sábado, 22 de julho de 2023

O rio Amazonas é o mais importante do planeta e os comunistas querem pôr as garras nele

Macapá/AP, na esquina do rio Amazonas com a Linha
Imaginária do Equador: falta de água encanada e acossada
por todas as facções criminosas do país (Foto de Caio Gato)

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 22 DE JULHO DE 2023 – Em junho de 2007, uma expedição integrada por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), da Agência Nacional de Águas (ANA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto Geográfico Militar do Peru, determinou o local exato da nascente do rio Amazonas, que é a do rio Apurimac, na cordilheira dos Andes, ao sul do Peru. 

Desde o início da década de 1990, uma equipe do Inpe, chefiada pelo geólogo Paulo Roberto Martini, da Divisão de Sensoriamento Remoto, estudava os rios Amazonas e Nilo, na África, por meio de sensoriamento remoto e geoprocessamento, tecnologias utilizadas no Programa Espacial Brasileiro, além de imagens dos satélites Landsat, da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, calculando, assim, minuciosamente, a extensão de ambos os rios, da nascente à foz. 

Em julho de 2008, bateram o martelo: o Amazonas configurava-se como o maior rio do planeta. Conforme o Atlas Geográfico Mundial, o Amazonas media 6.515 quilômetros. Com a nova medição, passou a ter 6.992,06 quilômetros, portanto, 139,91 quilômetros mais longo do que o Nilo, que, também segundo o Atlas Geográfico Mundial, media 6.695 quilômetros, nascendo no rio Kagera, próximo à fronteira entre o Burundi e Ruanda, e correndo até o mar Mediterrâneo. A nova medição dele o amplia para 6.852,15 quilômetros. 

Em maio de 2008, o vice-presidente da Sociedade Geográfica de Lima, professor Zaniel Novoa, após 12 anos de investigação, confirmava a versão do explorador polonês Jacek Palkiewicz, que, em 1996, localizou a nascente do Amazonas e afirmou que o rio sul-americano era mesmo o maior do mundo. 

Desde que o Amazonas foi batizado, em 1500, foram identificadas nascentes em vários pontos do Peru, até a atual, a 5.179 metros de altitude, próximo ao monte Quehuisha, na região sul de Arequipa, Peru, e não nas cabeceiras do rio Marañon, como se pensava. 

Paulo Roberto Martini comentou que as medições anteriores foram feitas sem o uso de metodologias científicas: “Esse resultado mostra que, às vezes, as verdades mais bem estabelecidas têm de ser revistas, porque podem, simplesmente, não ser verdade. Pelo menos desta vez não temos “acho”. Temos metodologia científica, e, por essa leitura, por essa interpretação, você pode colocar nos livros que o Amazonas é maior do que o Nilo”. 

Mas em 2009, surgiu uma novidade: estudos mostravam que a nascente do Nilo apontava para o rio Rukarara, o que dava ao gigante africano o comprimento de 7.088 quilômetros, 95,94 quilômetros maior do que o Amazonas, abrindo, novamente o debate. Mas, para mim, o Amazonas é maior, por duas razões: porque ele é colossal em todos os aspectos e porque é o rio da minha cidade. 

A bacia amazônica é um realismo fantástico, uma fronteira misteriosa, pouco conhecida e desprezada pelos governos federais e, pasmem, pelos próprios governos da Amazônia Clássica, apesar de se constituir na mais espantosa província biológica e mineral do planeta. 

Em 1500, o navegador espanhol Vicente Yañez Pizón batizou-o de rio Santa María del Mar Dulce; 42 anos depois, o também espanhol Francisco Orellana mudou-o para Amazonas. 

O colosso marrom, que no estado do Amazonas recebe o nome de Solimões e nos estados do Pará e Amapá, de Amazonas, tem mais de mil afluentes, constituindo-se na espinha dorsal da maior bacia hidrográfica da Terra, formada por 7 mil rios, 25 mil quilômetros navegáveis, abrangendo uma área, segundo a Agência Nacional de Águas, de 6,110 milhões de quilômetros quadrados, 40% da América do Sul, banhando Bolívia (11%), Brasil (63%), Colômbia (5,8%), Equador (2,2%), Guiana (0,2%), Peru (17%) e Venezuela (0,7%). 

Da nascente até 1.900 quilômetros, o Amazonas desce 5.119 metros; desse ponto até o Atlântico, a queda é de apenas 60 metros. Suas águas correm a uma velocidade média de 2,5 quilômetros por hora, chegando a 8 quilômetros, em Óbidos, cidade paraense a mil quilômetros do mar e ponto da garganta mais estreita do Amazonas, com 1,8 quilômetro de largura e 50 metros de profundidade. 

Fora do estuário, a parte mais larga situa-se próximo à boca do rio Xingu, à margem direita, no Pará, com 20 quilômetros de largura, mas nas grandes cheias chega a mais de 50 quilômetros de largo, quando as águas sobem ao nível de até 16 metros. 

O Amazonas é navegável por navios de alto-mar da embocadura à cidade de Iquitos, no Peru, ao longo de 3.700 quilômetros. Seu talvegue, nesse curso, é sempre superior a 20 metros, e chega a meio quilômetro de profundidade próximo à foz. 

