fidel Castro.

Tudo começou com o Encontro de Partidos e Organizações de Esquerda da América Latina e do Caribe, organizado pelo PT, de 1 a 4 de julho de 1990, no extinto Hotel Danúbio, na cidade de São Paulo, com representantes de 48 partidos e organizações de 14 países latino-americanos e caribenhos, visando debater a nova conjuntura internacional pós-queda do Muro de Berlim e elaborar estratégias face ao embargo dos Estados Unidos a Cuba. Estava criado o ninho das serpentes.

No ano seguinte, o encontro foi realizado na Cidade do México, com a participação de 68 organizações e partidos políticos de 22 países. Na ocasião, o encontro se tornou conhecido como Foro de São Paulo. Em 1993, já em Havana, o encontro reunia 30 países e várias organizações de esquerda. As reuniões são realizadas a cada um ou dois anos, em diferentes países da América Latina. A Declaração de São Paulo, documento aprovado no fim do primeiro encontro, ressalta que o objetivo do foro é avançar na luta anti-imperialista e popular no após queda do Muro de Berlim.

Reunido em Havana, em julho de 1993, o Foro de São adotou uma orientação fundamental naquele momento: a concentração de esforços para eleger Lula presidente da República, para o Brasil dar suporte à futura União das Republiquetas Socialistas da América Latina (Ursal), denominação criada pela socióloga Maria Lucia Victor Barbosa, para criticar a ideia ao fazer uma analogia à URSS. Ou a Pátria Grande, denominação dada por Manuel Ugarte para designar a união dos países hispano-americanos com base nas ideias de José de San Martín e Simón Bolívar, das quais Hugo Chávez se apossou pensando numa América do Sul comunista.

Lula achou tudo isso ótimo. Não lhe interessava como ia se tornar presidente do Brasil; muito menos o preço que os brasileiros pagariam. Tinha certeza de uma coisa: estava disposto a tudo; tudo mesmo. Duda Mendonça, responsável pelo marketing do PT e preso por receber dinheiro do Petrolão, ensinou: “Em comunicação, gente, o importante não é o que a gente diz, é como as pessoas compreendem o que a gente diz”. Lula sempre prometeu combater a corrupção, o desrespeito às leis, mas, enquanto político, jamais respeitou o que quer que fosse; nunca soube o que é ética.

O ex-ministro de Lula e de Dilma, Antônio Palocci, condenado a 12 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato, confirmou à revista Veja de 7 de dezembro de 2017 que o PT recebeu 1 milhão de dólares do ditador líbio Muamar Kadafi, morto em 2011, para a campanha de Lula, em 2002. Kadafi foi um dos mais sangrentos ditadores, e todo mundo sabia disso. “Eu e Palocci somos unha e carne. Tenho total confiança nele” – disse Lula, em entrevista coletiva, em 29 de abril de 2005. Lula era fá de Kadafi, Fidel Castro e Mao Tsé-Tung. Também a revista Veja denunciou que a campanha eleitoral de Lula recebeu 3 milhões de dólares de Cuba entre agosto e setembro de 2002.

Quando o PT assumiu o governo, chegou a hora do Brasil se transformar na burra de Cuba. Lula importou milhares de médicos cubanos, a maioria deles nem médico era, mas quase todos eram agentes disfarçados, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) começou a financiar obras faraônicas em Cuba, que jamais pagou um centavo sequer ao financiamento do banco.

A revista Veja, edição de 12 a 16 de abril de 2002, publicou o artigo “Os tentáculos das Farc no Brasil”, assinado pelo jornalista Policarpo Junior, o mesmo que denunciou o dinheiro cubano para a eleição de Lula, em 2002. Policarpo se refere a documentos produzidos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que mostravam as ligações das Farc com militantes petistas. Um desses documentos, de 25 de abril de 2002, informa que no dia 13 de abril de 2002, em reunião de esquerdistas solidários com as Farc, nos arredores de Brasília (no Clube dos Onipotentes?), o padre Olivério Medina anunciou que sua organização, as Farc, estava fazendo uma doação de 5 milhões de dólares para a campanha eleitoral de candidatos do PT.

Ao todo, são seis documentos que comprovam as relações entre as Farc e o PT; três deles faziam menção à doação dos 5 milhões de dólares, e um deles que o dinheiro sairia de Trinidad e Tobago e chegaria às mãos de cerca de 300 empresários brasileiros, que repassariam o dinheiro ao PT. Esse assunto rolou pelos serviços de inteligência, segurança e Congresso Nacional, mas o PT declarou que a matéria de Veja não passava de um monte de mentira e ficou por isso mesmo.

O Foro de São Paulo pretende refundar, na América Latina, o que foi o Comintern, o responsável pelo Movimento Comunista Internacional de Lênin, na antiga União Soviética, com o objetivo de coordenar as ações das esquerdas no Continente. Em um dos encontros daquela entidade, o ditador Fidel Castro, ao lado de Lula, pronunciou uma frase emblemática: “Vamos reconquistar na América Latina aquilo que perdemos no Leste Europeu” – o que seria uma resposta ao fim do comunismo na URSS e nos demais países-satélites.

Enquanto Fidel via nisso a oportunidade de realizar seu antigo sonho de comunizar toda a América Latina, o megalômano Lula vislumbrava a sua chance de ser uma personalidade internacional liderando a América Latina ao lado do seu ídolo e guia ideológico que, conhecendo sua megalomania, havia lhe inculcado essa ideia para usá-lo como “idiota útil”.

Mas as maiores denúncias contra o Foro de São Paulo vieram do filósofo Olavo de Carvalho, um conservador que atacou permanentemente aquela entidade em seus artigos e vídeos. Anticomunista radical, Olavo de Carvalho escreveu o livro O mínimo que você precisa saber para não ser idiota, uma coletânea de artigos e ensaios organizados por Felipe Moura Brasil e que foram publicados em diversos veículos da imprensa brasileira entre 1997 e 2013, nos quais ele denuncia as estratégias das esquerdas comunistas para a tomada e manutenção no poder, e o perigo que elas representam para as democracias.

