sábado, 16 de dezembro de 2023

Uma história de terror. Os comunistas tentam matar Deus. Acorda, Brasil, antes que seja tarde

O CLUBE DOS ONIPOTENTES, edição do Clube de Autores

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 16 DE DEZEMBRO DE 2023 – O comunismo de fato eclodiu na Rússia, em 1917. O estopim foi uma passeata feminina em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, em fevereiro daquele ano, que se alastrou em greves de milhares de trabalhadores exigindo a abdicação do tzar e o fim da participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial. 

Em Petrogrado, soldados começam a se juntar à rebelião e em março de 1917, o tzar é aconselhado pelos seus generais a abdicar ao trono, o que ocorreu no dia 15 desse mês, dando fim a três séculos da Dinastia dos Romanov. A família imperial partiria para o exílio na Inglaterra, ou na França. Nicolau II tentou ainda garantir a Dinastia dos Romanov nomeando seu irmão, Miguel da Rússia, para sucedê-lo, honra que foi recusada. 

Imediatamente, a Duma elegeu um Governo Provisório, formado principalmente por liberais e socialistas moderados, com a responsabilidade de escrever uma constituição e tirar o país do lodaçal em que se metera. Mas a guerra prosseguia e Nicolau e sua família foram postos sob custódia pelo novo governo. 

Em outubro de 1917, os bolcheviques e socialistas revolucionários tomaram o poder do estado, sob o slogan: “Paz, pão e terra”. Vladimir Ilitch Ulianov, Lênin, o revolucionário bolchevique e marxista exilado na Suíça por causa de suas atividades subversivas, com o apoio secreto do inimigo alemão, retornara secretamente à Rússia e lançou a palavra de ordem: “Todo o poder aos sovietes”. 

Lênin chegou a Petrogrado em 16 de abril de 1917, disseminando que o Governo Provisório era incapaz de atender aos desejos e necessidades do proletariado russo e defendendo uma organização política baseada no controle dos meios de produção, a nacionalização das empresas estrangeiras e o controle do estado pelos trabalhadores, como forma de implementar o socialismo na Rússia, prometendo pão, ou seja, alimento para todos; paz, a saída da Rússia da guerra; e terra, a reforma agrária. 

Começa aí o rosário de promessas que jamais são cumpridas pelos líderes comunistas. 

Em 7 de novembro de 1917 (25 de outubro no calendário antigo), uma insurreição armada começa em Petrogrado contra o Governo Provisório, culminando na invasão do Palácio de Inverno, a antiga residência do tzar e sede do Governo Provisório, pelos bolcheviques, que se declararam os novos governantes da Rússia. Esse episódio foi o início da Grande Revolução de Outubro de 1917, como é chamada pelos comunistas. 

Em 3 de março de 1918, Lênin assina com os alemães o tratado de Brest-Litovsk, encerrando a participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial, entregando a Finlândia, a Polônia, as províncias do Báltico, a Ucrânia e a Transcaucásia às potências centrais, um terço da população do antigo império, um terço de suas terras agrícolas e três quartos de suas indústrias. 

Os russos anti-bolchevistas aliados ao Governo Provisório revoltaram-se contra o tratado, começando uma guerra civil, mas os bolchevistas utilizaram o terror de forma implacável. Foi criada a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), com a missão de disseminar o comunismo e o ateísmo de estado em todo o planeta. 

Após a abdicação, Nicolau Romanov foi detido em Tsarskoe Selo, por ordem do chefe do governo provisório, o príncipe Georgy Lvov. Ele e sua família seriam enviados para a Inglaterra, mas os revolucionários bolchevistas do Soviete de Petrogrado impediram isso e enviaram Nicolau e família para Tobolsk, na Sibéria Ocidental, e, depois, em maio de 1918, para Yekaterinburg, nos Urais. 

Tanto a França como a Inglaterra – Nicolau era primo do rei inglês George V e sua esposa, Alexandra, neta da rainha Vitória –, antigos aliados do tzar deposto, se recusaram a recebê-lo e à sua família, por medo de provocar espíritos revolucionários em casa, pois o comunismo estava se espalhando como rastilho de pólvora. 

Os Romanov receberam inicialmente garantias de vida por parte do novo líder do governo, Alexander Fyódorovich Kérensky, que substituíra o príncipe Lvov, último primeiro-ministro do Governo Provisório Russo, exercendo o cargo entre 21 de julho e 8 de novembro de 1917. Com a Revolução de Outubro, Kerensky foi forçado a renunciar. Assim, a família imperial ficou refém dos comunistas, só aguardando o momento em que seriam executados, para porem fim, definitivamente, na dinastia dos Romanov. 

A família imperial foi aprisionada em Yekaterinburgo, na Casa Ipatiev, que os bolcheviques chamavam de “casa para fins especiais”. O Conselho Regional do Governo dos Trabalhadores e Camponeses de Yekaterinburgo solicitou ao presidente do Comissário do Povo, Vladimir Lenin, para assassinar a família Romanov. Lênin concedeu a autorização, mas exigiu sigilo, pois não queria passar para a História como o assassino da família imperial da Rússia. 

