terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Os 13 pombos na Praça dos Três Poderes

Ray Cunha: livros na amazon e no Clube de Autores (Foto Rodrigo Cabral)

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 31 DE DEZEMBRO DE 2024 – Pombo, quando caminha, lembra-me pato, meneando o pescoço. Mas aqueles 13 pombos lembravam urubu. Onze deles disputavam carniça de um cadáver que parecia um feto. O décimo segundo pombo, já bastante descorado e sem um dedo da pata esquerda, rodopiava em torno dos outros, eriçando as penas e tentando montá-los. O décimo terceiro pombo estava escondido. 

Vi isso na Praça dos Três Poderes. Será um agouro? Pombo é o símbolo mundial da paz, da pureza, inocência, amor, esperança, mas também é rato de asas, pois abriga, no seu corpo, diversos parasitas. A Praça dos Três Poderes, a Rodoviária do Plano Piloto, o shopping Conjunto Nacional estão infestados deles. 

Outro dia, eu aguardava uber na ala norte do Conjunto Nacional quando um pombo pousou na cabeça de um senhor, ele deu um sopapo no pombo, que pousou na cabeça da mulher que estava com o senhor, ela também deu uma mãozada nele, aí o bicho pousou na calçada. Estava com o pescoço pelado e meio lerdo. 

Na Rodoviária do Plano Piloto há duas lojas de caldo de cana com pastel, a Pastelaria Viçosa. Já vi pombo tentando pousar no ombro de frequentadores delas tentando participar do pastel que estavam comendo. Há locais, tanto na Rodoviária quanto no Conjunto Nacional, arriscado para se ficar, pois pode-se levar cocô de pombo na cabeça ou na roupa. 

O Columba livia são domesticados desde a Mesopotâmia, em 4.500 a.C. Foi introduzido na América em 1606, oriundo da Europa. Adaptou-se às cidades, onde se abriga em edifícios, casas e estátuas. Não tem predador, reproduz-se rapidamente, em qualquer época do ano, e vive 15 anos. 

Os pombos silvestres têm as penas limpas, mas os da cidade, com o tempo, vão ficando feios, sujos, enegrecidos e com as patinhas aleijadas. Os pombos que servem de alimento são de criatório e certificados. 

O décimo segundo pombo da Praça dos Três Poderes lembrava um pato manco, por causa do dedo que lhe faltava. Seus olhos estavam injetados de sangue e ele soltava um som rouco, ciscando e arrepiando as penas para cima dos onze pombos que pareciam urubus, porque disputavam carniça de um corpo que parecia um feto, mas um feto de nove meses. 

O décimo terceiro pombo era todinho Grigori Yefimovich Raspútin, o mago negro da Rússia. Não pousara, junto com os outros, mas pairava sobre a Praça dos Três Poderes. Como é 31 de dezembro, tive a impressão de que aguardavam o réveillon. Falar nisso, faltam 20 dias para a posse de Donald Trump. 

Sou natural de Macapá. Trata-se de uma cidade fácil de a encontrarmos no mapa, pois é seccionada pela Linha Imaginária do Equador e banhada na margem esquerda pelo Canal do Norte do maior rio do mundo, o Amazonas, no estado mais setentrional da costa brasileira, o Amapá. 

Sou escritor. Romancista, contista, cronista, poeta e jornalista. Parte da minha literatura é ambientada no Amapá, e na Amazônia. Se você sente curiosidade sobre o Amapá, e a Amazônia, e quiser conhecer a região, há vários livros meus que mergulham nesse universo. Não sou conhecido em Macapá porque sou conservador e a cidade está tomada por progressistas. Assim, fui pregado na lista negra da academia (universidade) e da mídia comunistas. 

Mas os comunistas estão às voltas com seu maior problema: a internet. E a coisa vai ficar mais feia a partir de 20 de janeiro. Vai ficar columbina. 

Feliz 2025, com paz, amor, saúde, prosperidade, sucesso total! Muito obrigado! 

Compre meus livros na amazon.com.bramazon – Clube de Autores

segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Donald Trump quer Bolsonaro na sua posse, em 20 de janeiro de 2025. Alexandre de Moraes deixará ou atirará o líder da Direita na jaula?