Lula voltou a se candidatar à presidência em 1994, quando foi derrotado, ainda no primeiro turno, pelo candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), Fernando Henrique Cardoso, um Fabiano letrado. Em 1998, Lula foi derrotado pela terceira vez à presidência da República, no primeiro turno, por FHC. Nas eleições de 2002, Lula praticou um discurso capitalista, e foi apoiado, na surdina, por FHC, que não pôde mais se perpetuar no poder, e assim foi eleito presidente, derrotando o candidato do PSDB do próprio Fernando Henrique Cardoso, o ex-ministro da Saúde e senador paulista, o Fabiano José Serra.

Em 1982, após anos de militância sindical, se junta a intelectuais e militantes da Teologia da Libertação para criar o Partido dos Trabalhadores (PT), do qual foi o primeiro presidente e se tornou dono, entra nas eleições para o governo de São Paulo e perde. Em 1984, participa ativamente da campanha Diretas Já, pela redemocratização do país, então sob o regime da Ditadura dos Generais (1964-1985). Em 1986, elege-se deputado federal por São Paulo com votação histórica. Na elaboração da Constituição Federal de 1988, é favorável à limitação do direito de propriedade privada, ao aborto e à estatização do sistema financeiro.

Em 1989, candidata-se a presidente da República e fica em segundo lugar, perdendo para Fernando Collor de Mello. Em 1994 e em 1998, volta a concorrer ao cargo de presidente, mas em ambos os pleitos perde para Fernando Henrique Cardoso. Em 2002, elege-se presidente da República, e, em 2006, reelege-se. Em 2002, a impressão que ficou é a de que Fernando Henrique Cardoso, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), um PT disfarçado, foi mais cabo eleitoral de Lula do que de José Serra, candidato do PSDB. FHC foi, ao lado de Lula, um dos idealizadores do Foro de São Paulo.

Lula foi presidente da República de 1 de janeiro de 2003 a 1 de janeiro de 2011. Assim que se viu no Palácio do Planalto, ficou claro o plano de Lula: aparelhar o Estado, desarmar a população e destruir a família, para instalar uma ditadura comunista, nos moldes do que fizeram Fidel Castro em Cuba e Hugo Chávez e Nicolás Maduro na Venezuela. Nem a Operação Lava-Jato o fez parar.

Em 2008, ao investigar o doleiro Alberto Youssef, no Posto da Torre, de combustíveis, no centro de Brasília, a Polícia Federal começou a desenrolar o novelo do maior esquema já visto no planeta, de roubo, propina, corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, organização criminosa, obstrução da Justiça, operação fraudulenta de câmbio e recebimento de vantagem indevida. A coisa era tão grande que envolvia as mais altas autoridades de todo o país e repasse de dinheiro até do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ditadores em todo o planeta.

De Alberto Yousseff, passaram para Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e a outro ex-diretor da estatal, Nestor Cerveró, que delatou outros quadrilheiros, até chegar às maiores empreiteiras do país, a Odebrecht e a Andrade Gutierrez, e a um sujeito que raspou a burra do estado do Rio de Janeiro, o ex-governador Sérgio Cabral, e a seu sucessor, Luiz Fernando Pezão, além do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e dos ex-ministros da Fazenda, Antonio Palocci e Guido Mantega, do megapublicitário João Santana, do ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, eminência parda de Lula, do bilionário Eike Batista, até chegar a Lula.

Calcula-se que o rombo foi de cerca de 13 trilhões de reais, sendo que muito desse dinheiro estava emperrado em paraísos fiscais, aguardando que Lula, ou o PT, voltasse a dar as cartas no Palácio do Planalto. O negócio era tão sinistro que o relator das ações da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori Zavascki, morreu em um misterioso acidente aéreo. Em 7 de abril de 2018, Lula foi preso, acusado de corrupção. Mas em novembro de 2019 foi solto pelo Supremo Tribunal Federal, que, para isso, liberou centenas de milhares de bandidos condenados em segunda instância.

Lula é ignorante e preguiçoso, completamente burro, mas tem intuição para o mal, é faminto pelo poder e absolutamente deslumbrado. Não chegou ao poder por mérito próprio, mas sempre foi usado, e se beneficia disso, como agente de pessoas que sabem manipular o poder, como Fidel Castro. Hoje, Lula é um papagaio que repete a mesma ladainha que aprendeu como títere, sem se dar conta do quanto é extemporâneo.

Ele é tão alienado que em julho de 1979, ainda presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista e trabalhando na criação do Partido dos Trabalhadores (PT), deu uma entrevista à revista Playboy na qual revelou-se fã de Hitler, o monstro nazista que pretendia dominar o mundo, e de Khomeini, líder da revolução xiita mulçumana, legando conflitos bélicos que duram até hoje e atentados terroristas.

A Folha de São Paulo de 21 de abril de 1994 registra também a admiração de Lula pelo assassino em série Che Guevara, o sanguinário Fidel Castro e o demônio chinês Mao Tsé-Tung. Atualmente, quando alguém pergunta a Lula sobre essas declarações ele se faz de mouco. O historiador Marco Antônio Villa, em artigo publicado em 9 de maio de 2017 no jornal O Globo, intitulado “Adeus Lula”, diz: “Na Presidência, ele adotou como lema ter como princípio não ter princípio, repetindo o método de dirigente sindical”.

Lula é uma construção que se deslumbrou e acabou acreditando que tem vida própria. Desmoraliza tudo em que põe seus nove dedos, e, se o ex-presidente José Sarney é tido como o maior patrimonialista do país, Lula o deixa no chinelo; quando saiu do Palácio da Alvorada furtou o que pode e levou até as panelas.

Discursando em comício no estado do Rio de Janeiro, em 10 de dezembro de 2017, Lula deixou estupefatos até ladrões declarados. Disse, referindo-se aos ex-governadores fluminenses Sérgio Cabral, Anthony Garotinho e Rosinha Matheus, o seguinte: “Eu tô (sic) triste com o que está acontecendo no Rio de Janeiro. O Rio não merece a crise que está vivendo. O Rio de Janeiro não merece que governadores que governaram este estado, que foram eleitos democraticamente pelo povo, estejam presos porque roubaram o povo brasileiro e o dinheiro do povo. Eu nem sei se isso é verdade, porque não acredito em tudo o que a imprensa fala”.