Na madrugada de 17 de julho de 1918, a família imperial foi acordada às pressas e levada ao porão da Casa Ipatiev. Nicolau II foi despertado pelo médico da família, Eugene Botkin, que lhe transmitiu a ordem para descerem, pois todos seriam transferidos: Nicolau, Alexandra, os filhos Olga, Tatiana, Maria, Anastásia e Alexei, o médico, o criado Alexei Trupp, a camareira Anna Demidova e o cozinheiro Ivan Kharitonov, que por escolha própria acompanhavam a família imperial destronada. 

Foram reunidos no porão, sob a desculpa de que iriam tirar uma fotografia para provar no exterior que estavam vivos. Nicolau II, Alexandra, os cinco filhos do casal e os quatro servidores foram agrupados. Alexandra sentou-se. As filhas e Demidova estavam ao lado dela. Alexei estava sentado na poltrona ao lado delas. Atrás dele, o dr. Botkin, o cozinheiro e os outros estavam de pé. Nicolau ficou em frente a Alexei. Então, o comissário Yakov Yurovsky leu: 

– Nikolai Alexandrovich, seus parentes reais e próximos dentro e fora do país estão tentando salvá-lo. Diante do fato de que seus parentes continuam seus ataques contra a Rússia Soviética, o Soviete de Deputados Operários decidiu fuzilá-los – e ordenou o fuzilamento.

– O que?! O que?! – tartamudeou Nicolau. 

Uma saraivada de tiros ecoou e o pequeno porão ficou tão saturado de pólvora que os atiradores foram obrigados a sair para não sufocarem. Quando o tiroteio parou descobriu-se que os filhos de Nicolau II, Alexei, Olga, Tatiana, Maria e Anastasia, além de Alexandra, estavam cobertos de sangue, mas ainda vivos. O tiroteio recomeçou e Alexandra e Alexei foram mortos, mas embora as filhas de Nicolau também tivessem sido baleadas, elas ainda continuavam vivas. 

Na esperança de serem libertados em transferências de localidade como aquela, todos os membros da família haviam colocado por debaixo das roupas as joias que escondiam zelosamente e que serviria para recomeçarem a vida em outro país. As joias haviam prolongado por alguns segundos a vida das princesas. As balas ricocheteavam nas joias escondidas sob as roupas. Então, foram mortas a coronhadas e golpes de baioneta. 

Quando despiram os corpos descobriram que Alexandra, Olga, Tatiana, Maria e Anastasia usavam corpetes feitos quase inteiramente de diamantes, esmeraldas, alexandritas e outras pedras preciosas e joias de ouro. Os corpos foram levados de caminhão até uma fossa cavada e queimados com benzeno e ácido sulfúrico. 

Os comunistas mantiveram por muitos anos a farsa de que Nicolau, Alexandra e seus filhos estavam vivos em local seguro. Lênin jamais assumiu o crime, imputando-o ao Soviete Regional dos Urais. 

De 1918 a 1921, outros membros da família Romanov que não conseguiram fugir, como o grão-duque Miguel, irmão de Nicolau, tios e sobrinhos do imperador, foram também assassinados pelos bolcheviques. 

A Guerra Civil Russa se prolongou até 1922, quando a Rússia deixou de existir como país e foi substituída pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. 

No dia 17 de julho de 1998 – 80 anos depois de terem sido executados –, os restos mortais dos Romanov foram levados para a cidade de São Petersburgo e sepultados em um enterro solene na cripta da Catedral de São Pedro e São Paulo. 

Começava, aí, o assassinato de centenas de milhões de pessoas. Em O Livro Negro do Comunismo, Stephane Courtois registra o número de pessoas assassinadas pelo comunismo no século XX: URSS, 20 milhões; China, 65 milhões; Vietnã, 1 milhão; Coreia do Norte, 1 milhão; Camboja, 1 milhão; Europa Oriental, 1 milhão; América Latina, África e Afeganistão, 3,5 milhões. 

Para Walter E. Williams, professor de economia na George Mason University, de 1917 até seu colapso, a União Soviética assassinou 61 milhões de pessoas, a maioria delas seus próprios cidadãos; de 1949 a 1976, o regime de Mao Zedong, da China comunista, matou 78 milhões de seus próprios cidadãos. 

O comunismo não passa de um fenômeno psicológico através do qual pessoas ressentidas e vingativas culpam os outros pelos seus fracassos e tentam prejudicá-las. Muitos historiadores mostram que Marx era um perdedor em sua vida pessoal, um homem que nunca trabalhou e que vivia às custas da própria esposa e do amigo Friedrich Engels. 

Em seus poemas, ele se fixava em ver pessoas destruídas, trabalhando com imagens infernais. Mas o que muitos não sabem, ou preferem não saber, é que Karl Marx, esse profeta criador do caos, era um dos generais das forças demoníacas que desceram à Terra no fim do século XIX para incendiá-la e riscar Deus do mapa, em um planejamento realizado pelos maiorais das chamadas forças das trevas, ou demônios do inferno, se assim preferirem. 

Com efeito, Karl Marx publicou vários livros ao longo da sua vida, e os mais conhecidos são o Manifesto Comunista, de 1848, e O Capital, publicado em três volumes, entre 1867 e 1894, no qual Marx faz uma profunda análise crítica ao capitalismo, identificando-o como a causa de todos os males da humanidade. 

