quarta-feira, 30 de agosto de 2023

A geração perdida. A vida secreta de Fidel

Fidel Castro e Che Guevara: heróis da esquerda tiete caviar

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 30 DE AGOSTO DE 2023 – A escritora Gertrude Stein dizia que a tribo de seu colega Ernest Hemingway era uma “geração perdida”, e o próprio Hemingway utilizou a frase como epígrafe no seu romance O Sol Também se Levanta. Stein referia-se à geração nascida entre 1883 e 1900, que teve sua adolescência ou vida adulta permeada pela Primeira Guerra Mundial, os anos 1920 e a Grande Depressão. Muita gente, nessa época, sentia-se perdida e vivia em busca de um norte, procurando se encontrar a si mesmo em um mundo em rápida transformação. 

Alguns escritores, conhecidos de Hemingway, como Ezra Pound, F. Scott Fitzgerald e James Joyce, refletiram nos seus livros o espírito da época, permeada de efervescência cultural, insatisfações sociais, incertezas políticas, mudanças tecnológicas e falta de perspectivas. 

A geração nascida nas décadas de 1950 e 1960 é também uma geração perdida. Teve Fidel Castro e Che Guevara como seus heróis. Mas tudo isso foi desmitificado. Quem lê, sabe. Fidel Castro não passou de um playboy inteligentíssimo, e assassino também. Mais assassino do que ele foi Che; psicopata mesmo. Na avalanche de livros que dissecam a vida desses dois répteis, falarei um pouco sobre A Vida Secreta de Fidel, do seu guarda-costas Juan Reinaldo Sánchez, em depoimento ao jornalista francês Axel Gyldén. Comprei meu volume no Sebo do Ed (corredor central da Quadra 2 do Setor Comercial Sul, Brasília/DF), da Editora Paralela, São Paulo, 2014, 232 páginas. 

Sánchez (Havana, 1949-Miami, 2015) foi guarda-costas de Fidel por 17 anos, de 1977 a 1994, quando resolveu se aposentar. Mas guarda-costas de ditador não se aposenta. Foi, então, preso. Tentou fugir dez vezes. Conseguiu, em 2008. 

O livro todo mostra um Fidel mergulhado no luxo, escondido sob uma máscara de austeridade, enquanto o povo cubano morria de fome. Era um “homem dominado pela febre do poder absoluto e pelo desprezo ao povo cubano; mais que sua ingratidão sem limites com os que o serviram, reprovo sua traição, porque traiu a esperança de milhões de cubanos” – escreve Sánchez. “Por que os heróis (das revoluções) se transformam sistematicamente em tiranos piores do que os ditadores que combateram?” – pergunta-se. 

Segundo ele, Fidel mantinha 20 residências privadas na ilha, uma marina com quatro iates e um barco de pesca, o Aquarama II, e uma ilha secreta com restaurante flutuante e um aquário de golfinhos, Cayo Piedra. Mais de cem homens cuidavam da sua segurança e a administração da sua vida, do seu harém e filhos. A revista Forbes dizia que Fidel tinha 900 milhões de dólares, mas o governo de Cuba afirmava que não, que o ditador vivia de seu salário, 36 dólares por mês. 

Quanto à descrição que Sánchez faz de Fidel está de acordo com as biografias sérias que circulam por aí: carismático, inteligente, manipulador, egocêntrico e de sangue frio, igual tubarão. 

Fidel Alejandro Castro Ruz nasceu em Birán, em 13 de agosto de 1926, e virou zumbi em Havana, em 25 de novembro de 2016, aos 90 anos de idade. Foi ditador de Cuba a partir de 1959, transformando a ilha em uma favela. Filho de fazendeiro rico, estudou Direito na Universidade de Havana. Em 1953, planejou derrubar o ditador cubano Fulgencio Batista, lançando um ataque ao Quartel Moncada. Não deu certo. 