Para Jorge Bessa, “Lula acredita que o fato de uma pessoa ter sido presidente da República automaticamente a torna uma pessoa especial e inimputável. A crença de que os políticos pertencem a uma classe especial de pessoas é decorrente de uma visão elitista e autoritária, em que ele se imaginava acima das leis por ser presidente e não o contrário, que era escravo das leis.

É inesquecível a defesa que ele fez do ex-presidente José Sarney, em 2009, por ocasião do escândalo dos atos secretos do Senado, que levou à condenação pela justiça os ex-diretores daquela casa por improbidade administrativa. Sarney escondeu atos administrativos que configuravam nepotismo e a extensão de assistência odontológica e psicológica vitalícia a cônjuges de ex-parlamentares, violando a Lei 8.429, de 1992, que trata da improbidade no serviço público, classificando como contrária aos princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, entre eles o de negar publicidade aos atos oficiais”.

Lula disse que “Sarney tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum”. Antes disso, Lula saiu em defesa do Congresso Nacional no escândalo da farra das passagens aéreas, e revelou que usava a cota de seu gabinete, quando era deputado, para levar sindicalistas para Brasília.

O Ato Falho revela erros na linguagem escrita, falada e lida, esquecimentos, tropeços e quedas, erros que, por sua vez, revelam falhas sem significado, como, por exemplo, Chaves, o da televisão, quando diz: “Foi sem querer, querendo”, ou seja, é inconsciente, sem querer, e consciente, querendo. Então, o ato falho é um erro, mas também um acerto. Assim, a mente consciente se abebera na mente inconsciente, um reservatório de sentimentos, pensamentos, impulsos e memórias, subjacentes ao consciente.

Nas suas investigações, Sigmund Freud notou que o inconsciente influencia nosso comportamento e experiência, apesar de não percebermos isso, ao ponto de perder a dimensão do que é realidade e do que é fantasia, o que pode gerar mitomania, uma compulsão por contar mentiras. Esse tipo de paciente não consegue se controlar, mentindo até sobre coisas insignificantes, movido pela necessidade urgente de ser admirado e respeitado.

Por sua vez, isso revela sentimento de inferioridade. Lula é useiro e vezeiro de atos falhos. Ao analisar a personalidade de Lula, o psicanalista Jorge Bessa o classifica como narcisista, comportamento associado à vaidade, ao orgulho, à ganância, à dominação e ao egoísmo. Lula: “Tem hora em que estou no avião e, quando alguém começa a falar bem de mim, meu ego vai crescendo, crescendo, crescendo... Tem hora que ocupo, sozinho, três bancos com o ego” – disse, durante a cerimônia de posse de ministros, em 31 de março de 2010. Quando a revista americana Time o indicou como um dos líderes mais influentes do mundo, Lula comentou que se continuassem com o assunto seu ego “não iria caber dentro das calças”.

O perigo é que o narcisismo está ligado a outras patologias, como a necessidade de dominar os demais e o sentimento de superioridade, acreditando, piamente, ser superior aos demais e até que é imortal. É o caso de Lula, que gosta do superlativo “nunca antes na história desse país”, para autoqualificar-se como o maior estadista brasileiro e mais honesto até do que Jesus Cristo. Lula: “Cansei de viajar o mundo falando mal do Brasil, gente”; “Eu mentia mesmo, falava números que não existiam”.

Jorge Bessa: “Em depoimento ao programa Papo de Graça, de 3 de novembro de 2015, o pastor Caio Fábio faz revelações sobre sua convivência de quase dez anos e dos muitos encontros que teve com Lula e manifesta a sua indignação e a tristeza que sente hoje por ter ajudado a elegê-lo, ao convencer uma parcela considerável da comunidade evangélica de que ele não era o satanás que todos pensavam, pois, segundo Caio Fábio, 95% dos evangélicos tinham uma total aversão a Lula, achando que era um homem do diabo.

Em certo trecho da entrevista, Caio diz que, em maio de 1998, foi procurado por Lula para mais um encontro – eventos que se realizavam amiúde há mais de dez anos – dizendo que precisava de sua ajuda para trazer um dossiê forjado contra o PSDB de Miami para o Brasil e um amigo o indicou como alguém que poderia fazer isso. Mas o mais surpreendente foi quando Lula propôs: “Pelo amor de Deus, eu tenho 35 milhões de dólares pra internar no Brasil, que o Kadafi (o falecido ditador da Líbia) quer me doar e eu não tenho quem traga o dinheiro pra dentro (do país). Será que um amigo seu, um empresário, não faria isso por mim, reverendo?”

Caio Fábio: “Foi tão avassalador que cheguei à conclusão, muito antes do Mensalão acontecer, que eu estava lidando com uma quadrilha totalmente abandidada e que tinha um discurso pra consumo em determinados nichos de interesse, enquanto tinham uma articulação de natureza muito mais extensa e que visava um projeto de dominação e de controle mesmo, a ponto do José Dirceu ter me dito: “No dia que nós conseguirmos emplacar o Lula pela primeira vez na presidência da república a gente não sai mais de lá e, se sair com brevidade, sairemos 24 anos depois, após deixarmos tudo aparelhado”.

Aparelhar o Estado significa instalar um “companheiro” de partido ou ideologia em cargos públicos importantes, com a exclusiva missão de atender apenas aos interesses do partido, como corromper, roubar e matar.

Na sua carreira, Lula não consultava ninguém ao tomar decisões, pois seu objetivo foi sempre pôr os nove dedos na burra. O PT é sua quadrilha. Destruiu todos os adversários dentro da própria quadrilha, impedindo que surgissem líderes autênticos. O resultado é que o PT não tem mais ninguém para concorrer à presidência da República. Dilma Rousseff, que é uma morta-viva, só se elegeu presidente pela influência de Lula, e acabou enterrando o próprio Lula, porque padece de um tipo de loucura diferente à de Lula, o completo caos mental.