O CLUBE DOS ONIPOTENTES: edição da amazon.com.br 

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 30 DE DEZEMBRO DE 2024 – Se não assassinarem Donald Trump e ele conseguir tomar posse, em 20 de janeiro de 2025, e governar pelo menos um ano, os ditadores e o narcotráfico ibero-americanos tomarão um sacode violento. Além de comandar as mais poderosas forças armadas e as mais sofisticadas agências de inteligência do planeta, Trump terá assessoria de Elon Musk, gênio da tecnologia, dono de milhares de satélites posicionados em torno da Terra e com poder de espionar até bactéria. 

20 de janeiro de 2017 – O republicano Donald Trump toma posse na presidência dos Estados Unidos. Derrotara a democrata, ex-secretária de Estado, Hillary Clinton. Os quatro anos de governo Trump foram de prosperidade para o povo americano e de combate à cultura woke, de extrema esquerda. Em 2021, os democratas, de ideologia comunista, voltam à Presidência, com Joe Biden, hoje, senil. 

Em 1 de janeiro de 2019, toma posse no Palácio do Planalto o conservador Jair Messias Bolsonaro, após, ainda como candidato, quase ter sido varado por um facão. Sobreviveu por milagre. Mas teve que enfrentar uma pandemia e perseguição sem trégua na presidência. Mesmo assim acabou com a roubalheira epidêmica no país e com o fisiologismo político, deixando o país saneado. 

Lula da Silva, que estava preso, condenado por corrupção, foi solto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e se candidatou para voltar à Presidência da República. 

Em julho de 2022, Joe Biden despachou para o Brasil o chefe da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), William Burns, com um recado: Bolsonaro não deveria questionar as eleições, que ocorreriam em outubro daquele ano. 

As eleições de 2022 foram realizadas em urnas inauditáveis, combatidas por Bolsonaro, que tentava a reeleição. Acusado de tudo o quanto não presta pela velha imprensa e sem poder se defender, com as mãos amarradas e boca selada, Bolsonaro foi derrotado, acusado de golpe de Estado, pelo que pode ser preso, embora não tenham encontrado nada, após o acusarem até de importunar baleia. 

Em protesto pela derrota de Bolsonaro, 1.430 pessoas foram presas na Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2022, pelas Forças Armadas e Polícia Federal, acusadas de golpe de Estado; algumas já foram condenadas a 17 anos de cadeia pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo. Entre essas pessoas, há até vovozinhas, que, pelo que tudo indica, entendem de golpe de Estado tanto quanto de pilotar foguete. A propósito, foi o primeiro golpe de Estado da História sem tiros nem sangue. 

Donald Trump tomará posse em 20 de janeiro de 2025, no Capitólio, a sede do congresso nacional americano, em Washington, D.C. O secretário de Estado de Trump será o senador Marco Rubio, da Flórida, conhecedor do que vem ocorrendo na Ibero-América, desde a inauguração do Foro de São Paulo. 

Trump quer a presença de Bolsonaro na sua posse, mas o ministro Alexandre de Moraes reteve o passaporte de Bolsonaro e corre a conversa, em Brasília, que jogará o líder da Direita no Brasil na jaula, antes da posse de Trump.

Você pode comprar O CLUBE DOS ONIPOTENTES na amazon.com.br ou Clube de Autores

sábado, 28 de dezembro de 2024

Criar é preciso, fazer sucesso não é preciso

Ray Cunha na lente do artista plástico André Cerino (Brasília/DF - 2013)

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 28 DE DEZEMBRO DE 2024 – Deus existe? Por que existimos? O que é o Universo? Tudo isso seria imaginação? A mente humana não tem capacidade para responder a essas perguntas. A vida é um mistério. Mas há sentimentos que nos impelem a seguir, como alegria, amor e criação. 

Alegria é o próprio prazer de viver e de curtir tudo o que a vida nos oferece, mas só é possível haver alegria em uma atmosfera de amor. O que é amor senão o bem, a ordem, a luz? E como tudo o mais na vida, o amor deve ser aprendido e desenvolvido. 

O psicanalista, filósofo e sociólogo alemão Erich Fromm disse: “O amor é uma atividade e não um afeto passivo; é um erguimento e não uma queda. De modo mais geral, o caráter ativo do amor pode ser descrito afirmando-se que o amor, antes de tudo, consiste em dar, e não em receber”. 