Marx era originário de uma família de rabinos, mas se tornou um ardoroso antissemita. Quando muito jovem, seguia o cristianismo, e no seu primeiro livro, A união dos fiéis com Cristo, defende os valores e a prática dos ideais cristãos. Após ter frequentado a Universidade de Bonn e depois a Universidade de Berlim, virou ateu, e começou a teorizar que o que empobrecia as massas era o capitalismo, bastando derrubar esse sistema para que surgisse uma sociedade fraterna, sem revoluções e guerras, na qual todos trabalhariam de acordo com suas aptidões, em fábricas e fazendas pertencentes à coletividade, sendo remunerados de acordo com suas necessidades. Homens-robôs, destituído de ambições pessoais. 

Esse pensamento conquistou, e ainda conquista, muitos pensadores e até líderes religiosos, que veem nisso uma nova mensagem de Cristo. Só que também, no pensamento de Marx, desapareceriam as religiões, que ele considerava o ópio do povo. Conforme expressou na Introdução à Crítica da Filosofia do Direito, de Hegel: “A extinção da religião, como a felicidade ilusória do homem, é uma exigência para sua felicidade real. O chamado para que ele abandone as ilusões a respeito da sua condição é um chamado para abandonar uma condição que requer ilusões. A crítica à religião é, portanto, a crítica a este vale de lágrimas do qual a religião é a auréola”. 

O lobo se revela claramente no poema Orgulho Humano, no qual Marx confessa que seu objetivo não é melhorar a humanidade, mas arruiná-la. Marx era obcecado pela destruição de Deus. Ele queria ser Deus, e, para isso, teria que destruir Deus. Por isso, Marx era obcecado por Fausto, a peça teatral de Goethe, na qual o personagem central faz um pacto com Mefistófeles, o próprio diabo. Fausto inspirou-o a escrever o drama Oulanem, uma Tragédia, encenado e representado pelo próprio Marx. Oulanem é um anagrama de Emanuel, nome bíblico para Jesus, que em hebraico significa “Deus conosco”. 

Inversões de nomes são típicas da magia negra. O drama é perpassado pelo ódio e o desejo de destruir a humanidade. A peça dá voz a um anjo caído, um exilado planetário, que, na Terra, falhou na sua reabilitação espiritual e sabe que sofrerá novo exílio, mas que antes de partir destruirá a obra de Deus: “Arruinado, arruinado. Meu tempo esgotou-se... E breve bradarei gigantescas maldições sobre a humanidade... Se existe algo que nos devora/Entregar-me-ei para ser engolido por ele, embora deixando o mundo em ruínas/Este mundo que se avoluma entre mim e o Abismo/Eu o reduzirei a pedaços com as minhas contínuas maldições... Nós somos os macacos de um Deus frio”. 

No poema Invocação de Alguém em Desespero ele manifesta a intenção de se vingar de Deus: “Deus tirou tudo de mim... Nada me restou a não ser a vingança!... Vou construir o meu trono muito acima de todos/Frio e monstruoso será o seu topo./Sua base será o pavor sobre-humano/E a negra agonia será o guia./Quem olhar para ele com um olhar são/Cairá para trás, atingido mortalmente, pálido e bestificado./Será tomado por cegueira e frieza mortal”. 

Ele tinha uma visão diabólica do mundo, uma malevolência diabólica. Às vezes, parecia estar consciente de estar realizando as obras do diabo – disse Robert Payne, um dos biógrafos de Marx. 

Marx achava que era um deus criando um mundo; ele não queria ser a criatura. Ele não queria ver o mundo sob a perspectiva de uma criatura. Ele queria ver o mundo a partir do ponto da coincidentia oppositorum, isto é, da posição de Deus – disse o filósofo Eric Voegelin. 

No poema Orgulho Humano, Marx diz: “...Então, caminharei semelhante a um deus, triunfante/Entre as ruínas do mundo... Eu me sinto igual ao Criador”. 

Ou seja, o comunismo é o resultado do ódio de Karl Marx a Deus – afirma o pensador espiritualista Jorge Bessa. 

Interessante é a transformação física de Marx. 

De jovem esbelto ele se transformou num tipo atarracado, de lábio inferior incomumente grosso e de tez amarelo-sujo, acentuada pelos cabelos negros e espessos que pareciam brotar-lhe de quase todos os poros da face, dos braços, da orelha e do nariz. Cabeludo, com sua juba negra retinta e olhos enlouquecidos por um espírito de fogo perverso, Marx era a imagem de Lúcifer, o anjo decaído – disse Karl Heinzen, um jornalista que trabalhou com Marx na Gazeta Renana. 

Se Deus existisse, seria necessário destruí-Lo... Nesta revolução, teremos que despertar o demônio nas pessoas, incitar as paixões mais vis – disse o teórico revolucionário anarquista Mikhail Aleksandrovitch Bakunin. 

Nós alcançamos o conhecimento apesar Dele, alcançamos a sociedade apesar Dele. Cada passo à frente é uma vitória, na qual derrotamos o Divino... Deus é estupidez e covardia; Deus é hipocrisia e falsidade; Deus é tirania e pobreza; Deus é o mal. Nos lugares em que se inclina diante de um altar, a humanidade, escrava de reis e sacerdotes, será condenada. Eu juro, Deus, com a mão estendida para os céus, que não és nada mais do que o algoz da minha razão, o espectro da minha consciência... Deus é essencialmente anti-civilizado, antiliberal, anti-humano” – declara outro amigo de Marx, Pierre-Joseph Proudhon, autor de Sobre a Justiça na Revolução e na Igreja (Philosophie de  la Misére). 