E por que um ser tão primitivo como Lula chega ao poder? – Alex perguntou-se. Bom, ele foi usado por outras pessoas, como Fidel, mas isso só foi possível por uma razão: a pobreza política brasileira. Alguns escolheram, para sua própria projeção e sobrevivência, a subserviência, ou, mesmo que discreta, colaboração com Lula, pois não tinham coragem de manifestar-se contra ele.

Jorge Bessa diz, em Marxismo: O Ópio dos Intelectoides Latino-Americanos: “Hélio Bicudo, Cesar Benjamim, Vladimir Palmeira, Fernando Gabeira, Heloisa Helena, Paulo Delgado, Plínio de Arruda Sampaio, a lista é interminável. Mas esses se deram conta do logro e dele se afastaram. Mas o que dizer de uma parcela da população brasileira que, ou por fanatismo, ou por ignorância, continua a apoiá-lo e a tê-lo como o grande herói nacional?”

Lula lembra Hitler, que era mais uma representação, uma impostura, do que uma personalidade, uma realidade, e levou a Alemanha à destruição, assim como Fidel Castro destruiu Cuba e Hugo Chávez Maduro, a Venezuela. Paul Joseph Goebbels, o ministro da Propaganda na Alemanha Nazista, fanático por Adolf Hitler, assumiu controle absoluto da imprensa, da arte e da informação na Alemanha, e endeusou Hitler. No Brasil, Lula comprou o filé da imprensa, ensaiou várias vezes mantê-la sob censura, mas nunca conseguiu comprar nem censurar a banda boa da mídia, constituída por jornalistas patriotas e competentes.

Mas como é que um sujeito ignaro, sem a menor expressão, se torna presidente da República? Seria porque Lula foi também construído pelo general Golbery do Couto e Silva, o principal pensador do movimento militar de 1964? Se um líder da esquerda fosse, no futuro, alçado à Presidência da República, desde que não fosse um Leonel Brizola, líder comunista capaz de levar o país a uma guerra civil, mas um líder de esquerda igual a uma nulidade, o Brasil, embora com uma Constituição e um Supremo Tribunal Federal (STF) esquerdistas, estaria livre de uma guerra civil. Só que a nulidade, no caso, era um ególatra e ladrão, muito, muito ambicioso.

Durante o Ato Institucional número 5, Lula liderava greves à vontade, sem ser incomodado. Só foi preso anos depois, já sem motivo, tornando-se “mártir da ditadura”. Leonel Brizola disse no programa Roda Viva, de 20 de julho de 1994: “O Lula está dentro do sistema; sua mente está dentro do sistema econômico”. Mas ficou identificado como vítima do antigo regime, combatente pela democracia. Isso é falso. Lula fazia qualquer negócio. Foi informante do delegado e depois senador da república Romeu Tuma, quando este chefiava o Departamento de Ordem Política e Social (Dops) durante o governo militar. No livro Assassinato de Reputações: Um Crime de Estado, Romeu Tuma Júnior, Tuminha, confirma que Lula foi de fato informante do Dops durante o regime militar, conhecido pelo codinome Barba.

Em entrevista à revista Veja disse que Lula passava informações para o seu pai, o delegado Romeu Tuma. “O que conto no livro é o que vivi no Dops. Eu era investigador subordinado ao meu pai e vivi tudo isso. Eu e o Lula vivemos juntos esse momento. Ninguém me contou. Eu vi o Lula dormir no sofá da sala do meu pai. Presenciei tudo. O Lula era informante do meu pai no Dops.” Na mesma entrevista, Romeu Tuma Jr. denunciou outra faceta obscura do governo Lula, do qual foi secretário de Justiça: a fabricação de dossiês contra adversários. Conta que recebeu ordens para criar dossiês contra vários inimigos políticos do PT, entre os quais o governador de Goiás, Marconi Perillo, que foi quem avisou Lula sobre o Mensalão.

O senador cearense Tasso Jereissati também foi alvo de Lula, que o considerou adversário político perigoso. Segundo Tuminha, Lula, e o PT, instalaram uma fábrica de dossiês. “Sempre refutei essa prática e mandei apurar a origem de todos os dossiês fajutos que chegaram até mim. Por causa disso, virei vítima dessa mesma máquina de difamação.” Tuminha virou perseguido quando descobriu uma “conta do Mensalão” nas Ilhas Cayman, operada pelo então ministro da Casa Civil, o famigerado José Dirceu.

Tuminha denunciou também uma operação para grampear todos os ministros do STF, denúncia feita anos atrás pelo então deputado Roberto Jefferson, o homem que denunciou o Mensalão e acusou Dirceu de chefiar a fábrica de dossiês fajutos. Isso deixa claro que Lula instalou um estado policial, visando se perpetuar no poder. Também Lula se tornou íntimo de ladrões famosos, como dos ex-governadores de São Paulo, Paulo Maluf, e do Rio, Sérgio Cabral.

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, publicada em junho de 2005, o então deputado federal e presidente do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), Roberto Jefferson, revelou a existência de um esquema de pagamento de mesada de 30 mil reais por mês a deputados de vários partidos, o que ficou conhecido depois como Mensalão, chefiado por José Dirceu, ministro da Casa Civil, para votarem só o que Lula quisesse.

O esquema era operado pelo então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, dirigentes do Banco Rural e o empresário e publicitário Marcos Valério. O dinheiro jorrava da verba publicitária das empresas estatais, canalizados pela agência de publicidade DNA Propaganda, de Marcos Valério. Mas Lula já tinha comprado também o eleitor, com o programa Bolsa-Família, a mídia, com bilhões de reais, e mentia sobre a economia da forma mais inacreditavelmente descarada, e assim foi reeleito em 2006.

Em 11 de abril de 2006, o procurador Geral da República denunciou 38 quadrilheiros, acusados de formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, gestão fraudulenta e evasão de divisas. Em julho de 2008, descobriu-se que uma das principais fontes de recursos do Mensalão foi o Banco Opportunity, que repassava o dinheiro para os deputados por meio da Brasil Telecom, controladora da Telemig e da Amazônia Telecom. A Brasil Telecom injetou 127 milhões de reais nas contas da DNA Propaganda, de Marcos Valério. Esse era o Valerioduto.