Amor costuma ser confundido com paixão, apego, mas o amor não prende; liberta. Não mata; salva. Não se apossa; é absolutamente livre. 

Segundo o filósofo japonês Masaharu Taniguchi, fundador da Seicho-no-Ie: “Quando a sua vida cotidiana é regida pelo amor, o homem vivifica a si mesmo e também as pessoas arredor. Isso porque amor é vida”. 

O filósofo holandês Baruch Espinoza diz que o amor é o elemento que conduz ao mais elevado grau de conhecimento e determina o estado de felicidade ou de tristeza. E para o psiquiatra suíço Carl Gustav Jung “o amor é como Deus: ambos só se oferecem a seus serviçais mais corajosos”.

Acredito que realizar o bem e a ordem, e caminhar para a luz com a criatividade, geram alegria. Criar é imaginar, inventar, elaborar conceitos, produzir coisas inéditas, renovar-se constantemente, descobrir novas percepções da realidade, potencializar o que já se sabe, expandir a mente, estimular a curiosidade científica, desenvolver o pensamento crítico, aprender coisas novas, encarar os desafios como oportunidades, deixar a mente vagar nos livros, nos mapas, no Cosmos. 

O que me impulsiona é o ato de criar. Isso começou no quarto do meu irmão mais velho, Paulo Cunha. Poeta, leitor inveterado, o quarto dele, que chamávamos de Quartinho, na Casa Amarela, a casa da minha infância, era cheio de livros, revistas e gibis. Até hoje sonho com o Quartinho. 

Antes dos 5 anos, quando me foi permitido entrar no Quartinho e folhear as revistas e os gibis, todo um universo se descortinou na minha mente. Tornei-me, então, um ser todo poderoso naquele universo divino. Aí, deparei-me com as palavras. Eu precisava decifrar as letras e saber o que diziam, pois diziam sobre o universo que acabara de descobrir. 

Foi assim que aos 5 anos, movido pela urgência da leitura e auxiliado pela minha mãe, Marina Pereira Silva Cunha, conquistei, definitivamente, o mundo que acabara de descobrir. 

Aos 9 anos, produzi literatura epistolar, alinhavei uma carta à minha mãe, que viajara de Macapá/AP a Belém do Pará; nessa cartinha, falei do sofrimento que a separação me causou. Aos 13 anos, escrevi um poema para a musa da minha geração, a poeta Alcinéa Maria Cavalcante. Ela não tomou conhecimento do poema, mas o poema em si contemplava todas as minhas expectativas. Aos 17 anos, publiquei, juntamente com os poetas Joy Edson e José Montoril, XARDA MISTURADA. Nunca mais parei de escrever. 

Sucesso? Refiro-me a sucesso de vendas. Não é importante. Se acontecer é maravilhoso. Mas não é o mais importante. Acho, ou melhor, sinto, que o importante é criar. Já me deito com a perspectiva de me levantar de madrugada para criar, para me encontrar com personagens de ficção, mulheres estonteantes, homens de ação, santos e assassinos, iluminados e loucos. Nesse universo, frequento cidades que descobri no mapa e me hospedo em hotéis como o Copacabana Palace. 

Assim, é construindo todo um universo que viajo em uma nave quântica, domo leões de asas e chego ao fim do mundo, o infinito.  

Certa vez, perguntaram-me: Por que escreves?

– Para ofertar rosas para a madrugada. Para viver – respondi. – Pois só com as palavras desnudo a luz e voo até o fim do mundo. Por isso, escrevo granadas intensas como buracos negros e garimpo o verbo como o primeiro beijo. Escrevo porque escrever traz aos meus sentidos cheiro de maresia, Dom Pérignon, safra de 1954, o labirinto do púbis no abismo do acme, mulher nua como rosa vermelha desabrochando.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

2025

Ray Cunha checando, em 2024, no Rio de Janeiro, locações do romance
A IDENTIDADE CARIOCA. No fundo, o ícone Copacabana Palace Hotel

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 26 DE DEZEMBRO DE 2024 – 2025 será maravilhoso. Porque 2024 é estupendo. Começarei o novo ano em pleno verão. As perspectivas são muitas. Intermináveis. Durante 2024, comprei um monte de livros e entrarei em 2025 lendo. Lerei durante todo o ano e ainda terei livros para ler. 

