sábado, 18 de maio de 2013

Abismo azul

Ouço Dança de Zorba, o Grego
Sinto cheiro de mulher nua
Ostra com Antarctica enevoada, em julho, às 9 horas
No ar saturado de mulheres lindíssimas e suadas, em Salinas.

Tu precisas me lamber com teus olhos verdes como lápis-lazúli
Para eu sentir o acme
Precisas apenas sorrir e tocar nos meus finos lábios
Para que eu morra como as rosas, que não morrem nunca
Porque são imortais na sua explosiva beleza.

Imobilizo minha amante pelos cabelos
Beijo-a na boca, faço-a gritar de prazer
Ela é a própria noite
Café noturno, cheio de mulheres misteriosas de tão lindas
Que dizem oi quando passo.

Ouço Caravan, ouço-a tanto que fico cheirando a púbis ruivo
Que inunda meu olfato, meu paladar, meu cérebro.
Degusto Antarctica, com Jorge Tufic, em Manaus, no Nathalia
Lambo o rosto da Tharcilla
Beijo os lábios carnudos e mordo o pescoço da Mara.

Como Isnard Lima Filho, oferto rosas para a madrugada
Ao extrair gemidos da mulher amada, percorrendo sua pele de jambo
E sonho com leões caminhando na praia, ao amanhecer.

Igual Picasso, com seus olhos negros, nonagenários
Sou como pássaro que nunca envelhece
Nasci com asas invisíveis aos olhos
E que se equilibram no éter como avião de caça
Riscando um golpe branco no azul

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