Para Antonio Gramsci, ideólogo comunista italiano, o cristianismo era a grande barreira para que as revoluções comunistas se alastrassem no Ocidente, e que até que o cristianismo fosse quebrado não haveria sucesso em revolução proletária. 

Marx criou uma religião secular e com ela conseguiu capturar corações e mentes, confundindo-se com o cristianismo. Mas enquanto o cristianismo preconiza amor e paz entre as pessoas, o comunismo prega revolução e ódio entre as classes; enquanto aquele preconiza fé em Deus, o marxismo prega a destruição de Deus e o amor a líderes assassinos e genocidas. 

No início do século XX, o Império Russo era o maior país cristão ortodoxo do mundo. Cerca de 90 milhões de pessoas, de uma população total de 125 milhões, identificaram-se como ortodoxas no censo de 1897, e havia quase 50 mil igrejas espalhadas pela Rússia. Vladimir Lênin, o novo tzar, advertia: “Adorar qualquer deus é uma necrofilia ideológica”. 

Documento intitulado Revelações dos Arquivos Russos: Campanhas Antirreligiosas, arquivado na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, dá conta de que a extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas foi o primeiro estado a ter como objetivo ideológico a eliminação das religiões, institucionalizando o ateísmo nas escolas. A partir de janeiro de 1918, Lênin desapropriou todos os bens da Igreja Ortodoxa. Foram assassinados aproximadamente 25 bispos, 3 mil sacerdotes, 2 mil monges e freiras, e 15 mil fiéis, e outro tanto foi enviado para campos de trabalho forçado. Também a Igreja Católica Apostólica Romana foi extinta na URSS.

Os ataques ao judaísmo ganharam novo impulso e a prática organizada do judaísmo tornou-se secreta. Os evangélicos também foram perseguidos. Todas as religiões foram banidas, inclusive o Islã. Templos foram assaltados e demolidos. 

Entre 1922 e 1941, foi criada pela Liga dos Ateus Militantes a revista mensal Bezbozhnik, Sem Deus, com tiragem de 200 mil exemplares, para ridicularizar as religiões. Os Ateus Militantes, 3,5 milhões de membros, usaram de todos os meios – palestras, jornais e filmes – para difundir que religião era um resíduo nocivo do passado. 

Com a entrada da Rússia na Segunda Guerra Mundial, Josef Stálin afrouxou o arrocho à Igreja, pois precisava, naquele momento, de todo o apoio, inclusive de Deus. E também o presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosevelt, exigiu, naquele momento de conturbação global, que Stálin concedesse aos cidadãos soviéticos mais liberdade religiosa, ameaçando retirar o apoio econômico e militar dos EUA durante a guerra se o líder soviético não atendesse à sua solicitação. 

Além disso, os alemães abriam igrejas em territórios soviéticos ocupados para conquistar os corações e mentes dos fiéis ortodoxos. De pronto, 22 mil igrejas ortodoxas russas foram ativadas, pois sempre estiveram apenas amoitadas, aguardando, pacientemente, que o comunismo, como toda fera seriamente ferida, se tornasse um gatinho, até ser ferida de morte e virar um gato morto. 

O líder comunista Vladimir Lênin comentou que o proletariado da Rússia teria atingido uma altitude gigantesca com a Revolução Bolchevista, comparando-a, em magnitude, à tomada da Bastilha, em 1789, à execução de Luís XVI, em 1793, e à Comuna de Paris, em 1871. Pouco antes da Revolução Francesa, o povo francês estava passando fome, enquanto a aristocracia viva uma eterna bacanal. No ar, pairava o Iluminismo, um grito de liberdade, igualdade e fraternidade. Confiar na autoridade e em tudo o que se ouvisse era perigoso; devia-se desenvolver o pensamento crítico e nunca surfar na onda dos governantes e da Igreja Católica Apostólica Romana, esta, perigosíssima. 

Só que, mesmo dentro do comunismo, há luta de classes. É por isso que o comunismo é um regime totalitário, brutal, pois simplesmente mata os contrários. 

Na França revolucionária havia os Girondinos, representantes da alta burguesia francesa e que defendiam a instalação de uma monarquia constitucional em substituição ao absolutismo, e os Jacobinos, que representavam a baixa burguesia e defendiam participação popular no governo. Os Girodinos ocupavam a parte direita do salão da Assembleia Nacional e os Jacobinos, o lado esquerdo. 

Os Girondinos defendiam uma revolução liberal, a abolição dos privilégios da nobreza e igualdade perante a lei; já os Jacobinos defendiam o fim dos privilégios para nobreza e do clero, mas queriam a instalação de um regime centralizador. Maximilien de Robespierre, o líder dos Jacobinos, era radical e se transformou em um tirano sanguinário, liderando perseguições políticas e assassinatos de desafetos políticos, um período revolucionário de terror, autorizando, inclusive, a morte de seu antigo companheiro de ideias e líder da Revolução, Georges Danton, que perdeu a cabeça na guilhotina, assim como milhares de pessoas. 

