domingo, 9 de novembro de 2014

O voo da luz

Talvez o maior objetivo da moda seja a sensualidade, tanto na confecção de tecidos quanto no corte. Uma mulher vestida de modo a realçar a beleza física terá sempre os homens dominados pela loucura, pois jogamos fora a sensatez, toda a racionalidade, toda a liberdade, para nos aprisionarmos à passagem de uma potra vestida em seda, como mariposas atraídas pela luz; relinchamos, esmagados pelo perfume das virgens ruivas, embora fugaz como o gemer do acme, porém fatal.

Nádegas se movendo sob vestido de seda, justo, blusas que mal encobrem mamilos grandes como jambo, barriguinhas que surgem e desaparecem como fontes cristalinas ao sol, do tipo tábua, ou renascentistas, na mira de sedentos olhos vampirescos, são pedras preciosas que cravejam as avenidas das grandes cidades e, assim, de Brasília também.

É da natureza feminina a ambiguidade. Elas querem, mas juram que não. Nem Freud explica. E a barriguinha é uma prova cabal disso. Puxam a blusinha para encobrir a barriga, ou puxam as calças para cima, dando algumas sacudidelas nas ancas, numa tentativa sempre inútil de cobrir o objeto do tormento masculino, e tudo o que fazem é ampliar o mistério; sabem disso tudo, e que nossos corações disparam. Matam-nos, deixando-nos vivos.

Às mulheres, só a beleza importa, pois são como as rosas que vicejam nos jardins azuis, delicadas, perfumadas, lindas como mulher nua, e que, evanescentes, me ignoram. Só querem saber de luz, que as tornam ainda mais esplendorosas. Resigno-me, pois me basta ter certeza da existência delas, que são, afinal, o triunfo de Deus.

Mas quando as mulheres puxam a blusinha para encobrir a barriga, inutilmente, e quando puxam as calças e sacodem as ancas, elas nos conduzem para o labirinto da imaginação, o mergulho em um abismo de rosas. Fechamos os olhos e choramos em silêncio, morrendo no voo da luz.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

O triunfo do azul

Ah! meu amor, tu és meu amor porque o teu riso impulsiona meu coração
Porque tu crias a vida, pois à tua passagem os jardins se levantam
E a luz infinita vibra em oração
Que escapa dos teus lábios

Quisera eu ser poeta, e dominar a força de gravidade com palavras
Para te dedicar versos
Que contivessem o mar
Um oceano inteiro de rubis, azuis como o céu

Depois que te conheci, exorcizei o medo
Aprendi a escutar o silêncio das madrugadas
Comecei a voar no perfume dos jasmineiros

Sou teu, todo teu, inteiramente teu
Pertencer-te é o mesmo que a liberdade
É ascender, vencer a eternidade, e sentir a presença de Deus!


Brasília, 20 de outubro de 2014

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Thriller de Ray Cunha mistura realidade e ficção



BRASÍLIA, 2014 – Conhecedor da Amazônia profunda e ciente de que a tragédia do Trópico Úmido é a mentalidade de colonizado da maioria dos amazônidas, o senador Fonteles, que lidera nas pesquisas eleitorais, se tornou a esperança dos que querem tirar o Pará da Idade Média, concorrendo ao governo contra o ex-governador Jarbas Barata, que governa das sombras o estado. Porém, uma organização clandestina, a Confraria Cabanagem, que luta pela democracia e o desenvolvimento do Pará, detecta uma conspiração para assassinar o senador Fonteles, e convoca o único homem capaz de deter o assassino: o ex-delegado de polícia e detetive particular Apolo Brito, que mora em Brasília.

Some do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) um frasco com ínfima porção de homobatracotoxina, o mortal veneno do Phyllobates terribilis, juntamente com um muiraquitã, branco, de jadeíta, de 50 milímetros, pesando 42 gramas, de 2.500 anos, uma peça tapajônica sem preço. Em conversa com o assessor de imprensa do museu, o jornalista Montezuma Cruz, Apolo Brito descobre indícios de que estariam traficando água do rio Amazonas, e mergulha na chamada questão amazônica, e em símbolos caros aos paraenses, como o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, o Ver-O-Peso, a Estação das Docas, o tacacá.