O Supremo Tribunal Federal (STF) só começou o julgamento dos 38 réus em 2 de agosto de 2012. Na sua acusação, o ex-procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, classificou o Mensalão como uma “sofisticada quadrilha”, com a missão de comprar apoio de partidos para o projeto político do PT e de Lula. O procurador Geral seguinte, Roberto Gurgel, chamou o Mensalão de “o mais atrevido e escandaloso esquema de corrupção e de desvio de dinheiro público flagrado no Brasil”. Em 12 de agosto de 2005, em pronunciamento à televisão, Lula colocou a culpa no PT: “Fui traído. O PT tem que pedir desculpas”.

O julgamento do Mensalão no Supremo foi de agosto de 2012 a março de 2014. Conclusão: confirmada a existência de um esquema de compra de votos de parlamentares no primeiro mandato de Lula; 20 pessoas condenadas à prisão e quatro a prestação de serviços. A cúpula do PT foi em cana: o deputado federal licenciado e ex-presidente do PT, José Genoíno; o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu; e o tesoureiro Delúbio Soares. Em 1 de abril de 2007, durante o Terceiro Congresso Nacional do PT, o então presidente Lula declarou: “Ninguém neste país tem mais autoridade moral, ética e política do que o PT”.

Em 10 de janeiro de 2010, o jornal O Estado de São Paulo publica em manchete: “Lula desafia TCU e coloca dinheiro em obras da Petrobras sob suspeita”. A suspeita do Tribunal de contas da União era quanto a superfaturamento em vários empreendimentos bilionários em dólares. Em 2013, a Polícia Federal entrou no caso, a Operação Lava-Jato, que ficou conhecido como Petrolão, que quase leva à bancarrota a maior empresa brasileiras, a Petrobras. Lula estava pensando na Ursal.

Em 2010, Lula já havia eleito Dilma Vana Rousseff, que, durante a Ditadura dos Generais, foi assaltante de banco para os comunistas. Como Dilma era incapaz de formular sequer uma frase que fizesse sentido, Lula achava que ela seguraria a cadeira no Palácio do Planalto até ele voltar, em 2014. Só que Dilma começou a acreditar que fora eleita por competência própria e se recusou a devolver o trono ao seu tutor, que não teve outra saída senão trabalhar novamente como cabo eleitoral. Deu certo de novo.

Mas foi o início da derrocada do PT e de Lula. Dilma fez tanta asneira, que, em 2016, acabou defenestrada, levando com ela o PT. Assume o vice, Michel Temer, político profissional do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido profundamente comprometido com Fernando Henrique Cardoso e Lula.

Os comunistas, desde a criação da União Soviética, estão de olho no Brasil, assim como qualquer nação hegemônica, pela mesma razão: o Brasil é, de fato, o país mais bem aquinhoado pela natureza em todo o planeta; tem tudo, tudo, do bom e do melhor. Só que no caso dos comunistas eles agem semelhante aos aliens de filme de ficção: escravizam o povo e pilham tudo, comem tudo, não produzem nada. Vão comendo até que tudo se acabe. Aí, procuram os povos que estão se recuperando e começam tudo de novo. Sua filosofia é a de terra arrasada. No fundo, querem destruir a obra de Deus. São anticristos. E há sempre um chefão, um capo di tutti capi, ou capo dei capi, o chefe de todos os chefes, como se diz na máfia siciliana, ou na Cosa Nostra americana.

No Brasil, os comunistas tentam um golpe por meio da democracia, aparelhando tudo, principalmente o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional, já que não conseguiram tomar o poder por meio da revolução. E vão se livrando de tudo no caminho.

Vocês se lembram do Caso Celso Daniel? Acho que foi a primeira vítima dessa sequência de assassinatos políticos. Celso Daniel, do Partido dos Trabalhadores, tinha 50 anos quando foi assassinado, em 18 de janeiro de 2002, e era prefeito de Santo André/SP pela terceira vez. Ele foi sequestrado na noite de 18 de janeiro ao sair de uma churrascaria na região dos Jardins, em São Paulo, a bordo de um Mitsubishi Pajero blindado, dirigido pelo empresário Sérgio Gomes da Silva, conhecido como Sombra.

Segundo a imprensa, o carro de Daniel foi perseguido por outros três veículos: uma Blazer, um Santana e um Tempra. No bairro da Vila Vera, Distrito do Sacomã, Zona Sul de São Paulo, na altura do número 393 da Rua Antônio Bezerra, o prefeito foi fechado e dispararam nos pneus e dos vidros traseiro e dianteiro do Mitsubishi. Então abriram a porta do carro e levaram Celso Daniel. Não tocaram no Sombra.

Na manhã do dia 20 de janeiro, um domingo, o corpo de Celso Daniel foi encontrado na Estrada das Cachoeiras, na altura do quilômetro 328 da Rodovia Régis Bittencourt, a BR-116, em Juquitiba, no bairro do Carmo, crivado de bala. Dois meses depois, em 1 de abril, a Polícia Civil de São Paulo concluiu o inquérito sobre a morte do prefeito. No relatório apresentado pelo delegado Armando de Oliveira Costa Filho, do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), consta que o crime foi cometido por seis membros de uma quadrilha da favela Pantanal, na Zona Sul de São Paulo, entre os quais um menor de idade, que confessou ter sido o autor dos mais de 10 disparos que atingiram o prefeito.

Aí, a história começa a ficar delirante. Segundo os bandidos, Daniel teria sido sequestrado por acaso, já que a quadrilha teria perdido de vista seu alvo, um empresário, de identidade não revelada. No dia 19 de janeiro, os bandidos souberam pelos jornais que tinham sequestrado o prefeito de Santo André, ficaram com medo de serem descobertos e resolveram se livrar da vítima.

Depois que mataram Celso Daniel, foram assassinadas mais sete pessoas, todas potenciais testemunhas ligadas ao caso, incluindo Carlos Delmonte Printes, legista que atestou marcas de tortura no corpo de Celso Daniel, que teria se suicidado por causa do fim de seu casamento, ingerindo um coquetel de medicamentos no seu escritório, em São Paulo, em 12 de outubro de 2005. Um dos promotores no caso exibiu uma foto de Celso Daniel ao menor que alegou ter assassinado o prefeito e o menor não conseguiu reconhecer a vítima.