O Período de Terror durou até 1795, quando foi instalado um governo burguês garantido na nova Constituição, abrindo caminho para a ascensão do general francês Napoleão Bonaparte, nomeado para controlar a convulsão social. Napoleão gostou e se autoproclamou primeiro-cônsul e depois imperador da França, seguindo-se um festival de nepotismo. Napoleão invadiu outros países e nomeou seus parentes para reinarem em outras cortes. Assim, depois de milhares de mortos tudo voltou a ser como antes na França, processo que se repetiu na Revolução Russa, entre Mencheviques e Bolcheviques. 

A Revolução Francesa inspirou a criação da primeira organização comunista internacional do proletariado, fundada em 1847, em Londres, pelos pensadores alemães Karl Marx e Friedrich Engels, que criaram um modelo de socialismo dito científico apenas para se diferenciar do socialismo utópico: o marxismo, uma proposta revolucionária de implementação de uma sociedade socialista por meio da ditadura do proletariado, a Liga dos Comunistas, com um programa bem definido, o Manifesto do Partido Comunista, sob o lema: “Proletários de todos os países, uni-vos!” 

Mas a Revolução Francesa removeu os últimos entraves ao desenvolvimento do capitalismo e do liberalismo, o que beneficiou a classe burguesa, que já controlava o capital e os meios de produção, razão pela qual ela se tornou o inimigo número um dos comunistas. Mostrou ainda que a tentativa de mudanças radicais, como as desejadas por Danton e Robespierre, desaguam em violência, opressão, dor e sofrimento. 

No comunismo, os meios de produção e o mercado são estatizados e o povo, igualado na base, passa a ter os mesmos direitos, isto é, nenhum, pois o poder fica na mão do partido único, comunista, ou socialista, ou popular, ou com qualquer nome, mas sempre um Cavalo de Tróia fabiano. Marx e Engels beberam no filósofo francês Jean-Jacques Rousseau, especialmente no seu Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens e Do Contrato Social, de 1762, que diz: “O homem nasce bom e a sociedade o corrompe”. Esse discurso bonitinho é utilizado ad nauseam pelos comunistas. 

Para Marx e Engels, a História é uma sucessão de lutas entre as classes trabalhadoras, desprovidas de recursos, e as classes exploradoras, proprietárias dos meios de produção, os capitalistas. Observou o revolucionário russo Leon Trotsky: “Quem não vê que a luta de classes conduz inevitavelmente a um conflito armado é um cego”. 

Já o cientista político Francis Fukuyama conclui, no seu livro O Fim da História e o Último Homem, que o liberalismo político e econômico saiu vitorioso na batalha contra o socialismo e o comunismo. Para ele, o liberalismo econômico é o ápice da evolução econômica da sociedade contemporânea, por meio do qual chegamos à plena democracia e à igualdade de oportunidades, com liberdade para a realização dos seus objetivos, alertando, porém, que os países pobres, ou com alta corrupção, são vulneráveis aos regimes totalitários. 

Para Marx, a burguesia, que sucedeu à aristocracia, passou a dominar os meios de produção, numa situação em que os trabalhadores, ou proletários, vendiam a sua força de trabalho, o que considerava uma injustiça, razão pela qual os burgueses deviam ser eliminados. A liberdade, a igualdade e a fraternidade só seriam conquistadas pela morte daqueles que produzem bens. 

Quando Vladimir Lenin assumiu o poder na Rússia, em 1917, a ala bolchevista do Partido Operário Socialdemocrata Russo mudou para Partido Comunista Russo, ideologia que se espalhou para vários países, como a China. O século XX foi flagelado por essa maldição: um terço da população mundial viveu sob regimes comunistas, com partido único e economia planificada, em que a propriedade dos meios de produção é controlada pelo Estado e os burocratas determinam salários, preços e metas de produção, algo tão ineficiente que leva, inevitavelmente, ao colapso da economia; trata-se do experimento social mais trágico da História, resultando em incalculável perda de vidas humanas e na destruição de economias ricas, como aconteceu na Venezuela. 

O filósofo Olavo de Carvalho bem que alertou: Um povo que procura resolver seus problemas materiais antes de cuidar do espírito permanecerá espiritualmente rasteiro e nunca se tornará inteligente o bastante para acumular o capital cultural necessário à solução daqueles problemas. O desconhecimento do plano espiritual, o desprezo pelo conhecimento, a subordinação da inteligência aos interesses partidários são causas do fracasso dos comunistas, que devoram países em questão de décadas, enquanto as nações capitalistas duram séculos. 

Disse o ex-primeiro-ministro inglês Winston Churchill: “O socialismo é a filosofia do fracasso, a crença na ignorância, a pregação da inveja. Seu defeito inerente é a distribuição igualitária da miséria”. 

A Revolução Francesa contou com a participação das classes trabalhadoras, mas desembocou na ditadura do imperador Napoleão Bonaparte. A Comuna de Paris foi o resultado da derrota francesa na Guerra Franco-Prussiana de 1870-1871, que derrubou Napoleão, substituído por um governo republicano presidido por Adolphe Thiers. Eleita a Assembleia Nacional, a maioria dos deputados pertencia à ala conservadora, ligada aos proprietários rurais. 