E também caminharei quase todos os dias, exceto naqueles dias em que simplesmente não tenho vontade de caminhar. E, nos fins de semana, realizarei meu trabalho voluntário em Medicina Tradicional Chinesa. 

Procurarei conversar todos os dias com o mundo espiritual, com meus mentores, meus antepassados, meus mortos queridos. E observarei as rosas com mais atenção ainda, sentirei o perfume dos jasmineiros, visitarei sebos e livrarias e me encontrarei com amigos para bater papo durante horas. 

As perspectivas são muitas. A venda dos meus livros aumentará, especialmente de A IDENTIDADE CARIOCA e de O CLUBE DOS ONIPOTENTES. Quem sabe A CASA AMARELA seja vertido para o espanhol e eu vá à Espanha. De lá, poderei ir a Portugal. Sonho também com Copacabana. 

Macapá, minha cidade natal, ficou mais distante, sem a Linda e Fernando Canto. Agora, só tenho os confrades da Academia Amapaense de Letras (AAL), além dos meus sobrinhos. 

Mas tenho Brasília. Almoçarei fora, sozinho ou com a amada, ouvirei ainda muitas vezes sussurros de amor e levantarei de madrugada para o encontro com personagens de ficção. São mulheres fascinantes, algumas delas lindíssimas, verdadeiras armas mortais, anjos, assassinos, hackers, que frequentam o Copacabana Palace. 

Escreverei poemas, quando perscruto a alma feminina, percorrendo labirintos e me surpreendendo com o mistério. Farei o desjejum com ostra e Cerpinha e sentirei o cheiro do mar. 

2005 me trará mais azul, tão vivo que sangra quando firo-o cavalgando leão de asas. E quando eu estiver amando, será a luz que estarei cavalgando.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Vampiros existem. Vivos ou mortos. Aprenda a identificá-los, ajudá-los ou afastá-los da sua vida

Espírito procura sentir o torpor do álcool junto a um viciado

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 25 DE DEZEMBRO DE 2024 Drácula é um romance gótico e epistolar do irlandês Bram Stoker, publicado em 1897. O advogado Jonathan Harker faz uma viagem de negócios à Transilvânia e fica hospedado no castelo do conde Drácula, nas montanhas dos Cárpatos, para assessorá-lo na compra de uma casa perto de Londres. Harker descobre que Drácula é um vampiro e foge. O conde vai atrás, até a cidade litorânea de Whitby, na Inglaterra, onde um grupo liderado por Abraham Van Helsing o caça e mata. 

Trata-se de um dos personagens de ficção mais bem acabados, tanto que muita gente pensa que vampiro, como Drácula, existe, mesmo. Drácula é um morto-vivo, ou zumbi, e se alimenta de sangue. 

A noção de vampirismo existe desde a Mesopotâmia, como seres malignos. Em 1819, o médico e escritor inglês John William Polidori publicou o conto O Vampiro, estabelecendo o arquétipo do monstro. Mas o termo vampiro se tornou popular no início do século XIX, na Europa, baseado em lendas sobre vampiros nos Balcãs, Romênia. 

A hematofilia, ou Síndrome de Renfield, parafilia que apresenta obsessão de sugar sangue do parceiro sexual, é um vampirismo clínico. Renfield era assistente de Drácula e se alimentava de insetos. 

Já o vampiro psíquico, ou vampiro energético, alimenta-se da energia vital, energia Qi, na Medicina Tradicional Chinesa, ou força vital, prana, de outras criaturas vivas. No livro Vampiros Emocionais o psicólogo americano Albert Bernstein diz o seguinte: “Os Vampiros emocionais são pessoas que possuem características que os psicólogos chamam de distúrbios da personalidade. Na pós-graduação, aprendi essa diferença básica: quando as pessoas enlouquecem a si mesmas, têm neuroses ou psicoses. Quando levam os outros à loucura, têm distúrbios da personalidade”. 

Os vampiros energéticos deixam os outros com sensação de exaustão, dificuldade de concentração ou em depressão. Por exemplo, pessoas que vivem reclamando ou lamentando. Ou que tomam seu tempo à toa. 

Há os vampiros energéticos mortos, ou espirituais. São os encostos. Pessoas que morreram com pendências neste plano e pensam que ainda estão vivas. No caso de encosto de viciados, procuram satisfazer seus vícios por meio dos vivos. Os prostíbulos, por exemplo, estão sempre cheios de encostos, que, neste caso, praticam vampirismo sexual; assim em qualquer ambiente onde se desenrole a degradação humana. 

