sexta-feira, 29 de setembro de 2023

O poderoso Prizzi e o comunismo meia-boca

Kathleen Turner é uma esposa meiga e louca por dinheiro

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 29 DE SETEMBRO DE 2023 – Não há comunismo sem revolução, sem sangue em escala e sem apoio das forças armadas do país. É por isso que, mesmo com o Brasil fazendo mesuras para o Partido Comunista Chinês, os Estados Unidos ainda não deram uma resposta avassaladora a nós. A China é uma potência nuclear capaz de fazer frente a qualquer nação do planeta, menos aos Estados Unidos. Já se sabe, por uma informação aqui, outra ali, que antes que a China consiga jogar uma bomba de hidrogênio sobre os Estados Unidos poderá ser varrida do mapa. Aí, nesse caso, a Terra virará um inferno. 

Mas tem uma hora que o capeta consegue dar uma cutucada com terçado nos ovos do dragão; não o chinês, mas o americano, mesmo, a águia. Mas são só negócios. Como no filme A Honra do Poderoso Prizzi. 

Prizzi's Honor é o penúltimo filme de John Huston, de 1985 (o derradeiro é Os vivos e os mortos, de 1988, adaptado de um conto de James Joyce). Lembro quando o vi na estreia no Brasil, em Belém do Pará. Baseado em um romance de Richard Condon, o roteiro, de Condon e Janet Roach, é impecável; a fotografia, de Andrzej Bartkowiak, é belíssima, e por aí vai. No elenco, um dos maiores atores de todos os tempos, Jack Nicholson, contracena com a deslumbrante Kathleen Turner e com uma Anjelica Huston no auge. 

Não deu outra: oito indicações ao Oscar: Filme, Diretor, Ator (Jack Nicholson), Ator Coadjuvante (William Hickey), Atriz Coadjuvante (Anjelica Huston), Roteiro Adaptado, Montagem e Figurino. Anjelica Huston levou o Oscar de Atriz Coadjuvante. O filme ganhou também quatro Golden Globe: Melhor Comédia/Musical, Diretor, Ator Comédia/Musical (Jack Nicholson) e Atriz Comédia/Musical (Kathleen Turner). 

Prizzi é um filme de máfia e uma comédia de humor negro. Nicholson encarna Charley Partanna, assassino profissional, afilhado do poderoso Don Corrado Prizzi (William Hickey), chefão de uma poderosa família mafiosa dos Estados Unidos, e separado da neta de Don Corrado, Maerose (Anjelica Huston). 

Durante uma festa de casamento, Partanna conhece e se apaixona instantaneamente pela deslumbrante Irene Walker (Kathleen Turner), que está em Nova York a trabalho e corresponde à paixão avassaladora de Partanna. Começa, aí, um desses relacionamentos tórridos, de horas e horas dedicadas ao esporte sexual. Mas o problema lateja o tempo todo: Irene é também assassina profissional. E em curto espaço de tempo um acaba sendo contratado para matar o outro. 

Enquanto isso, Don Corrado Prizzi, um velhinho encarquilhado, encurvado, fumante inveterado, manipula a todos com maestria, movido pela máxima: são só negócios. E o negócio dele é apenas um: dinheiro. 

Isso parece um roteiro hodierno, envolvendo marionetistas exímios, velhos bichados, predadoras, assassinatos misteriosos e tentativas de homicídio. O problema, neste caso, é que há vários capo di tutti capi e todos os mafiosos estão com seus cofres secos, e a burra também está seca. Assim, é preciso tomar dos outros tudo o que é comercialmente valioso e vender o fruto do assalto no mercado negro. Como fazem os mafiosos. 

As máfias do mundo inteiro agem como um estado dentro do estado, para o que aparelham as instituições do estado legal, especialmente a polícia. Quando conseguem seduzir as forças armadas, aí se instalam como carrapatos; é o que chamamos de ditadura totalitária, como na China, Cuba, Venezuela etc. A Rússia continua ditadura meia-boca, pois Vladimir Putin, o capo di tutti capi russo, ainda não conseguiu restaurar inteiramente o czarismo, ou comunismo. 

Segundo a Espiritualidade, o Brasil é o coração do mundo, a pátria do Evangelho. Este paraíso tropical, com 8.515.759 quilômetros quadrados e 214 milhões de habitantes, abriga todas as religiões do planeta e todas as etnias. Aqui, europeu procria com índio, africano, asiático, e todos procriam com todos, gerando mulatos, mamelucos e cafuzos. É um povo amoroso e alegre.

É verdade que boa parte do povo brasileiro é alienada, ao que os comunistas chamam de idiota útil, mas gafanhotos não se dão bem com o nosso sol e com a vibração de amor emanado do povo, mesmo que as máfias brasileiras, chamadas de facções, estejam aparelhadas pelos magos negros. O resultado é que o poder do capo di tutti capi é o de um pato manco, de andador.

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