terça-feira, 11 de outubro de 2011

As rosas falam

Chove na minha memória
Barcos deslizam na boca do rio Amazonas e despencam no Atlântico
Na latitude da Linha Imaginária
Espero as chuvas com a mesma sofreguidão com que aguardo
O outono, o inverno e a primavera
O verão, como ocorre em todas as estações da vida,
Inunda o continente do meu coração
De rosas tão azuis que sangram
E mangas doces como seios de mulheres de olhos verdes como esmeraldas
E, se é madrugada, a chuva se confunde ao som ininterrupto do mar
E o atrito da Terra no espaço invade minha alma
E se mistura ao perfume das virgens ruivas, misterioso como mulher nua
Como a luz, como o éter, como o triunfo das rosas

Brasília, 11 de outubro de 2011

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