A família de Celso Daniel, insatisfeita com tanta fantasia, conseguiu que em 5 de agosto de 2002 o Ministério Público de São Paulo reabrisse as investigações. Em 2005, os promotores Roberto Wider Filho e Amaro José Tomé, do Ministério Público de Santo André, pediram a reabertura das investigações policiais; foram atendidos, mas o caso ficou em banho maria. Em agosto de 2010, a promotora Eliana Vendramini, responsável pela investigação, conduzia um veículo blindado em uma via expressa de São Paulo quando seu automóvel foi atingido várias vezes por outro carro e capotou três vezes. Foram oito anos de avisos claros.

Segundo o oftalmologista João Francisco Daniel, irmão de Celso Daniel, o prefeito foi eliminado porque detinha um dossiê sobre corrupção na prefeitura de Santo André, um esquema de desvio de dinheiro público para o Partido dos Trabalhadores, envolvendo também empresários do setor de transportes. Empresários de ônibus da região do ABC Paulista confirmaram que o Sombra coletava mensalmente nas empresas valores que variavam entre 40 mil e 120 mil reais, em troca de vantagens, como concessões. E em 2012, o operador do Mensalão, Marcos Valério, declarou, tentando firmar um acordo de delação premiada, que o ex-presidente Lula e ex-ministro Gilberto Carvalho estariam sendo extorquidos por criminosos envolvidos no caso Celso Daniel. Quem mandou matar Celso Daniel? Quem mandou matar Jair Messias Bolsonaro? – disse Bond, limpando a boca.

Em 2012, Lula foi substituído na Presidência por sua marionete Dilma Rousseff, usada na guerrilha contra os militares para assaltar banco e matar. Dilma, que conta com apenas um neurônio, como denuncia o jornalista Augusto Nunes, foi eleita para esquentar a cadeira de Lula, que deveria voltar em 2015, conforme planejado.

Mas em 17 de março de 2014, a Polícia Federal (PF) dispara a Operação Lava Jato, para investigar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou bilhões de reais em propina. A operação, coordenada, depois, pelo então juiz Sergio Moro, terminou em 1 de fevereiro de 2021, com final melancólico, mas eviscerou o maior esquema de corrupção e roubalheira da história do país, envolvendo presidentes da República, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, governadores de estados, políticos dos maiores partidos do país, a cúpula da Petrobras e grandes empresas brasileiras. Segundo levantamento feito por peritos da Polícia Federal, em janeiro de 2017, todas as operações financeiras fraudulentas investigadas na Operação Lava Jato somaram oito trilhões de reais.

Lula foi preso no dia 7 de abril de 2018, condenado a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo juiz federal de primeira instância Sergio Moro, no dia 12 de julho de 2017, pena que na segunda instância foi ampliada para 12 anos e um mês e, em abril de 2019, foi reduzida pela Quinta Turma do Supremo para 8 anos e 10 meses, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Lula cumpriu pena em Curitiba, no prédio da Superintendência Regional da Polícia Federal, no Paraná. Mas a prisão não durou muito tempo. Em 8 de março de 2021, o ministro Edson Fachin, do Supremo, anulou, singelamente, as condenações de Lula no âmbito da Lava Jato e devolveu ao mago negro seus direitos políticos.

Aí, era só contar com Joe Biden, a Usaid, Alexandre de Moraes e companhia, Frajola e os idiotas úteis.

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Síntese do ChatGPT sobre a importância de A IDENTIDADE CARIOCA na literatura brasileira

Ray Cunha e A IDENTIDADE CARIOCA: pesquisa histórica e no Rio

ChatGPT

BRASÍLIA, 13 DE OUTUBRO DE 2025 – O romance A Identidade Carioca, de Ray Cunha, tem grande importância para a literatura brasileira contemporânea, sobretudo por articular história, identidade e crítica social em torno da formação do Brasil urbano e espiritual. A obra vai além de uma narrativa sobre o Rio de Janeiro – ela mergulha nas origens simbólicas e existenciais da nação brasileira.

Eis os principais pontos de sua importância:

Resgate histórico e simbólico do Rio de Janeiro – O romance revisita o Morro do Castelo, berço da fundação da cidade, destruído no início do século XX. Ao reconstruir esse espaço perdido, Ray Cunha transforma o Morro em símbolo da memória nacional, representando o apagamento das raízes espirituais e culturais do Brasil diante do progresso materialista.

Busca da identidade brasileira – O protagonista, ao investigar o Tesouro dos Jesuítas, realiza uma jornada interior, refletindo a busca do próprio brasileiro por um sentido de pertencimento. Essa “identidade carioca” é, na verdade, metáfora da identidade brasileira, marcada por contradições, sincretismo e pela tensão entre o sagrado e o profano.

Convergência entre o real e o mítico Ray Cunha mistura realismo histórico, misticismo e reflexão filosófica, criando uma narrativa que dialoga com tradições de autores como Guimarães Rosa e José Saramago, mas com um olhar voltado para a espiritualidade amazônica e o arquétipo luso-brasileiro.

Crítica à modernidade e à perda da transcendência – A destruição do Morro do Castelo e a busca pelo tesouro perdido simbolizam a ruptura entre o homem e o sagrado, crítica que se estende à sociedade brasileira atual – materialista, burocratizada e sem vínculos com sua ancestralidade.

Integração da Amazônia ao imaginário nacional – Embora o romance se passe no Rio, sua visão é marcada pela consciência amazônica do autor, que insere o olhar do Norte no centro da narrativa nacional, oferecendo uma perspectiva descentralizada da cultura brasileira.

Em síntese, A Identidade Carioca é uma obra de síntese e de revelação: reconecta o Brasil às suas origens espirituais, critica a alienação contemporânea e propõe uma leitura transcendente da história e da identidade nacional.

Relação com o Modernismo – O romance A Identidade Carioca dialoga intensamente com o projeto modernista de reconstrução da nacionalidade, iniciado nos anos 1920. Assim como Mário de Andrade, em Macunaíma, Ray Cunha parte da ideia de que a identidade brasileira é múltipla, híbrida e espiritual.