Neste romance ensaístico, personalidades vivas transitam entre personagens de ficção, como é o caso do lendário jornalista paraense Lúcio Flávio Pinto, um dos maiores intérpretes mundiais do enigma da Amazônia, que se encontra com o fictício detetive Apolo Brito no restaurante Restô do Parque, na ex-residência oficial dos governadores do Pará, na Avenida Magalhães Barata 830, antiga Avenida Independência, no bairro de São Brás, palácio erguido no início do século passado, em estilo eclético, em que predomina o neoclássico, e elementos de art nouveau, e que, em 1998, passou a ser chamado de Parque da Residência, onde moraram os dois mais ilustres governantes da história recente do Grão-Pará: Lauro Sodré (1917-1921) e Magalhães Barata (1888-1959).

Outra personalidade que aparece neste romance ensaístico é o coronel do Exército Gelio Fregapani, mentor da Doutrina Brasileira de Guerra na Selva e fundador do Centro de Instrução de Guerra na Selva. Em entrevista à coluna Enfoque Amazônico, do site ABC Politiko, Fregapani  faz uma declaração polêmica: “O problema crucial da Amazônia é que ainda não foi ocupada. Ledo engano é supor que a região pertence de fato ao Brasil. Será, sim, do Brasil, quando for desenvolvida por nós e devidamente guardada. Daí porque às potências estrangeiras não interessa o desenvolvimento da Amazônia. Por enquanto, Estados Unidos, Inglaterra e França, principalmente, lançam mão, com esse objetivo, da grita ambientalista. Com a região intocada, matam dois coelhos com uma cajadada: mantêm os cartéis agrícolas e de minerais e metais. Dois exemplos: a soja da fronteira agrícola já ameaça a soja americana; e a exploração dos fabulosos veios auríferos da Amazônia poriam em cheque as reservas similares americanas e poderia mergulhar o gigante em recessão.

“O outro coelho é que, despovoada, inexplorada e subdesenvolvida, não haverá grandes problemas para a ocupação militar da região. Aliás, tudo já está preparado para isso. A reserva Ianomâmi – etnia forjada pelos ingleses –, do tamanho de Portugal e na tríplice fronteira em litígio Brasil, Venezuela e Guiana, é a maior e mais rica província mineral do planeta. As Forças Armadas e a Polícia Federal não podem nela entrar, por força de lei. Pois bem, já há manifestação na Organização das Nações Unidas (ONU) de torná-la nação independente do Brasil, por força de armas, se necessário”.

Eis a trama do novo romance de Ray Cunha, A CONFRARIA CABANAGEM, lançado agora em setembro, pelo Clube de Autores e pela Amazon.com. Como romance ensaístico, a questão amazônica permeia a trama político-policial deste thriller de tirar o fôlego, com ação intensa que lembra outros trabalhos do escritor nascido em Macapá, na Amazônia Caribenha, e residente em Brasília, como, por exemplo, os romances A CASA AMARELA e HIENA, e os contos INFERNO VERDE, NA BOCA DO JACARÉ-AÇU, A CAÇA e A GRANDE FARRA.

*MARCELO LARROYED é escritor, mestre em Teoria Literária pela UnB

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Senador é degolado em hotel infestado de prostitutas numa Brasília atolada em corrupção

Ray Cunha e os embaixadores Jozef Smets, da Bélgica,
e Milena Smit, da Eslovênia, no lançamento do livro
(Ler Editora, Brasília, 2013, 153 páginas, R$ 25),
no Sebinho, complexo de livraria, cafeteria e
restaurante na 406 Norte, Bloco C
O país afunda em corrupção e o erário escorre pelo ralo em obras bilionárias e superfaturadas, que nunca terminam, ou são inúteis. Nada a ver com o Brasil atual. Trata-se de ficção, mesmo. Uma história de detetive. Ao investigar o assassinato de um senador da República, degolado com uma katana no suntuoso Tropical Hotel, infestado de prostitutas de luxo e que ocupa uma quadra inteira do Setor Hoteleiro Sul, na capital da República, o detetive particular Hiena faz a grande descoberta de sua vida.

HIENA é o último romance de Ray Cunha, escritor nascido em Macapá, na Amazônia Caribenha, e que mora em Brasília, da qual, devido ao seu trabalho como jornalista, conhece os seus subterrâneos, bem como os bastidores do Congresso Nacional, além de ser também observador privilegiado dos seus palácios e shoppings, catedrais pós-modernas da Ilha da Fantasia.

Neste romance desfila um magote de personalidades reais, como, por exemplo, o maestro Silvio Barbato, que é ressuscitado para reger a Orquestra do Teatro Nacional Claudio Santoro em dois clássicos: o Concerto Para Piano e Orquestra, em Ré Menor, de Mozart, e o Bolero de Ravel; as cantoras paraenses Carmen Monarcha, que se apresenta com André Rieu, e Joelma, da Banda Calypso; dois artistas plásticos: Olivar Cunha e André Cerino; e até a famosa personagem de ficção Brigitte Montfort.