Dois meses depois da instalação da Assembleia Nacional, em março de 1871, uma insurreição popular derrubou o governo republicano e instalou a Comuna de Paris, que pretendia realizar melhorias nas condições de vida e de trabalho dos operários e trabalhadores de baixa renda, como o ensino gratuito e obrigatório, o controle dos preços dos alimentos e a igualdade civil entre homens e mulheres, mas o sonho durou somente 74 dias, devido a brigas internas ocorridas entre anarquistas e marxistas. Cerca de 35 mil comunards, os membros da Comuna, foram mortos em combate ou execuções, 7.500 foram deportados e 15 mil foram presos. Thiers comemorou: “Agora o comunismo está morto para sempre!” 

Apesar de natimorta, a Comuna de Paris foi o estopim da grande tragédia do século XX, como inspiração para a Revolução Russa de 1917, que deu início, na prática, ao comunismo. Marx dizia: “O proletariado é o coveiro da burguesia”. Para isso, era necessário que essa mudança se processasse de forma brusca e violenta, por meio de revoluções armadas. Só que a Rússia tzarista praticamente não tinha proletariado. A maioria da sua população vivia na miséria, analfabeta e, geralmente, escravizada pelos grandes proprietários de terra, diferentemente de países como Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos, onde, segundo Marx, haveria, aí sim, condições para uma revolução socialista. Outra falácia de Marx. 

Em torno do ano 30 da era cristã, Jesus Cristo pregou, em terras do hoje Israel, a igualdade entre os homens, mas por meio do amor, e não pelo terror. 

Em janeiro de 1849, Marx e Engels deixavam claro na revista Neue Rheinische Zeitung seu desprezo por povos que eles consideravam sociedades primitivas da Europa, como os Bascos, Bretões, Sérvios e Escoceses, os quais achavam que deveriam ser destruídos, pois se constituíam em “lixo racial”. Marx afirmava que “as classes e as raças muito fracas para enfrentar as novas condições de vida devem se retirar; elas devem perecer no holocausto revolucionário”. 

Lenin seguiu à risca as instruções de Marx e Engels. Enquanto Adolf Hitler assassinou pessoas de outros países, Lenin e Stalin assassinaram seu próprio povo. Mas houve um momento em que Hitler e Stalin se uniram, assinaram o Pacto Ribbentrop-Molotov, para invadir a Polônia, o que deu início à Segunda Guerra Mundial. Por meio do pacto, Stalin autorizou Hitler a se apropriar de parte da Europa, enquanto os soviéticos ficariam com o resto. 

Assim, em 1 de setembro de 1939, as tropas de Hitler invadiram a Polônia pela fronteira oeste, e, 16 dias depois, os soviéticos a invadiram pela fronteira leste, encontrando-se no centro da Polônia e dividindo o país entre eles, assim como deveria ser feito com toda a Europa. Depois os soviéticos invadiram a Finlândia e assim por diante. A maior máfia do mundo expandia-se pelo planeta. 

A perfeição soviética durou até 26 de dezembro de 1991, quando a URSS implodiu, encerrando 74 anos do “paraíso” na Terra. A Rússia, embora uma potência atômica, só ressuscitaria, já como democracia, mesmo capenga, por intermédio de Vladimir Putin, o tzar dos tempos modernos. As “democracias populares” eram uma enganação, uma forma contemporânea dos velhos impérios. Segundo o cientista social norte-americano Carlton Hayes, o totalitarismo monopoliza todo o poder, exerce uma grande força de fascinação nas massas, lança mão de todos os meios de propaganda e procura desmoralizar a cultura histórica do Ocidente. 

O teórico alemão Carl Joachim Friedrich, professor da Harvard University, juntamente com Zbigniew Brzezinski, no livro Totalitarian Dictatorship and Autocracy, lançado em 1956, aponta as seguintes características de um estado totalitário: partido único; sistema de terror baseado no controle da polícia secreta; monopólio dos meios de comunicação de massa e de armas; e economia estatal. 

Zbigniew Brzezinski, autor do livro The Grand Failure: The Birth and Death of Communism in the Twentieth Century (A Grande Falha: O Nascimento e a Morte do Comunismo no Século XX, em tradução livre do inglês), lançado em 1989, afirma: “A noção de se criar uma sociedade perfeita, ao ir contra a natureza humana, está morta, porque o erro básico do comunismo foi simplesmente não compreender a natureza humana”. 

O romeno Vladimir Tismaneanu, historiador do comunismo e autor de O Diabo na História – Comunismo, Fascismo e Algumas Lições do Século XX, observa que da mesma forma que a massa é manipulada por meio do fanatismo religioso, no comunismo a massa sofre uma lavagem cerebral que a leva a morrer pelo partido único. 

Em 1919, Lenin criou a chamada Terceira Internacional, ou Internacional Comunista, braço do Movimento Comunista Internacional, transformando a URSS na Meca da luta revolucionária comunista, o início de um projeto hegemônico de proporção mundial. A Primeira Internacional, ou Primeira Associação Internacional dos Trabalhadores, aconteceu em Londres, em 28 de setembro de 1864. A Segunda Internacional, ou Internacional Operária e Socialista, ocorreu em 14 de julho de 1889, em Paris, congregando partidos social-democratas e trabalhistas. 