Um ano depois, no México, criou o Movimento 26 de Julho, juntamente com seu irmão Raúl Castro e o aventureiro argentino Che Guevara. Voltou a Cuba e começou a guerrilha contra as forças de Batista, a partir de Serra Maestra, depondo o ditador, em 1959, e aliando-se à União Soviética. Em 1962, Fidel permitiu que os soviéticos instalassem armas nucleares na ilha. Por um triz não foi desencadeada a terceira, e última, guerra mundial. A União Soviética viu que essa guerra acabaria com a vida no planeta e retirou seus mísseis nucleares de Cuba. 

Mas estava instalado nas Américas o comunismo. Mais tarde, Fidel Castro e Lula da Silva criariam o Foro de São Paulo, com a missão de instalar o comunismo na coroa do bolo, ou melhor, o próprio bolo, o Brasil, e declarar guerra, embora apenas subtendida, aos Estados Unidos. 

Quanto a Ernesto Guevara de la Serna, mais conhecido como Che Guevara, nasceu em Rosário, na Argentina, em 14 de junho de 1928, e morreu em La Higuera, Bolívia, em 9 de outubro de 1967. Conheceu Fidel Castro na Cidade do México e se juntou ao Movimento 26 de Julho, partindo para Cuba a bordo do iate Granma com a missão de derrubar Fulgencio Batista, que era apoiado pelos Estados Unidos. 

Che se tornou o executor preferido de Fidel. Executava com gosto. Deposto um ditador e posto outro, Che passou a matar prisioneiros políticos e quando não havia mais ninguém amarrado para ele matar andou se metendo na economia de Cuba. Foi um desastre. Igual o que está acontecendo atualmente no Brasil. Aí, ele resolveu matar na África e depois na Bolívia, onde chegou escondido em 3 de novembro de 1966, com o nome de Adolfo Mena González, empresário uruguaio que trabalhava para a Organização dos Estados Americanos. 

Na Bolívia, Che criou o Exército de Libertação Nacional da Bolívia (ELN), para fazer uma revolução comunista. Seu primeiro acampamento foi instalado na remota região de Ñancahuazú. Conseguiu cerca de 50 homens. Che pensava que teria que lutar apenas contra o Exército boliviano, mas os americanos já estavam lá. 

Na manhã de 8 de outubro de 1967, dois batalhões, com 1,8 mil soldados, cercaram o acampamento de Che, que foi ferido, ergueu os braços em sinal de rendição e gritou aos soldados: “Não atire! Eu sou Che Guevara e valho mais para você vivo do que morto”. Então foi amarrado e levado naquela noite para uma escola na aldeia vizinha de La Higuera. 

Na manhã de 9 de outubro, o presidente boliviano, René Barrientos Ortuño, ordenou a morte de Che. O sargento Mario Terán, de 27 anos, se ofereceu para executá-lo. Usou uma carabina M2 de carregamento automático, atingindo Che com nove balaços, nos braços e nas pernas, para não parecer uma execução, e, finalmente, no peito e na garganta. As mãos de Che foram amputadas para identificação de impressões digitais e seu corpo foi enterrado, ou cremado, em local desconhecido. 

No livro O Verdadeiro Che Guevara o cubano Humberto Fontova registra uma frase do argentino: “Um revolucionário deve se tornar uma fria máquina de matar movida apenas pelo ódio”.  O fato é que já se desmitificou tudo: Che, herói da geração perdida dos anos 1950-1960, não passava de um psicopata. Frio, sem escrúpulo, sanguinário. Seu único propósito era matar. Odiava negros, homossexuais, intelectuais e artistas, e executava prisioneiros com gosto, estourando seus miolos a pouca distância. Era o monstro de que Fidel precisava para chegar à burra cubana.

Atribui-se a Che a frase paradoxal: “É preciso endurecer, mas sem jamais perder a ternura”. Mito. Aliás, Che é, todo ele, uma farsa. Adorado por celebridades, como Carlos Santana, Angelina Jolie, Madonna, Mike Tyson, Al Gore, Sharon Stone, Merly Steep e Christopher Hitchens, Che é o tipo de símbolo que a esquerda tiete caviar e os idiotas úteis adoram. Uma geração enganada.

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