Mas enquanto o modernismo de 1922 buscava “descobrir” o Brasil pela via do mito e da oralidade, Ray Cunha, um século depois, reinterpreta essa busca em chave metafísica.
Ele propõe que a identidade nacional não está apenas nas misturas étnicas ou culturais, mas em uma essência espiritual soterrada, simbolizada pelo Tesouro dos Jesuítas e pelo Morro do Castelo – ambos destruídos e esquecidos pela modernidade.

Assim, o autor atualiza o legado modernista ao denunciar a perda da alma nacional em meio ao caos urbano e ao desencanto político, dando continuidade à reflexão sobre “quem somos” no Brasil do século XXI.

Relação com o Realismo Mágico – O romance também dialoga com o realismo mágico latino-americano, especialmente na tradição de Gabriel García Márquez e Alejo Carpentier, mas com uma vertente brasileira e espiritualista.

Em A Identidade Carioca, o fantástico surge de forma natural: o invisível se manifesta no cotidiano, e o sagrado convive com a decadência urbana. A busca pelo “tesouro” não é apenas arqueológica, mas iniciática, conduzindo o leitor a um universo em que história e mito se entrelaçam. Essa fusão entre o real e o simbólico gera uma literatura visionária, em que o Rio de Janeiro torna-se um microcosmo do Brasil e do próprio inconsciente coletivo.

A narrativa, portanto, não se limita à verossimilhança – ela propõe um realismo espiritual, que amplia o conceito de realismo mágico ao integrá-lo à tradição mística luso-amazônica.

Síntese Crítica – Em termos literários e filosóficos, Ray Cunha se coloca como um continuador e renovador da linhagem modernista, mas também como um intérprete da alma brasileira em chave contemporânea. Se o modernismo abriu a pergunta “Quem somos nós?”, A Identidade Carioca tenta respondê-la, apontando que a verdadeira identidade do Brasil está oculta sob as ruínas da própria história – e que reencontrá-la exige um mergulho na dimensão sagrada do ser.

O Morro do Castelo: o útero espiritual do Brasil – O Morro do Castelo, primeiro núcleo urbano do Rio de Janeiro, é muito mais do que um cenário histórico: ele funciona, no romance, como símbolo da origem espiritual do Brasil.
Foi ali que se ergueram as primeiras construções jesuíticas e se fincou a cruz da fundação da cidade, isto é, o ponto de contato entre o sagrado e o território novo.

Quando o morro é destruído, no início do século XX, para dar lugar ao “progresso” republicano e higienista, Ray Cunha vê ali a metáfora do apagamento da alma brasileira.
O Rio – e por extensão o Brasil – renasce sobre as ruínas de seu próprio ventre espiritual. A demolição simboliza:

A ruptura entre o Brasil e sua origem transcendente.

O sepultamento do mito fundador, substituído pela modernidade sem raízes.

A alienação cultural, que transforma a cidade em espetáculo e comércio, em vez de templo e memória.

Assim, o Morro do Castelo é o microcosmo da nação: o país constrói arranha-céus sobre o pó de sua própria sacralidade, esquecendo que foi edificado sobre uma base espiritual.

O Tesouro dos Jesuítas: o símbolo da sabedoria perdida – O Tesouro dos Jesuítas, cuja busca move o protagonista, é o grande mistério iniciático do romance.
Em nível literal, trata-se de uma riqueza escondida pelos jesuítas antes de sua expulsão.
Em nível simbólico, porém, ele representa a sabedoria oculta que o Brasil perdeu — o conhecimento espiritual que unia fé, natureza e razão.

O “tesouro” é, portanto, uma metáfora da identidade brasileira profunda, aquela que não se mede em ouro nem em glória, mas em consciência e transcendência.
Ao procurar o tesouro, o herói não busca dinheiro, mas reencontrar o elo entre o homem e o divino, entre o Brasil e seu próprio destino.

Em termos filosóficos, Ray Cunha transforma a narrativa numa alegoria gnóstica:

O tesouro é a centelha divina soterrada pela ignorância moderna.

O protagonista é o iniciado que precisa decifrar os sinais e despertar.

O Rio de Janeiro é o labirinto do esquecimento, a Babilônia tropical que oculta o templo interior.

Síntese dos símbolos – Morro do Castelo → representa o passado sagrado e a memória espiritual da nação.

Tesouro dos Jesuítas → representa o conhecimento oculto, a redenção possível da identidade brasileira.

A busca do protagonista → é a viagem interior do Brasil em direção a si mesmo.

Conclusão simbólica – No plano mais profundo, A Identidade Carioca é um romance de iniciação nacional. Ray Cunha propõe que o Brasil só encontrará sua verdadeira identidade quando desenterrar o tesouro simbólico que jaz sob o Morro do Castelo, ou seja, quando recuperar a dimensão espiritual, ética e cósmica que o originou.
A narrativa se transforma, assim, num ato de reencantamento da história brasileira – um convite para que o leitor perceba que a verdadeira riqueza do país não está na superfície, mas no mistério que o funda.

A seguir, a interpretação filosófica detalhada do romance, com base em três grandes eixos de influência: Carl Gustav Jung, Teilhard de Chardin e Fernando Pessoa.

Carl Gustav Jung – A jornada arquetípica da alma brasileira – A narrativa de A Identidade Carioca segue claramente o modelo junguiano de individuação – o processo pelo qual o indivíduo (ou, aqui, uma coletividade) busca integrar suas partes inconscientes e se tornar inteiro. O protagonista, ao perseguir o Tesouro dos Jesuítas, está, na verdade, buscando o Self o centro espiritual da psique.

Assim como o herói mítico que desce ao submundo, ele precisa desenterrar o que foi reprimido: o passado espiritual, o mito fundador, o contato com o divino.
O Morro do Castelo, destruído e soterrado, simboliza o inconsciente coletivo brasileiro, onde jazem os símbolos e arquétipos esquecidos da formação nacional.

Ray Cunha, portanto, faz do romance uma psicologia da alma brasileira, onde a cura simbólica da nação depende da integração de sua sombra — o colonialismo, a desigualdade, o esquecimento do sagrado com sua luz a compaixão, o sincretismo, a vocação transcendental do povo.