A Terceira Internacional Comunista foi dissolvida em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, por pressão dos aliados da URSS, principalmente os Estados Unidos e a Inglaterra. Durante sua vigência, pode-se observar as brigas intestinas. Ao primeiro sinal de discordância o partido único expulsa o dissidente, uma característica do comunismo. 

Desde que assumiu o poder, Lenin deixou claro que jamais admitiria discordância na condução do movimento comunista. Exigia fidelidade canina. Sem ditadura interna não poderia haver ditadura do proletariado. Os teóricos marxistas Nikolai Bukharine e Evgueni Preobrazhensky registram no livro ABC do Comunismo que os antigos partidos socialistas se dividiram, em quase todos os países, em três correntes: os social-patriotas, traidores confessos e cínicos; os traidores dissimulados e hesitantes, chamados centristas; e os que permaneceram fiéis ao socialismo, em torno dos quais se organizaram, mais tarde, os partidos comunistas. 

Embora nos seus discursos os líderes só falem em povo e massas, são intelectuais, vaidosos dos seus conhecimentos teóricos, que não colocam a mão na massa, não conhecem o povo e evitam as massas. Napoleão Bonaparte já advertia: “A vaidade fez a revolução, a liberdade foi apenas o pretexto”. 

Na China, entre 1949 e 1976, derrotadas as forças de Chiang Kai-Shek para os comunistas de Mao Tsé-Tung, o número de chineses que morreram executados, de fome e trabalhos forçados é de 100 milhões. O Grande Salto para Frente, programa econômico e sociopolítico implementado por Mao, entre 1958 e 1960, que visava transformar a China de um país agrário para uma potência industrial, foram ceifados até 75 milhões de chineses. 

No fim da década de 1950 e início dos anos 1960, calcula-se que mais de 30 milhões de chineses morreram de fome, devido a ordens insanas de Mao Tsé-Tung. Por fim, faminta, a China de Mao mergulhou de cabeça no capitalismo, embora submetido ao totalitarismo do Partido Comunista, mas se tornando a segunda economia mundial, atrás apenas dos Estados Unidos. 

A revolução comunista chinesa, em 1949, enviou capitalistas, trabalhadores e intelectuais para campos de reeducação, e tudo ficou pior, até 1978, com as reformas de Deng Xiaoping, que deram início ao processo de abertura capitalista do país e o surgimento de centenas de bilionários e milhares de milionários, embora, no outro lado da moeda, o estado totalitário mantenha a maioria da população na miséria e mate a seu bel-prazer. Exemplo: o Massacre na Praça da Paz Celestial, com 10 mil manifestantes contra o comunismo esmagados por veículos blindados e perfurados a baioneta pelos soldados do Exército Chinês, em junho de 1989. 

A Tcheka, polícia secreta de Lenin, tinha a missão de reprimir e liquidar qualquer coisa considerada contrarrevolucionária e inimigos do regime. A espada e o escudo da Revolução foram mantidos no escudo do KGB, órgão que substituiu a Tcheka, que tinha o assassinato como rotina, às vezes assassinatos em massa. Julgamento era luxo. E outro tanto da população era jogado em campos de trabalhos forçados, de extermínio. 

De 1917 até a primeira metade de 1919, a Tcheka matou em torno de 7 mil pessoas e enviou 90 mil para a escravidão, chefiada por Felix Dzerzhinksy, implacável e brutal assassino, escolhido a dedo por Lenin. Por decreto de Lenin, a Tcheka estava fora do controle do Judiciário e assim podia matar à vontade. Sua única obrigação era informar suas ações ao Conselho dos Comissários do Povo e ao poderoso Comitê Executivo Central da Rússia. Os métodos de tortura da Tcheka só perdem para os da Santa Inquisição. 

Lenin era brutal com os kulaks, os pequenos empresários agrícolas. Quando deflagrou a chamada prodrazvyorstka, a política de confisco de grãos e outros produtos agrícolas dos camponeses, o saque de todo o fruto do seu trabalho, na localidade de Penza, próxima de Moscou, ordenou: “Camaradas! A revolta dos kulaks deve ser suprimida sem piedade. O interesse de toda a revolução exige isso, porque já temos diante de nós a nossa batalha decisiva final com os kulaks. Precisamos dar um exemplo. Você precisa pendurar, sem falhar, e fazê-lo para que o público veja, pelo menos 100 kulaks notórios, os ricos e os sanguessugas. Publique seus nomes. Retire todo o seu grão. Execute os reféns – de acordo com o telegrama de ontem. Isso precisa ser realizado de tal forma que as pessoas por centenas de quilômetros ao redor vejam, tremam, conheçam e gritem: vamos sufocar e estrangular aqueles kulaks sugadores de sangue. Telegrafe-nos reconhecendo o recebimento e a execução deste. Lenin. P.S.: Use as pessoas mais brutais para isso”. 

Lenin declarou, em meados de setembro 1918: “Para vencer os nossos inimigos, devemos ter o nosso próprio militarismo socialista. Temos de carregar conosco 90 milhões dos atuais 100 milhões da população da Rússia Soviética. Quanto ao resto, não temos nada a dizer a eles. Eles devem ser aniquilados”. 

Essa era a ordem do homem que conseguiu inspirar e cooptar milhares de campesinos russos prometendo “pão, paz e terra” para que se juntassem a ele e ao seu projeto revolucionário. Na realidade, a fome era tanta que campesinos começaram a comer cadáveres de crianças, que tinham a carne mais palatável. 