Segundo Admilson Moreira Torres, do Centro de Pesquisas Aquáticas do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa), e Maâmar El-Robrini, do Grupo de Estudos Marinhos e Costeiros (GEMC), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); do Laboratório de Modelagem de Oceano e Estuários Amazônicos (Modelaz); e do Centro de Geociências da Universidade Federal do Pará (UFPa), a descarga hídrica do rio Amazonas é tão gigantesca que reduz a salinidade superficial do mar no oceano Atlântico tropical. 

A descarga média é de 180 mil metros cúbicos de água por segundo, um quinto, ou 16% da água doce despejada nos oceanos do mundo. Em maio, sobe para 220 mil metros cúbicos por segundo e, em novembro, cai para 100 mil metros cúbicos por segundo; 65% do fluxo vaza pelo Canal do Norte, que despeja até 160 mil metros cúbicos de água por segundo. Só a bacia do rio Negro, afluente da margem esquerda do Amazonas, contém mais água doce do que a Europa. 

Trata-se do único rio no planeta a apresentar estuário e delta. Com cerca de 60 vezes mais vazão do que o Nilo, calcula-se que o tributo do Amazonas ao mar é suficiente para encher 8,6 baías de Guanabara em um dia. Assim, o rio fertiliza o mar com sua água túrbida de húmus, além de espantosos 3 milhões de toneladas de sedimento por dia, 1,095 bilhão de toneladas por ano. O resultado disso é que a costa do Amapá está crescendo. 

A boca do rio, escancarando-se do arquipélago do Marajó, no Pará, até a costa do Amapá, mede em torno de 240 quilômetros, e sua água túrgida penetra cerca de 320 quilômetros no mar, atingindo o Caribe nas cheias, e, juntamente com outros gigantes do Pará e Amapá, contribui para que a Amazônia Azul setentrional seja a costa mais rica do planeta em todo tipo de criatura do mar, especialmente a costa amapaense, pois o húmus despejado pelo Mar Doce no Atlântico torna-a uma explosão de vida, no Brasil mais mal guardado pela Marinha de Guerra e menos estudado pela academia. 

Se mais de um terço de todas as espécies do planeta vive na Hileia, a bacia é berço de mais de 2.100 espécies de peixes, 900 a mais do que as dos rios da Europa. Somando-se às 1.200 espécies do Atlântico Norte, a Amazônia Atlântica é um santuário de 3.300 espécies. 

“O que me intriga, não apenas no conteúdo da educação fundamental brasileira, mas também na base de informações científicas e acadêmicas no Brasil, é a pobreza de informações ambientais e biológicas sobre essa região, batizada de Mar Dulce pelo navegador espanhol Vicente Yañez Pinzón, em 1500, mesmo ano em que Cabral achava o Brasil” – comenta o oceanógrafo Frederico Brandini. 

Ele lembra que, no Amapá, as autoridades estão pouco preocupadas com o estudo da Amazônia Atlântica. As costas do Amapá e do Pará são um inacreditável banco de vidas marinhas, coalhado de piratas, que vão lá pegar, de arrastão, pescados, lagostas, camarão e outros frutos do mar. Pescadores paraenses já capturaram na altura da Vila de Sucuriju, no município de Amapá, marlim azul de meia tonelada. Nem Ernest Hemingway conseguia espadarte desse porte no Gulf Strean. 

Em 2011, pesquisadores do Observatório Nacional anunciaram evidências de um rio subterrâneo numa profundidade de 4 quilômetros abaixo do Amazonas, com 6 mil quilômetros de comprimento, batizado de Hamza, em homenagem a um dos pesquisadores, o indiano Valiya Hamza. 

Porém, tudo o que escrevi neste artigo é apenas realismo fantástico. Os livros continuam com as velhas medidas amazônicas do tempo do Império Britânico. A Amazônia continua sendo uma fronteira, uma colônia disputada pelas potências hegemônicas de sempre, multinacionais, megaempresários, ONGs e políticos perigosos. 

Sugada ao longo de três séculos, por lusitanos, espanhóis, americanos, ingleses, franceses, holandeses, japoneses, paulistanos e os governos que se alternam em Brasília, agora está sob a ameaça comunista, pois o atual governo brasileiro, instalado desde 1 de janeiro, já descartou a parceria dos Estados Unidos e se uniu à China, além de Cuba e Venezuela. As Forças Armadas brasileiras disseram amém. 

Assim, a Amazônia permanece como colônia, agora pós-moderna, a casa da mãe Joana, sob o beneplácito, a ambição, o jugo, a omissão de Brasília, incluindo-se nesse contexto a bancada da Amazônia no Congresso Nacional, que nunca agiu em bloco no interesse dos cabocos do subcontinente. 

O Amazonas passa pela frente da minha cidade natal, Macapá/AP, que se debruça na margem esquerda do colosso, antes que ele penetre no Atlântico, na altura da Linha Imaginária do Equador.

Mas na minha cidade natal falta água encanada; durante a epidemia do vírus chinês passou 21 dias em apagão, com cadáveres, nos hospitais, já fedendo; seus arranha-céus de apartamentos não contam com rede de esgoto, aliás, a cidade toda; as ruas não contam com rede de águas pluviais; e é a capital onde mais se mata, pois abriga representações de todas as facções, ou máfias, ou quadrilhas, do Brasil; e é corredor dos narcotraficantes do setentrião da América do Sul.

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