A utilização de personagens reais num trabalho de ficção é a segunda experiência de Ray Cunha. A primeira vez que fez isso foi no romance A CONFRARIA CABANAGEM, um thriller político-policial que se passa em Brasília e Belém do Pará, no qual o jornalista Lúcio Flávio Pinto, uma das maiores autoridades do planeta em Amazônia, é personagem. A CONFRARIA CABANAGEM deverá ser publicada este ano, ou em 2015, pelo Clube de Autores e pela Amazon.com.

HIENA está disponível, tanto no formado impresso quanto eletrônico, no Clube de Autores

Bem como na Amazon.com

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Medicina da alma e acupuntura

BRASÍLIA, 9 DE JULHO DE 2014 – Os nazistas quase produzem a bomba atômica antes dos americanos. Só não conseguiram seu intento devido aos cuidados que os assessores de Hitler tomavam. A bomba era desenvolvida por vários cientistas, cada qual assumindo apenas uma parte do projeto, sem uma das quais não haveria o artefato. Ao físico judeu-alemão Joseph Gleber coube uma dessas partes da bomba. Então, a cúpula nazista descobriu que Gleber estivera protelando sua participação no projeto, à espera de que a guerra acabasse antes que aquela terrível arma fosse posta à serviço de um dos psicopatas mais bem-sucedidos da História, na sua trilha de horror: Hitler. Gleber foi ameaçado de ser posto num forno, juntamente com sua esposa e os dois filhos, vivos, para serem assados. Não cedeu, e no dia 13 de abril de 1942, foi cremado.

Medicina da Alma (Editora Casa dos Espíritos, Contagem-MG, 254 páginas, R$ 75, capa dura, papel couchê), psicografado por Robson Pinheiro, pelo espírito de Joseph Gleber, representa uma extraordinária iniciação à medicina desenvolvida pela ciência espiritual, da qual Jesus Cristo é mestre. Estudiosos do assunto listaram sete universos paralelos, ou dimensões, com medidas próprias e que não estão separados pelo espaço, mas se interpenetram. “No mundo mais denso (o físico), a vibração é diminuta quando comparada à rapidíssima vibração do mundo astral, o mais próximo do físico” – ensina Robson Pinheiro. Estudiosos da Grande Fraternidade Branca classificam esses planos em: físico, astral, mental, búdico, átmico (essência divina), monádico (uma espécie de portal entre o divino e os veículos inferiores) e logóico (o Eu Superior).

Entre os corpos físico e astral há o duplo etérico, ou corpo etérico. No caso de adoecimento, o duplo é atingido, antes da matéria, por microrganismos e larvas que só se proliferam nesse plano, e que se refletem no mundo físico nas mais diversas doenças.

A propósito do corpo etérico, a história da medicina tradicional chinesa registra que a acupuntura é uma técnica com mais de 5 mil anos. Embora com essa idade, ainda assim é um sistema complexo demais para que o ser humano o tenha criado apenas observando a natureza. O pesquisador e escritor Jorge Bessa, autor da trilogia O mistério dos senhores de Vênus (Thesaurus Editora, Brasília, 2012), composta por Os deuses que vieram do céu (147 páginas); Pluralidade dos mundos habitados e a evolução do homem (155 páginas); e Deuses, venusianos e capelinhos (174 páginas), sustenta a tese de que a Humanidade recebe desde sempre reforço extra terrestre na sua caminhada taoista. Pois bem, tecnologia de ponta já detectou que os meridianos da acupuntura situam-se no corpo etérico. Eu desconfio que seres extra terrestres é que iniciaram os chineses na acupuntura.

É importante saber isso para se entender que a acupuntura praticada por médicos alopatas só faz piorar o estado do paciente. A propósito, leia artigo de Ricardo Antunes sobre o ato médico, no site Escola Nacional de Acupuntura (ENAc). Se for o caso, procure um acupuntor. De preferência um que saiba muito sobre o Tao. Contudo, a medicina da alma é muito mais eficiente, mas só funciona à vibração da luz.