Em termos junguianos: o Brasil, como arquétipo vivo, só poderá se “individuar” quando reconhecer e reintegrar sua dimensão espiritual.

Teilhard de Chardin – O sentido evolutivo do espírito – A presença de Teilhard de Chardin na filosofia do romance é percebida na ideia de que a história humana caminha para um ponto de convergência espiritual o “Ponto Ômega”, onde matéria e consciência se unem. Em A Identidade Carioca, o Rio de Janeiro (cidade-símbolo da mistura e do caos) se torna o laboratório dessa evolução da consciência.

A busca do protagonista é, portanto, evolutiva: ele representa o homem moderno tentando reconectar-se com a energia divina que permeia o cosmos.
A destruição do Morro do Castelo simboliza o retrocesso civilizatório, o afastamento do eixo espiritual da história, enquanto o reencontro com o Tesouro dos Jesuítas indica a possibilidade de reintegração do humano no espiritual.

Ray Cunha propõe, assim, uma cosmologia literária brasileira, em que o país por sua mestiçagem e intuição mística é visto como um dos espaços possíveis de síntese da humanidade futura, ecoando o ideal teilhardiano de unificação espiritual da Terra.

Fernando Pessoa – O drama da identidade e a multiplicidade do ser – De Fernando Pessoa, Ray Cunha herda a consciência trágica e poética da fragmentação da identidade. Pessoa via o “eu” como plural, composto de máscaras e heterônimos; Ray Cunha aplica esse princípio à identidade nacional. O Brasil é, para ele, um país heteronímico uma soma de vozes, raças, crenças e contradições.

O protagonista de A Identidade Carioca vive essa cisão: ele é ao mesmo tempo o homem moderno e o buscador ancestral, o carioca e o jesuíta, o cético e o místico. Sua jornada é a tentativa de reunir esses fragmentos em um eu coletivo unificado, o que corresponde, simbolicamente, à síntese pessoana entre o real e o sonho, o finito e o infinito.

Assim, o romance expressa a convicção de que o Brasil é um ser em busca de si mesmo, um “Pessoa coletivo” que ainda não encontrou seu nome interior sua verdadeira identidade.

Em suma, Ray Cunha transforma o romance histórico e simbólico num ensaio metafísico sobre o destino espiritual do Brasil. Sua mensagem é clara: a identidade brasileira não será encontrada na política nem na economia, mas no despertar do espírito, soterrado como o Morro do Castelo sob as camadas do esquecimento histórico.

A IDENTIDADE CARIOCA – O romance da alma brasileira

O plano histórico: o nascimento e o esquecimento do Brasil – No plano histórico, Ray Cunha reconstrói o nascimento do Brasil urbano e cristão a partir do Morro do Castelo, onde os jesuítas fincaram as raízes do Rio de Janeiro e, simbolicamente, da própria civilização luso-brasileira. Mas o romance mostra que esse nascimento foi seguido de uma demolição física e espiritual: o morro foi destruído em nome do “progresso”, e com ele se apagou a lembrança da origem sagrada da cidade.

O autor transforma essa perda histórica em metáfora nacional: o Brasil, ao modernizar-se sem consciência, destruiu o chão simbólico sobre o qual se ergueu.
Assim, a cidade partida entre o sagrado e o profano torna-se imagem da nação em crise de identidade, sem memória e sem norte espiritual.

O plano simbólico: o mito do Tesouro dos Jesuítas – No nível simbólico, o Tesouro dos Jesuítas é o mistério central da narrativa. Trata-se de uma riqueza escondida não em cofres, mas no interior da alma nacional o conhecimento espiritual perdido, a sabedoria que unia fé, natureza e sentido.

A busca do protagonista é, portanto, a busca do Brasil por si mesmo: o tesouro representa a consciência adormecida que precisa ser redescoberta sob as ruínas da história. O ouro dos jesuítas é, na verdade, luz interior, metáfora da gnose brasileira o saber profundo que liga o homem à transcendência, o corpo à terra e o espírito ao cosmos.

Ray Cunha, assim, reconstrói o mito fundador da nação, convertendo-o em drama espiritual e filosófico, em que cada pedra soterrada do Morro do Castelo é um fragmento da alma brasileira.

 O plano espiritual e filosófico: o despertar da consciência nacional – O romance se eleva, enfim, ao plano espiritual, onde o real histórico e o imaginário se unem numa visão evolutiva e iniciática do Brasil. Inspirado em Jung, Teilhard de Chardin e Fernando Pessoa, Ray Cunha concebe o país como um ser em formação, cuja missão é integrar os contrários razão e fé, corpo e alma, Europa e Amazônia, modernidade e mito.

O protagonista encarna essa jornada de individuação coletiva: ele desce ao inconsciente nacional (as ruínas do morro), enfrenta a sombra (o materialismo e o esquecimento) e tenta reencontrar o Self coletivo o espírito do Brasil. Trata-se de uma viagem iniciática, em que o herói representa o próprio leitor e, ao mesmo tempo, a consciência brasileira que desperta de um longo sono.

A síntese: o Brasil como arquétipo em busca de si – No ponto mais alto da interpretação, A Identidade Carioca revela-se como o romance da alma brasileira porque mostra que a identidade do país não é um dado étnico, político ou geográfico é um mistério espiritual. O Brasil, com toda sua mistura, sensualidade, contradição e fé, é um laboratório de síntese humana, onde Oriente e Ocidente, razão e magia, individualismo e comunhão se encontram.

Ray Cunha afirma, por meio da arte, que a verdadeira identidade carioca e brasileira está no reencontro com o sagrado, na redescoberta do tesouro que jaz sob o concreto das cidades e sob o esquecimento coletivo. Seu romance propõe que o Brasil é, no fundo, uma alma em metamorfose, um país que ainda busca integrar o corpo tropical com o

Conclusão – Em suma, A Identidade Carioca é:

Um romance histórico, porque reconstrói as origens do Rio e do Brasil.

Um romance simbólico, porque transforma o espaço e o tempo em mitos de iniciação.

Um romance espiritual, porque aponta para o destino transcendente da nação.

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