Em um ato sexual, se um dos parceiros está nas trevas, deprimido, triste, estressado, com ódio, passará essa energia ruim para o outro. Certos ambientes são tão deprimentes que fazem pessoas mais suscetíveis adoecerem. 

Como terapeuta em Medicina Tradicional Chinesa encontro muitos vampiros. Quem não sabe lidar com isso chega a se sentir tão mal que fica de cama. Só há uma maneira de fecharmos o corpo para influências ruins vindas de vivos ou mortos. Em primeiro lugar, orar. A oração nos conecta com nossos mentores espirituais, abre nosso terceiro olho. Em segundo lugar, fazer o bem. 

Como terapeuta, cobro pacote de 10 sessões pago à vista mais em conta. Essa modalidade é utilizada para pessoas que se submetem a tratamentos longos, devido a doenças crônicas. Já cheguei a dispensar paciente que pagou antecipadamente e devolvi o dinheiro referente às sessões que faltavam. Do contrário, seriam dois doentes: o paciente e eu. 

Já no trabalho voluntário que realizo nos fins de semana, no Ambulatório Fernando Hessen e no Centro Espírita André Luiz (Ceal), também tenho encontrado vampiros. A alguns deles chamo-os de pacientes de spa; outros, deveriam procurar psicólogos ou psiquiatras, mas se aconselharmos isso ficam ofendidos. E alguns não estão querendo exatamente acupuntura. 

Com todos, porém, procuro ser o mais claro possível, comunicando-lhes que quem cura são eles mesmos, praticando o que lhes é ministrado, razão pela qual devem falar a verdade para descobrirmos a causa dos males relatados. Quando não falam a verdade, ou criam fantasias, contamos com exames de pulso e de língua, que, às vezes, revela uma realidade bem diferente da que nos é contada. 

Então, os vampiros, os parasitas, existem, sim, e podem ser pessoas vivas ou mortas. Se você tentar ser bonzinho com eles, estará lascado. Sugarão até seu tutano. Só há uma maneira de ajudá-los: lançando luz nas trevas em que vivem.

Mais famosa lenda urbana do Rio de Janeiro, o Tesouro dos Jesuítas do Morro do Castelo é encontrado por jornalista e por narcotraficante

Capa de A IDENTIDADE CARIOCA na edição do Clube de Autores

RAY CUNHA

BRASÍLIA, 25 DE DEZEMBRO DE 2024 – Em 1905, o jornalista e escritor Lima Barreto escreveu uma série de artigos para o Correio da Manhã, os quais renderam o livro O Subterrâneo do Morro do Castelo, dando conta de “fabulosas riquezas” deixadas pelos jesuítas. Trata-se da mais famosa lenda urbana do Rio de Janeiro, o Tesouro dos Jesuítas do Morro do Castelo: 67 toneladas de ouro e uma imagem em tamanho natural de Santo Inácio de Loyola, também em ouro, com olhos de brilhantes e dentes de pérolas. 

Segundo a revista Exame, o Brasil ocupa a quadragésima primeira posição no ranking de lastro de ouro, com 67,2 toneladas, 0,8% das reservas do país. Onde é guardado esse ouro? No subsolo do Banco Central, em Brasília/DF? Conforme a BBC News Brasil, 171,3 mil toneladas de ouro caberiam em uma sala quadrada com paredes de 20,7 metros de comprimento por 9,8 metros de altura, ou seja, o Tesouro dos Jesuítas ocuparia uma sala com cada uma das quatro paredes, chão e teto medindo cerca de sete metros. 

É muita coisa para ser retirada do Morro do Castelo em uma época na qual ainda não se dispunha da tecnologia de hoje. Mas e se o tesouro não for 67 toneladas de ouro e uma imagem em tamanho natural de Santo Inácio de Loyola, também em ouro, com olhos de brilhantes e dentes de pérolas? 

O fato é que o jornalista Reinaldo Loyola de Carmela encontrou um manuscrito na Biblioteca Nacional, durante pesquisa para a edição especial da revista A Carioca, mensal, especializada em história, cultura e arte, e que circularia em 20 de março, uma quarta-feira, em comemoração aos 444 anos de fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, que mencionava o Tesouro do Morro do Castelo. Mas um chefão do narcotráfico e colecionador de arte também já sabia desse documento. 