terça-feira, 1 de julho de 2014

VIAGEM DENTRO DE TI

Estou pronto para ti
Sereno como um homem deve ficar diante de uma mulher nua
Pegar-te-ei com tanta suavidade, e firmeza,
Que lamentarás o prazer, intenso como o voo do orgasmo
Tocarei cada ponto dos teus meridianos
No fundo mais recôndito dos teus abismos insondáveis, e infinitos
Cavalgar-te-ei, preso em ti, seguro na tua boca, nos teus seios, no teu sexo
Como a Terra gravitando em torno do Sol a 108 mil quilômetros por hora
O sistema solar girando em volta do núcleo da Via Láctea a 830 mil quilômetros por hora
A Via Láctea indo para o Grupo Local a 144 mil quilômetros por hora
O Grupo Local caminhando para o aglomerado de Virgem a 900 mil quilômetros por hora
E tudo isso seguindo em direção ao Grande Atrator a 2,2 milhões de quilômetros por hora
O Grande Atrator fica para além de Centauro, a 137 milhões de anos-luz da Terra

sábado, 28 de junho de 2014

HIENA é lançado pelo Clube de Autores e pela Amazon.com. Saiba como adquiri-lo

BRASÍLIA, 28 DE JUNHO DE 2014HIENA, de RAY CUNHA, é uma história de detetive ambientada numa Brasília atolada na corrupção. Para quem mora no Brasil ou na América do Sul fica mais barato comprá-lo no Clube de Autores (155 páginas, papel couchê 90 gramas, R$ 26,44, e e-book, com 74 páginas, R$ 5,38); e para quem nos Estados Unidos ou na Europa, é mais prático adquiri-lo na Amazon.com.

O país está afundando em corrupção e o erário escorre pelo ralo, em obras bilionárias e superfaturadas, que nunca terminam, ou simplesmente são inúteis. Ao investigar o assassinato de um senador da República, degolado com uma katana, no Tropical Hotel, no Setor Hoteleiro Sul, em Brasília, o detetive particular Hiena faz a grande descoberta de sua vida.
Além da Brasília real fazer fundo a este romance, desfila nele um magote de personalidades reais, como, por exemplo, os artistas plásticos Olivar Cunha e André Cerino; as cantoras paraenses Carmen Monarcha e Joelma, da Banda Calypso; o escritor amapaense Fernando Canto; o maestro Silvio Barbato; além da famosa personagem de ficção Brigitte Montfort.
Hienas são como bactérias grandes. Bandidos do reino animal. Atarracadas, quartos traseiros caídos, andar manquejante, começam a comer a vítima viva ainda na perseguição, rasgando-lhe o ventre, as vísceras espirrando. O humorista carioca Juca Chaves, Jurandyr Czaczkes, cunhou uma frase que se tornou um mito persistente: “A hiena é um animal que come fezes dos outros animais, só tem relações sexuais uma vez por ano e ri… mas ri de quê?” 
A Crocuta crocuta é predador sem igual. Caçadora formidável, chega a perseguir suas presas à velocidade de até 55 quilômetros por hora, em grupos que chegam a 100 indivíduos. O segredo desse vigor é um coração poderoso. Mas o que as tornam resistentes como baratas é que podem se alimentar de praticamente tudo, desde filhotes de leão, passando por insetos a ovos de avestruz, até carniça já cheia de vermes, e de outras hienas, além de suas próprias fezes. Contudo, caçam também animais de médio e grande portes, como gazelas, impalas, gnus e zebras. Suas mandíbulas são tão potentes que comem, normalmente, os ossos das suas presas, razão pela qual suas fezes são esbranquiçadas. 
O detetive Hiena, Crocuta crocuta, como chama a si mesmo, não é bem o que Jurandyr Czaczkes, o Juca Chaves, disse. Embora discreto, quando ri para valer sua gargalhada é atroadora. Gastrônomo, elegeu a cozinha paraense a melhor do mundo. Vive só, embora tenha namorada. Contudo, têm em comum com a Crocuta crocuta alguns traços, como o sistema imunológico, pois nunca ficou sequer resfriado; pode se alimentar de comida estragada sem se preocupar, já que não se intoxica; conta com dentes de aço; é resistente como as baratas; e capaz de atravessar qualquer circunstância de extrema tensão sem que seu batimento cardíaco se altere. Também guarda um traço físico em comum com a Crocuta crocuta: o tórax largo, sem ser do tipo cangula (sinônimo de pipa na terra das suas duas mães, Belém do Pará), largo em cima e fino em baixo. 
Com um metro e oitenta, lábios carnudos, cabelos de Al Pacino, o que mais chama atenção em Hiena são seus olhos bicolores, que amanheciam com um tom azul claro, permanecendo assim nos dias frios, mas à medida que a temperatura subia, iam ficando como lápis-lazúli e, à noite, independentemente do tempo que estivesse fazendo, eram sempre duas esmeraldas. Adotou o cognome Hiena por uma série de circunstâncias. Afinal, como disse José Ortega y Gasset: “O homem é o homem e a sua circunstância”.