No total, entre 1918 e 1919, os bolcheviques já tinham matado 1.700.000 dos seus patrícios. 

Em 23 de janeiro de 1918, Lenin rompe oficialmente com a Igreja Ortodoxa Russa, mandou assinar líderes religiosos, pilhou seus imóveis e substituiu o ensino de religião por ateísmo nas escolas públicas. Padres, monges e freiras foram crucificados, atirados vivos em caldeirões de piche fervente, escalpelados, estrangulados e afogados em buracos no gelo. 

O método de supressão da oposição política pelo “Terror de Massa”, o “Terror Vermelho”, foi padronizado e continuado pelo sucessor de Lenin: Josef Stalin. Era a ditadura contra o proletariado. 

Em 21 de janeiro de 1924, Lenin morre. Assume o poder totalitário Josef Stalin, que trapaceou Leon Trotsky, desterrando-o para o México, onde foi assassinado a mando de Stalin. 

Durante a invasão alemã na Segunda Guerra Mundial, o que restava da Igreja Ortodoxa incorporou a estrutura da Igreja Greco-Católica, que também sofreu brutal repressão na União Soviética, com todos os seus bispos enviados para campos de concentração e alguns assassinados logo. Mas, em 1959, o então tzar Nikita Khrushchev começa novamente a arrasar com os frangalhos da Igreja Ortodoxa Russa, fechando 12 mil delas. 

Em 1985, menos de 7 mil igrejas ainda abriam as portas, porém com membros da hierarquia da Igreja presos ou expulsos e seus lugares ocupados por clérigos dóceis, com ligações com o KGB, o órgão de inteligência do governo soviético. Nas décadas de 1970 e 1980, a Igreja vivia nas sombras. Aí veio o tzar Mikhaíl Gorbatchov, que governou entre 1985 e 1991, e deu liberdade aos fiéis ortodoxos. 

Acredito que o comunismo fascina os psicopatas porque nele não há Deus, tudo é permitido. É “the opium of the intellectuals”, “o ópio dos intelectuais”, como dizia o filósofo francês Raymond Aron, para quem nenhuma outra doutrina criou no homem uma “ilusão da onipotência” como o marxismo. E os comunistas velhos, viciados, fecham os olhos para as atrocidades do comunismo, vivem a angústia de não admitirem que se enganaram, temem as patrulhas ideológicas, o desprezo dos companheiros e da mídia fabiana, ou continuam acreditando no engodo por teimosia, burrice, interesses econômicos, ou simplesmente para ficar bem na foto, pois, afinal, comunistas são como o Papa, não podem se enganar, são infalíveis. 

O mais famoso romancista brasileiro, o baiano Jorge Amado, foi eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), em São Paulo, em 1946. Mas, desde o início, ele demonstrou que se equivocara com o comunismo, pois foi o autor da emenda que garantiu liberdade religiosa, já que estava ciente do sofrimento que era, naquele Brasil da primeira metade do século XX, de seguir seus cultos, especialmente os descendentes dos escravos africanos. Em 1956, desligou-se do PCB e se dedicou exclusivamente à sua missão: escrever romances. 

A falácia de que o comunismo seria a ditadura do proletariado é brilhantemente rebatida pelo professor Paulo Afonso Carvalho: a ditadura do proletariado nunca existiu. É, de fato, a ditadura de um partido só, que age em nome do proletariado. Na verdade, a ditadura do proletariado é a ditadura do líder supremo de um partido único. O proletariado é apenas massa de manobra para se chegar ao poder; em lá chegando, que o proletariado se exploda. 

Além do proletariado, os líderes comunistas são eminentemente fascistas, pois buscam manejar a seu favor as decepções e inconformidades sociais existentes, seduzindo minorias lançadas na marginalidade, na ignorância e no desespero, fazendo dessas minorias uma força de choque contra os cidadãos conscientes, que pagam direitinho seus impostos. Assim, a contracultura popular se torna um instrumento impulsionador de cada trabalhador, canalizada para o objetivo da revolução. E aos que não aceitam isso a palavra de ordem é matar, eliminar, destruir. 

De modo que comunismo e nazismo são faces da mesma moeda. A diferença é que enquanto Hitler promoveu o genocídio de outros povos, Lênin e Stalin assassinaram o seu próprio povo. Onde quer que tenha se instalado – Rússia, Cuba, Venezuela –, a ideologia comunista sobrevive graças ao terror, a repressão feroz aos seus opositores, e ao crime organizado. 

O sonho acabou; só restam os pesadelos. Muitos intelectuais e políticos, que não admitem terem se enganado e embarcado em uma canoa furada preferem continuar em sono agitado. 

Como política econômica, o comunismo não se sustenta, mas quando o povo se dá conta disso já é tarde; está escravizado, esmagado pela sombra da morte. 

Acorda, Brasil!

Texto baseado nos livros O CLUBE DOS ONIPOTENTES, de Ray Cunha, e MARXISMO: O ÓPIO DOS INTELECTOIDES LATINO-AMERICANOS, de Jorge Bessa.

MARXISMO: O ÓPIO DOS INTELECTOIDES LATINO-AMERICANOS

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