Esse é o argumento do romance A IDENTIDADE CARIOCA, thriller policial e histórico que se desenrola nas ruas e cartões postais do Rio de Janeiro. 

Você pode adquiri-lo na: 

amazon.com.br 

amazon.com

Clube de Autores

sábado, 21 de dezembro de 2024

O cânone literário do Amapá

O presidente da Academia Amapaense de Letras, Fernando Canto, doa à Biblioteca da Universidade Federal do Amapá um exemplar do romance JAMBU, de Ray Cunha. A Biblioteca Elcy Lacerda, de Macapá, também dispõe de livros de Ray Cunha, sócio correspondente da AAL em Brasília

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 21 DE DEZEMBRO DE 2024 – A identidade da literatura amapaense tem a ver com a história e a geografia do Amapá, que foi desmembrado do estado do Pará, em 13 de setembro de 1943, data que marca o início da migração de escritores paraenses para Macapá, a capital do Amapá, e, portanto, o início da nossa literatura, que começou paraense e, aos poucos, vai se tornando amapaense. 

Macapá, em 1943, era uma cidade ribeirinha marcada pelo seu principal cartão de visita: a Fortaleza de São José de Macapá, o maior forte colonial português no Brasil. Localizada no meio do mundo, seccionada pela Linha Imaginária do Equador, debruçada sobre o maior rio do planeta, o Amazonas, na margem esquerda do Canal do Norte, quando o gigante se posiciona para verter 200 mil metros cúbicos de água por segundo no Atlântico, Macapá é cercada pelo Mar Doce e a Hileia. 

Nas madrugadas caniculares de Macapá os jasmineiros choram perfume e merengue chega docemente aos ouvidos do coração, misturado a sons de mambo, vindos do Caribe, a Via Láctea parece uma projeção de planetário na noite azul-escuro e o álcool nos deixa mais sentimental ainda. Tudo isso acaba nos influenciando. E quando pegamos a estrada e demoramos a voltar à cidade natal, ela vai se tornando uma lembrança com vida própria. 

Cada escritor a vê as cidades que recria com os olhos do coraçã. O importante é que as veja honestamente. Assim, os livros que serão escritos, ensaios ou ficção, serão verdadeiros. 

Nós, do Amapá, somos muito jovens para entrar no cânone da literatura brasileira. Não temos sequer cânone amapaense. E, hoje, há o embate entre progressistas e conservadores. A academia, as instituições culturais e a mídia são dominadas pela Esquerda. Assim, resta aos conservadores a internet. Eu, por exemplo, sou ignorado pelo establishment de Macapá, mas sou lido em todo o mundo, principalmente nos Estados Unidos, porque, além do meu blog (raycunha.com.br), tenho livros publicados no Clube de Autores, na amazon.com.br e na amazon.com 

Já temos Academia Amapaense de Letras (AAL), romancistas, contistas, cronistas, poetas e, recentemente, foi produzido o primeiro livro sobre literatura amapaense, a tese de doutorado, A Literatura do Amapá (Araraquara/SP, 2022, 534 páginas), do professor de Literatura da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), Francesco Marino, pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Faculdade de Ciências e Letras, Campus de Araraquara/SP. 

Na sua tese, Francesco Marino analisa a produção de alguns escritores amapaenses que integram a construção da literatura do Setentrião. Trata-se de um livro indispensável a todos quanto estudam a literatura da Amazônia e, em particular, gostariam de saber mais sobre o estado do Amapá, banhado pelo Rio Amazonas e pelo Oceano Atlântico e detentor da Margem Equatorial, uma das maiores reservas de petróleo do planeta. 

No seu trabalho, Francesco Marino destaca um conto, LATITUDE ZERO, e um romance, A CASA AMARELA, meus. Naquele, para contrastar com a visão de Macapá idílica, e este, para exibir Macapá, e o Amapá, em toda a sua nudez. 

A Literatura do Amapá pode ser encontrada na internet em PDF, por isso recomendo aos meus pares na Academia Amapaense de Letras apoio para que o ensaio de Francesco Mariano seja impresso e distribuído às bibliotecas públicas do Amapá e das faculdades de Letras em todo o Brasil.