quarta-feira, 18 de abril de 2012

Poesia em estado bruto


Ouço Espanha, de Chabrier, e sinto cheiro de mulher nua - ostra com Antarctica enevoada, às 9 horas, em julho, no ar saturado de mulheres lindas e suadas, de Salinas.
Tu só precisas me lamber com teus olhos verdes como rubis para eu sentir o acme
Tu precisas apenas sorrir e tocar nos meus finos lábios para que eu possa morrer como as rosas, que não morrem nunca, porque são imortais na sua explosiva beleza de um eterno segundo.
Vou presentear ao Facebook minha presa, minha amante, que imobilizei pelos cabelos, beijei-a na boca, fi-la gritar de prazer: ela é a própria noite.
A grande sedutora é como um café noturno, cheio de mulheres misteriosas de tão lindas e que dizem oi quando passo.
Ouço Caravan, de Duke Ellington, ouço-a tanto que fico cheirando a púbis ruivo, que inunda meu olfato, meu paladar, meu cérebro.
Degusto Antarctica de Manaus com Jorge Tufic no Nathalia, beijo os lábios carnudos e mordo o pescoço da Mara, lambo o rosto da Tharcilla, que implora pela minha pegada.
Como Isnard Lima Filho, oferto rosas para a madrugada,
Sonho com leões, ao amanhecer, na praia, com a mulher amada, de quem extraí gemidos e agora ela dorme tranquila sob minha guarda.
Igual a Picasso, com seus olhos negros, nonagenários, sou como pássaro, que nunca envelhece, mesmo que lembre maracujá de gaveta, porque nasci com asas invisíveis aos olhos, e que a somente algumas mulheres é dado ver a maravilha dessas engrenagens que se equilibram no éter como caças, e deixam uma trilha branca no azul.

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